Depois do terror que vivi naquele dia, nunca mais consegui dormir em paz. Já fazem dois meses desde o nascimento da minha Zoe e os poucos momentos que chorei desde o ocorrido foram no seu nascimento. Sem dúvidas, segurá-la nos braços foi algo maravilhoso. Sentir aquela segurança, o apoio do Camilo em cada contração, a emoção de ver sua filha nascer, com toda certeza, ficará sempre na minha memória.Camilo, por um tempo, se fechou. Achei que nunca mais iria ter o homem que me conquistou de volta, mas quem eu quero enganar? Eu mesma nunca mais fui a mesma...Estou deitada na cama com minha pequena Zoe nos braços. Ela dorme como um anjinho, sempre muito quietinha e risonha. Só mama e dorme. Zoe é o xodó da casa. Lana e Geremias às vezes ficam disputando quem vai ajudar a dar banho ou fazer dormir.Camilo chorou tanto quando segurou ela pela primeira vez que eu não sabia se eu descansava ou se cuidava dele.Estou olhando para o homem que amo. Camilo termina de se arrumar e vem me dar um b
Dou um passo à frente e encaro com raiva, mesmo querendo saber quem são os filhos de Eliot. Já não estou com paciência para continuarem ouvindo suas mentiras.Por causa dessa mulher e de tudo que ela me fez passar, não pude nem proporcionar o momento que tanto esperei, que era a amamentação. Meu leite secou devido ao estresse. O médico disse que posso tentar com medicamentos. Irei tomar assim que eu acabar com todo esse pesadelo.— Cala a boca! — Grito. — Não vim conversar, vim terminar com o último vestígio que sobrou do meu pesadelo.— Sua maldita, eu deveria ter te matado...Miro na sua testa e, sem muita conversa, atiro uma única bala, um único tiro, e uma única lágrima que sai dos seus olhos. Ela cai com os olhos abertos. Derrubo a arma no chão e, depois de meses, consigo chorar. Mas não é um choro de arrependimento, é o choro da liberdade.Sinto a mão do meu amor no meu ombro. Viro para ele e o abraço. Meu corpo perde as forças assim que sinto ele me abraçando.— Acabou amor. En
Camilo está no banho. Entro no banheiro e fico perto do balcão da pia, esperando por ele.— O que foi? — ele pergunta, percebendo que estou admirando-o.— Só estou olhando o que é meu. — falo sorrindo.— Hum, então, o que acha do que você está olhando?Caminho até o box e abro para encará-lo.— Acho que você está demorando demais aí nesse banho. — Falo provocando.Ele me olha, sai um pouco do chuveiro e com os dedos molhados, Camilo desliza pelo meu rosto e segura na minha nuca, me puxando para um beijo. Nele deposito todo meu amor, demonstrando toda a minha paixão. Camilo aprofunda ainda mais o beijo, como se quisesse me devorar, sua língua explora minha boca com vontade, brincando com a minha e sentindo cada parte do meu desejo se aflorar.Ele desliza sua mão por minhas costas, molhando levemente minha camisola, subindo lentamente por ela até agarrar minha nuca. Camilo me agarra ainda mais forte pela cintura com a mão livre, colando meu corpo ao dele, as gotas de água caem sobre nos
Quatro anos depois...Quanta coisa aconteceu nesses últimos anos, e a principal é que hoje estou em paz, sou feliz como jamais imaginei um dia ser, minha vida mudou para melhor, literalmente.Lana está sendo conhecida pelo seu trabalho; ela trabalha em uma das revistas mais importantes do país, sempre dedicada aos estudos e ajudando Pietro. Lana desde pequena queria estudar moda, e hoje ela está realizando esse sonho.Geremias, meu menino brilhante, sempre muito apegado a mim e ao Camilo, sua inteligência me surpreende, como imaginei que seria. Hoje ele está estudando cinema e robótica. Ele sempre foi muito curioso, e em qualquer oportunidade, está com uma câmera na mão, rumo ao caminho cinematográfico.Zoe, minha pequena, ela é a luz no fim do túnel, seu sorriso é contagiante, sua voz meiga, tudo nela nos encanta, seu maior dom é fazer bagunça e esconder as chaves do seu pai para que ele não vá trabalhar.Camilo e eu nos fortalecemos, como ele sempre fala: com o nascimento dela, as c
Larissa, uma jovem que cresceu num lar cheio de amor e cuidado de sua mãe Carla. Sua infância foi repleta de risadas, sempre vigiada pelos olhos de águia de Carla.Apesar de não saber muito sobre seu pai, ela sempre desenhou sua imagem em sua cabeça. Larissa cresceu e se tornou uma jovem de beleza arrebatadora e um coração generoso. Por ser muito curiosa, ainda na infância descobriu alguns mistérios de sua vida. Ela chegou a ouvir sua mãe falar sobre um casamento arranjado, por isso nunca deixou a filha se aproximar do pai. Carla sabia quão prejudicial a ausência da imagem paterna foi para seu crescimento, mas ela precisava proteger a filha, custe o que custar.Naquela época, Larissa não entendia a força que tinham aquelas palavras, "casamento arranjado". Somente anos depois ela foi capaz de entender e pesquisar sobre isso. Para ela, não havia sentido em se casar sem amor, isso só ocorria com nomes nobres e tradicionais, ou mesmo em famílias envolvidas pela máfia. Até mesmo cogitou com
Larissa olha para Julia, que está revirando os olhos e imitando a forma que Luana fala.— Já estou indo, fique tranquila que não vou me atrasar. Obrigada! — Luana sorri e fecha a porta, deixando as duas sozinhas.— Não suporto essa menina!— Ela é legal, Ju. Você é que não deu a oportunidade de conhecê-la.— Sei não, esse jeito de ser amiga de todo mundo, forçando essa simpatia, não me engana!— Aiaiai. — Larissa ri. — Não dou conta da sua língua, Ju. — Larissa sai balançando a cabeça em negação. Desde que Joseph apresentou Luana para sua amiga, ela não a suporta.Ao sair do quarto, elas logo avistam Rodrigo, pai de Julia. Ele é quem vai levar Larissa até o altar. Ela abraça seu padrinho apertado, sentindo seu coração cheio de amor. Rodrigo deposita um leve beijo em sua testa e segura suas mãos. Os olhos dos dois se encontram, ah, tanta ternura neles. Larissa pode até não ter conhecido seu pai, mas ela projetou todo o amor que poderia ter dado a ele para Rodrigo, que a ama na mesma int
Aquelas palavras a assusta no mesmo instante, ela ignora a sensação estranha que estava sentindo, e vai cumprimentar um por um dos homens que estavam ali, quase todos a olhava como se fosse um pedaço de carne.Larissa sempre foi muito educada, jamais ela iria ser grossa com ninguém que estivesse presente, mesmo que sua vontade era de sair correndo dali.Depois de muitos apertos de mãos, um homem em si chama sua atenção.— Não pode ser!— Larissa sussura, sem ter certeza se era mesmo quem ela pensava, Larissa estreita os olhos para poder enxergar melhor, mas sem sucesso. Depois de alguns minutos, enfim ela consegue se soltar das mãos do Joseph, sem esperar ele protestar, ela vai perto das únicas pessoas que trás segurança a ela.Conhecendo sua amiga como conhece, Julia a olha preocupada.— O que foi amiga, o que está acontecendo? E quem são esses homens? Cadê nossos amigos? O pessoal do escritório? Não tem ninguém.— Não sei, tem algo estranho, esse povo todo, o jeito do Joseph, aquele h
Larissa decide não falar mais nada, desce do carro em silêncio analisado o local, sua mente é como se fosse uma fotografia, em poucos segundos ela consegue ver os pontos cegos daquele lugar.A grande porta é aberta por um senhor, que aparenta ter 48 anos, não muito alto, o seu rosto é simpático seu olhar é cansado e triste, ele ao ve-la cumprimenta com um sorriso, poucos que deu desde que entrou trabalhar na mansão.— Seja bem vinda senhora. — Obrigada senhor. — Ela abre um sorriso ao ver a simpatia daquele senhor, mas fica se perguntando por que a tanta tristeza em seu olhar.— João! Leve as malas para cima, peça para Gabriel te ajudar. — Joseph fala com um tom áspero, fazendo João desviar sua atenção de Larissa e baixar a cabeça.— Agora mesmo senhor, com licença senhora, se precisar de algo, estou a sua disposição, não exite em me chamar.— Obrigada, pode deixar que se eu precisar de algo lhe chamarei.— Ela sorri para ele novamente, Joseph a leva no quarto que passou ser dos dois,