Larissa entra no quarto e, ao fechar a porta, vai direto para o banheiro. Naquele momento, tudo o que viveu nas últimas horas caiu feito uma bomba. Parando na frente do balcão da pia, ela se olha no espelho por longos minutos. Parecia que seu corpo não sabia o que realmente estava fazendo. Ela entra debaixo do chuveiro sem forças para sequer tirar as roupas, encostada na parede, deixando a água do chuveiro molhar seu rosto, misturando-se com as gotas salgadas de suas lágrimas. Lentamente, seu corpo vai escorregando e, ali, abraçada em suas pernas, ela chora, deixando toda sua fragilidade transparecer. Larissa está cansada de tentar parecer forte o tempo todo. Ela é apenas uma menina mulher que viu sua história de amor, desenhada por ela, se transformar num verdadeiro pesadelo. Sem se importar com nada, ela deixa toda aquela angústia sair pelo seu doloroso choro. — Ah, mãe! Me perdoa... nunca imaginei tudo que sofreu por minha culpa. Fui cega em não ter visto quem era realmente Jose
Quando a noite cai, eles já estão arrumados para sair. Os dois passaram o dia juntos com Agatha e Poliana. Antes de sair, se despedem da filha, que ao sentir seus pais longe dela, fica um pouco chorosa. Mas em questão de segundos, Patrícia e Hugo a distraem com seus inúmeros brinquedos.Patrícia cuida da pequena como se fosse sua. A cada abraço, ela se emociona. Hugo sente tanto pela sua amada sofrer, por ela não poder engravidar, que decide procurar ajuda de Ricardo. Sabendo que tem muita coisa acontecendo com Ramon, ele não quis incomodar. Ricardo conhece vários orfanatos não só no país, mas no mundo todo. Por ajudar muitas instituições, Hugo acha que com isso é mais prático ver o que precisa para adotar uma criança. Há um tempo que eles falam sobre a adoção, mas com a chegada de Poliana e todos os ocorridos, eles deixaram seus sonhos de ser pais em silêncio.No caminho para a reunião da cúpula...Ramon pega seu carro favorito. Ele e Larissa vão sozinhos no carro da frente, sendo seg
O julgamento!Sentados naquela grande mesa estavam os 3 filhos de Dom Carlo: Fernando, Ramon e Vinícius. Joseph foi proibido de entrar, ninguém respeitava um homem covarde como ele, e com os boatos de que ele seria um homem incompleto para sempre, Joseph preferia ficar escondido.— Quero agradecer a presença de todos. Hoje é um dia muito importante e decisivo. Espero que todos aceitem a minha vontade. Tragam ele — O homem de cabelos brancos fala para um dos seus seguranças.— Espero que seja um julgamento justo, senhor Renato — diz a bela mulher, chefe da Espanha, encarando o ancião com um certo julgamento.Todos ali conhecem a fama desse homem e sabem que ele irá aprontar alguma coisa.Ramon coloca no telão as provas de todos os crimes que conseguiu descobrir juntamente com Vagner ao longo de 5 anos. São crimes hediondos: roubo, desvio de mercadorias, inúmeros assassinatos, inclusive das suas filhas e mulheres, a violência contra Carla, tudo que seus filhos passaram nas mãos dele, o q
Atenção: Este capítulo contém cenas de violência explícita. Se você é sensível a esse tema, recomendo não lê-lo.Por 15 minutos, Ramon ligou para todos os seus contatos, fazendo com que todos olhassem espantados quando ele voltou em silêncio, aceitando que o julgamento seguisse com Renato. Ele voltou como se nada tivesse acontecido, ligou o celular na videochamada e deixou ligado com o "Chefão" ouvindo e vendo tudo.Foram duas longas horas de julgamento até que saiu o veredito.— Minha última palavra é que, após ouvir cada um dos interessados aqui, Dom Carlo será ino...— A única palavra que importa nesse julgamento é a minha. Dom Carlo Blayller, você é culpado de todas as acusações, e a sentença perfeita para você é a morte! Já conversei com o maior interessado nisso, e quem vai decidir como será sua execução serão seus filhos e sua nora aqui presente! — Falou um homem entrando com uma maleta na mão. Todos ficaram em choque com sua presença, pois ninguém até hoje viu seu rosto. Ele ma
O caminho de volta para a mansão Sammer foi silencioso. Larissa e Ramon estavam cada um com seus pensamentos. Eles não sabiam como seria o dia seguinte, só sabiam que um viveria pelo outro, não importa se a notícia se espalhasse. Um lutaria pela felicidade do outro, isso não estava em discussão.Ao chegarem em casa, eles se olharam. Ali, os dois estavam vulneráveis, cada um com suas dúvidas, medos e incertezas.— Vou tomar banho, quer ir comigo? — sua voz soou como um pedido de socorro. Ele precisava de apoio, de alguém para dizer que ficaria tudo bem. Seus olhos buscaram respostas em sua amada, mas Larissa estava tão presa em seus monstros do passado que sentou-se em silêncio. Ela percebeu sim que ele precisava dela, mas por um minuto só queria pensar em tudo o que fez. — Descansa, amor, logo volto. — Havia um certo tremor em sua voz. Suspirando fundo, ele deu um beijo no topo da cabeça de Larissa e subiu.Cada um tinha seu jeito de enfrentar os problemas. Larissa preferia se fechar p
Apesar de tudo o que aconteceu, a noite foi tranquila. Larissa dormiu como há muito tempo não dormia. Seu medo de que algo acontecesse com Poliana e com as pessoas que ela amava havia desaparecido. Ela não quis demonstrar para Ramon, mas a verdade é que ela se sentiu aliviada.Ramon levanta como todas as manhãs, mais cedo do que todos. Apesar de ter dormido apenas duas horas, ele dormiu bem. Todo aquele peso na consciência simplesmente sumiu. Depois de sua caminhada matinal, ele passa no quarto de Agatha e vê que sua mãe está acordada.Ele senta ao lado dela e conta lentamente tudo o que aconteceu. Agatha chora aliviada, seu pesadelo acabou. Eles ficam um tempo no quarto e, pela primeira vez em seis anos, ela vai em direção à cozinha com Ramon.Lá, eles resolvem fazer o café da manhã juntos. Ramon sorri ao ver sua mãe com mais essa evolução. Apesar de não conseguir ouvir o som de sua voz, Agatha está bem. Sua mão está voltando a obedecer aos seus comandos.— Hum! O que está fazendo que
Chegando no orfanato, eles percebem que se trata de um orfanato católico. A madre não estava presente no momento.— A madre disse que vocês viriam, por favor, aguardem alguns minutos que ela já foi avisada! — Fala uma freira de cabeça baixa.— Podemos conhecer o local e, quem sabe, as crianças? — Patrícia fala animada.— Sim, claro.Enquanto eles estavam indo para o refeitório onde as crianças estavam, a madre chega.— Senhores, bom dia! — Ela fala encarando Ramon, percebendo de quem se trata. — Que bom que vocês vieram, podemos conversar?— Claro, confesso que estou curioso para saber o que a senhora quer comigo! — Ramon segura a mão de Larissa e eles vão caminhando até a sala.— Senhora, se não se importa, posso falar a sós com ele? — Diz a madre um pouco sem jeito. Larissa concorda imediatamente, mas Ramon não gosta muito. Ao perceber isso, ela olha nos seus lindos olhos de esmeraldas e fala com uma voz doce.— Fale com ela, amor. Parece sério. Vou com a sua mãe ver as crianças. — E
Após levar a adorável menina para perto de Patrícia e Hugo, que se apaixonam assim que colocam os olhos nela, Larissa se despede da linda Samara com a sensação de que Patrícia encontrou a filha que tanto queria. Ela vai em direção ao jardim, até que encontra Pietro abaixado no meio de duas árvores pequenas, assim como Samara disse.— Oi de novo. — Ela fala, sentando no chão e cruzando as pernas.— Oi senhora... — Pietro cobre a cabeça com o capuz da blusa, se encolhendo nervoso.Ali, Larissa começa a conversar com ele. Pietro, sempre muito acanhado, responde só o que Larissa perguntava, até que ela toca em um assunto que para o pequeno dói muito: sua amada mãe.— Não fala da minha mãe. — Ele sai correndo dali, Larissa corre atrás dele, preocupada. Ela não havia falado nada demais, apenas perguntado o nome da sua mãe. Ao correr, Pietro cai no chão, derrubando a foto que ele segurava com tanto carinho.— Ei, espera, por favor, você deixou cair isso. — Larissa se abaixa e pega a foto. Ao