O caminho de volta para a mansão Sammer foi silencioso. Larissa e Ramon estavam cada um com seus pensamentos. Eles não sabiam como seria o dia seguinte, só sabiam que um viveria pelo outro, não importa se a notícia se espalhasse. Um lutaria pela felicidade do outro, isso não estava em discussão.Ao chegarem em casa, eles se olharam. Ali, os dois estavam vulneráveis, cada um com suas dúvidas, medos e incertezas.— Vou tomar banho, quer ir comigo? — sua voz soou como um pedido de socorro. Ele precisava de apoio, de alguém para dizer que ficaria tudo bem. Seus olhos buscaram respostas em sua amada, mas Larissa estava tão presa em seus monstros do passado que sentou-se em silêncio. Ela percebeu sim que ele precisava dela, mas por um minuto só queria pensar em tudo o que fez. — Descansa, amor, logo volto. — Havia um certo tremor em sua voz. Suspirando fundo, ele deu um beijo no topo da cabeça de Larissa e subiu.Cada um tinha seu jeito de enfrentar os problemas. Larissa preferia se fechar p
Apesar de tudo o que aconteceu, a noite foi tranquila. Larissa dormiu como há muito tempo não dormia. Seu medo de que algo acontecesse com Poliana e com as pessoas que ela amava havia desaparecido. Ela não quis demonstrar para Ramon, mas a verdade é que ela se sentiu aliviada.Ramon levanta como todas as manhãs, mais cedo do que todos. Apesar de ter dormido apenas duas horas, ele dormiu bem. Todo aquele peso na consciência simplesmente sumiu. Depois de sua caminhada matinal, ele passa no quarto de Agatha e vê que sua mãe está acordada.Ele senta ao lado dela e conta lentamente tudo o que aconteceu. Agatha chora aliviada, seu pesadelo acabou. Eles ficam um tempo no quarto e, pela primeira vez em seis anos, ela vai em direção à cozinha com Ramon.Lá, eles resolvem fazer o café da manhã juntos. Ramon sorri ao ver sua mãe com mais essa evolução. Apesar de não conseguir ouvir o som de sua voz, Agatha está bem. Sua mão está voltando a obedecer aos seus comandos.— Hum! O que está fazendo que
Chegando no orfanato, eles percebem que se trata de um orfanato católico. A madre não estava presente no momento.— A madre disse que vocês viriam, por favor, aguardem alguns minutos que ela já foi avisada! — Fala uma freira de cabeça baixa.— Podemos conhecer o local e, quem sabe, as crianças? — Patrícia fala animada.— Sim, claro.Enquanto eles estavam indo para o refeitório onde as crianças estavam, a madre chega.— Senhores, bom dia! — Ela fala encarando Ramon, percebendo de quem se trata. — Que bom que vocês vieram, podemos conversar?— Claro, confesso que estou curioso para saber o que a senhora quer comigo! — Ramon segura a mão de Larissa e eles vão caminhando até a sala.— Senhora, se não se importa, posso falar a sós com ele? — Diz a madre um pouco sem jeito. Larissa concorda imediatamente, mas Ramon não gosta muito. Ao perceber isso, ela olha nos seus lindos olhos de esmeraldas e fala com uma voz doce.— Fale com ela, amor. Parece sério. Vou com a sua mãe ver as crianças. — E
Após levar a adorável menina para perto de Patrícia e Hugo, que se apaixonam assim que colocam os olhos nela, Larissa se despede da linda Samara com a sensação de que Patrícia encontrou a filha que tanto queria. Ela vai em direção ao jardim, até que encontra Pietro abaixado no meio de duas árvores pequenas, assim como Samara disse.— Oi de novo. — Ela fala, sentando no chão e cruzando as pernas.— Oi senhora... — Pietro cobre a cabeça com o capuz da blusa, se encolhendo nervoso.Ali, Larissa começa a conversar com ele. Pietro, sempre muito acanhado, responde só o que Larissa perguntava, até que ela toca em um assunto que para o pequeno dói muito: sua amada mãe.— Não fala da minha mãe. — Ele sai correndo dali, Larissa corre atrás dele, preocupada. Ela não havia falado nada demais, apenas perguntado o nome da sua mãe. Ao correr, Pietro cai no chão, derrubando a foto que ele segurava com tanto carinho.— Ei, espera, por favor, você deixou cair isso. — Larissa se abaixa e pega a foto. Ao
Depois da emoção do reencontro dos dois, Larissa apresenta o pequeno para Agatha, que não parava de chorar com a confirmação de que Pietro era realmente seu neto.Mesmo sem ouvir a explicação de Hugo, Larissa conseguiu entender, que Agatha tinha a ver com o afastamento de Sara, e juntou as peças de que ela não sabia da gravidez, então preferiu ficar em silêncio. Agora que a mãe de Ramon está se recuperando, ela não quer estragar tudo. Quando Agatha estiver bem, Larissa sabe que ela mesma irá contar.Ramon agilizou no mesmo dia os documentos e o teste de DNA, que comprovou sua paternidade. Larissa pediu à madre o endereço para poder visitar Sara, ela quer ver se consegue ajudá-la de alguma forma.Cinco dias se passaram, o pequeno se adaptou bem na mansão, apesar de ainda estar triste, pois desde que veio para cá, ele não soube notícias de sua amada mãe.A pequena Poliana se encantou desde o primeiro instante que viu Pietro, como se fossem almas gêmeas. Ramon estava um pouco com medo de
No caminho para a clínica, Pietro fica nervoso.— Papai, será que a mamãe vai querer me ver? — Sua voz é baixa, meiga, demonstrando toda a insegurança que ele está sentindo nesse momento.— Meu amor, sua mamãe te ama, olha tudo o que ela fez por você. Tenho certeza de que ela ficará muito feliz em te receber. — Ramon responde, desviando os olhos da direção por alguns segundos.— É que já faz tanto tempo...Larissa e Ramon conversam com ele, em alguns momentos ela se emociona, pois sabe o quanto ele ama Sara e tem medo de que algo aconteça com ela, fazendo com que o pequeno sofra ainda mais.— Chegamos. — Ramon fala, parando o carro no estacionamento e tirando o cinto de segurança. Ao descer, pega Poliana no colo e percebe que Pietro está encolhido, com as mãos debaixo das pernas, seu olhar está distante. — Ei, campeão, vamos lá. Você comprou um presente tão lindo para ela, vai desistir de entregar? — Ele entrega a pequena Poliana para Larissa e pega seu filho no colo.— Sua mãe ficará
A devastadora notícia do falecimento de Sara lançou uma sombra sobre o restante do dia do casal. Ramon se encontrava em um dilema sobre como revelar ao seu filho que sua mãe havia partido, mas estava convicto de que não poderia ocultar uma verdade tão significativa.A viagem de volta à mansão foi permeada por um silêncio ensurdecedor. As palavras pareciam ter se esvaído, deixando para trás apenas a incerteza de como expressar o inexprimível. Pietro, o adorável menino de olhos encantadores, estava radiante de alegria, ansioso por reencontrar sua mãe amada.Ao cruzarem os imponentes portões de ferro e o carro finalmente parar, Pietro correu para compartilhar com Patrícia e Hugo que Sara estava melhorando, descrevendo com entusiasmo cada detalhe de sua conversa. A imagem do sorriso radiante de Sara dominou seus sonhos naquela noite interminável. Larissa, por sua vez, mal conseguiu comer e não encontrou o sono, atormentada pela preocupação com a reação de Pietro. Apesar de ter compartilhad
À medida que os dias se passavam, Larissa testemunhava os pequenos progressos de Pietro em sua jornada de superação. No entanto, no início, foi um desafio para ele lidar com a perda. Nas terapias, o menino parecia ter regredido, como se tivesse finalmente compreendido que sua mãe não voltaria mais. À noite, acordava assustado, gritando por ela. Larissa, ciente da dor que Pietro estava enfrentando, empenhou-se ao máximo para mostrar ao garoto que ele nunca estaria sozinho. Ela fez o possível e até o impossível para transmitir amor, conforto e segurança a ele. Suas constantes demonstrações de apoio e afeto construíram uma nova relação de confiança entre eles.Após dois meses do doloroso enterro, Pietro ainda sentia intensamente a falta de sua mãe todos os dias. Era uma dor que parecia não ter fim. No entanto, com o amor incondicional e a dedicação de sua nova família, aos poucos o menino começou a encontrar uma luz no fim do túnel. O carinho e a atenção que recebia de Larissa e dos outro