Mamãe, veja: Papai se ajoelhou de novo
Mamãe, veja: Papai se ajoelhou de novo
Por: Roxanne
Capítulo 0001
Hoje era o dia do segundo aniversário de casamento. Stéfanie Amaral havia preparado a refeição com cuidado e esperado o dia todo pelo retorno de Douglas Catelli, mas ele não havia retornado.

Meio minuto atrás, Manuela Catelli, sua cunhada, lhe enviou um áudio pelo WhatsApp, e Stéfanie finalmente soube o motivo de seu marido não ter voltado para casa:

"A Carol voltou, e você, uma mera substituta dela, se prepare para vazar daqui!"

Junto com o áudio, veio a foto de uma mulher aconchegada tímida e docemente nos braços de um homem, que a olhava com uma ternura que Stéfanie nunca tinha visto antes.

Stéfanie ficou sentada ali, sentindo o corpo congelar de dentro para fora.

Ouviu-se passos, a sogra Débora Pascal se aproximava com dona Lurdes atrás dela carregando uma tigela de sopa medicinal. O líquido preto e amargo encheu o ar com um cheiro pungente, fazendo o estômago de Stéfanie revirar.

Ela se levantou, pálida:

- Mãe, não estou me sentindo bem, posso não tomar hoje...

Débora, com o rosto sombrio, ordenou:

- Dona Lurdes, sirva o remédio para a jovem senhora!

Dona Lurdes, de forma rude, agarrou o cabelo de Stéfanie e a forçou a beber, o líquido escuro escorrendo pelos cantos da boca, fazendo-a engasgar e lágrimas escorrerem pelo rosto.

Quando todo o remédio foi tomado, dona Lurdes soltou seu aperto. Stéfanie se ajoelhou ao lado do lixo e vomitou em seco, com suor frio na testa.

- Que mimada! Uma galinha que não bota ovos, para que ela serve!

- Senhora, não fique zangada, a raiva prejudica a saúde...

Os passos se afastaram, e Stéfanie ficou ajoelhada ali, com lágrimas caindo pelo rosto.

...

Às duas da manhã, Stéfanie finalmente viu a pessoa que estava esperando.

A figura alta de um homem entrou pela porta e ela correu até ele, ansiosa para perguntar sobre aquela foto, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, foi recebida com uma enxurrada de beijos.

Stéfanie congelou, lutou, mas sua resistência pareceu estimular o homem, que a beijou mais ferozmente e com mais domínio. Palmas quentes apertaram sua cintura fina e a levaram em direção à cama grande.

Ela foi pressionada debaixo de seu corpo, o hálito quente do homem caía sobre seus ombros e pescoço brancos como porcelana e ligeiramente frios, quase queimando sua pele.

- Não... Querido, eu preciso conversar com...

Suas palavras foram bloqueadas pelos lábios dele. Ela fechou os olhos, se perdendo gradualmente no cheiro dele.

No entanto, o cheiro de uma mulher desconhecida ecoando entre suas narinas esta noite era um lembrete constante de que seu marido havia estado com outra mulher havia pouco tempo.

Essa mulher era o primeiro amor dele, e ela não podia mais se enganar.

De repente, o homem soltou um grunhido abafado. Ela o havia mordido.

Com um estalo, Douglas acendeu a lâmpada de cabeceira.

A luz amarelada iluminava seu rosto frio e austero, realçando sua beleza inegável. O homem era sem dúvida bonito, com sobrancelhas arqueadas, nariz reto e lábios finos acompanhados por olhos gelados. Naquele momento, um pequeno traço de vermelho sangue nos lábios acrescentava uma malícia proibida àquela face.

Seus olhos escuros e profundos já haviam perdido completamente qualquer traço de desejo. Ele a encarava com um olhar gélido e impiedoso, sua voz carregada de arrogância e indiferença habitual:

- Stéfanie, o que deu em você de novo?

Stéfanie agarrou os lençóis com força:

- Te esperei o dia todo, você estava tão ocupado assim?

Douglas se apoiou nos braços, parecendo um pouco impaciente:

- Só por causa disso? - Ele se virou e saiu da cama. - Estou muito ocupado para brincadeiras insignificantes de comemoração com você como se ainda fosse uma garotinha. Se você está entediada, pode ir fazer compras no shopping para espairecer.

Stéfanie olhou para o cartão preto que o homem jogou em cima dela, sentindo um amargor no coração.

Aos olhos dele, ela também era uma garota pobre do interior, interesseira e sem vergonha na cara que roubou o noivo da irmã só pelo dinheiro dele?

Ele estava muito ocupado, mas tinha tempo para a irmã mais velha dela.

Stéfanie mordeu o lábio:

- Ouvi Manuela dizer que minha irmã voltou...

O comportamento do homem esfriou:

- Stéfanie, você já conseguiu tudo o que queria, não se atreva a tentar forçá-la a ir embora!

O rubor que havia surgido no rosto de Stéfanie, por causa dos atos íntimos entre eles momentos atrás, já tinha desaparecido completamente. Então, até mesmo ele acreditava que ela havia cruelmente expulsado sua irmã e tomado tudo dela sem escrúpulos?

Mas ela era a verdadeira jovem senhorita da família Bastos, com quem ele estava comprometido desde a infância!

Quando criança, ela foi perdida pela babá, e Carolina, por ser parecida com ela, foi adotada pela família Bastos.

Havia mais de dois anos, quando Stéfanie foi encontrada e trazida de volta, no dia seguinte Carolina caiu escada abaixo, e todos a acusaram de tê-la empurrado. Antes que ela pudesse provar sua inocência, Carolina desapareceu silenciosamente do hospital, deixando o país.
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