Como disse no início da história, a única certeza é a morte. E para quem sempre viveu em função dos seus planos, engravidar, sem ter ideia de quem era o pai da criança, num lugar totalmente novo, logo no início da sua pesquisa, foi um grande choque para Thalia e a fez refletir um pouco sobre como estava a levando a vida dela.
No dia que a Kiah foi gerada, foi um dos dias mais felizes e divertidos da vida de Thalia e não tinha feito nenhum plano. A sua filha era o melhor presente que ela, nunca imaginou receber e também não estava nem em sonhos mais loucos ou nos seus planos mais distante. Thalia não planejava ser mãe, mas amou ser. Por conta disso, ela colocou o seu nome de Kiah que tem origem no galês e significa “o começo de uma nova estação”. Não me pergunte o motivo do galês, também nunca entendi. Thalia era um bom mistério.Contudo, vamos voltar a história, Thalia voltou agora para sua cidade natal, puxando de um lado duas malas e do outro segurando uma mãozinha pequenininha. Com uma oferta de trabalho que recebeu, pareceu para ela uma boa ideia voltar, ainda mais, teria uma chance de apresentar sua filha ao seu pai biológico, embora tenha medo da sua reação, achava esse encontro necessário para sua filha.— Kiah, chegamos na cidade da mamãe. Que tal ligar para sua madrinha para avisar que chegamos? — Thalia estava animada com o retorno.— Vou ligar agora, mamãe! — Kiah faz uma chamada de vídeo com Marly — Madrinha, olha onde a Kiah tá!...*CHAMADA ON *...— Você já chegaram? Nem me avisaram para eu pegar vocês. As senhoras vão ficar onde? Podem ficar aqui na minha casa. Eu vou amar apertar a Kiah toda hora.— Disse Marly com um sorriso enorme. Estava feliz de ter aquelas duas por perto.— Mamãe disse que vou ficar em um hotel muito legal até a casa da Kiah ficar pronta. A madrinha vem visitar a Kiah? — Kiah perguntou a madrinha, que não resistia a nenhum pedido dela— Qual o hotel, Tata? Quero abraçar minha afilhada linda. Ela está enorme — Marly falou já arrumando a bolsa para sair.— Afoz. Vamos andando e sua madrinha nos encontra lá. Ela já está se arrumando para sair. Perturbada como sempre. Não mudou — Thalia disse rindo para filha— Até já, madrinha, beijos. — se despediu desligando o celular da mãe e guardando o telefone na bolsa...* CHAMADA OFF *...O hotel era bem perto de onde elas estavam. Apenas há alguns minutos do aeroporto, logo chegaram.— Mamãe vai liberar o quarto, você fica aqui esperando e com a super nossos de cuidar das nossas malas? — Diz Thalia para a filha— Combinado, mamãe — Kiah concorda com sua nova missão.Enquanto a mãe resolvia todas as burocracias do hotel para liberação do quarto, a Kiah observa um homem que chamo muito a sua atenção. Ela deixa as bolsas e corre em direção a ele, que estava no bar, próximo às piscinas, mas ela acaba tropeçando e caindo nas suas pernas.— Você está bem? — Pergunta ele levanto Kiah e conferindo se ela estava ferida, limpando a poeira das suas roupas.— Agora estou melhor do que nunca estive. Muito obrigada. — Ela fala abraçando ele com força— Você está perdida? Quer ajuda para encontrar sua mãe. — perguntou ele buscando adultos que estivessem a procurar crianças.— Não, estava procurando você — Ela diz sorrindo para ele. Deixando ele totalmente confuso.— Eu? Porquê você estaria me procurando — Ele olhou para ela super confuso com toda situação— Você é meu pai, eu sempre quis te conhecer. Te procurei muito. Ainda bem que te encontrei, papai. — Kiah fala voltando a abraçar ele.— Acho que você deve tá me confundindo com alguém. Me desculpa. Posso te ajudar a encontrar ele — disse ele incrédulo com o que a menina estava dizendo.— Não tem erro, fiz um teste de compatibilidade, você acredito que fez o mesmo quando era adolescente e os seus dados ficaram no arquivo da clínica. E acabamos combinando — Kiah falava, mas ele ficava ainda confuso com o que ela dizia.— Vamos procurar a sua mãe e conversar com ela sobre isso. Tenho certeza que é um engano. Não tem chance de eu ser seu pai — Ele se levanta, colocando ela no colo e procurando alguém.— Qual o nome da sua mãe?— Thalia Vaz, a melhor neurocirurgiã do mundo inteiro — Ela disse com o sorriso enormeQuando ele ouviu o nome Thalia Vaz, ele sentou na mesma hora. Pode ser coincidência? Tinha que ser. Não tinha como aquilo ser real. Aquela mulher havia desaparecido. Ele procurou ela por muito tempo.— Qual a sua idade? — Ele estava começando a ficar cada vez mais certo que a menina nos seus braços poderia ser mesmo a sua filha, mas isso era mesmo assim absurdo.— Tenho 5 aninhos! — Falou ela mostrando a palminha das mãos para ele.— Onde está a sua, mãe? — Ele perguntou olhando ao redor e não encontrando nem sinal dela.— Aí! Esqueci dela. Mamãe vai ficar furiosa! Eu fugi dela. Ela não vai me tirar do castigo nunca. Papai, ajuda-me. — Ela fala quase chorando nervosa com a ideia do castigo.— Calma, onde ela estava? Vamos explicar a ela primeiro tudo — Ele precisava reencontrar aquela mulher. Era um desejo que ele buscou por anos e ela simplesmente reaparece.Eles vão em direção a receção, nem chegaram a entrar e já se ouvia os gritos lá fora. Thalia estava realmente brava, nervosa. Se percebia na voz dela o desespero. Quando ela se virou e viu a filha, parecia que não exista nada e ninguém, ela correu em direção da filha pegou nos seus braços do homem sem nem notar ele, abraçou Kiah forte, caiu no chão e começou a chorar de alívio.— Mamãe, eu tô bem, fui só encontrar papai — Kiah disse enquanto limpava as lágrimas dos olhos da mãe com as mãozinhas pequenas.— Seu pai? Como você sabe quem é seu pai? — Ela falou confusa e olhando para cima devagar, quando ela fixou o olhar e percebeu que realmente era ele deu um grito e foi para trás — Como você conseguiu descobrir quem era e achar ele?— Internet — Disse Kiah abraçando ela— Quê? Internet? Se acha até isso na internet? E porque não me contou, teria feito o encontro antes de vocês, sua sapeca— falou a mãe um pouco mais calma— Podemos conversa num lugar mais reservado? Estão todos olhando para nós e penso que temos muito o que conversar. — Falou ele apontando para uma sala no canto.— Ah! Desculpa o escândalo. Kiah nunca esteve nesse país e não conhece ninguém. Por isso me desesperei quanto ela sumiu. — Thalia explica enquanto acompanhava ele para a sala reservada.— Pronto! Aqui creio que ninguém vá nos incomodar. Pode começar a história do começo? Como assim, eu tenho uma filha? — Ele perguntava totalmente chocado encarando ela.— Kiah, estamos no quarto 1203, pode subir com as malas? Um funcionário vai te guiando até ele. Você espera o seu pai lá, certo? Tenho certeza que ele vai lá falar com você. Não se preocupe. — Falou Thalia beijando o rosto da filha— Promete? Jura de dedinho? — Ela mostra o dedo para mãe prometer— A sua mãe já te enganou? — Thalia faz cara feia e a filha sorrir— Não, sempre posso confiar na minha mamãe. Até já mamãe e papai.— Falou Kiah enquanto saia da sala.Eles se olharam um bom tempo até que Thalia quebrou o silêncio.— Eu sei que é bem tarde para isso, mas meu nome é Thalia Vaz. Qual o seu? — Ela não tinha ideia do nome dele até hoje— A senhora não sabia o meu nome e nem quem eu era? — perguntou ele chocado ao saber dessa informação— Não, não fazia ideia. Pedi a Marly, uma amiga minha, para descobri assim que descobri que eu estava grávida, mas ela não lembrava do seu rosto direito também. Estávamos um pouco loucas naquele dia.— Thalia falou olhando para as mãos— Acredito qu
Um tempo depois o Santiago bate na porta do quarto que a Kiah estava esperando por eles. Ela estava tão ansiosa que fez quase um buraco no chão de tanto andar de um lado para o outro.— PAPAI — Ela fala correndo para seus braços — mas cadê a mamãe?— Eu pensei que ela estaria aqui, ela saiu antes de mim da sala — Falou pensando onde ela poderia ter ido— Você chateou a mamãe da Kiah? — Ela falou se afastando dele. Seu sorriso tinha sumido.— Eu não fiz nada — Santiago se defendeu— Não quero mais esse papai — falou com os olhos cheios de lágrimas — Não era assim o papai que eu imaginei e queria.— Kiah, não chora. Vamos conversar eu não disse nada demais. Só falei que estava noivo. E acho que não era bem o que sua mãe esperava. As coisas de adultos são complicadas. Vamos conversar. — Santiago tentava dialogar, mas era inútil. Kiah não queria papo. Sem a mãe dela, não tem vez com ela.— Se papai tem outra família, não precisa da Kiah! VÁ EMBORA! Kiah não quer você. Vá ficar com sua fam
No hospital tudo se resolveu com um beijo no rosto para sarar, Kiah havia aprendido com a mãe. Depois de Thalia muito bem curada por sua filha, voltou ao que estava fazendo antes de ser interrompida, deu as boas notícias aos familiares que a abraçaram e comemoraram muito o sucesso da cirurgia. Ela tinha ainda duas cirurgias hoje. Enquanto isso, a Kiah ficava desenhando despreocupadamente na recepção do hospital.No carro do Sr. Santiago a coisa não estava bem. Karen não parava de gritar e ele não falava nenhuma palavra.— Você viu? Aquela fedelha sem educação me chutou e a vadia da mãe me ameaçou. Bando de classe baixa. Não sabem nem o seu lugar. Vou fazer todos caírem. Eu? Não. Você! Aquele é o hospital do seu pai. Mande ele despedir aquela prostituta. — Karen ordenou encarando o Santiago que estava em silêncio. — Se você não demitir elas, eu mesmo falo com o seu pai para fazer isso. Espero que você tenha me entendido. Essas vadias devem voltar do buraco de onde vieram. Desaparecerem.
Eles estavam tendo uma boa conversa de pai e filha, muito sincera. A Thalia não queria atrapalhar aquele momento entrando, ficou esperando do lado de fora, acabou ouvindo mais do que estava esperando.— Papai, o que fará com a malvada da Karen? — Kiah perguntou ao seu pai o encarando severamente.— Vou conversar com o seu avô sobre as formas da quebra de contrato de negócio. E não diga que eu troquei você e a sua mãe. Ela é especial para mim, você é minha única e querida filha. Quero aprender tudo sobre você. E saber o que perdi nesses cinco anos que estive fora da sua vida. Você me deixa fazer parte da sua vida? — Santiago decidiu optar por uma abordagem mais lenta com a Kiah. Dando espaço para ela, entrando pouco a pouco em sua vida. Respeitando seu limite.— Claro que deixo, papai! Me leva para conhecer meu avô? Quero conhecer ele também — Kiah gritou animada com a dia. Ela não conhecia ninguém da família da sua mãe. Na verdade, Thalia pouco falava sobre o assunto, quando Kiah pergu
No caminho do hotel para a mansão a Kiah falou muito sobre ela, seus amigos e suas preferências. O seu avô estava cada vez mais encantado com aquela pequenina. Ainda mais pela ligação linda que ela tinha com sua mãe. A Kiah parecia uma criança bastantw feliz, não faltava absolutamente nada para ela, o choro de Thalia era compreensível, mas a Kiah recebeu da mãe o suficiente para não sentir falta do que estava ausente na sua vida até aquele momento. George percebeu isso em poucos minutos conversando com Kiah. Ela queria uma família não por sentir que faltava amor na vida dela, mas por achar divertido uma vida em família. Foi assim que viu a família dos amigos dela. Thalia tinha entendido tudo errado.Chegando na mansão, Kiah ficou deslumbrada com o lugar, era enorme, ela não tinha visto nada como aquilo antes, ela imaginou que estava em uma castelo, não tinha como não se encantar, Kiah ficou correndo de um lado a outro sorrindo. Se divertia com sua nova morada. Se sentindo uma verdadei
Subindo as escadas, todos estavam em silêncio, depois da maldição proferida pela bruxa. da Karen. Houve uma batida forte de porta e um som carro rasgando que parecia ter rompido o vento. Kiah, ainda preocupada com a sua mãe, que parecia triste, colocou as suas duas mãozinhas no seu rosto e a fez olhar para ela. Thalia olhou nos olhos da filha, queria compreender e entender os sentimentos de Kiah, era um momento conturbado e de grande mudanças para ela, mesmo não sendo a área de atuação de Thalia, a psicologia, ela compreendia a importância de validar e entender os sentimentos da criança. Não podia apenas ignorar o que a Kiah estava sentindo depois de ver e ouvir tais coisas. Ela estava escolhendo as palavras certas para falar a filha. Antes que ela pudesse falar a Kiah falou:— A Mamãe não deve se preocupar, toda bruxa sempre acaba se dando mal no final. Vi em vários filmes. A princesa fica com o príncipe e vivem felizes para sempre. E se a Kiah é princesa, a mãe e o pai da Kiah també
Após apresentar os quartos a Thalia, Santiago acompanhou ela até a sala de jantar. Como a mansão era muito grande, ele estava com medo que ela não encontrasse, não seria a primeira vez que alguém se perderia naquela casa. .— Chegaram, estávamos morrendo de fome. Kiah estava quase indo buscar vocês. Já estava contando o castigo que vocês mereciam por atrasar para o jantar.— George comenta se divertindo com sua neta— Eu estava planejando mesmo, não se pode deixar crianças com fome e não se deve atrasar para o jantar. É errado — Kiah fez o alerta. Perigo. Crianças com fome podem ser violentas.— Então vamos jantar. Não queremos ficar de castigo — Thalia disse enquanto senta sorrindo, gostando do que via. Sua filha parecia feliz e se divertindo com tudo.— Thalia, quando pretende assumir o hospital? — Pergunta George curioso. Sempre quis que ela aceitasse a herança que sua mãe deixou para ela, mas ela nem ao menos foi para abertura do testamento, funeral ou enterro da mãe. Thalia nunca
Thalia mesmo com sono, decidiu organizar algumas coisas no quarto, retirando o que era mais necessário e oportuno ter as mãos. Logo que terminou, foi checar sua Kiah no quarto, ainda estava se sentindo estranha de dormir separada dela. Quando entra no quarto, se depara com Santiago adormecido na cama e a filha lendo o livro sozinha.— Shiiiii! — Kiah fez o som colocando seu dedo na boca, pedindo silencio para a sua mãe.— Pensei que a ideia era ele colocar você para dormir? — Thalia disse cochichando para filha, tinha humor na sua voz.— Kiah é melhor que ele nisso — Kiah respondeu a mãe com um sorriso vitorioso— Estou percebendo bem isso — Thalia disse se aproximando e deitando na cama ao lado da filha. Ela queria ficar um pouco mais com Kiah.— Mamãe, pode ficar aqui até eu dormir? — Kiah pediu para mãe— Seu pai está com você, minha princesa — Thalia queria muito dormir com a filha, mas podia causar um disconforto para Santiago isso.— Eu queria adormecer com os dois só por hoje.