O nascimento dos gêmeos ocorreu bem, Santiago desmaiou assim que a bolsa estourou. Kiah riu o caminho inteiro enquanto levavam a mãe ao hospital. O parto foi calmo. Os bebês nasceram sem problema. Santiago chorou quando pegou os seus filhos nos braços pela primeira vez.— Eu não sei o que estou sentindo, mas meu coração parece que vai explodir — ele disse olhando para Thalia— Dizem que você as mulheres se tornam mãe assim que engravidam, mas os pais, assim que vem os filhos pela primeira vez. Ouvi isso algumas vezes já. — Thalia disse para Santiago que chorava.— Sabe Thalia, eu te amo. Obrigado por entrar na minha vida naquela noite. Você mudou ela. Tudo que eu acreditava, que achava ser certo, você me mostrou outro. Me ensinou valores que eu nunca imaginei que existiam. Obrigado me fazer crescer e amadurecer. — Santiago disse se aproximando dela, passando um dos bebês para ela.— Eu também amo muito você. Você me mostrou a felicidade. Que a vida pode ser bem mais do que imaginamos.
No terceiro dia após a cirurgia ele acordou, estava muito confuso. Thalia foi chamada ao hospital, mas dessa vez, ela chamou apenas o Santiago. Ela não queria envolver os seus filhos com aquele homem.Santiago e Thalia foram direto para o quarto. Ao entrar o senhor olhava para eles dois confuso. Não fazendo a menina ideia do que estava acontecendo.— Bom dia, me chamo Thalia, sou sua médica, fui a pessoa que fez a sua cirurgia e a responsável por você. Como se sente? — Thalia disse sorrindo tentando não demostrar irritação. Só olhar para ele alterava o seu humor.— Me sinto confuso. Quem é você? E te mandou? — Ele perguntou a Thalia.— Eu? Ah. Irei me apresentar melhor então. Me chamo Thalia Vaz. A minha mãe Era Beth Vaz, a mulher que o senhor não apenas infernizou a vida, mas também fez questão de tirar a vida dela. Me deixando órfã. Acredito que agora saberá bem quem sou. — Thalia disse nenhum pouco simpática.— Você é a minha filha? — Ele disse com os olhos lacrimejando— Monstros
Não sabemos do futuro, alguns dizem até que a única informação definitiva que temos em nossas vidas é a morte, bem triste, não? Uma verdade dura e amarga. A nossa protagonista não queria pensar dessa forma, Thalia Vaz era desde pequena uma estudante bastante dedicada. Definiu as suas metas e sonhos ainda bem nova. Iria ser neurocirurgiã. Estava decidida. Sempre foi considerada controladora, nunca gostou que nada, absolutamente, saísse dos seus planos.Ainda que tivesse essa personalidade bem forte, quando entrou aos seus 18 anos no curso de medicina, chamava bastante atenção. Como não chamaria? Uma bela ruiva, com 1,70, com as suas curvas bem definidas, proporcionas e com um sorriso cativante. Não tinha como não brilhar, mesmo com os todos os seus defeitos.Mesmo com vários pedidos, investidas, declarações, ela nunca dava abertura para algum garoto se aproximar. O seu foco realmente estava em crescer e na sua graduação, não estava nos seus planos um relacionamento, nada agrega ao seu
Chegando no bar da boate estava uma promoção de tequila dobrada, elas duas inventaram logo um concurso de quem aguentava mais doses. O que acabou tomando uma proporção enorme, com 12 pessoas participando e uma após a outra caindo da cadeira derrubados pela tequila. As vencedoras foram as duas bêbadas que agora estavam dançando loucamente no meio da boate, detalhe importante, Thalia não conhecia nenhuma das músicas que estava tocando e muito menos sabia dançar, mas claramente ela estava muito bêbada para lembrar desse detalhe. E estava se divertindo demais para se modificar também.Depois de algumas músicas totalmente aleatórias e desconhecidas para nossa protagonista, alguns desequilíbrios, tombos e com apenas um salto já na mão. Os olhos de Thalia encontram o cara da gravata. Que facilitou a entrada delas na boate. Ele estava no camarote.— ACHEI! — Fala Thalia rindo e apontando para ele lá em cima do camarote.— Oh, isso explica o motivo das pulseira do camarote, deveríamos ter proc
Como disse no início da história, a única certeza é a morte. E para quem sempre viveu em função dos seus planos, engravidar, sem ter ideia de quem era o pai da criança, num lugar totalmente novo, logo no início da sua pesquisa, foi um grande choque para Thalia e a fez refletir um pouco sobre como estava a levando a vida dela.No dia que a Kiah foi gerada, foi um dos dias mais felizes e divertidos da vida de Thalia e não tinha feito nenhum plano. A sua filha era o melhor presente que ela, nunca imaginou receber e também não estava nem em sonhos mais loucos ou nos seus planos mais distante. Thalia não planejava ser mãe, mas amou ser. Por conta disso, ela colocou o seu nome de Kiah que tem origem no galês e significa “o começo de uma nova estação”. Não me pergunte o motivo do galês, também nunca entendi. Thalia era um bom mistério.Contudo, vamos voltar a história, Thalia voltou agora para sua cidade natal, puxando de um lado duas malas e do outro segurando uma mãozinha pequenininha. Com
— Kiah, estamos no quarto 1203, pode subir com as malas? Um funcionário vai te guiando até ele. Você espera o seu pai lá, certo? Tenho certeza que ele vai lá falar com você. Não se preocupe. — Falou Thalia beijando o rosto da filha— Promete? Jura de dedinho? — Ela mostra o dedo para mãe prometer— A sua mãe já te enganou? — Thalia faz cara feia e a filha sorrir— Não, sempre posso confiar na minha mamãe. Até já mamãe e papai.— Falou Kiah enquanto saia da sala.Eles se olharam um bom tempo até que Thalia quebrou o silêncio.— Eu sei que é bem tarde para isso, mas meu nome é Thalia Vaz. Qual o seu? — Ela não tinha ideia do nome dele até hoje— A senhora não sabia o meu nome e nem quem eu era? — perguntou ele chocado ao saber dessa informação— Não, não fazia ideia. Pedi a Marly, uma amiga minha, para descobri assim que descobri que eu estava grávida, mas ela não lembrava do seu rosto direito também. Estávamos um pouco loucas naquele dia.— Thalia falou olhando para as mãos— Acredito qu
Um tempo depois o Santiago bate na porta do quarto que a Kiah estava esperando por eles. Ela estava tão ansiosa que fez quase um buraco no chão de tanto andar de um lado para o outro.— PAPAI — Ela fala correndo para seus braços — mas cadê a mamãe?— Eu pensei que ela estaria aqui, ela saiu antes de mim da sala — Falou pensando onde ela poderia ter ido— Você chateou a mamãe da Kiah? — Ela falou se afastando dele. Seu sorriso tinha sumido.— Eu não fiz nada — Santiago se defendeu— Não quero mais esse papai — falou com os olhos cheios de lágrimas — Não era assim o papai que eu imaginei e queria.— Kiah, não chora. Vamos conversar eu não disse nada demais. Só falei que estava noivo. E acho que não era bem o que sua mãe esperava. As coisas de adultos são complicadas. Vamos conversar. — Santiago tentava dialogar, mas era inútil. Kiah não queria papo. Sem a mãe dela, não tem vez com ela.— Se papai tem outra família, não precisa da Kiah! VÁ EMBORA! Kiah não quer você. Vá ficar com sua fam
No hospital tudo se resolveu com um beijo no rosto para sarar, Kiah havia aprendido com a mãe. Depois de Thalia muito bem curada por sua filha, voltou ao que estava fazendo antes de ser interrompida, deu as boas notícias aos familiares que a abraçaram e comemoraram muito o sucesso da cirurgia. Ela tinha ainda duas cirurgias hoje. Enquanto isso, a Kiah ficava desenhando despreocupadamente na recepção do hospital.No carro do Sr. Santiago a coisa não estava bem. Karen não parava de gritar e ele não falava nenhuma palavra.— Você viu? Aquela fedelha sem educação me chutou e a vadia da mãe me ameaçou. Bando de classe baixa. Não sabem nem o seu lugar. Vou fazer todos caírem. Eu? Não. Você! Aquele é o hospital do seu pai. Mande ele despedir aquela prostituta. — Karen ordenou encarando o Santiago que estava em silêncio. — Se você não demitir elas, eu mesmo falo com o seu pai para fazer isso. Espero que você tenha me entendido. Essas vadias devem voltar do buraco de onde vieram. Desaparecerem.