Lívia
Dois meses se passaram. Eu tive alta nos primeiros dias, mas os bebês não, pois precisavam de mais tempo em observação, mas estavam ganhando peso e estavam saudáveis. Me recusei a ir para casa, então o quarto do hospital particular virou quase minha casa e de Demétrio, visto que ele também não quis ir embora, apenas ia buscar o necessário na fazenda e voltava.
Meu pai e Maria vieram nos visitar várias vezes e quando contei que seu neto se chamaria Heitor ele chorou de felicidade e orgulho. No mês anterior meu irmãozinho nasceu, de parto normal, muito saudável.
Aquele era um dia muito especial. Meus filhos estavam fazendo dois meses e iríamos levá-los para casa.
Ao chegarmos na fazenda, Maria e meu pai juntamente com Sônia e Fredéric haviam preparado uma comemoração de boas-vindas pa
Alguns anos depois...— Linda, chegaremos atrasados. — Demétrio chamou sua esposa, que se olhava pela décima vez no espelho — Já coloquei as crianças no carro.— Espera, já vou, preciso estar bem na minha formatura. — Lívia falou e Demétrio sorriu.— Você está maravilhosa com essa roupa e também estava com todas as outras dez que você experimentou.Lívia sorriu e girou para ele que estava na porta.— Estou pronta. — ela disse e Demétrio soltou um suspiro de alívio.— Você está simplesmente maravilhosa. — elogiou a esposa.— Obrigada. — ela sorriu para ele — Pegou a cobertinha roxa da Sofia?— Sempre. A última vez que me esqueci, me arrependi amargamente, ela não dorme sem esse cobertor. A menina é brava.&mdash
— Rápido! Aqui! Alguém me ajude, minha esposa desmaiou! — Demétrio gritou entrando no hospital, desesperado.Os enfermeiros correram para ele empurrando uma maca e ele colocou-a sobre ela.— Senhor, precisamos que aguarde aqui sua esposa passar pelos primeiros socorros. — uma enfermeira informou antes de desaparecer com sua esposa pelo corredor.Demétrio estava tremendo, com tanto medo de que fosse algo grave. Lívia era tão forte, já era adulta mas para ele, ainda era sensível e que precisava de seus cuidados. Após meia hora, Demétrio andava de um lado para o outro preocupado passando as mãos pelos seus cabelos.— Senhor, sua esp
LíviaOlhei aflita para o relógio pela décima vez. Já era meio dia e quarenta e três. Meu pai havia me dito que viria me buscar ao meio dia, e eu estava contando os segundos com a ansiedade a ponto de me enlouquecer. Minhas coisinhas, que não eram muitas, estavam arrumadas há algumas horas em uma mala velha que peguei escondido no quarto de Mariana, minha mãe.Eu estava grata que ela nem o namorado estavam em casa e também muito ansiosa e feliz por finalmente sair daquele lugar, com eles estando presente, eu não poderia ao menos sorrir de alívio, visto que até meu sorriso incomodava a mulher que me deu a luz.Conforme os minutos se passavam e meu pai não chegava, era inev
LíviaDurante o caminho conversamos sobre muitas coisas, inclusive mais uma vez tocamos no assunto do tempo em que ficamos separados por culpa de Mariana que escondeu de ambos nossa existência.Foi o dia de mais euforia da minha vida quando eu estava limpando em cima do guarda roupas da minha mãe que havia ordenado que eu faxinasse toda a casa naquele dia, e encontrei uma caixa velha e empoeirada, não resistindo a curiosidade, olhei dentro. Acabei encontrando fotos dela com um homem que imediatamente lembrou-me de mim mesma, por tamanha semelhança.Eles pareciam jovens, acho que tinham minha idade, dezessete anos. Também havia um número de telefone rabiscado atrás da foto. Imediatamente soube que era meu p
DemétrioAbri os olhos num susto, como se meu corpo estivesse me acordando automaticamente por causa da rotina criada por mim há anos. Busquei meu aparelho celular e verifiquei que horas eram.— Porra, estou atrasado. — exclamei, levantando-me da cama, com raiva —Essa porcaria de despertador não está funcionando! — levei a mão ao pequeno aparelho e o joguei na parede.Passei as mãos pelo rosto, exasperado, sentindo minha cabeça latejar. Ainda meio zonzo da quantidade de álcool que bebi na noite anterior, fui para o banheiro. Tomei um banho rápido, escovei os dentes e me vesti. Peguei meu chapéu e fui em direção ao quarto do meu irmão.
Lívia— Lívia! — ouvi meu pai me chamar.Percebi que havia ficado muito tempo encarando para onde o homem grosseiro foi. Balancei a cabeça e corri em direção a casa.Papai segurou minha mão e entrou comigo, me senti animada e ansiosa para conhecer meu novo lar. Enquanto andávamos, ele pegou uma mecha do meu cabelo fazendo cachinhos e me apresentou a todos os empregados da casa.— Maria e Luísa, essa é a minha filha Lívia, a que eu sempre falava para vocês, finalmente ela está comigo agora. — meu pai me olhou e sorriu dando um beijo na minha testa — Filha, a Luísa cuida da limpeza da cada e a
LíviaPerdida em meus pensamentos sobre aquele homem mas acima de tudo, feliz por estar com meu pai, acabei dormindo. No dia seguinte acordei, escovei os dentes, tomei banho e desci para encontrar meu pai, ele já estava lá embaixo sentado a mesa.— Bom dia. — abriu um largo sorriso ao me ver — Vem filha, junte-se a mim.Fui até ele, o cumprimentei e me sentei para tomarmos café da manhã juntos.— Pai, eu estou tão feliz de estar aqui... — declarei suspirando.— Que bom minha querida. Eu também estou muito feliz por ter você comigo, minha princesa. — ele re
LíviaUma semana se passou desde o dia em que fui morar na fazenda. Estava deitada na minha cama, tarde da noite, vestida com a camisa de um homem arrogante que nunca mais olhou na minha cara, pensando nele, graças a um livro de romance que eu havia lido. Eu não estava apaixonada nem nada, só tinha curiosidade de saber a sensação de estar vestida com a camisa do namorado e era totalmente sem sentido, eu sei.Eu não poderia deixar de me sentir idiota por isso. Eu mal conhecia o cara e já estava assim, e além de tudo, ele era um grosso.Ouvi um barulho lá em cima e rapidamente me sentei, um pouco receosa de que pudesse ser outra pessoa a estar lá, o Demétrio não parecia se