— Sinto muito, Sr. Bento, eu... — Zelda olhou surpresa para Bento ao seu lado, a voz rouca.— Desculpa pelo quê? Por que pedir desculpas? Você realmente mexeu nos cosméticos dela? — Bento, com seus olhos profundos e cativantes, interrompeu-a com um leve sorriso, notando o rubor no rosto de Zelda.Ao ouvir isso, Zelda levantou a cabeça de repente e respondeu com firmeza:— Claro que não.Bento deu de ombros, despreocupado:— Então, se não foi você, por que está se desculpando?Zelda, confusa, murmurou:— Ela trabalha na sua empresa, pensei que...Embora Zelda não tenha completado a frase, Bento entendeu o que ela queria dizer e a provocou:— Você acha que eu sou um idiota incapaz de distinguir o certo do errado?Zelda balançou a cabeça, visivelmente constrangida.Bento então deixou de lado o sorriso, lançou um olhar para Ester e falou sério:— Eu acredito que a Srta. Zelda, por mais ingênua que fosse, não seria tola a ponto de fazer algo que colocasse a si mesma em risco.O olhar de Est
— Pega as imagens da câmera. — Vicente ordenou após um breve silêncio. No mesmo instante, Ester entrou em pânico. Agarrando firmemente o braço de sua agente, começou a chorar desesperada: — Meu rosto tá doendo muito, me leva logo pro hospital! Ela deu um passo à frente, mas Zelda franziu o cenho e se colocou à sua frente: — Assista às imagens antes de sair. — Minha cara tá horrível, preciso de um médico. Sai da minha frente! — Ester, tentando manter a calma, lançou um olhar cheio de intenção para sua agente. A agente avançou para puxar Zelda, mas ela se manteve firme, sem mover um centímetro. Com o olhar decidido, perguntou: — Tá querendo fugir agora que vão ver as imagens? Tá com medo do quê? Ester ficou vermelha de raiva, pronta para retrucar, mas Bento a cortou com um olhar gelado e disse em tom grave: — Ester, fica aqui. Aquele olhar carregava um aviso claro. A perna de Ester, que já estava no ar, hesitou antes de voltar ao chão. Ela se encolheu atrás da agente, páli
“Zelda realmente sabe como fazer, hein? Até o Bento caiu na sua, defendendo você a todo custo! ” Vicente pensou, enquanto sua raiva aumentava ao ver Bento.Ele lançou um sorriso cínico e provocou: — O Sr. Bento não só é apaixonado, como também é persistente. Ficar obcecado por uma mulher com quem teve só um envolvimento ambíguo? Mas não se esqueça, ela é minha!Bento, com um brilho divertido nos olhos, respondeu com calma: — Eu nunca maltrato minhas mulheres. Tenho meus princípios, nunca forço nada. Mas naquela noite, foi a primeira vez que uma mulher me rejeitou... Ele fez uma pausa, lembrando-se da cena, e riu enquanto balançava a cabeça: — Ela disse que faria qualquer coisa, menos ser minha mulher. Com uma mulher tão interessante, fica difícil querer abrir mão. Sr. Vicente, cuide bem dela! Com um olhar rápido para Vicente, cujo semblante havia mudado, Bento sorriu e foi embora com um ar de diversão. Vicente ficou paralisado, as palavras de Bento ecoando em sua mente. —
Vicente entrou na mansão com o rosto sombrio, seus olhos frios vasculharam o ambiente enquanto perguntava: — Onde ela está? — Sra. Zelda foi direto para o quarto assim que chegou. — Respondeu a empregada. Vicente soltou um riso seco, irritado. Pensou consigo: — Então, ela está chateada porque foi mal interpretada? Por isso tá me ignorando agora? Com um gesto irritado, ele arrancou a gravata, encheu uma taça de vinho e se jogou no sofá, relembrando os eventos do dia. A tentativa de Ester de drogar e incriminar Zelda não era difícil de entender. Como amiga de Ada, ela obviamente odiava Zelda e queria vingança. Mas foi burra. Ele jamais permitiria que alguém brincasse com o trabalho dessa forma. A imagem de Zelda, com seu olhar teimoso e ferido, passou pela sua mente, uma expressão cheia de acusações silenciosas de desconfiança. Vicente bufou e subiu as escadas com passos firmes. O quarto estava vazio, mas ele ouviu um som vindo do banheiro. Seu rosto ficou ainda mais s
Vicente colocou Zelda cuidadosamente na cama, agarrou a gola do médico e rugiu, sem perceber o tremor em suas mãos e a urgência misturada com medo em sua voz:— Salve-a! Faça alguma coisa! — Senhor, por favor, acalme-se. Faremos o nosso melhor. — Respondeu o médico, tentando tranquilizá-lo antes de sair apressado. Do lado de fora da sala de emergência, as luzes se acenderam. Vicente ficou parado na porta, com a expressão sombria e os pensamentos confusos. Jonas chegou correndo e, ao ver Vicente coberto de sangue, seu coração disparou. "Será que a Zelda teve uma crise? " pensou ele, chocado. A surpresa logo se transformou em raiva, e ele, sem hesitar, desferiu um soco direto no rosto de Vicente. Completamente desprevenido, Vicente soltou um gemido de dor. Ele bloqueou o segundo ataque e, com os olhos brilhando de fúria, contra-atacou com força. Os óculos de Jonas ficaram tortos, e uma marca de soco apareceu em seu rosto pálido enquanto ele cambaleava para trás. — Vicente,
No quarto do hospital.Zelda estava deitada na cama, seu rosto pálido sem um traço de cor, e sua fragilidade causada pela doença a tornava ainda mais encantadora e digna de compaixão. Vicente estava sentado no sofá ao lado, observando-a. Ele nunca a tinha visto tão vulnerável, e, na verdade, nunca tinha prestado atenção real em sua aparência. Ela era realmente linda, com um rosto fino em formato de coração, olhos profundos e brilhantes como um lago, um nariz delicado e lábios rosados como cerejas. Quando sorria, dois encantadores furinhos surgiam em suas bochechas. Deitada ali, Zelda parecia uma boneca de porcelana, frágil, mas irresistivelmente digna de carinho. Mesmo dormindo, suas sobrancelhas estavam franzidas, como se carregasse uma tristeza infinita, despertando o desejo de alguém suavizar suas preocupações. Sem perceber, Vicente já havia estendido a mão. Os cílios de Zelda tremularam levemente, como asas de borboleta, despertando o homem distraído, e sua mão parou n
Pouco depois da saída de Vicente, Jonas entrou.— Zelda, por que você faz isso? Por que até agora não contou para ele? — Ele se aproximou com um olhar cheio de compaixão e suspirou. — Não, nunca vou contar para ele. Por favor, Jonas, você tem que me prometer que vai manter isso em segredo. — Zelda respondeu, com o olhar vazio fixo no teto branco, mas sua voz era firme. — Eu prometo. Mas você também precisa prometer que vai se internar e começar o tratamento o quanto antes. Não dá mais para adiar! — Jonas suspirou profundamente, toda a raiva que sentia se dissipando ao encontrar os olhos suplicantes de Zelda. — Será que ainda tenho alguma chance? Eu nem sei por quanto tempo mais vou aguentar. Zelda soltou um sorriso amargo e perguntou. — Zelda, não fala assim... Antes que Jonas pudesse terminar, Vanessa entrou correndo no quarto, agarrando a mão de Zelda com o rosto aflito e corado. — Eu ouvi tudo que vocês disseram! Que doença você tem? Por que não me contou? Jonas, ao ver
No quarto, Zelda franziu levemente as sobrancelhas, forçando-se a engolir a comida, apesar do desconforto. Logo sentiu o estômago se revoltar e correu para o banheiro, vomitando o pouco que havia conseguido ingerir. No espelho, viu o reflexo de seu rosto pálido, os lábios sem cor, e um sorriso irônico apareceu. Murmurou para si mesma: — Zelda, você está quase morrendo, e ele nem sabe disso... Mal havia voltado para a cama quando ouviu passos do lado de fora. Ada, com sua aparência impecável e o semblante de uma vencedora, entrou no quarto. — O que você está encenando agora? Tentando se matar para ganhar a piedade dos outros? Ela não sabia o verdadeiro motivo da internação de Zelda, achando que tudo não passava de uma tentativa de chamar atenção. Zelda, indiferente às provocações, respondeu friamente: — O que você quer aqui? — Vim visitar minha querida irmã, claro. Afinal, se você morrer, não poderei ver a cena de tirarem o seu rim, e você não vai poder descansar em paz.