Quando Zelda entrou no carro, percebeu o cheiro de álcool que emanava de Vicente. “Ele estava... acompanhando clientes? Será que interrompi algum negócio importante?”O silêncio no carro era palpável, e Vicente não deu partida imediatamente. Em vez disso, ele permaneceu ali, com os lábios apertados e a testa franzida.Zelda percebeu algo estranho. — Você está bem? Será que sua gastrite voltou a atacar?Parecia que ele estava com muita dor, mas estava tentando esconder, sem demonstrar. Zelda sabia que Vicente sofria de gastrite, que, embora não fosse frequente, quando surgia, causava um desconforto terrível. A última vez que ele teve uma crise foi há dois anos, e precisou ficar alguns dias no hospital para se recuperar.— Eu... eu dirijo, vamos para o hospital.Zelda se aproximou do banco do motorista, colocando o braço de Vicente sobre seu ombro, e segurou sua cintura, tentando apoiar o peso dele em si. No entanto, Vicente era muito alto e Zelda, pequena e delicada, quase não conseg
O rosto de Zelda doía muito depois de ser atingido pelo pesado dossiê, mas ao ver que se tratava do contrato assinado por Ester, ela ficou perplexa. Bento... realmente a ajudou?— Zelda, você é mesmo impressionante. Conseguiu fazer o Bento, sempre movido por interesses, assinar um contrato atrás do outro para você. O que você fez com ele hoje à tarde? Você vendeu seu corpo novamente para conseguir esse contrato?As palavras de Vicente eram como agulhas, perfurando o coração de Zelda, que já estava em pedaços.— Eu não fiz isso!Vicente olhou com desprezo para a mulher à sua frente, que estava com o rosto coberto de lágrimas, e esboçou um sorriso de escárnio.— Primeiro foi o Jonas, agora o Bento. Eu me pergunto se há outros homens aos seus pés. Zelda, você é realmente imunda!— Imunda?Com os olhos vermelhos, Zelda deu um sorriso amargo.— Vicente, com que direito você me chama de imunda? E você, então? Estamos casados há tantos anos, mas nunca faltaram mulheres ao seu redor. Aliás,
Zelda, esgotada, fechou os olhos e desistiu de resistir, deixando que ele segurasse seu cabelo. — Sim, você está certo, eu mereço tudo isso. Não mereço viver neste mundo.Então, sua vida estava chegando ao fim.A mudança repentina de Zelda fez Vicente estreitar os olhos, desconfiado, enquanto observava a mulher à sua frente, que parecia ter perdido a alma: — Zelda, o que você está tentando aprontar agora?Ao ouvir isso, Zelda não pôde evitar uma risada autodepreciativa. Ela abriu lentamente os olhos vermelhos e inchados, encontrando o olhar afiado do homem, e sorriu. — Que truques posso usar diante de você?Ignorando a dor que sentia no couro cabeludo, Zelda inclinou-se para frente. Parando a apenas dois centímetros do homem, olhou diretamente em seus olhos e disse, palavra por palavra: — Vicente, se algum dia eu desaparecer deste mundo, você se lembrará de mim?Assim que Zelda terminou de falar, a força nos dedos do homem aumentou subitamente. Ela foi forçada a erguer a cabeça e
— Você não pediu para que ajudássemos a ensinar uma lição para aquela garota chamada Vanessa no bar? Mas não esperávamos que aquela vadia tivesse tanta coragem a ponto de esfaquear alguém, e ainda por cima, o Saulo Garcia…— Não é perfeito? — Ada interrompeu o homem, com os lábios vermelhos ligeiramente curvados em um sorriso cruel. — Se não me engano, o tio do Sr. Saulo tem uma posição importante. Além disso, eles só têm esse herdeiro, que é mimado. Se Vanessa o ferir, ela provavelmente não viverá muitos dias.O homem, irritado com o sorriso presunçoso de Ada, respondeu:— Isso é no caso de Vicente não se envolver.Ao ouvir o nome Vicente, Ada ficou momentaneamente em choque.— O que você disse? Vicente se envolveu no caso da Vanessa?— Sim, o advogado de Vicente foi ao hospital à noite. Não sei o que ele fez, mas a família Garcia decidiu não prosseguir com a denúncia.Ada não esperava que Vicente se envolvesse nesse caso e ficou alarmada. Ela temia que, se Vicente descobrisse que a s
Zelda voltou para casa já era meia-noite. A mansão estava completamente escura e Vicente não estava em casa, o que finalmente a fez relaxar um pouco. Ela realmente não sabia como enfrentar ele. Exausta, ela se jogou na cama e adormeceu em breve.No meio da noite, ela acordou com uma sensação de inchaço no abdômen e dores agudas no estômago, quase sem conseguir respirar. De fato, estar doente faz você desejar a morte devido à dor incessante. Na manhã seguinte, ela acordou cedo, fez uma maquiagem um pouco mais pesada para cobrir as marcas de tapa ainda visíveis em seu rosto e escolheu um vestido vibrante e jovem no armário. Isso era para fazer ela parecer mais enérgica.Depois de preparar tudo, Zelda se preparou para sair. Durante esse tempo, ela recebeu uma ligação de Pedro, informando que o comercial de Ester começaria a ser gravado naquele dia e pediu que ela fosse ao local para cobertura. Embora ela não quisesse ter muito contato com Ester, esse era seu trabalho, então Zelda
Zelda levou um susto e correu para ver o que estava acontecendo. Quando se aproximou, já havia uma multidão em volta de Ester, e o som de choro da mulher atravessava o grupo de pessoas. Sem entender o que estava acontecendo, Zelda abriu caminho entre a multidão e, ao dar uma olhada, arregalou os olhos em choque.Ester, que antes exibia uma maquiagem impecável, agora estava com o rosto coberto de pequenas erupções vermelhas, densamente espalhadas, criando uma visão aterradora. O agente de Ester, ao ver Zelda, imediatamente a puxou para perto e a acusou em voz alta: — O que aconteceu com os produtos de vocês? Como é que Ester acabou assim depois de usá-los? Estou avisando, se o rosto de Ester ficar arruinado por causa disso, eu vou convocar uma coletiva de imprensa e exigir uma explicação!Com essas palavras, a multidão ao redor começou a murmurar, levantando dúvidas sobre a qualidade dos cosméticos do Grupo Barros. Zelda entrou em pânico. A empresa tinha investido muito nessa linha
— Sinto muito, Sr. Bento, eu... — Zelda olhou surpresa para Bento ao seu lado, a voz rouca.— Desculpa pelo quê? Por que pedir desculpas? Você realmente mexeu nos cosméticos dela? — Bento, com seus olhos profundos e cativantes, interrompeu-a com um leve sorriso, notando o rubor no rosto de Zelda.Ao ouvir isso, Zelda levantou a cabeça de repente e respondeu com firmeza:— Claro que não.Bento deu de ombros, despreocupado:— Então, se não foi você, por que está se desculpando?Zelda, confusa, murmurou:— Ela trabalha na sua empresa, pensei que...Embora Zelda não tenha completado a frase, Bento entendeu o que ela queria dizer e a provocou:— Você acha que eu sou um idiota incapaz de distinguir o certo do errado?Zelda balançou a cabeça, visivelmente constrangida.Bento então deixou de lado o sorriso, lançou um olhar para Ester e falou sério:— Eu acredito que a Srta. Zelda, por mais ingênua que fosse, não seria tola a ponto de fazer algo que colocasse a si mesma em risco.O olhar de Est
— Pega as imagens da câmera. — Vicente ordenou após um breve silêncio. No mesmo instante, Ester entrou em pânico. Agarrando firmemente o braço de sua agente, começou a chorar desesperada: — Meu rosto tá doendo muito, me leva logo pro hospital! Ela deu um passo à frente, mas Zelda franziu o cenho e se colocou à sua frente: — Assista às imagens antes de sair. — Minha cara tá horrível, preciso de um médico. Sai da minha frente! — Ester, tentando manter a calma, lançou um olhar cheio de intenção para sua agente. A agente avançou para puxar Zelda, mas ela se manteve firme, sem mover um centímetro. Com o olhar decidido, perguntou: — Tá querendo fugir agora que vão ver as imagens? Tá com medo do quê? Ester ficou vermelha de raiva, pronta para retrucar, mas Bento a cortou com um olhar gelado e disse em tom grave: — Ester, fica aqui. Aquele olhar carregava um aviso claro. A perna de Ester, que já estava no ar, hesitou antes de voltar ao chão. Ela se encolheu atrás da agente, páli