Com elegância, Zelda colocou um pedaço de filé na boca, seu sorriso suave irradiando uma beleza sutil, como flores de cerejeira desabrochando à noite, delicadas, mas com um encanto irresistível. Bento observava Zelda com um olhar carregado de significado. Aquela garota havia crescido… atingir o ponto fraco de seus adversários sem esforço era algo que ele apreciava.— Claro que conheço bem o Vicente. Passei anos ao lado dele! — Ada afirmou com confiança, mas uma hesitação brilhou em seu olhar. A comida em seu prato já não lhe apetecia. Pousou os talheres com delicadeza e se levantou.— Não vou atrapalhar o momento de vocês dois. Vou indo. Aproveitem o jantar.Zelda continuou sua refeição, despreocupada e indiferente à saída de Ada. Dália, no entanto, resmungava internamente, achando aquela insinuação absurda. Afinal, ela também estava ali!Bento observou Ada se afastar, com um leve sorriso nos lábios.— Sua irmã… ela tem bastante malícia.Zelda sorriu com frieza.— Que vergonha, Sr.
Na manhã seguinte, Zelda apareceu pontualmente no restaurante. Ela não havia dormido bem na noite anterior. Quando Xavier a viu, aproximou-se, com uma postura respeitosa.— Bom dia — disse Zelda com um leve sorriso, inclinando a cabeça em cumprimento.Pouco depois, Bento chegou, usando um traje casual em tons claros, ainda tão elegante como sempre. Ele caminhou até Zelda, notando as leves olheiras sob seus olhos, e comentou com um tom provocativo:— Dormiu mal?Zelda suspirou, com os lábios se curvando em um sorriso suave:— Não gosto de camas estranhas — respondeu ela, dando uma desculpa. Na verdade, ela havia passado a noite toda sonhando com Fofinha.As palavras de Bento tinham reaberto suas feridas do passado, lembrando-a do sofrimento vivido. As lembranças da filha enfrentando repetidos perigos de vida encheram seus sonhos de tristeza, e ela simplesmente não conseguiu dormir bem.Nesse momento, Vicente chegou ao deque e viu Zelda e Bento em uma conversa aparentemente agradáve
Ao ver que todos finalmente haviam decidido, Xavier soltou um suspiro de alívio e providenciou logo o transporte.Ada foi a primeira a entrar no carro, ocupando o melhor lugar.— Vicente, sente-se aqui — sugeriu ela com um sorriso.Vicente apenas lançou-lhe um olhar indiferente, sem se mover. Só quando Zelda entrou no carro é que ele se acomodou, sentando-se diretamente ao lado dela. O sorriso de Ada quase desapareceu. Ela nem ousou mais mencionar qualquer desconforto físico, com medo de Vicente mandá-la de volta.Sentindo a presença familiar ao seu lado, Zelda franziu levemente as sobrancelhas, mas não demonstrou nada e apenas voltou o olhar para a janela.Bento, que chegou um pouco atrasado, viu Vicente ocupar o assento ao lado de Zelda e foi obrigado a sentar-se ao lado de Ada. Vicente ergueu uma sobrancelha, trocando um olhar desafiador com Bento, com um leve sorriso nos lábios, como quem diz: “Comigo por perto, você sempre ficará para trás.”Bento suspirou, achando tudo isso in
Na entrada da arena de regatas, Bento terminou seu aquecimento e lançou um olhar desafiador para Vicente.— Sr. Vicente, que tal uma competição?Vicente, com uma expressão calma e controlada, respondeu:— Sem problemas.Com isso, os dois homens se dirigiram ao vestiário. Zelda, vendo desde o início que Bento estava provocando de propósito, apenas os ignorou e foi diretamente para a arquibancada.Logo atrás, Ada observava a cena com um olhar sombrio. Sabia que o verdadeiro motivo da disputa entre os dois era Zelda, sua irmã apenas no papel. Ao ver Zelda caminhar tranquilamente em direção às arquibancadas, Ada a seguiu, indignada.— Zelda, quando você vai se divorciar afinal? — questionou Ada com impaciência.— Isso te diz respeito? — Zelda respondeu com um sorriso irônico nos lábios, cheio de desprezo. — Agora você está preocupada com respeito ao casamento? Por que eu deveria te dar essa satisfação?— Você... — Ada tentou responder com raiva, mas foi interrompida por Xavier, que se a
O mar azul estava calmo e sereno.Vicente e Bento subiram nas lanchas sob os aplausos animados do público. Ao soar da pistola de largada, as duas lanchas, uma azul e outra branca, partiram como flechas, velozes e impetuosas.Nenhum dos dois cedia; já na primeira curva, as embarcações quase se tocavam, soltando faíscas de rivalidade. Cada vez que as lanchas chocavam contra a água, uma onda se erguia, e as explosões de espuma hipnotizavam a plateia. A cada curva arriscada, a ousadia e destreza dos dois ficavam ainda mais evidentes, passando rente um ao outro sem diminuir a velocidade. O público assistia com o coração na boca.As manobras excitavam a todos, e o burburinho crescia:【Quem são esses dois? São incríveis!】【Eles conseguem fazer as curvas com uma força centrífuga tão baixa, sem perder velocidade! São profissionais?】【As habilidades deles são tão boas quanto as de um piloto profissional! Estou arrepiado!】【Lindos e talentosos! Amo esses dois!】【Lindos demais!!】— Estão quase
A corrida arriscada havia acabado com o ânimo de todos para continuar o passeio. Assim, o grupo retornou mais cedo para a vila.Ester, satisfeita por ter “cumprido sua missão,” estava relaxada no sofá, saboreando uma taça de vinho. Ao ver Ada chegar, rapidamente colocou o copo de lado, pronta para contar seu “sucesso.” No entanto, ao notar a expressão de Ada — sombria e furiosa, como se fosse capaz de matar alguém — ficou surpresa.— O que houve? — perguntou Ester, confusa.— Terminou o que pedi?— Sim, está feito.— Ótimo. Venha falar comigo mais tarde.Com um chute, Ada escancarou a porta do quarto e entrou, deixando Ester apenas com o som estrondoso da porta se fechando.A expressão de Ester se enrijeceu. “Ela está de mau humor, mas por que desconta em mim?”...Enquanto isso, Zelda encontrou Dália esperando por ela na entrada de seu quarto.— E então? Encontrou algo? — perguntou Zelda.Dália balançou a cabeça, o rosto preocupado.— Eu verifiquei o quarto, mas não vi nada fora do
Ada e Ester, que estavam observando tudo, quase pularam de emoção no momento em que viram Zelda pegar seu copo.— Ela finalmente vai beber! Nosso plano vai dar certo! — Ester exclamou, segurando o braço de Ada com excitação evidente.Ada esboçou um sorriso triunfante, imaginando a cena que logo se seguiria: Zelda desmaiada na cama, e Bento, como um predador atraído pela presa, caindo sobre ela. A humilhação de Zelda seria pública, Vicente certamente pediria o divórcio, e Zelda, sem honra, acabaria expulsa como uma rejeitada. Ada já se via vestida de noiva, casando-se com Vicente, sendo chamada de “Sra. Barros” por todos.As duas observavam a tela ansiosamente, atentas a cada movimento de Zelda. Mas então, o som da campainha ecoou no quarto de Zelda, fazendo a excitação de ambas se dissipar num instante.— Você avisou o Bento? — Ada perguntou a Ester, com uma expressão irritada.— Não, não avisei ninguém! — Ester respondeu, confusa.O rosto de Ada escureceu. Se não fosse Bento, todo
Depois de alguns segundos de silêncio, Zelda finalmente disse:— Por favor, me respeite. Em breve não seremos mais casados.Ela soltou um suspiro, tentando acalmar a respiração, e empurrou Vicente levemente, afastando-se em direção ao outro lado do quarto. Zelda só queria confirmar a presença das câmeras para forçar quem estava do outro lado a mostrar as garras. Não tinha a intenção de se colocar numa situação arriscada.E, sinceramente, o desejo súbito de Vicente por beijos era surpreendente, para dizer o mínimo....Do outro lado, Ada, observando pela tela, viu a proximidade crescente entre os dois e sua expressão mudou. Quando Zelda comentou que Vicente não queria assinar o divórcio, ela nunca acreditou de verdade. Agora, estava praticamente certa de que era verdade. O problema não era Zelda não querer se divorciar, era Vicente que se recusava a deixá-la.Ao perceber isso, Ada apertou as unhas nas palmas das mãos até quase perfurar a pele. "Zelda, eu mesma vou te mandar para o