Vanessa fez uma careta, mas logo sorriu e colocou o buquê de rosas de lado. Bento sentou-se na cadeira ao lado de Zelda, e seus olhos negros profundos fixaram-se nela. — As outras mulheres, quando me veem, ficam que nem abelhas em volta de flores, loucas para pular nos meus braços. Mas você, Srta. Zelda, é tão tranquila que me faz duvidar se meu charme tem algum efeito diante de você — Bento disse, meio brincando, meio provocando, com um sorriso intrigante.Zelda permaneceu impassível. Ela pressionou os lábios e, com serenidade, respondeu: — Eu não faço parte do enxame de abelhas do Sr. Bento, então pode parar de exalar seu charme por aqui. Sou imune ao seu perfume. Bento soltou uma risada leve e então mudou de assunto: — A propósito, já prenderam os responsáveis pelo incêndio. Eles confessaram o crime, mas disseram que só estavam descontando a raiva no mundo, sem nenhum mandante. Provavelmente não pegarão uma sentença pesada. Mas... — ele parou, com um sorriso perigoso no
Após Higor saber que Bento visitou Zelda no hospital, ele imediatamente comunicou a Vicente.Ele ficou na frente de sua mesa e esperou muito tempo sem ouvir uma resposta, então ergueu a cabeça com cautela.Ao ver o rosto sombrio e zangado de Vicente, ficou surpreso.— Se... se não precisar de mais nada, eu vou sair agora — Higor perguntou com cuidado. — Saia. Só duas palavras, frias como se tivessem saído de uma caverna gelada, mas para Higor, foi como uma ordem de libertação. Sem hesitar, ele rapidamente saiu do escritório, quase como se estivesse fugindo de uma calamidade. Assim que Higor deixou o local, Vicente jogou com força os documentos que segurava na mesa. Seus olhos escuros, como duas pedras de ônix, estavam cheios de uma raiva congelante. — Bento, qual é o seu verdadeiro objetivo? Atreva-se a tocar na minha mulher! Vicente franziu a testa, e então o som de uma mensagem interrompeu seus pensamentos. Pegando o celular, ele viu que era uma mensagem de Ada, o qu
Ada jogou o celular de lado casualmente, com uma pitada de frieza entre as sobrancelhas.— O que houve? Quem te deixou assim? — Marilia se aproximou com uma xícara de café recém-preparado, olhando para Ada com preocupação. Diante do carinho de Marilia, a expressão rígida de Ada suavizou um pouco, mas a raiva ainda queimava em seus olhos. — Quem mais poderia ser? Só ele. Eu já nem sei mais o que pensar. Parece que ele está se afastando de mim... Eu sinto que posso perdê-lo a qualquer momento — Ada confessou, com o medo evidente em sua voz. Marilia, vendo o estado dela, deu-lhe um tapinha no ombro. — Homens são assim, querida. Antes de se casar, só querem diversão. Quando ele finalmente se casar com você, vai sossegar. Quanto a essa história de salvamento, não leve para o lado pessoal. Se ele estivesse lá e não tivesse feito nada, a mídia teria distorcido tudo, e ele acabaria se prejudicando ainda mais — disse Marilia, tentando acalmá-la.Ada levantou a cabeça do ombro de Marilia
— Em vez de ficar se gabando da sua relação com o Vicente, por que não faz ele parar de me procurar? E mais, talvez você não saiba, mas os seguranças lá fora também foram colocados por ele. Eu não me interesso pelo que acontece entre vocês dois. Mas, se eu descobrir que foi você quem orquestrou o incêndio ou que está acobertando quem realmente fez isso, eu vou te fazer pagar mil vezes mais caro — disse Zelda, com um sorriso sereno e os lábios vermelhos como pétalas de uma flor.Ada quase perdeu o fôlego de tanta raiva, mas sabia que ainda tinha uma carta na manga.— Só fale isso depois de ter provas, Zelda. Você sabe por que o Vicente escolheu ficar comigo e não com você naquela época? — Ada se recompôs, e um sorriso doce, mas venenoso, voltou a aparecer em seu rosto.Zelda franziu levemente as sobrancelhas. As palavras de Ada despertaram uma dúvida que ela guardava profundamente em seu coração. Não importava o quanto ela tentasse agradar ou cuidar de Vicente, tudo que recebia em tr
Zelda não esperava que Vicente aparecesse. Ao vê-lo parado na porta, sem qualquer expressão, ela levantou as sobrancelhas levemente."Ele ouviu? Ele sabe que a mulher que ele sempre quis proteger na verdade é uma pessoa cruel? Ele descobriu que a mulher daquela noite era eu" pensou Zelda, enquanto o ambiente na sala ficava subitamente pesado e tenso.Ada também ficou completamente desorientada. Ela odiava a si mesma por ter revelado o segredo daquela noite, tudo por querer atingir Zelda. — Vicente, você... há quanto tempo você está aqui? — perguntou Ada, tentando manter a voz suave e o olhar cuidadoso."Ele não pode ter ouvido!" Ada se consolava, pensando que o destino não seria cruel com ela. Vicente não poderia ter escutado. Mas antes que esse pensamento tomasse forma por completo, Vicente lançou-lhe um olhar gélido, como se estivesse afundando-a em um abismo. — O que você acabou de dizer? Repete isso — ele ordenou, sua voz fria como o gelo.Ada sentiu um frio percorrer sua
Ada chorava copiosamente, sua fragilidade tinha aquele apelo irresistível que sempre mexia com os homens. Zelda, por outro lado, assistia friamente àquela encenação, soltando um riso sarcástico. "No fim, sempre a mesma coisa. Que nojo" pensou ela.Naquele instante, ela percebeu que a verdade sobre o que aconteceu no passado já não importava mais. Quem confia em você, te protege naturalmente. Quem não confia, por mais que você explique ou prove, só traz mais frustração.— Que seja... — Zelda suspirou, abaixando os olhos. Ela pegou sua bagagem e começou a caminhar em direção à porta. No entanto, mal deu dois passos, sentiu uma mão firme segurando seu pulso. Ela se virou e encontrou o olhar de Vicente, um misto de emoções indecifráveis. — Não vá. — Sr. Vicente, por favor, solte minha mão — disse Zelda, com um brilho de impaciência nos olhos.Ela girou o pulso com firmeza, livrando-se do aperto de Vicente, e sem dizer mais nada, continuou caminhando em direção à saída, com
Zelda não tinha interesse no que poderia ter acontecido entre Vicente e Ada.Ela saiu do hospital e viu o carro de Bento estacionado na porta. Ela apenas sorriu e olhou para Dália. — O carro já está a caminho — Dália entendeu logo. Quando Zelda estava prestes a entrar no carro, uma mão forte agarrou seu pulso. — Zelda, precisamos conversar — disse Vicente, fixando o olhar nela, seu rosto carregado de complexas emoções. Zelda olhou para a mão que a segurava, seu rosto franzido em desconforto. — Solte-me. Você está me machucando — disse ela, com a voz baixa, mas repleta de frieza. Dália, percebendo a tensão crescente entre os dois, ficou preocupada. Tinha medo de que jornalistas estivessem por perto e tirassem fotos, o que poderia causar problemas para Zelda. Então, tentou intervir: — Sr. Vicente, embora Zelda tenha recebido alta, ela ainda está fraca. Se houver algo a tratar, por favor, fale comigo, sou a assistente dela. Embora sua atitude fosse respeitosa, Vicente a ig
— Não diga mais nada — a voz grave de Vicente transbordava dor contida.— Já não consegue mais ouvir? Vicente, vamos nos divorciar. Assim, ambos ficamos livres — Zelda sorriu, mas o sorriso era frio como gelo.A palavra "divorciar" fez os punhos de Vicente se apertarem ao lado do corpo. — Hoje, eu vou sair daqui — Zelda insistiu, determinada, o que deixou o olhar de Vicente ainda mais sombrio.Quando ela passou por ele, caminhando em direção à porta, os lábios de Vicente se comprimiram em uma linha rígida. Pouco antes de Zelda alcançar a saída, ele falou, quase sem conseguir se conter: — Fique aqui por três meses. Depois disso, eu concordo com o divórcio e vou facilitar todo o processo.A proposta de Vicente fez Zelda franzir as sobrancelhas. Confusa, ela se virou lentamente, estreitando os olhos. — Vicente, eu não quero jogar esses joguinhos emocionais. Diga claramente o que você quer.O olhar sombrio e profundo de Vicente continha uma mistura de ironia e amargura. — Se você