À tarde.Zelda, em nome de Filippo, convocou uma assembleia geral de acionistas. Após sair do evento, dirigiu-se diretamente ao Grupo Montenegro. Parada em frente ao imponente edifício comercial, o coração de Zelda se apertou com uma mistura de dor e determinação.Há tempos, este era o reino de negócios de seu pai. Agora, tornou-se uma mera subsidiária do Grupo Barros.Mas ela jurou que recuperaria o Grupo Montenegro e restauraria o prestígio de seu pai.Com as mãos firmemente entrelaçadas, seus olhos brilharam com uma determinação inabalável.Dália logo se juntou a ela, posicionando-se ao seu lado.— Eu vou conseguir. — disse Zelda com convicção.Dália assentiu seriamente.— Claro, você com certeza terá sucesso.Graças ao seu status de herdeira da família Montenegro, Zelda e Dália não encontraram grandes obstáculos para entrar na sala de reuniões. Ao chegarem, Dália abriu a porta para Zelda, que entrou com sua postura impecável, vestida formalmente e com o batom vermelho impecável
No mundo dos negócios, já se sabia há tempos: o Grupo Montenegro não passava de uma sombra do que foi, uma subsidiária sob a proteção do Grupo Barros. Zelda percebeu o olhar de tristeza nos olhos dos acionistas e soube, naquele momento, que havia dado o primeiro passo com sucesso.Ela avançou com confiança, a voz firme:— Se eu assumir a empresa, vou garantir que o Grupo Montenegro se desligue do Grupo Barros e retorne ao seu auge. E sei que a empresa está disputando uma licitação para um resort. Garanto que, quando eu estiver no comando, ganharemos esse projeto e levaremos o Grupo Montenegro de volta ao topo.A confiança de Zelda irradiava, sua postura exalava a serenidade de uma verdadeira rainha. Ada, por outro lado, teve uma mudança visível de expressão, ficando cada vez mais irritada.— Ganhar a licitação? Isso exige um investimento enorme! Zelda, você tem esse dinheiro? Falar é fácil, mas acha mesmo que os acionistas vão cair nesse seu discurso vazio? Pare de enfeitar promessas
Grupo Barros, Escritório do Presidente.Vicente, acabando de sair de uma reunião, notou de imediato um documento sem embalagem sobre sua mesa. Franziu a testa e olhou para Higor, que hesitou por um momento. Ao perceber o olhar cada vez mais frio de Vicente, não ousou mais esconder:— Foi... foi a assistente da Srta. Zelda que trouxe.Da Zelda?Vicente pegou o documento de imediato e, ao puxar as folhas para fora, seu olhar se tornou gélido. Acordo de divórcio?Seu rosto, já naturalmente impassível, ficou ainda mais sombrio ao ver o nome de Zelda assinado no final. Sem hesitar por um segundo, ele jogou o documento na trituradora ao lado de sua mesa, destruindo-o em tiras finas."Maldita mulher. Ela teve a ousadia!"Higor, ao ver o acordo se transformar em pedaços, não pôde evitar soltar um suspiro silencioso de admiração. O presidente era... realmente implacável.— Relatório. — A voz fria de Vicente trouxe Higor de volta à realidade. Rapidamente, ele abriu seu caderno de anotações.
No dia seguinte, bem cedo, Zelda e Dália chegaram ao centro do evento. Bento, que já estava lá, não pôde evitar que seus olhos fossem atraídos por ela. Zelda vestia um vestido adaptado para parecer uma elegante e sensual qipao, que realçava perfeitamente suas curvas, destacando sua feminilidade e charme únicos.— Violeta, você está deslumbrante hoje. Vai ser o centro das atenções. — Bento comentou, sem desviar o olhar.— Obrigada. — Zelda respondeu com um leve sorriso, observando Bento. Ele usava um terno com discretos bordados, complementado por um broche prateado em formato de ramo de flores, o que realçava ainda mais sua figura alta e elegante.— Sr. Bento também está muito elegante hoje. — Zelda retribuiu o elogio com um sorriso cordial.Bento deu um passo à frente, inclinando-se ligeiramente em sua direção:— Hoje, sou seu cavaleiro. — sussurrou com um tom carregado de insinuação, o que fez Zelda franzir levemente a testa.Ela, com sutileza, virou o rosto para o lado e responde
Após seu breve discurso, Zelda desceu do palco. A primeira coisa que fez foi tirar a mão de Bento, que ainda estava em sua cintura. Bento, no entanto, não demonstrou nenhuma irritação, mantendo seu sorriso tranquilo no rosto.Ele estendeu a mão e, com um gesto cortês, ofereceu a Zelda uma taça de vinho. Zelda, consciente de seu limite para bebidas, aceitou a taça, mas não bebeu, apenas balançou o vinho com elegância. Seus longos brincos balançavam suavemente ao redor de seu rosto, chamando a atenção de quem estivesse por perto. Zelda parecia genuinamente satisfeita.O olhar de Bento brilhou por um instante. Ele sorriu e, com um toque sutil, encostou sua taça na de Zelda.— Sua habilidade com o bordado é admirável. Um brinde, para celebrarmos nosso sucesso e consolidarmos futuras colaborações. — disse Bento, com um sorriso cheio de charme.Zelda manteve a expressão tranquila, mas ao lembrar das conversas que teve com os presidentes de grandes empresas, todos interessados em seu tr
O olhar afiado de Vicente passou por Bento e novamente se fixou em Zelda. Ele teve que admitir que a Zelda de agora exalava um tipo único de charme, algo que o fazia sentir-se atraído por ela. Os lábios se comprimiram. A personalidade dela não havia mudado, ainda era tão teimosa quanto antes.Bento continuava sorrindo de maneira elegante e despreocupada:— Sr. Vicente gostou de algum bordado? Talvez eu possa ceder para você. A Zelda me prometeu uma peça. — disse, como se fosse uma brincadeira.Zelda, por dentro, pensava com resignação: "Quando foi que eu prometi a ele uma peça de bordado?"Os jornalistas, por sua vez, ficaram ainda mais entusiasmados. Dois grandes nomes dos negócios frente a frente? "Isso promete!"Finalmente, sob o olhar atento da imprensa, Vicente disse, sua voz carregada de frieza:— Sr. Bento está enganado. Qualquer peça que não esteja à venda, ninguém, nem o Sr. Bento, a terá. Tudo o que pertence a ela, é intocável. — As palavras saíram com uma autoridade cort
Ao sair do local, Vicente abriu a porta do carro.— Entra — disse ele.Zelda franziu a testa, claramente sem vontade de aceitar a oferta. Vicente arqueou as sobrancelhas, inclinando-se repentinamente para mais perto.— Se quiser virar manchete de todos os jornais amanhã, pode continuar parada aqui. — murmurou ele, com sua voz grave e próxima demais, fazendo Zelda recuar um passo instintivamente.Ela olhou ao redor, percebendo que algumas pessoas já começavam a prestar atenção. Depois de hesitar brevemente, abriu a porta e entrou no carro.Vicente entrou logo em seguida e, ao tentar ligar o carro, percebeu que a chave não estava no contato. Ao virar a cabeça, viu que Zelda segurava o chaveiro entre os dedos.Com um olhar tranquilo, ela disse:— Se tem algo para falar, pode ser aqui mesmo. — E, em seguida, jogou a chave no compartimento ao lado.— Vamos falar logo — insistiu ela.— Primeiro, vamos sair daqui — respondeu Vicente, seco.Zelda franziu as sobrancelhas.— Sr. Vicente, você s
O carro corria pela estrada, enquanto Vicente segurava o volante com força, o rosto endurecido pelas sombras da irritação. A ideia de Zelda querer o divórcio o consumia, fazendo o controle que ele tanto prezava escapar entre seus dedos. Quando se lembrava dela mencionando que queria "buscar sua felicidade", a raiva queimava nas veias. — Maldita mulher! — rosnou entre dentes, o olhar fixo no vazio à frente. Quanto mais tentava afastar o pensamento de Zelda, mais sua imagem se fazia presente, nublando sua mente com frustração.Perdendo a calma, ele pegou o celular que estava ao lado e, sem hesitar, ligou para Zelda. O toque seguia sem resposta, aumentando ainda mais a tensão em seu peito. As sobrancelhas de Vicente franziram severamente.— Zelda, é bom que esteja ocupada com algo realmente importante e não ignorando meu telefonema... ou vai se arrepender. — As palavras geladas saíram junto com um olhar sombrio, mirando o celular como se pudesse forçá-la a atender com o poder de sua m