O carro corria pela estrada, enquanto Vicente segurava o volante com força, o rosto endurecido pelas sombras da irritação. A ideia de Zelda querer o divórcio o consumia, fazendo o controle que ele tanto prezava escapar entre seus dedos. Quando se lembrava dela mencionando que queria "buscar sua felicidade", a raiva queimava nas veias. — Maldita mulher! — rosnou entre dentes, o olhar fixo no vazio à frente. Quanto mais tentava afastar o pensamento de Zelda, mais sua imagem se fazia presente, nublando sua mente com frustração.Perdendo a calma, ele pegou o celular que estava ao lado e, sem hesitar, ligou para Zelda. O toque seguia sem resposta, aumentando ainda mais a tensão em seu peito. As sobrancelhas de Vicente franziram severamente.— Zelda, é bom que esteja ocupada com algo realmente importante e não ignorando meu telefonema... ou vai se arrepender. — As palavras geladas saíram junto com um olhar sombrio, mirando o celular como se pudesse forçá-la a atender com o poder de sua m
O fogo se intensificava, e Vicente segurava Zelda firmemente enquanto buscava uma rota de fuga.— Aguente firme, eu vou te tirar daqui — prometeu no ouvido dela, com determinação.O barulho das chamas crepitando e o som constante de objetos caindo aumentava a tensão. Vicente, focado em seguir em frente, não percebeu um grande enfeite de madeira se inclinando perigosamente sobre ele.— Bam! — O enfeite caiu com força em suas costas. Vicente soltou um gemido abafado, mas continuou, sem diminuir o ritmo, carregando Zelda até finalmente sair do prédio em chamas.Os bombeiros, ao verem Vicente saindo, ficaram chocados.— Você foi muito imprudente! O fogo está fora de controle, entrar assim foi uma loucura! — repreendeu um dos bombeiros.Vicente, sem dizer uma palavra, ignorou a advertência até garantir que Zelda estivesse em segurança na ambulância. Só então, silenciosamente, afastou-se....De longe, em meio à multidão, Ester observava a movimentação das equipes de resgate com um olhar e
— É ela... — Ester ficou atônita ao ouvir a descrição dos dois homens. Seu coração estava um caos. Ela só queria destruir os bordados preciosos de Zelda, nunca pensou em matá-la.Porém, se estivesse realmente morta, isso também seria bom.Ester sufocou a inquietação dentro de si e deu uma ordem firme para os homens do outro lado da linha:— Saiam da cidade agora. E nunca mais entrem em contato comigo. Não nos conhecemos.Depois de transferir a última quantia de dinheiro para a conta deles, Ester desligou o celular sem hesitar. Seus olhos brilhavam com um tom sombrio enquanto ela se virava e rapidamente deixava o local sem olhar para trás.— Zelda, se você morreu de verdade, foi o destino... Não me culpe......Zelda não fazia ideia de quanto tempo havia se passado desde que desmaiou. A luz do sol entrava radiante pela janela, e ela ficou perplexa por um bom tempo.Ainda estava viva. Alguém a tinha salvado?Zelda esforçava-se para recordar os momentos antes de perder a consciência.—
— Você não sabe? Dália ficou surpresa por um momento, e ao ver que Zelda estava confusa, continuou: — Foi o Sr. Vicente que te salvou. Dizem que ele arriscou a vida, entrou no meio do incêndio e te carregou para fora. Os olhos de Dália brilhavam de admiração. Zelda ficou sem palavras e trocou um olhar com Lídia. O quarto ficou em silêncio por um instante. Será que foi mesmo ele?Zelda levantou a cabeça, com os lábios cerrados, e perguntou: — Você tem certeza que foi ele quem me salvou? Não foi um engano? Ao ver a expressão de dúvida no rosto de Zelda, Dália assentiu vigorosamente: — Foi o que os paramédicos disseram. Muita gente viu o que aconteceu, e a cena foi... foi bem impressionante. Ela fez uma breve pausa antes de continuar: — O fogo estava atrás dele, e ele te segurava firme nos braços. Ele estava todo sujo, mas você saiu ilesa. Ela ainda tinha uma coisa que não disse: muitas pessoas se emocionaram na hora e disseram que só podia ser amor verdadeiro.Dá
Ester voltou para casa, mas seu coração estava inquieto. As chamas devastadoras e as palavras daqueles dois homens continuavam a surgir em sua mente. Ela andou de um lado para o outro no quarto, até que não aguentou mais. Pegou o celular e começou a atualizar as notícias sem parar. Será que já havia alguma notícia de morte? Ela atualizava a página repetidamente, até que se deparou com uma manchete que a fez empalidecer de repente. No local do evento, um jornalista capturou imagens de Zelda sendo colocada em uma ambulância... e quem a carregava era Vicente! O que ele estava fazendo lá? Ester viu Zelda sendo carregada por Vicente, imóvel, sem reação, e seu coração quase parou. Será que... Será que ela morreu de verdade? O rosto de Ester ficou pálido. Ela não conseguia nem imaginar o que aconteceria com ela se descobrissem que Zelda havia morrido queimada no local. Com o corpo tremendo, Ester apressadamente discou o número de Ada. Do outro lado, Ada atendeu o ce
Hospital.Vanessa entrou no quarto com o jantar e uma sopa de ossos de frango cuidadosamente preparada. Viu Zelda completamente absorta em seus pensamentos, sem perceber sua entrada, o que a fez sorrir e balançar a cabeça. — Você não está pensando no seu salvador, está? — ela brincou, caminhando suavemente até a cama. Ao ouvir a voz de Vanessa, Zelda rapidamente se virou, exibindo um sorriso suave nos lábios. Vanessa serviu uma tigela de sopa e a entregou a Zelda. — Eu vi as notícias. Nunca imaginei que o Vicente te salvaria. Zelda, foi graças a ele que você está bem... se não fosse por isso, poderia ter sido perigoso. Você já pensou em... agradecê-lo? — Vanessa provocou. — Agradecer? Eu quase morri uma vez por causa da crueldade dele. Dessa vez, estamos quites — Zelda soltou uma risada fria. Ao lembrar da ameaça que Vicente fez no quarto, seus olhos brilhantes ficaram tingidos de raiva. Vanessa deu de ombros. — Agora a internet está cheia de imagens de você nos braços
Vanessa fez uma careta, mas logo sorriu e colocou o buquê de rosas de lado. Bento sentou-se na cadeira ao lado de Zelda, e seus olhos negros profundos fixaram-se nela. — As outras mulheres, quando me veem, ficam que nem abelhas em volta de flores, loucas para pular nos meus braços. Mas você, Srta. Zelda, é tão tranquila que me faz duvidar se meu charme tem algum efeito diante de você — Bento disse, meio brincando, meio provocando, com um sorriso intrigante.Zelda permaneceu impassível. Ela pressionou os lábios e, com serenidade, respondeu: — Eu não faço parte do enxame de abelhas do Sr. Bento, então pode parar de exalar seu charme por aqui. Sou imune ao seu perfume. Bento soltou uma risada leve e então mudou de assunto: — A propósito, já prenderam os responsáveis pelo incêndio. Eles confessaram o crime, mas disseram que só estavam descontando a raiva no mundo, sem nenhum mandante. Provavelmente não pegarão uma sentença pesada. Mas... — ele parou, com um sorriso perigoso no
Após Higor saber que Bento visitou Zelda no hospital, ele imediatamente comunicou a Vicente.Ele ficou na frente de sua mesa e esperou muito tempo sem ouvir uma resposta, então ergueu a cabeça com cautela.Ao ver o rosto sombrio e zangado de Vicente, ficou surpreso.— Se... se não precisar de mais nada, eu vou sair agora — Higor perguntou com cuidado. — Saia. Só duas palavras, frias como se tivessem saído de uma caverna gelada, mas para Higor, foi como uma ordem de libertação. Sem hesitar, ele rapidamente saiu do escritório, quase como se estivesse fugindo de uma calamidade. Assim que Higor deixou o local, Vicente jogou com força os documentos que segurava na mesa. Seus olhos escuros, como duas pedras de ônix, estavam cheios de uma raiva congelante. — Bento, qual é o seu verdadeiro objetivo? Atreva-se a tocar na minha mulher! Vicente franziu a testa, e então o som de uma mensagem interrompeu seus pensamentos. Pegando o celular, ele viu que era uma mensagem de Ada, o qu