Após seu breve discurso, Zelda desceu do palco. A primeira coisa que fez foi tirar a mão de Bento, que ainda estava em sua cintura. Bento, no entanto, não demonstrou nenhuma irritação, mantendo seu sorriso tranquilo no rosto.Ele estendeu a mão e, com um gesto cortês, ofereceu a Zelda uma taça de vinho. Zelda, consciente de seu limite para bebidas, aceitou a taça, mas não bebeu, apenas balançou o vinho com elegância. Seus longos brincos balançavam suavemente ao redor de seu rosto, chamando a atenção de quem estivesse por perto. Zelda parecia genuinamente satisfeita.O olhar de Bento brilhou por um instante. Ele sorriu e, com um toque sutil, encostou sua taça na de Zelda.— Sua habilidade com o bordado é admirável. Um brinde, para celebrarmos nosso sucesso e consolidarmos futuras colaborações. — disse Bento, com um sorriso cheio de charme.Zelda manteve a expressão tranquila, mas ao lembrar das conversas que teve com os presidentes de grandes empresas, todos interessados em seu tr
O olhar afiado de Vicente passou por Bento e novamente se fixou em Zelda. Ele teve que admitir que a Zelda de agora exalava um tipo único de charme, algo que o fazia sentir-se atraído por ela. Os lábios se comprimiram. A personalidade dela não havia mudado, ainda era tão teimosa quanto antes.Bento continuava sorrindo de maneira elegante e despreocupada:— Sr. Vicente gostou de algum bordado? Talvez eu possa ceder para você. A Zelda me prometeu uma peça. — disse, como se fosse uma brincadeira.Zelda, por dentro, pensava com resignação: "Quando foi que eu prometi a ele uma peça de bordado?"Os jornalistas, por sua vez, ficaram ainda mais entusiasmados. Dois grandes nomes dos negócios frente a frente? "Isso promete!"Finalmente, sob o olhar atento da imprensa, Vicente disse, sua voz carregada de frieza:— Sr. Bento está enganado. Qualquer peça que não esteja à venda, ninguém, nem o Sr. Bento, a terá. Tudo o que pertence a ela, é intocável. — As palavras saíram com uma autoridade cort
Ao sair do local, Vicente abriu a porta do carro.— Entra — disse ele.Zelda franziu a testa, claramente sem vontade de aceitar a oferta. Vicente arqueou as sobrancelhas, inclinando-se repentinamente para mais perto.— Se quiser virar manchete de todos os jornais amanhã, pode continuar parada aqui. — murmurou ele, com sua voz grave e próxima demais, fazendo Zelda recuar um passo instintivamente.Ela olhou ao redor, percebendo que algumas pessoas já começavam a prestar atenção. Depois de hesitar brevemente, abriu a porta e entrou no carro.Vicente entrou logo em seguida e, ao tentar ligar o carro, percebeu que a chave não estava no contato. Ao virar a cabeça, viu que Zelda segurava o chaveiro entre os dedos.Com um olhar tranquilo, ela disse:— Se tem algo para falar, pode ser aqui mesmo. — E, em seguida, jogou a chave no compartimento ao lado.— Vamos falar logo — insistiu ela.— Primeiro, vamos sair daqui — respondeu Vicente, seco.Zelda franziu as sobrancelhas.— Sr. Vicente, você s
O carro corria pela estrada, enquanto Vicente segurava o volante com força, o rosto endurecido pelas sombras da irritação. A ideia de Zelda querer o divórcio o consumia, fazendo o controle que ele tanto prezava escapar entre seus dedos. Quando se lembrava dela mencionando que queria "buscar sua felicidade", a raiva queimava nas veias. — Maldita mulher! — rosnou entre dentes, o olhar fixo no vazio à frente. Quanto mais tentava afastar o pensamento de Zelda, mais sua imagem se fazia presente, nublando sua mente com frustração.Perdendo a calma, ele pegou o celular que estava ao lado e, sem hesitar, ligou para Zelda. O toque seguia sem resposta, aumentando ainda mais a tensão em seu peito. As sobrancelhas de Vicente franziram severamente.— Zelda, é bom que esteja ocupada com algo realmente importante e não ignorando meu telefonema... ou vai se arrepender. — As palavras geladas saíram junto com um olhar sombrio, mirando o celular como se pudesse forçá-la a atender com o poder de sua m
O fogo se intensificava, e Vicente segurava Zelda firmemente enquanto buscava uma rota de fuga.— Aguente firme, eu vou te tirar daqui — prometeu no ouvido dela, com determinação.O barulho das chamas crepitando e o som constante de objetos caindo aumentava a tensão. Vicente, focado em seguir em frente, não percebeu um grande enfeite de madeira se inclinando perigosamente sobre ele.— Bam! — O enfeite caiu com força em suas costas. Vicente soltou um gemido abafado, mas continuou, sem diminuir o ritmo, carregando Zelda até finalmente sair do prédio em chamas.Os bombeiros, ao verem Vicente saindo, ficaram chocados.— Você foi muito imprudente! O fogo está fora de controle, entrar assim foi uma loucura! — repreendeu um dos bombeiros.Vicente, sem dizer uma palavra, ignorou a advertência até garantir que Zelda estivesse em segurança na ambulância. Só então, silenciosamente, afastou-se....De longe, em meio à multidão, Ester observava a movimentação das equipes de resgate com um olhar e
— É ela... — Ester ficou atônita ao ouvir a descrição dos dois homens. Seu coração estava um caos. Ela só queria destruir os bordados preciosos de Zelda, nunca pensou em matá-la.Porém, se estivesse realmente morta, isso também seria bom.Ester sufocou a inquietação dentro de si e deu uma ordem firme para os homens do outro lado da linha:— Saiam da cidade agora. E nunca mais entrem em contato comigo. Não nos conhecemos.Depois de transferir a última quantia de dinheiro para a conta deles, Ester desligou o celular sem hesitar. Seus olhos brilhavam com um tom sombrio enquanto ela se virava e rapidamente deixava o local sem olhar para trás.— Zelda, se você morreu de verdade, foi o destino... Não me culpe......Zelda não fazia ideia de quanto tempo havia se passado desde que desmaiou. A luz do sol entrava radiante pela janela, e ela ficou perplexa por um bom tempo.Ainda estava viva. Alguém a tinha salvado?Zelda esforçava-se para recordar os momentos antes de perder a consciência.—
— Você não sabe? Dália ficou surpresa por um momento, e ao ver que Zelda estava confusa, continuou: — Foi o Sr. Vicente que te salvou. Dizem que ele arriscou a vida, entrou no meio do incêndio e te carregou para fora. Os olhos de Dália brilhavam de admiração. Zelda ficou sem palavras e trocou um olhar com Lídia. O quarto ficou em silêncio por um instante. Será que foi mesmo ele?Zelda levantou a cabeça, com os lábios cerrados, e perguntou: — Você tem certeza que foi ele quem me salvou? Não foi um engano? Ao ver a expressão de dúvida no rosto de Zelda, Dália assentiu vigorosamente: — Foi o que os paramédicos disseram. Muita gente viu o que aconteceu, e a cena foi... foi bem impressionante. Ela fez uma breve pausa antes de continuar: — O fogo estava atrás dele, e ele te segurava firme nos braços. Ele estava todo sujo, mas você saiu ilesa. Ela ainda tinha uma coisa que não disse: muitas pessoas se emocionaram na hora e disseram que só podia ser amor verdadeiro.Dá
Ester voltou para casa, mas seu coração estava inquieto. As chamas devastadoras e as palavras daqueles dois homens continuavam a surgir em sua mente. Ela andou de um lado para o outro no quarto, até que não aguentou mais. Pegou o celular e começou a atualizar as notícias sem parar. Será que já havia alguma notícia de morte? Ela atualizava a página repetidamente, até que se deparou com uma manchete que a fez empalidecer de repente. No local do evento, um jornalista capturou imagens de Zelda sendo colocada em uma ambulância... e quem a carregava era Vicente! O que ele estava fazendo lá? Ester viu Zelda sendo carregada por Vicente, imóvel, sem reação, e seu coração quase parou. Será que... Será que ela morreu de verdade? O rosto de Ester ficou pálido. Ela não conseguia nem imaginar o que aconteceria com ela se descobrissem que Zelda havia morrido queimada no local. Com o corpo tremendo, Ester apressadamente discou o número de Ada. Do outro lado, Ada atendeu o ce