— Gostar de mim? — Zelda balançou a cabeça, os lábios curvando-se em um sorriso sutil. — Sr. Bento, esse tipo de brincadeira não combina com você. Nós não somos do mesmo mundo. Guarde essas ideias para si.Com isso, ela pegou a proposta que havia sido deixada de lado.— Sugiro que o Sr. Bento estude bem o meu projeto. Espero que nossa colaboração seja bem-sucedida: você alcança seus objetivos e eu consigo tudo o que desejo.Seu sorriso era gracioso, equilibrando elegância e firmeza.Dessa vez, Bento pegou a proposta sem colocá-la de lado, mas seus olhos escuros, sempre cheios de uma intenção predatória, permaneciam fixos em Zelda com uma intensidade que dizia muito mais do que palavras.— Sua calma e inteligência me fazem querer te conquistar completamente. Talvez essa seja a melhor maneira de derrotar Vicente. — Bento brincou, embora fosse difícil distinguir se estava sendo sarcástico ou realmente revelando suas intenções.— Conquistar a mim? — Zelda arqueou delicadamente os lábios ve
Ao retornar à mansão, já era fim de tarde. Uma empregada se aproximou assim que Zelda entrou.— O jantar está pronto.Zelda assentiu. Assim que entrou na sala de jantar, notou Vicente sentado no sofá, o rosto carregado de escuridão, os olhos fixos nela.O que ele estava fazendo ali?Com as sobrancelhas levemente franzidas, Zelda ordenou:— Traga meu jantar para o quarto.E começou a subir as escadas, mas mal havia dado alguns passos, a voz fria de Vicente a deteve:— Pare.Zelda parou no meio do caminho, os dedos se apertando levemente. — O que o Sr. Vicente deseja?— Onde esteve hoje?Diante do tom de acusação, Zelda respondeu com indiferença:— Com sua capacidade, não conseguiu descobrir onde eu estive?— Zelda! — Vicente rosnou, a voz carregada de impaciência e advertência. — Por que escolheu trabalhar com ele? Não gosto que tenha qualquer envolvimento com Bento.Os olhos profundos de Vicente revelavam sua crescente irritação.— Você não gosta?Zelda só podia achar aquilo tudo ri
Cerca de quinze dias depois, Zelda conseguiu conquistar a licitação do resort. Sua determinação agradou os acionistas que já a apoiavam, e até os que eram contra passaram a demonstrar confiança. Zelda sentia a mudança no ar, e isso a deixava satisfeita.Uma hora depois, Ada ficou sabendo da vitória de Zelda. O choque a deixou furiosa, seu rosto ficou pálido de raiva, e, em um acesso de fúria, ela derrubou tudo que estava sobre sua mesa. Marilia, sempre ao seu lado, tentou acalmá-la.— Não pense mais nisso, o resultado já foi decidido. Essa mulher realmente tem algumas habilidades, a subestimamos. Mas o tempo está a nosso favor. Enquanto ela estiver no Grupo Montenegro, ainda teremos chances de derrubá-la. — Marilia disse, tentando trazer Ada de volta à calma.Aos poucos, Ada foi se acalmando, mas a frustração e o ódio em seus olhos eram evidentes. Incapaz de conter a inquietação, Ada saiu do escritório....Na sala de chá, ela se dirigia para preparar uma xícara de café, na espera
De volta ao escritório, Zelda mergulhou em suas tarefas. Estava concentrada quando Dália entrou furiosa.— O que aconteceu? Quem te irritou assim? — perguntou Zelda, surpresa ao ver a normalmente calma Dália tão agitada.— As pessoas são tão estúpidas e fofoqueiras! Estão espalhando por aí que você só conseguiu a licitação porque agradou o Bento. E ainda tem quem diga que... que você é amante dele! Esses idiotas! Eu não vou deixar barato! — Dália estava tão irritada que andava em círculos pelo escritório.Zelda levantou as sobrancelhas, achando graça.— Só isso? — disse, com um leve sorriso. — A vida já é tão entediante, um pouco de diversão não faz mal.Dália parou e a encarou, surpresa.— Você não está irritada?— É só fofoca. Quando os resultados aparecerem, essas pessoas vão calar a boca. — Zelda respondeu, os lábios curvando-se levemente. — Não vale a pena se aborrecer, eles não passam de tolos. — Com os olhos semicerrados, Zelda pensou em Ada, um brilho frio passando por seu olh
Zelda, usando uma camisola de alças finas, havia deixado uma das tiras escorregar durante o sono agitado.Seus olhos, ainda confusos e adoravelmente perdidos, emanavam uma certa doçura e tentação involuntária. O olhar de Vicente estava carregado de autocontrole, enquanto ele apertava a revista em suas mãos.Zelda seguiu o olhar dele e percebeu o deslize.— Como você entrou aqui? — perguntou, irritada, rapidamente puxando a alça de volta e cobrindo os ombros com o cobertor.— A porta não estava trancada. — Vicente respondeu, com indiferença, enquanto fechava a revista e a colocava na mesa ao lado.Zelda franziu os lábios, uma expressão de sarcasmo brilhando em seus olhos.— Este é meu quarto privado. Sr. Vicente, entrando sorrateiramente, realmente não combina com sua reputação.A provocação clara fez o olhar de Vicente endurecer. Ele deu alguns passos à frente, ficando acima de Zelda, e com a voz baixa e grave disse:— Levante-se e vá se arrumar, vou te levar a um lugar.— Não vou. —
Zelda viu Ada parada diante do túmulo, curvando-se com respeito três vezes, e franziu as sobrancelhas.Por que ela chegou aqui?Vicente, surpreso, também não esperava encontrar Ada ali. Seu semblante se fechou.Zelda observou Ada, que parecia profundamente respeitosa, e não pôde deixar de soltar um sorriso irônico. Que atriz.— Vicente... — Ada notou a presença dele e, imediatamente, sua expressão se suavizou, exibindo um ar de timidez. — Você veio? — Sua voz doce e delicada contrastava com os olhos ligeiramente inchados de chorar, que a faziam parecer vulnerável.Desde o incidente no hospital, Ada tentou várias vezes se aproximar de Vicente, sem sucesso. E agora, com Zelda de volta e morando com ele, a inveja e insegurança estavam prestes a consumi-la. Ao descobrir que Vicente sempre vinha ao cemitério nesse dia, ela decidiu se antecipar e estar lá também.Mas, para sua decepção, Vicente a ignorou completamente, sua voz fria como gelo ao perguntar:— O que você está fazendo aqui?
Ada, temendo que Vicente fosse atrás de Zelda, segurou com força o braço dele, quase desesperada.— O que você quer dizer? — Vicente perguntou, sua voz fria e os olhos sombrios, sem esconder a irritação.— Vicente, eu sei que você está chateado comigo, que me culpa pela mentira, mas... eu realmente te amo. Por favor, me perdoa. Olhe para todos esses anos em que estive ao seu lado. — Ada olhou para ele com expectativa, tentando captar qualquer sinal de suavização em sua expressão.Ao ver o rosto impassível de Vicente, a preocupação de Ada cresceu. Forçando-se a chorar, ela deixou que as lágrimas escorressem por suas bochechas, tentando apelar para o lado emocional dele, algo que sempre funcionava no passado.— Quando seus pais faleceram, eu estive com você, Vicente, lembra? — Ela o observava atentamente, temendo que ele se lembrasse de que, na verdade, não fora ela quem cuidou dele naquele momento doloroso.Ela percebeu que a frieza nos olhos de Vicente parecia diminuir um pouco. Um v
Como Ada esperava, Vicente a segurou. Ada, cheia de alegria, abaixou a cabeça e fingiu estar envergonhada:— O chão está muito escorregadio, tive medo de cair. Vicente, será que você poderia me segurar, como nos velhos tempos, quando eu cuidava de você?Para sua surpresa, no instante seguinte, Vicente a afastou. Seus olhos, profundos e frios como um lago gelado, fixaram-se nela.— Ada, você está escondendo mais alguma coisa de mim? — Vicente perguntou, com um tom sério que fez o coração de Ada dar um salto.Por que ele estava perguntando isso de repente? Pensamentos confusos passaram por sua cabeça, mas ela reagiu rapidamente, balançando a cabeça com firmeza.— Vicente, já me arrependi tanto de ter escondido aquilo de você. Como poderia esconder mais alguma coisa? Eu juro que não tenho mais nada para esconder! — respondeu ela.Vicente a encarou, o olhar gelado.— Se eu descobrir que você mentiu de novo, não vou perdoar.O tom ameaçador e os olhos sombrios de Vicente a deixaram em pâ