Ada, temendo que Vicente fosse atrás de Zelda, segurou com força o braço dele, quase desesperada.— O que você quer dizer? — Vicente perguntou, sua voz fria e os olhos sombrios, sem esconder a irritação.— Vicente, eu sei que você está chateado comigo, que me culpa pela mentira, mas... eu realmente te amo. Por favor, me perdoa. Olhe para todos esses anos em que estive ao seu lado. — Ada olhou para ele com expectativa, tentando captar qualquer sinal de suavização em sua expressão.Ao ver o rosto impassível de Vicente, a preocupação de Ada cresceu. Forçando-se a chorar, ela deixou que as lágrimas escorressem por suas bochechas, tentando apelar para o lado emocional dele, algo que sempre funcionava no passado.— Quando seus pais faleceram, eu estive com você, Vicente, lembra? — Ela o observava atentamente, temendo que ele se lembrasse de que, na verdade, não fora ela quem cuidou dele naquele momento doloroso.Ela percebeu que a frieza nos olhos de Vicente parecia diminuir um pouco. Um v
Como Ada esperava, Vicente a segurou. Ada, cheia de alegria, abaixou a cabeça e fingiu estar envergonhada:— O chão está muito escorregadio, tive medo de cair. Vicente, será que você poderia me segurar, como nos velhos tempos, quando eu cuidava de você?Para sua surpresa, no instante seguinte, Vicente a afastou. Seus olhos, profundos e frios como um lago gelado, fixaram-se nela.— Ada, você está escondendo mais alguma coisa de mim? — Vicente perguntou, com um tom sério que fez o coração de Ada dar um salto.Por que ele estava perguntando isso de repente? Pensamentos confusos passaram por sua cabeça, mas ela reagiu rapidamente, balançando a cabeça com firmeza.— Vicente, já me arrependi tanto de ter escondido aquilo de você. Como poderia esconder mais alguma coisa? Eu juro que não tenho mais nada para esconder! — respondeu ela.Vicente a encarou, o olhar gelado.— Se eu descobrir que você mentiu de novo, não vou perdoar.O tom ameaçador e os olhos sombrios de Vicente a deixaram em pâ
No dia seguinte, Zelda chegou cedo à empresa. Dália, carregando os materiais prontos, seguiu Zelda até a sala de reuniões.Ada já estava lá, sentada com postura ereta de um lado da mesa. Zelda a olhou de relance e, sem dar muita importância, sentou-se com Dália do outro lado. Assim, as duas ficaram em lados opostos da mesa de reuniões.Mesmo com a distância, os outros acionistas podiam sentir o clima tenso entre as duas, uma frieza que deixava claro que nenhuma das duas estava disposta a ceder. Ada pegou a xícara de café que Marilia preparou especialmente para ela, com um sorriso de triunfo.Ela tinha planejado meticulosamente sua aparição no cemitério no dia anterior e, como esperado, conseguiu o perdão de Vicente. Agora, sentia-se confiante, sem considerar Zelda como uma ameaça. O olhar de Ada, cheio de desprezo, lançou-se sobre Zelda."Conseguir um contrato... e daí?" Ada pensou. "Se Vicente não estiver satisfeito, derrubá-la seria questão de minutos."Dália, percebendo o olha
— Amanhã eu vou com você para a inspeção. — Ada propôs. — Sou a presidente interina. Um projeto tão grande assim, é minha obrigação estar presente.O que acha?— Faça o que quiser. — Zelda respondeu, sem dar muita importância, pegou suas coisas e saiu da sala de reuniões....No escritório.Marilia, que havia voltado antes, ao ver a expressão de desgosto no rosto de Ada, se aproximou rapidamente e a conduziu ao sofá com carinho.— Não correu bem? — perguntou, preocupada.Ada, visivelmente irritada, olhou para Marilia com frustração.— Por que você me mandou aquela mensagem dizendo que eu deveria ir à inspeção com aquela mulher desprezível? — O olhar de Ada transbordava insatisfação. Ela não entendia por que Marilia insistia para que ela fosse junto com Zelda na viagem de inspeção. Ela mal conseguia suportar a ideia de olhar para Zelda, muito menos passar tanto tempo com ela.A lembrança de Zelda dizendo com indiferença “faça o que quiser” só alimentava o ódio em seu coração. Era como
Entrada da mansão Barros.— Amanhã às nove, nos encontramos diretamente no porto. — Zelda disse a Dália. — Não se atrase.— Sei! Ah, lembre-se de que vamos ficar um tempo mais longo dessa vez. A ilha tem uma diferença grande de temperatura entre manhã e noite, então leve roupas mais quentes. E não se esqueça dos remédios! Leve remédio para gripe, febre, diarreia e, claro, aqueles para o estômago que você sempre toma. — Dália brincava, contando nos dedos, como se fosse uma pequena lista.Vendo o gesto divertido da amiga, Zelda teve um breve vislumbre do rosto adorável de Fofinha. "Será que minha pequena já está dormindo?" Fazia um tempo que não ouvia a voz da filha, e Zelda percebeu o quanto estava negligenciando seu papel de mãe.— Já sei, minha pequena governanta! Vai com cuidado, nos vemos amanhã. — respondeu, com um sorriso.Dália fez um gesto de "OK" com a mão antes de entrar no carro e partir.Zelda subiu diretamente para o quarto. Após uma rápida rotina de cuidados, pegou o te
Zelda, por sua vez, revirou os olhos.“Encontro”... usar essa palavra para alguém que ainda não se divorciou não é nada adequado. Mesmo sabendo que Bento estava apenas brincando, o tom da conversa a fez franzir levemente as sobrancelhas. E, com Vicente por perto, ela não tinha ideia de até onde ele poderia chegar se perdesse o controle.— Sr. Bento, preciso descansar. Nos vemos amanhã. — Zelda falou, com a voz fria e distante.— Ah, então teremos uma semana bem agradável — Bento respondeu com um riso leve.Zelda não disse mais nada, desligando rapidamente o celular, antes que Bento pudesse dizer algo que a deixasse ainda mais desconcertada. Toda vez que falava com ele, sentia que precisava de um coração mais forte. Talvez eu esteja ficando velha, esse tipo de flerte já não me afeta mais como antes.Cansada, Zelda só queria dormir. Mas Vicente, como uma estátua implacável, continuava parado na sua frente, bloqueando sua saída. Ela sentia a irritação crescer.— Sr. Vicente, já está
No dia seguinte.Para garantir o máximo de conforto a todos durante a viagem, Bento não poupou gastos e reservou um luxuoso iate, cujo design e comodidades de primeira linha refletiam sua generosidade e extravagância. Ada foi a primeira a chegar ao porto. O motorista que a acompanhava, respeitosamente, carregava sua mala, seguindo logo atrás.— Anda mais devagar, me espera! — Ester, que tinha acabado de sair do carro, correu apressada com sua bagagem, ofegante, até alcançar Ada.Ada franziu as sobrancelhas.— Você já foi uma estrela, poderia ao menos se comportar com mais dignidade. E olhe para as suas roupas... ainda está usando coleções do ano passado.— Se não fosse por aquela mulher, a Zelda, eu não estaria nessa situação miserável! Faz tempo que não compro roupas ou bolsas novas. — Quando mencionou Zelda, o olhar de Ester se encheu de ódio.Vendo o ódio feroz nos olhos de Ester, Ada abaixou ligeiramente o olhar e pensava:"Essa tola... preciso tirar proveito dela."Nesse momento,
Instintivamente, Zelda agarrou uma mão para se estabilizar, sem perceber de quem era. Ao se virar, ela se deparou com os olhos sombrios e preocupados de Vicente, e por um instante, ficou atordoada. Mas logo percebeu que, na verdade, havia segurado a mão de Bento.Vicente, ao ver a cena de Zelda e Bento com as mãos entrelaçadas, ficou com o olhar ainda mais sombrio. Ela escolheu Bento, afinal.O pensamento trouxe uma dor amarga e aguda que rapidamente se espalhou por todo o seu ser.Zelda, já de pé e recuperada, soltou a mão de Bento e suspirou de alívio.— Está tudo bem? — A voz preocupada de Bento ressoou em seus ouvidos.Zelda sorriu e assentiu.— Se não fosse por você, eu teria caído. Obrigada.— Não precisa agradecer. — Bento lançou um rápido olhar a Vicente e, voltando-se para Zelda, sorriu de forma travessa, seus olhos fixos nela.— Eu preferiria te proteger para sempre — disse Bento, em um tom provocante, fazendo com que suas palavras soassem claramente para todos ao redor, ca