No dia seguinte, Zelda chegou cedo à empresa. Dália, carregando os materiais prontos, seguiu Zelda até a sala de reuniões.Ada já estava lá, sentada com postura ereta de um lado da mesa. Zelda a olhou de relance e, sem dar muita importância, sentou-se com Dália do outro lado. Assim, as duas ficaram em lados opostos da mesa de reuniões.Mesmo com a distância, os outros acionistas podiam sentir o clima tenso entre as duas, uma frieza que deixava claro que nenhuma das duas estava disposta a ceder. Ada pegou a xícara de café que Marilia preparou especialmente para ela, com um sorriso de triunfo.Ela tinha planejado meticulosamente sua aparição no cemitério no dia anterior e, como esperado, conseguiu o perdão de Vicente. Agora, sentia-se confiante, sem considerar Zelda como uma ameaça. O olhar de Ada, cheio de desprezo, lançou-se sobre Zelda."Conseguir um contrato... e daí?" Ada pensou. "Se Vicente não estiver satisfeito, derrubá-la seria questão de minutos."Dália, percebendo o olha
— Amanhã eu vou com você para a inspeção. — Ada propôs. — Sou a presidente interina. Um projeto tão grande assim, é minha obrigação estar presente.O que acha?— Faça o que quiser. — Zelda respondeu, sem dar muita importância, pegou suas coisas e saiu da sala de reuniões....No escritório.Marilia, que havia voltado antes, ao ver a expressão de desgosto no rosto de Ada, se aproximou rapidamente e a conduziu ao sofá com carinho.— Não correu bem? — perguntou, preocupada.Ada, visivelmente irritada, olhou para Marilia com frustração.— Por que você me mandou aquela mensagem dizendo que eu deveria ir à inspeção com aquela mulher desprezível? — O olhar de Ada transbordava insatisfação. Ela não entendia por que Marilia insistia para que ela fosse junto com Zelda na viagem de inspeção. Ela mal conseguia suportar a ideia de olhar para Zelda, muito menos passar tanto tempo com ela.A lembrança de Zelda dizendo com indiferença “faça o que quiser” só alimentava o ódio em seu coração. Era como
Entrada da mansão Barros.— Amanhã às nove, nos encontramos diretamente no porto. — Zelda disse a Dália. — Não se atrase.— Sei! Ah, lembre-se de que vamos ficar um tempo mais longo dessa vez. A ilha tem uma diferença grande de temperatura entre manhã e noite, então leve roupas mais quentes. E não se esqueça dos remédios! Leve remédio para gripe, febre, diarreia e, claro, aqueles para o estômago que você sempre toma. — Dália brincava, contando nos dedos, como se fosse uma pequena lista.Vendo o gesto divertido da amiga, Zelda teve um breve vislumbre do rosto adorável de Fofinha. "Será que minha pequena já está dormindo?" Fazia um tempo que não ouvia a voz da filha, e Zelda percebeu o quanto estava negligenciando seu papel de mãe.— Já sei, minha pequena governanta! Vai com cuidado, nos vemos amanhã. — respondeu, com um sorriso.Dália fez um gesto de "OK" com a mão antes de entrar no carro e partir.Zelda subiu diretamente para o quarto. Após uma rápida rotina de cuidados, pegou o te
Zelda, por sua vez, revirou os olhos.“Encontro”... usar essa palavra para alguém que ainda não se divorciou não é nada adequado. Mesmo sabendo que Bento estava apenas brincando, o tom da conversa a fez franzir levemente as sobrancelhas. E, com Vicente por perto, ela não tinha ideia de até onde ele poderia chegar se perdesse o controle.— Sr. Bento, preciso descansar. Nos vemos amanhã. — Zelda falou, com a voz fria e distante.— Ah, então teremos uma semana bem agradável — Bento respondeu com um riso leve.Zelda não disse mais nada, desligando rapidamente o celular, antes que Bento pudesse dizer algo que a deixasse ainda mais desconcertada. Toda vez que falava com ele, sentia que precisava de um coração mais forte. Talvez eu esteja ficando velha, esse tipo de flerte já não me afeta mais como antes.Cansada, Zelda só queria dormir. Mas Vicente, como uma estátua implacável, continuava parado na sua frente, bloqueando sua saída. Ela sentia a irritação crescer.— Sr. Vicente, já está
No dia seguinte.Para garantir o máximo de conforto a todos durante a viagem, Bento não poupou gastos e reservou um luxuoso iate, cujo design e comodidades de primeira linha refletiam sua generosidade e extravagância. Ada foi a primeira a chegar ao porto. O motorista que a acompanhava, respeitosamente, carregava sua mala, seguindo logo atrás.— Anda mais devagar, me espera! — Ester, que tinha acabado de sair do carro, correu apressada com sua bagagem, ofegante, até alcançar Ada.Ada franziu as sobrancelhas.— Você já foi uma estrela, poderia ao menos se comportar com mais dignidade. E olhe para as suas roupas... ainda está usando coleções do ano passado.— Se não fosse por aquela mulher, a Zelda, eu não estaria nessa situação miserável! Faz tempo que não compro roupas ou bolsas novas. — Quando mencionou Zelda, o olhar de Ester se encheu de ódio.Vendo o ódio feroz nos olhos de Ester, Ada abaixou ligeiramente o olhar e pensava:"Essa tola... preciso tirar proveito dela."Nesse momento,
Instintivamente, Zelda agarrou uma mão para se estabilizar, sem perceber de quem era. Ao se virar, ela se deparou com os olhos sombrios e preocupados de Vicente, e por um instante, ficou atordoada. Mas logo percebeu que, na verdade, havia segurado a mão de Bento.Vicente, ao ver a cena de Zelda e Bento com as mãos entrelaçadas, ficou com o olhar ainda mais sombrio. Ela escolheu Bento, afinal.O pensamento trouxe uma dor amarga e aguda que rapidamente se espalhou por todo o seu ser.Zelda, já de pé e recuperada, soltou a mão de Bento e suspirou de alívio.— Está tudo bem? — A voz preocupada de Bento ressoou em seus ouvidos.Zelda sorriu e assentiu.— Se não fosse por você, eu teria caído. Obrigada.— Não precisa agradecer. — Bento lançou um rápido olhar a Vicente e, voltando-se para Zelda, sorriu de forma travessa, seus olhos fixos nela.— Eu preferiria te proteger para sempre — disse Bento, em um tom provocante, fazendo com que suas palavras soassem claramente para todos ao redor, ca
— Que vida boa… — Zelda murmurava para si, confortável, deitada na cadeira de vime branco no deque, balançando suavemente a taça de vinho que o criado lhe servira. Notou Bento se aproximando e, com um sorriso leve, chamou por ele— Sr. Bento?Bento se acomodou na cadeira à frente dela, pegando a taça oferecida pelo criado.— Um brinde ao sucesso de nossa parceria — disse ele com sua voz grave, tão encorpada quanto o vinho na taça, uma sonoridade que parecia embriagar.Zelda sabia que sua resistência ao álcool não era das melhores, mas ainda assim ergueu a taça e brindou com Bento, dando um pequeno gole.— E você? O que o trouxe aqui fora? — perguntou ela, com delicadeza.— Lá dentro, o cheiro de perfume é insuportável. Precisei tomar um ar. — Bento esboçou um sorriso de canto.Zelda riu, arqueando as sobrancelhas com ironia. — Com a sua fama, Sr. Bento, imaginei que gostasse de ter belas mulheres ao redor. Aproveitar a companhia delas não é algo que costuma fazer? — ela provocou.— Es
Algumas horas depois, o grupo finalmente chegou ao destino de exploração: a Ilha Brisaverde.Assim que desceu do iate, Zelda sentiu a leve brisa tocando seu rosto. No ar, um suave aroma de bambu pairava, e ela inspirou profundamente, deixando-se envolver pelo perfume, enquanto um sorriso de contentamento surgia em seu rosto.Ela olhou ao redor e avistou as nuvens esbranquiçadas estendendo-se sobre a ilha, como um véu brilhante que embelezava ainda mais o céu azul e o mar cristalino, criando uma cena que facilmente enchia os olhos de admiração. Um lugar maravilhoso, digno de ser um paraíso de turismo e descanso.Zelda estava encantada, observando tudo ao seu redor, até que o gerente da ilha, Sr. Xavier, se aproximou deles. Ele mantinha um sorriso um tanto submisso, visivelmente nervoso, ansioso para agradar aos ilustres visitantes.— Senhores, por favor, sigam-me. Vou levá-los até o local onde irão se hospedar — disse Xavier, com uma reverência cuidadosa.Enquanto isso, os olhos escu