— Que vida boa… — Zelda murmurava para si, confortável, deitada na cadeira de vime branco no deque, balançando suavemente a taça de vinho que o criado lhe servira. Notou Bento se aproximando e, com um sorriso leve, chamou por ele— Sr. Bento?Bento se acomodou na cadeira à frente dela, pegando a taça oferecida pelo criado.— Um brinde ao sucesso de nossa parceria — disse ele com sua voz grave, tão encorpada quanto o vinho na taça, uma sonoridade que parecia embriagar.Zelda sabia que sua resistência ao álcool não era das melhores, mas ainda assim ergueu a taça e brindou com Bento, dando um pequeno gole.— E você? O que o trouxe aqui fora? — perguntou ela, com delicadeza.— Lá dentro, o cheiro de perfume é insuportável. Precisei tomar um ar. — Bento esboçou um sorriso de canto.Zelda riu, arqueando as sobrancelhas com ironia. — Com a sua fama, Sr. Bento, imaginei que gostasse de ter belas mulheres ao redor. Aproveitar a companhia delas não é algo que costuma fazer? — ela provocou.— Es
Algumas horas depois, o grupo finalmente chegou ao destino de exploração: a Ilha Brisaverde.Assim que desceu do iate, Zelda sentiu a leve brisa tocando seu rosto. No ar, um suave aroma de bambu pairava, e ela inspirou profundamente, deixando-se envolver pelo perfume, enquanto um sorriso de contentamento surgia em seu rosto.Ela olhou ao redor e avistou as nuvens esbranquiçadas estendendo-se sobre a ilha, como um véu brilhante que embelezava ainda mais o céu azul e o mar cristalino, criando uma cena que facilmente enchia os olhos de admiração. Um lugar maravilhoso, digno de ser um paraíso de turismo e descanso.Zelda estava encantada, observando tudo ao seu redor, até que o gerente da ilha, Sr. Xavier, se aproximou deles. Ele mantinha um sorriso um tanto submisso, visivelmente nervoso, ansioso para agradar aos ilustres visitantes.— Senhores, por favor, sigam-me. Vou levá-los até o local onde irão se hospedar — disse Xavier, com uma reverência cuidadosa.Enquanto isso, os olhos escu
Zelda revirou os olhos.— Você… — Ela sabia que Vicente podia ser teimoso e, quando agia com essa atitude irredutível, era difícil lidar com ele.Sem alternativa, ela suspirou e disse, resignada:— Dália, troque de quarto com o Sr. Vicente, por favor.Não queria nem pensar em realmente dividir o quarto com ele, pois a situação a deixaria maluca.Ada, insatisfeita com o rumo das coisas, aproximou-se dos dois.— Irmã, seria mais prático dividir o quarto com sua assistente para que ela possa cuidar de você. Vicente, eu ficaria com medo sozinha; você poderia ficar comigo na outra vila?Aproveitando a oportunidade, ela segurou o braço de Vicente, implorando.Zelda esboçou um sorriso frio e irônico, prestes a responder, mas foi interrompida pela voz fria de Bento:— Se a Srta. Ada tem tanto medo de ficar sozinha numa vila, posso providenciar alguém para levá-la de volta.As palavras de Bento caíram como um balde de água fria sobre Ada, deixando-a sem palavras.— Eu… — Toda sua esperança se v
Ao fechar a porta, Zelda finalmente teve um momento de tranquilidade. Depois de um banho quente e relaxante, abriu a janela do quarto.Lá fora, o mar azul e o céu claro formavam uma paisagem de tirar o fôlego. Zelda abriu sua mala, tirou o cavalete e seus materiais de desenho e começou a desenhar com calma.Duas horas depois, ela guardou os pincéis e, ao contemplar a paisagem que acabara de capturar, um sorriso radiante surgiu em seu rosto. Depois de arrumar tudo, ela alongou os músculos rígidos e ligou para Dália.O telefone tocou por um bom tempo antes de Dália finalmente atender.— Srta. Zelda...Ao ouvir a voz de Dália, que parecia diferente do habitual, Zelda franziu as sobrancelhas.— O que houve? Você está se sentindo bem?Houve uma longa pausa até que Dália respondeu.— Estou bem.Zelda, com as sobrancelhas levemente franzidas, intuiu que algo estava errado, mas, como Dália insistiu que não era nada, ela resolveu não pressionar.— Venha jantar. Estarei te esperando no restau
Ester não esperava que Zelda defendesse Dália tão abertamente, e a lembrança do tapa que dera na assistente a deixou preocupada. Ela temia que Zelda fosse contar tudo a Bento, revelando seu lado agressivo. Diante da repreensão de Zelda, hesitou, sem coragem para retrucar."Inútil!" Ada praguejou mentalmente, mas manteve o sorriso doce e elegante.— Pronto, pronto, Ester, você também já disse o bastante. A assistente estava errada, e você já deu uma lição nela... — disse Ada suavemente, puxando Ester para se sentar em frente a Zelda e Dália. — Hoje o jantar é por minha conta.“Deu uma lição?” Zelda esboçou um sorriso gélido, e um brilho frio passou por seus olhos.— Que tal tomarmos um chá antes do jantar? — sugeriu Zelda em voz baixa.— Claro! Eu adoro chá. Vou pedir ao pessoal para preparar para nós — Ada respondeu com um sorriso, acenando para chamar os funcionários, mas Zelda a interrompeu.— Nada de funcionários.Dália prontamente se levantou. — Eu mesma preparo.Depois que os fu
Ao ouvir essas palavras, Ester saiu do restaurante chorando de raiva. Ada, por outro lado, manteve um sorriso doce, lançando um olhar gentil para Zelda e Bento.— Zelda, Sr. Bento, realmente peço desculpas. Não imaginei que a presença dela causaria tantos problemas. Talvez eu devesse ter ignorado os pedidos dela e não a ter trazido — Ada falou com um tom de arrependimento, mas Zelda apenas sorriu com desdém.Bento lançou um olhar frio para Ada, curvando levemente os lábios.— Que bom que percebeu. Espero que, no futuro, a Srta. Ada evite repetir atitudes tão… impensadas.As palavras de Bento, carregadas de ironia, fizeram a fúria crescer no coração de Ada, mas ela manteve o sorriso calmo e sereno.Logo, os quatro fizeram seus pedidos. Bento virou-se casualmente para Zelda e comentou:— Preparei um ateliê para você. Está equipado com materiais novos, você pode dar uma olhada quando tiver tempo.Zelda ficou surpresa por um instante, mas logo assentiu agradecida.— Obrigada. Vou conferi
Com elegância, Zelda colocou um pedaço de filé na boca, seu sorriso suave irradiando uma beleza sutil, como flores de cerejeira desabrochando à noite, delicadas, mas com um encanto irresistível. Bento observava Zelda com um olhar carregado de significado. Aquela garota havia crescido… atingir o ponto fraco de seus adversários sem esforço era algo que ele apreciava.— Claro que conheço bem o Vicente. Passei anos ao lado dele! — Ada afirmou com confiança, mas uma hesitação brilhou em seu olhar. A comida em seu prato já não lhe apetecia. Pousou os talheres com delicadeza e se levantou.— Não vou atrapalhar o momento de vocês dois. Vou indo. Aproveitem o jantar.Zelda continuou sua refeição, despreocupada e indiferente à saída de Ada. Dália, no entanto, resmungava internamente, achando aquela insinuação absurda. Afinal, ela também estava ali!Bento observou Ada se afastar, com um leve sorriso nos lábios.— Sua irmã… ela tem bastante malícia.Zelda sorriu com frieza.— Que vergonha, Sr.
Na manhã seguinte, Zelda apareceu pontualmente no restaurante. Ela não havia dormido bem na noite anterior. Quando Xavier a viu, aproximou-se, com uma postura respeitosa.— Bom dia — disse Zelda com um leve sorriso, inclinando a cabeça em cumprimento.Pouco depois, Bento chegou, usando um traje casual em tons claros, ainda tão elegante como sempre. Ele caminhou até Zelda, notando as leves olheiras sob seus olhos, e comentou com um tom provocativo:— Dormiu mal?Zelda suspirou, com os lábios se curvando em um sorriso suave:— Não gosto de camas estranhas — respondeu ela, dando uma desculpa. Na verdade, ela havia passado a noite toda sonhando com Fofinha.As palavras de Bento tinham reaberto suas feridas do passado, lembrando-a do sofrimento vivido. As lembranças da filha enfrentando repetidos perigos de vida encheram seus sonhos de tristeza, e ela simplesmente não conseguiu dormir bem.Nesse momento, Vicente chegou ao deque e viu Zelda e Bento em uma conversa aparentemente agradáve