Dylan

Não estava nada interessado a contratar outra babá, mas já que a última caiu fora por não conseguir dar conta das noites em claro de Noah, não tive escolha. E Adeline me convenceu que valeria mais a pena do que passar noites em claro tentando criar ele sozinho. Não que eu não leve jeito, mas é que é muito complicado cuidar um filho e administrar o trabalho que me exige muito.

Eu definitivamente amava a mãe do meu filho. Amei ela como nunca amei outra. O poder que tinha sobre mim, era assustador. Conseguia qualquer coisa que quisesse, a hora que quisesse e bastava sorrir para mim da forma que apenas ela sabia. Desde meus 14 anos que a conheço, nossas famílias são amigas deste de sempre e isso facilitou nosso contato. Sempre fui apaixonado por ela e ela sabia, mas só depois que conseguir chegar onde cheguei, ela aceitou se envolver comigo.

Entretanto, hoje em dia não quero ouvir ninguém falar dela, porque apenas o nome faz meu coração apertar e a sensação que tenho no meu estômago é horrível. Hoje em dia a única pessoa que amo com todo meu coração é meu filho, que apesar de tudo, meu pequeno Noah não teve culpa de nada.

— Pensando em que cara? — Patrick me tira dos pensamentos e passo minhas mãos pelo rosto.

— Nada. Entra aí — Faço um gesto com a mão e ele entre em meu escritório.

— Eai? Contratou a babá? — Falei com ele sobre isso.

— Sim! Katherine — Me jogo para trás apoiando totalmente minhas costas na cadeira.

— Irei lá… Carne nova no pedaço! — Patrick fala com um sorriso safado no rosto enquanto reviro os olhos. A última babá caiu nos laços de Patrick. Sem demora, ele levou ela para cama sem pensar duas vezes.

— Ela é gata? — Percebe minha irritação ao se referir a Katherine desse modo.

— Ela é familiar. —

— Pergunto se a garota é gata e você me responde que ela é familiar? — Ele se senta na cadeira a minha frente — E para que quero saber se ela é familiar Dylan? — Acabei rindo da sua cara sem noção.

— Vá trabalhar, Patrick — Ele revira os olhos se levantando e indo para sua sala.

Mas realmente, ela é familiar para mim. Sinto que a conheço de algum lugar, mas se eu a tivesse visto lembraria, certo? Quero dizer, aquela beleza não passaria despercebida, todos prestariam atenção nela. Sem dúvidas.

A forma que fala, tão delicada e atenciosa. Quando pegou meu filho pela primeira vez no colo já percebi ele ficou mais calmo e sentiu um amor por ela, já que ele não para de sorrir. Sem falar na voz dela ao cantar aquela música de ninar para Noah, a voz tão doce e tranquila o deixando ainda mais calmo. Fiquei impressionado ao passar pela porta e ver os dois naquela cena, repleta de carinho.

Nem direi a vontade que sinto de beija-la toda vez que ela fica com suas bochechas coradas de vergonha, combinando com seu cabelo a deixando ainda mais linda.

“O que tá acontecendo comigo?” -- sussurro e passo a mão pelos cabelos.

— Senhor Carter? — Rafaela a minha secretária, b**e duas na porta e abre em seguida.

— Diga! — A encaro.

— Reunião daqui dois minutos. Pronto? — Apenas concordo e saio logo atrás dela em direção a sala de reuniões da empresa.

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Voltei para casa um pouco mais cedo que o normal, já que tô farto daquela empresa e daquelas pessoas ao meu redor puxando o meu saco a todo momento. Paro o carro em frente aos arbustos e já vendo Adeline vindo ao meu encontro para me recepcionar.

— Boa tarde chefe! — Pega minha bolsa — Deseja algo para comer? — 

— Não Adeline. Cadê meu filho? — Sua expressão muda — Adeline? — 

— Ele está no quintal — Responde logo após fechar a porta.

— Fazendo o que no quintal? — A encaro com as mãos no bolso.

— Apenas se divertindo — Passo por ela sem dizer nada.

Entro na cozinha e todas as funcionárias me dão boa tarde, eu apenas passo reto e vou em direção a porta dos fundos. Abro a porta pronto para brigar com Katherine a qualquer custo, então vejo ela sentada ao lado de uma piscina pequena segurando Noah enquanto o mesmo ri e b**e o pé como se tentasse nadar.

Ela olha para ele com tanto amor e carinho que acabo me encostando na parede para observar ambos. Deste que nasceu, Noah não teve a oportunidade de sentir o amor materno, mas agora Katherine pode mostrar para ele o que é.

Ela olha para trás e seu sorriso some ao me ver. Caminho até eles e logo ela se levanta, vejo que ela estar com um short jeans e uma blusa que chega à metade de sua barriga.

— Des-desculpa, não sabia que chegaria cedo hoje — Noah ainda sorri e estica os braços em minha direção.

— De forma alguma. Você está molhado mocinho — Aperto sua bochecha — O que isso significa Katherine, posso saber o que estavam fazendo aqui? — Digo sério e a mesma me encara.

— Hoje o dia está muito abafado e Noah não ficou quieto, estava agoniado demais por conta do calor e não podia manter ele embaixo do chuveiro o dia inteiro — Ela sorriu — Então trouxe ele aqui e até que se acalmou, adorou brincar na água — Ele brinca com uma mecha do cabelo dela molhado — Peço perdão. Não sabia que não poderia trazer ele aqui — Sua voz é suave.

— Dá próxima vez, me avise — Ela concorda.

— Tudo bem. Trocarei ele — Sorriu e observo os dois saindo enquanto ele b**e palmas. Sinto meu celular vibrando no bolso da minha calça social, o pego e vejo que tem uma mensagem da minha mãe.

- E nosso almoço amanhã? Ainda de pé?

- Sim, mãe. Amanhã naquele restaurante que você ama.

- Te amo meu filho. Até amanhã!

Como sempre, dona Francine ama ter os filhos por perto. Sempre quer reunir para almoços, jantares e festas.

Sou o filho primogênito e tenho mais dois irmãos. Darla é a caçula.

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