11°

Noah já tomou seu banho quente e também já jantou, e onde estamos? Brinquedoteca. Aqui é o paraíso para nós dois. Para ele porque aqui não falta o que fazer e para mim que fico tranquila, já que posso sentar e respirar sem que ele queria meu colo. 

Noah estar sentado em um balanço que tem o formato de um leãozinho, ele tem uma pequena mesa em sua frente com pecinhas geométricas de várias cores. Ele brinca com vários brinquedos em simultâneo. 

Estou sentada ao seu lado no chão com as mãos em suas costas para não correr risco de ele cair. Ele ri me olhando e tenta sair de cima do leão, o pego pela cintura e o coloco sentado em minha frente.

— Vem! — Me afasto e estico os braços em sua direção o encorajando para dar seus primeiros passos.

Ele sorri caindo de bunda, mas logo levanta se segurando no sofá e dá um, dois, três passinhos e cai nos meus braços. Não aguento tamanha fofura e começo a enche-lo de beijo por todo seu rosto.

— Ah! Que coisa mais fofa — Falo alto ainda beijando ele, que faz barulhinhos com a boca de felicidade.

— Uhum — Ouço um pigarro e me viro vendo Dylan parado me encarando — Quero conversar com você agora. Desça e deixe Noah com a Jade — Ele vira as costas e vai saindo.

— Ei, espera! — Falo um pouco alto e ele vira para me encarar — Venha cá — Levanto Noah deixando ele em pé — Vem logo — Digo um pouco animada.

Ele parece não entender o que quero que ele faça então apenas me olha sério sem nenhuma expressão.

— Se agacha, abre os braços e chame ele — Dou as instruções com um sorriso no rosto. Dylan continua parado, mas faz o que peço, chega mais perto e abre os braços.

— Vem para o papai filhão — Diz para Noah com um sorriso de lado.

Noah sorriu e b**e as mãozinhas, continuou se segurando nos meus braços enquanto dava os primeiros passos e logo o soltei. Vejo um p**a sorriso lindo no rosto de Dylan olhando para o filho indo em sua direção e nesse momento, tenho certeza que a ex mulher não veio em sua mente.

 Seu filho está ali, andando em sua direção sorrindo com os pés tortos e a cada passo parece que cairá, mas ainda assim estar disposto a ir até ele. Noah chega nos braços de Dylan, ele o pega no colo e beija seu pescoço.

— Isso! Isso! — Diz sorrindo — Que orgulho! — Beija outra vez seu pescoço.

— Ele tem uma grande força de vontade — Me levanto sorrindo e observo os dois.

Ele me olha e coloca Noah no chão. 

  — Podemos conversar mais tarde — Diz e sai fechando a porta.

— Seu pai é estranho — Pego Noah no colo e ele me olha com a cabecinha para o lado rindo — Vamos dormir? — 

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Noah não me deu muito trabalho para dormir já que passou o dia brincando e não dormiu de tarde. Só bastou a chupeta e o velho balançado de braço com aquela canção de ninar que ele apagou. 

Já tomei meu banho e vesti um short jeans com uma blusa de frio cinza, deixei meu cabelo solto para poder respirar e sai do quarto em busca do chefão para assim ouvir o sermão. Merda. Ouvir sobre o beijo.

A casa estar em completo silêncio já que todos já foram embora e por já ser 22:42 da noite. Desço e observo a porta do escritório aberta e luz acesa. Olho para dentro e vejo Dylan passando a mão no rosto e voltando a encarar o computador. 

Mesmo com a cara de sono ele continua com um aspecto lindo. Ele é do tipo que não precisa fazer muita coisa para ficar assim. Fico pensando, quem o deixaria? Porque o trocaria por outra pessoa se tivesse certeza que o coração dele é somente seu? Como dizia minha mãe, tem louco para tudo.

“Para Katherine, não é da sua conta” -- Falo-me  balançando a cabeça.

Dou dois toques na porta e rapidamente Dylan me olha. 

— Com licença — Digo e entro no escritório.

— Já ia atrás de você — Continua sentado e larga a caneta me olhando.

— Demorei por que estava… — Olho para baixo — Tomando banho — 

— Senta — Diz autoritário e assim faço — Serei curto e direto — Se reclina na cadeira — Você trabalha para mim e mesmo que esteja de folga, seu celular deve estar com você 24h, até porque não sei quando precisarei dos seus serviços. — 

— Tudo bem — Digo por fim — Mais alguma coisa?

— Sobre aquilo que aconteceu sexta-feira na cozinha, quero deixar claro que foi um grande erro e espero que não se repita — Encaro ele de boca aberta — Até porque não quero que uma pessoa como você acabe se apaixonando por mim — Vejo um sorriso de lado em seu rosto e a raiva sobe por todo meu corpo.

— Não se preocupe, eu nunca me apaixonaria por alguém como você — Digo e me levanto — Mais alguma coisa? — Ele mantém o sorriso no rosto.

— Enquanto trabalhar nessa casa, não poderá pôr um pigo de bebida alcoólica na boca. — 

— Sério isso? — Falo um pouco alto e ele se levanta.

— Tenho cara de quem está brincando? — Dá a volta na mesa e para na minha frente — Não quero uma pessoa bêbada cuidado do meu filho — Ri irônica e me afasto dele.

— Tanto faz — Cruzo os braços e dou de ombros emburrada, querendo acabar logo com isso.

— Boa garota — Dylan ri de lado — Você já pode ir — Cruzou os braços.

— Ridículo — Sussurro ao me virar indo em direção a porta.

— O que disse? — 

— Sim senhor — Me viro para ele com um sorriso falso.

Não digo mais nada e saio de seu escritório. Esse cara é um escroto e agora entendo porque a mulher o deixou. Ele se acha melhor que todo mundo só porque tem dinheiro. Não passa de um qualquer que anda por aí com uma gravata ridícula.

— Quem ele pensa ser para eu me apaixonar por ele? Me poupe — Sussurro enquanto passo pela cozinha.

— Falando sozinha? — Levo um susto com a voz de Jade.

— Meu Deus! Garota — Coloco a mão no peito — Se queria fazer papel de assombração estar de parabéns, você conseguiu! -- Ela ri -- O que estar fazendo aqui? — 

— Perdi minhas chaves e voltei para cá — Bebe algo em sua xícara — Estava indo falar com o chefe, mas percebi que você estava lá. — 

— Aí nem me fale — Me sento e apoio a mão no queixo. 

  — O que foi? — 

— Não atendi o celular ontem e ele ficou revoltado por conta disso — Suspiro — Sem contar que estou proibida de beber, quem ele pensa que é? — Ela riu.

— O chefe? — Encaro ela feio — Desculpa — riu.

— Ninguém merece — Deito a cabeça no balcão da cozinha derrotada.

— Kath posso te perguntar uma coisa? — Levanto a cabeça e a encaro.

— Bem, isso já é uma pergunta — Rimos.

— Quando você ama uma pessoa mais-que-tudo, vale a pena insistir na relação? Mesmo quando ele é agressivo? — 

— Preciso responder? — Ela suspira — Claro que não vale a pena. Quem faz uma vez, faz duas, três, dez. Se essas desculpas fossem sérias não existiria polícia — Vou para perto dela — Você não pode e nem deve acertar uma coisa desse tipo. Jade você é linda e não deixe que homem algum, a humilhe. O que vale você amar ele se ele a trata assim? Antes de amar alguém você precisa ter amor-próprio caso contrário você sempre permitirá coisas assim, você tem um valor enorme e precisa saber disso, se relacionar com quem te cuide e nunca te levante um dedo — Passo a mão em seu ombro — Já passei por isso, pensei que ele iria mudar, mas nunca mudou então aconselho a sair dessa antes que fique mais difícil — Sorrio a confortando.

— Obrigada — Ela apoia a cabeça em meu ombro — Preciso arrumar um novo lugar para ficar então. — 

— Como assim? — 

— Moro com ele e não quero voltar — Olho para ela.

— Divido um apartamento com um amigo e se não me engano tem um quarto vago ainda. Se quiser posso falar com ele! — Ela me olha com um sorriso enorme cheio de esperanças.

— Sério? Não incomodará? — 

— Claro que não! Bom, vou logo avisando que aquele garoto é uma bagunça só — Rio — Mas tirando isso ele é a melhor pessoa para conviver. — 

— Serei eternamente grata! — Diz e me abraça.

— Não precisa mais se preocupar, nós daremos um jeito — Sorrio a mão por seus cabelos.

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