Capítulo 4

Depois que Liam, meu irmão mais novo disse que estávamos sendo atacados por causa da garota, não pensei duas vezes em trazê-la junto comigo. Assim que chegamos em um novo esconderijo subterrâneo, eu mesmo resolvi fazer a prisão e questionamentos. 

Logo que a coloquei em um quarto, prendi correntes em volta dos seus tornozelos e a observei apagada por um tempo. Ela nem se mexia, e a causa do seu desmaio deve ter sido pela fraqueza de dias sem comer, consequência do que fez, pois resolvi deixá-la de castigo pois agora ficará mais fácil de ela abrir a boca e responder todas as minhas perguntas já que está tão vulnerável.

Posicionando minha máscara em meu rosto, coloquei minhas luvas novamente e fui em direção a porta e chamei os soldados que estavam em seus postos e os avisei sobre a punição caso eu fosse interrompido.

Não quero ninguém me atrapalhando enquanto resolvo minhas questões com essa garota.

Fechando a porta, tranquei tudo e voltei para onde eu havia a deixado, apagando todas as luzes, me afastei da cama e fiquei à espreita, esperando ela despertar. Não demorou muito e ela acordou. Através da máscara, ativei as lentes de visão noturna e consegui identificar que a garota estava olhando ao redor e sorri ao vê-la se encolher enquanto tentava enxergar algo no escuro.

— Florzinha, você anda muito cansada.

Murmurei ainda escorado na parede, e ela começou a olhar a sua volta, como se tentasse procurar de onde vinha a minha voz, e controlando meu tom que estava entregando minha diversão, eu disse.

— Não se esforce. Você só me verá quando eu decidir. 

Comecei a me mover em direção a sua cama em um silêncio impecável, e a garota estava encolhida sob o colchão, com seus braços em volta das suas pernas quando puxei seus pés para arrancá-la da cama e então ela soltou um grito em desespero quando seus braços se soltaram com força.

— Por favor… Não… Eu…

Eu  a arrastei no chão enquanto segurava seus tornozelos pois ela se debatia no escuro na tentativa de escapar de mim e sorrindo pensei na improbabilidade de ela conseguir fugir e me sentindo o próprio carrasco e adorando isso, eu murmurei.

— Você o que, garota?

Eu acendi a luz, revelando a expressão amedrontada da garota que mais parecia um fantasma de tão assustada e pálida que estava e jogando-a na cadeira,  prossegui enquanto desativei a visão noturna na lateral da máscara.

— Você não tem direito de absolutamente nada depois de queimar meus armazéns.

Ela negou com a cabeça e lágrimas desciam pelas suas bochechas, seus olhos castanhos estavam arregalados e muito vermelhos.Para falar a verdade, não sei nem como ela tem lágrimas a serem derramadas. Já deveria estar desidratada.

— Eu juro, não queimei…

Nesse momento eu me aproximei dela num rápido movimento e peguei seu rosto bruscamente entre meus dedos e aproximei meu rosto dela quando falei com minha atenção fixa em seu rosto, eu estava curvado mas ainda assim era mais alto que ela.

— Estou sem paciência para você agora.

Levantei, trazendo-a junto comigo e murmurei.

— Você vai esfriar a cabeça e depois irá me contar exatamente o que sabe.

Nesse momento eu a arrastei até um barril d 'água e pegando em sua nuca, enfiei seu rosto dentro da água, e enquanto sentia a garota se debater abaixo de mim, eu me preparava para as perguntas.

— Quem mandou você incendiar?

Perguntei assim que levantei a cabeça da garota, e tirando os cabelos molhados do seu rosto, me aproximei e prossegui próximo ao seu ouvido, enquanto meus dedos brincavam com suas madeixas molhadas em volta do seu rosto.

— Não estou para brincadeiras. Fui bom demais para quem não merece nem um pingo de piedade.

Ela negou com a cabeça e abriu os olhos com força, enquanto buscava o ar com ânsia e segurando em seu pescoço mais uma vez, fiz força para enfiar sua cabeça na água quando ela gritou desesperada e amoleceu em meus braços quando disse.

— Espere, por favor…

Não deu tempo de parar, enfiei seu rosto na água e a segurei por 5 segundos e a puxei de volta, jogando-a na cadeira, que desajeitadamente, tossiu ao receber o ar novamente e apertou a garganta enquanto afastava seu cabelos do rosto com a outra mão livre.

— Eu não sei como vim parar aqui...Eu juro… Eu só pulei o muro. Você precisa…

Nesse momento eu me aproximei mais uma vez dela e disse enquanto analisava sua expressão.

— Não me obrigue a afogá-la dentro do barril. Eu quero a verdade, porra.

Eu a levantei da cadeira bruscamente, ficamos frente a frente, quando ela de repente espalmou suas mãos em meu peito e senti uma sensação estranha atravessar o tecido da minha camisa. Apesar de ela estar pálida, molhada e com a pele fria, senti um calor percorrer a minha pele a medida que seu calor percorria meu corpo e me afastando, eu a empurrei de volta na cadeira e ela prosseguiu enquanto caiu sentada.

— Eu não estou mentindo, por favor. 

Seus olhos estavam suplicantes para mim, e engolindo em seco, me aproximei dela e disse.

— Por que você pulou o muro então?

Ela engoliu em seco e disse sem desviar seus olhos castanhos dos meus. Ela parecia estar sendo sincera enquanto eu analisava a sua expressão.

— Eu apenas fugi porque estavam invadindo minha casa. Eu não sei absolutamente de nada a respeito dos armazéns que você falou.

Eu franzi a testa ao ver que a garota realmente parecia falar a verdade. No mundo em que vivo, é fácil identificar um mentiroso e cruzando meus braços, perguntei ainda observando-a.

— Como é o seu nome?

Ela estremeceu e abraçou seu próprio corpo quando respondeu devagar.

— Eu me chamo Mavie Neumann.

Senti meu coração acelerar à medida que o reconhecimento me tomava. Eu estava com a herdeira dos meus inimigos em mãos. Estavam nos atacando por causa dela. Saymon Neumann salvou essa garota em troca da sua própria vida.

A garota que foi capturada nas nossas terras.

Eu poderia acabar com toda essa merda agora mesmo.

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