Sobrevoando por oceanos e continentes, Handock sente o vento da liberdade tocar fortemente seu rosto, as tempestades vão se dissipando e passando por Kummodu, ele consegue ver á noroeste o vulcão de Islena em plena atividade, assim como deixou para trás Yamak a pleno vapor, seu coração bate forte, parece não caber dentro do peito, apesar da guerra ter lhe arrancado sua família, a recompensa de receber todo o amor e conhecimento de seus pais era algo maravilhoso impossível de medir a grandeza do que estava sentindo. Mais forte e ágil, fazia manobras difíceis, e soltava urros que ecoavam cortando o céu, era uma forma de extravasar tudo o que estava sentindo, uma mescla de amor, ódio, felicidade e saudade.
Passando por Tenish ele observa os humanos voltando á sua rotina, todos ainda estavam assustados com tudo que havia acontecido, mas a vida seguia em frente, o tempo não par
Cerdoc, a entidade eterna, existia num mundo Etéreo. E seu mundo era criado por imagens que ele intuía, imagens de luz e éter, e para Ele isso bastou por incontáveis milênios. Mas houve um momento em que decidiu que a todas as suas imagens de luz e plasma daria vida, e assim o fez. Não que Cerdoc se sentisse sozinho, pois Ele é a existência pura, mas decidiu que era chegada a hora de que seus planos primordiais viessem à tona, e dessem origem a toda história que apuradamente já havia predestinado. Cuidadosamente dentre suas imagens os primeiros a ganharem vida foram oito seres, chamados por Cerdoc de Vahem Midris. Eles possuíam pureza e luz, e foram instruídos com grande parte dos conhecimentos de Cerdoc, para que soubessem de suas origens e deveres
Um mundo novo, em tempo e espaço indefinido, marcado pelos contrastes naturais de lugares, temperaturas e habitantes, um lugar místico em pleno desenvolvimento natural, onde a simplicidade predomina no mais inimaginável local, um planeta onde não houve economia emocional em sua criação, pois todos os detalhes são imensos, seja de seres viventes ou inertes. Maddems foi criada e idealizada para ser o paraíso de descanso de seu criador, um lugar colorido, onde se pode respirar vida, onde o amor é tão intenso em todos os cantos e lugares que quase se pode tocá-lo. Um planeta criado para não existir fome, raiva, desprezo, inveja, arrogância, ganância, ódio, soberba, miséria, um lugar feito com a essência da pureza e com a máxima dedicação para evitar a existência daquilo que
Em Edafir, Zamorra é a cidade que possui uma localização privilegiada, por isso é a civilização mais desenvolvida do Reino. Ela está situada na Planície ao norte junto à Gerbraden, a cordilheira dos dracos, por isso é a sociedade que mantém um contato maior com eles, uma convivência harmoniosa que perdura por centenas de anos. As ruas são estreitas, de terra, com pedras e cascalhos, as casas são próximas umas das outras e modestas sendo na maioria confeccionadas de pedras, algumas acrescidas de madeiras, barro e argila que são utilizadas nas paredes, o telhado tem a cobertura feita com armação de madeira e coberta com palha seca. O formato é padrão, circular e em média possuem três cômodos, sendo o maior como uma grande sala com divisão para cozinha, outro cômodo de tamanho médio é subdividido conform
O draco dá uma leve baforada e encara Allatês de perto, descendo sua enorme cabeça com barbatanas e chifres até a altura do velho amigo:_Hum! Deve ser algo muito sério, desembucha velho sábio, como posso ajudá-lo? – “Velho sábio” era uma maneira carinhosa de se referir ao amigo._Karbeth, tenho tido fortes pressentimentos ruins, a angústia tem sido mais forte a cada dia e não consigo descobrir qual o motivo desse mal-estar. – Allatês respira fundo, levanta a cabeça e continua. _Quero apenas pedir que redobre sua atenção, fique mais atento do que de costume, e mantenha seus amigos dracos igualmente em alerta._Não se preocupe meu bom homem estaremos atentos; - O draco observa Allatês, com a expressão de desânimo colocando as mãos para trás, como se estivesse algemado, e pensativo passa a andar em cí
Karbeth está no auge de sua juventude, o que seria para nós o equivalente a nossa transição de adolescente á adulto. Inquieto e desafiador, na terra e nas alturas, era um líder nato como previu seu criador, Cerdoc. O draco era muito forte e poderoso, a labareda de fogo que expirava pela garganta alcançava até trinta, quarenta metros de distância e as exalava também pelas narinas, imponente, todos da sua espécie o respeitava, e também se aconselhavam com ele. Em uma tarde, o grande líder estava descansando no topo mais alto de Gerbraden, com a gigantesca cabeça praticamente pendurada no desfiladeiro, seu corpo firme no topo estava totalmente esparramado, relaxado, ele aguardava o pôr do sol, um momento mágico para ser apreciado por qua
Alley o ajudou a tomar uma decisão. _Vamos criatura, mexa-se, vá ver sua dracena e o filhote! - Karbeth cuspiu o que sobrara de seu desjejum e correu em disparada, caverna adentro. Quando ele chegou ao fundo da caverna viu Amydelle ainda no ninho, cascas do ovo embaixo da dracena e ao lado, juntinho com ela estavam dois draquinhos, um com as cores dela, vermelho degrade e outro com a cor dele, escarlate. Karbeth ficou boquiaberto, não sabia o que pensar nem o que dizer, não era um e sim dois, rapidamente lhe passou pela mente, se Cerdoc o condenaria por um filho, então ele estava duplamente condenado. O draco não se abateu com a lembrança de Cerdoc lhe exigindo não ter herdeiros, talvez por ter se passado tanto te
Alguns dias após refletir sobre o assunto, Karbeth finalmente teve coragem de falar sobre o assunto com sua querida e amada dracena, Amydelle, seu receio não era receber uma reação agressiva da dracena, mas magoá-la a ponto de perder seu grande amor. Era uma manhã de sol com ventos frios, abaixo da cordilheira o inicio do calor do dia esquentava os orvalhos acumulados da noite, condensando-os e formando uma densa camada de neblina por todo o vale de Zamorra, dando a impressão de ser um imenso mar branco de algodão doce.A dracena já estava à beira do penhasco mais alto da cordilheira, próximo à caverna, ela contemplava tamanha beleza da natureza e aguardava o Sol chegar a toda sua potência e magnitude. Karbeth se aproximou e se acomodou ao seu lado, imponente como sempre, olhando para o horizonte, tentando encontrar as palavras que iniciariam a conversa mais difícil de sua longa v
Karbeth levantou-se repentinamente e exclamou a Amydelle ainda olhando para o horizonte onde estava o deserto: _É chegada a hora! – Ele sentiu uma grande tensão no ar; _Vamos resolver logo, quanto mais demorarmos mais doloroso será. Ele virou-se para Amydelle, deu-lhe um carinhoso e demorado selinho, depois, ela se afastou deixando o caminho aberto entre Karbeth e Ryuaka, que o olhava com olhos de quem não está entendendo muito bem o que está acontecendo. _Querido filho! – Karbeth estava postado de frente com o pequeno filhote; _Iremos nos separar por um longo período, mas será por um bom motivo, espero que em breve possamos tirar o atraso desta separação; - O draco está visive