Hoje era um dia que Siro estava acordado.
Há alguns anos atrás, isso seria motivo de comemoração como se fosse um Natal antecipado, ou um parente que há tempos não aparecia e de repente aparecesse de surpresa.
Hoje, claro que todos ficavam felizes e animados, mas não como era antes. Não que houvessem se acostumado a isso. Ainda tinham esperança de que ele pudesse voltar ao normal, ter uma vida normal como tinha até seus 20 anos...
Independente do horário que ele acordasse, sua mãe fazia um café como se fosse uma manhã.
Seu pai já havia ido trabalhar, eram 14 horas; Ele desceu as escadas como sempre animado como se houvesse dado apenas um cochilo ou tivesse dormido uma noite inteira e não os seis dias que durou seu sono.
O prazo mais longo de seu sono,
foram três semanas. Sua mãe o recebeu com o sorriso de sempre.
Abraçaram-se apertado, ela gostava de beijá-lo inteiro, no topo da cabeça, olhos, pescoço, beijos estalados e ele adorava.
Maggie, sua mãe também trabalhava, mas estava de férias e ficou feliz de ter o filho no meio da tarde acordado. Seu pai trabalhava como advogado e estava prestes a se aposentar. Sua mãe dava aulas de ciências em uma faculdade.
Ambos os pais, quando o filho apresentou esse quadro de dormir ininterruptamente por dias, abandonaram provisoriamente seus trabalhos e focaram em descobrir, o que, até então para eles e os médicos, era uma doença inexplicável.
Anos se passaram e todas as possibilidades foram uma a uma descartada, ele não sofria de qualquer patologia conhecida.
Foi descartada esquizofrenia, depressão, doença do sono, como SKL, síndrome de Kleine-Levin, ou doença da bela adormecida, que acomete pessoas e as leva a um raro distúrbio neurológico. Nada disso se enquadrava no caso de Siro.
Geralmente, essa síndrome se inicia na adolescência ou após um tipo de infecção e nada disso tinha acometido ao rapaz.
Seus pais foram longe para descobrir o que seu filho tinha; Outros países, inclusive.
Muito se aprenderam sobre essa síndrome do sono, porém, como tantas outras síndromes e doenças, uma a uma foram descartadas. Ele não acordava com uma fome voraz, não ficava frágil, lento, agressivo ou com hipersexualidade. Também não ficava letárgico. Apenas despertava como se nada houvesse acontecido.
Também foi descartado a hipótese de ele ter iniciado na adolescência ou puberdade, visto que começara quando ele estava com a idade de 20 anos.
Hoje ele estava com 35 anos, e nenhuma outra doença física. Quando ocorreu da primeira vez, seu avô estava debilitado, tinha 75 anos, era cardíaco e ficara viúvo havia dois anos. O avô não havia entrado em depressão nem angústia por meses quando ficara viúvo; Tivera um casamento feliz por 46 anos, e sua esposa fora acometida por um aneurisma que a levou durante a noite, como um "passarinho", como ele mesmo dizia. Dizia também que gostaria de ter seu fim como sua esposa, rápido e sem sofrimento.
Na época, sua irmã mais nova, Hanna, tinha 17 anos e o tinha como melhor amigo e eram muito chegados. Hanna achava que foi a perda de sua avó que desencadeara essa doença ao irmão; pois ele ficara ainda mais achegado ao avô e nada mudara até hoje, 15 anos depois, sua certeza de que sim, era uma doença, apesar de que diversos médicos afirmarem não poderem qualificar como tal e seus pais também desistirem de procurar uma cura para o filho.
Hoje, Hanna é casada com Patrick e tem dois garotos gêmeos de três anos. Casou-se aos 25 anos, mas demoraram quatro anos para terem filhos, pois depois de muitas tentativas descobriram que Hanna tinha ovários policísticos, o que dificultava suas tentativas de engravidar.
Optaram pela inseminação artificial, que logo na primeira vez foi positiva e como na maioria dos casos de inseminação, os pais foram presenteados com mais de um bebê que no caso deles, vieram: Greco e Sanry, adorados pelos avós, pelo tio e pelo bisavô.
Quando visitavam os avós, sempre depois de inúmeros beijos e paparicos, subiam correndo as escadas para ver se o tio estava acordado, e quando o resultado era positivo, a algazarra era garantida.
Havia começado a cursar história quando os episódios de dormir começaram.
Como tudo começou ...
QUINZE ANOS ATRÁS
Indeciso, fechou o livro-caderno-diário e o colocou de volta na prateleira. Continuou a mexer nos livros já tão conhecidos e até já lidos por ele. Mas o pensamento continuava no caderno-livro-diário, pois ele sabia que seu avô jamais esconderia qualquer leitura dele, porém aquele parecia especial e talvez por isso, Ícaro nunca o havia apresentado ao neto. − Como? Estou aqui há horas e você não estava aqui!Seu coração batia tão descompassado que ele o ouvia dentro dos ouvidos, e imaginou que o av&oCAPÍTULO QUATRO
O rapaz se sentou apreensivo em uma cadeira próxima á cama de seu avô que sentara também, porém em uma poltrona que fora de sua avó. Confortável, e que também fora fabricada pelo avô. Segurava o caderno de anotações nas mãos e acariciava a capa, sem abri-lo. Às 18 horas, ela esperava na antessala o chamado de sua mãe. Sentada ereta, com o queixo para cima em sinal de provocação, ela ouvia não a voz de dois homens, que seria seu pai e seu futuro marido, mas lhe pareceu à voz de mais de dois homens. “Usava o cabelo penteado e domado por brilhantina, mas o sorriso era o mesmo. Travesso e rebelde. O sorriso que a acompanhou e torturou-a por meses. Não fizera a barba e parecia ainda mais alto e bonito assim de perto.” “Somos em 136 pessoas e seis mulheres grávidas, damos valor a cada vida que chega. Nossa preocupação principal são pessoas para ajudar na busca por água e aumentar nosso número de pessoas; Para isso, creio que fomos designados, entende? Fui sucedido pelo meu pai, como já lhe disse, quando tinha 19 anos e agora é a sua vez. Pode perguntar algo agora - Exortou-o pai − Sei que é muita coisa para assimilar de uma vez, e mais uma vez lhe digo, essa é a única traição quCAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
Siro foi até o guarda-roupas e retirou uma coberta, cobriu o avô e se dirigia para o quarto que o avô costumava ocupar, quando esse disse baixinho:− Eu amei a sua av&