— Como você está, Levi? — Perguntei-lhe por telefone. Seria a oitava ou a décima ligação? Nem sei mais. Eu me sentia dividida entre minhas tarefas e a preocupação, entre ser uma irmã que não fica “pegando no pé” o tempo todo e a irmã que protege em excesso. Eu nem me reconheço mais! Cadê a Ana Beatriz que vivia um dia de cada vez sem se preocupar demais? Ultimamente essa Beatriz parece ter desaparecido, só espero que não seja totalmente. Hoje é o terceiro dia que faço diária aqui no “Sensação”, meu último dia do acordo que fiz com dona Cláudia. Era umas 15h00 quando a dona Cláudia me chamou, o dia amanheceu ensolarado, então aproveitei para lavar as roupas de camas e limpar a casa. Levi estava na escola ainda, logo eu não consegui avisar-lhe, quando precisei sair às pressas para realizar a diária. Ele faz o projeto “Mais Educação” às terças, quarta e quinta-feira. Nesse caso hoje é quinta-feira, então ele ficou o dia todo na escola. Pela manhã estuda, meio-dia almoça e
Pisco meus olhos por vê-la tão elegante usando um vestido preto de manga curta trabalhado na lantejoula. O vestido deixava as suas longas pernas de fora e o salto alto aberto que ela usava parecia o ponto-chave. Eu queria ter as pernas longas assim, mas as minhas eram curtas e grossas. Ao menos elas combinavam com a minha bunda avantajada. Não que eu reclame de meus 1,59 de altura, mas sei lá, sempre acreditei que se eu fosse mais alta e magra seria mais bonita. — Não, é meu irmão Levi. — Respondo com um meio sorriso, em sequência, guardando o celular em minha bolsa, tiracolo. Como Mainha costumava falar: a de sempre para sempre. Eu já estava vestida com a minha calça, jeans “domingueira”, pois era a única que eu tinha, uma blusa básica de manga curta na cor laranja que eu mesma havia feito e uma sapatilha da moleca, que odeio por suar muito os meus pés, mas como eu não tinha muita escolha. Ou era ela, ou o tênis desconfortável que machuca os meus pés. Entre o ruim e o pior pre
Chegando ao meu destino, estacionei o carrinho em frente a suíte principal, coloquei a minha bolsa, tiracolo no compartimento que fica no meio do carinho. O carrinho possui uma bandeja com divisória e compartimentos para objetos e acessórios. Na divisória do meio ficam os produtos menores, enquanto os maiores ficam na parte de baixo e os lençóis limpos ficam em cima, os sujos eu os ponho nos dois sacos em “náilon” na cor preta que ficam ao lado do carrinho. Assim que coloquei minha bolsa no carrinho, entrei no quarto escuro que ainda cheirava a lavanda. Deixei a porta aberta e respirei fundo sorrindo pela boa lembrança que o cheiro me fez relembrar. Mainha gostava demais desse cheiro, em meio aos seus materiais de limpeza a lavanda sempre prevalecia e eu acabei pegando esse gosto também. Fiquei um tempo relembrando esses bons momentos, até eu me dar conta que não estava mais sozinha no quarto, pois outro cheiro igualmente bom invadiu as minhas narinas deixando o meu corpo to
Porque é tão difícil para mim, acreditar que um homem me olharia com interesse? Porque é! Afirmo em pensamento. Seja realista Ana Beatriz, seja realista. — This little mouth of yours seems to make a delicious blowjob, and I hope that better than the other. (Essa sua boquinha parece fazer um boquete delicioso, espero que melhor que a outra). — Ele estende a sua mão esquerda e toca em minha boca com seus dedos longos. Um calor intenso tomou todo o meu corpo e a sensação de minha mente se tornar gelatina voltou com tudo, mas dessa vez ao invés de se desmanchar, sentir meu corpo todo tremer como nunca havia tremido, um arrepio subiu pelo meu corpo deixando meu coro cabeludo arrepiado e se acumulando em meu baixo ventre. Foi então que me lembrei das palavras de Mainha outra vez: __ Bea, só abra as pernas para um homem que te faça arrepiar da cabeça aos pés, se te fazer arrepiar, pode te fazer gozar. Sentindo o que estou sentindo agora, com toda certeza esse cara me faria gozar.
Meu coração acelerou dentro de meu peito e um gemido involuntário escapou de minha boca. Ele pressionou o peito contra mim e mais uma vez senti o calor de seu corpo se misturar ao meu. Eu nem notei retribuir ao seu beijo, quando senti ele chupar a minha língua, gemi contra a sua boca sentindo a minha intimidade lubrificar pela primeira vez. Eu me sentia uma devassa beijando um estranho de forma tão ousada. Abrir mais os meus lábios o deixando sugar a minha língua como ele parecia gostar, pois percebi que eu também estava gostando. Me sinto dominada por aquele homem, a ponto de fincar as minhas unhas em suas costas, provavelmente deixando a sua pele clara avermelhada. Sentindo-me toda quente de dentro para fora, agarrei os seus braços querendo tocar o seu corpo, mas a camisa social na cor cinza que ele usava atrapalhava o meu intento. Frustrada, toquei seu cabelo negro e foi nesse momento em que seus olhos se encontraram com os meus. Eram os olhos azuis mais lindos que já vi
EDWARD Para mim, o whisky é o melhor amigo do homem, mas hoje ele me deixou na mão. Ou talvez, eu tenha exagerado… Não, eu realmente exagerei! Parece até insensibilidade de minha parte pensar o contrário, contudo, eu tenho os meus motivos, não justifica as minhas ações babacas, mas é o único motivo que tenho. Hoje para mim não é uma data que gosto de relembrar, então bebi para esquecer, como costumo fazer todas as noites, quando chego em casa e não vejo nada além da solidão. Não que a bebida tenha mudado algo. Cada copo que sorvi só me fez afundar mais ainda em memórias amargas. Decerto a decisão em vim para esse puteiro foi impensada, Paulo, meu motorista, até tentou me fazer mudar de ideia, mas até bêbado, quando decido é bem difícil me fazerem retroceder. Sou cabeça dura demais! Além disso, eu não estava tão bêbado assim, nunca é o suficiente, as lembranças não vão embora, apenas são substituídas pelas boas lembranças ou se misturam as ruins e só me deixa pior ainda
— Nos dê licença, por favor, Carla. — Peço educadamente com um sorriso forçado, mas a minha vontade era sair gritando com todos que surgissem em meu campo de visão. Mas, seria idiotice de minha parte. — Sim, claro! Fiquem a vontade. — Diz insinuativa e saiu fechando a porta. Eu deveria tê-la gritado. — Você notou o tom dela? — Felipe me questionou sentando na cama. — Suponho que ela acredita que realizaremos algo indecente aqui. — É, eu notei. — Comentei sem muita vontade, gemendo de dor. Felipe me fitou com preocupação no olhar, ignoro e deito na cama. Porra, o que aquela menina tinha na perna? Aço? — Estou esperando, Edward? — Esperando o quê? — Uma explicação! — Sobre? — Não seja sonso. — Ele retrucou irritado. — Por que você estava no chão feito um idiota? Claro que ele tinha que me insultar. — Levei um chute nas bolas. — Ele arregalou os olhos, surpreso. — Como assim cara? — Levantou passando sua mão direita em seu cabelo. — Encontrei uma mulher qu
— Acho melhor não. — Ele se afastou de mim com a fisionomia séria. — Vamos voltar amanhã. — Diz se referindo ao nosso retorno a Santa Catarina e eu não sei se sorrio ou suspiro de alegria por isso. Não que eu odeie Salvador, ou algo parecido. Eu gosto daqui, mas sempre pensei que visitaria com Bella, ela sempre quis conhecer essa cidade e assim como Felipe, sua fascinação por essa cidade não tinha tamanho. Opto em não sorrir e nem suspirar, pareceria idiota demais de minha parte. E hoje já fiz papel de idiota demais. — Eu vou beber sim! — Digo com firmeza. — Não sou eu que vou pilotar avião nenhum. — Edward, você é muito chato às vezes, pare de agir feito um idiota. Nisso ele tem razão, sou chato e não me importo com isso. — Você pode me chamar de chato 99 vezes e 100 vezes eu não me importarei. — Meu Deus! Parece uma criança. — Sussurrou as últimas palavras, mas ainda assim eu consigo ouvir. Volto a ignorar. Não estou em clima para discussões com o Felipe, minha cabeç