— Medo de voar? — O senhor Felipe perguntou sentado na poltrona à nossa frente, separado apenas por uma mesa de madeira na cor bege. — Um pouco, meu medo mesmo é de altura, tenho pavor. — Ele rir, mas logo fica sério. — Fique calma, respire fundo, pois o medo só piorará a situação. — Afirmei engolindo seco. — Deixe eu guardar isso para vocês ficarem à vontade. — Disse Márcia ao se aproximar de nós mais uma vez. — Agradeço. — Tiro meu celular e fones de ouvido da mochila e entrego a minha mochila e a de Levi em suas mãos. Ela sorriu e saiu, em seguida, Paulo aparece com quatro garrafas de água em mãos. — Aqui, bebam, vocês devem estar com sede. — Com a mão trêmula peguei a garrafa de suas mãos e sussurrei um agradecimento. Ele senta ao lado do senhor Felipe e afivela o seu sinto também confirmando a sua familiaridade com um avião. Queria ter essa facilidade de me adaptar a todo tipo de ambiente. Nem sempre fui assim, nem sempre tive esse medo de altura. Isso surgiu quand
E não saber explicar o como é o que mais me incomoda, não saber ou entender o porque nos encontramos tantas vezes. Tenho um gosto em saber as respostas das coisas, sou bom nisso! Mas, essa mulher me confunde… Fuck, não consigo nem pensar com clareza perto dela. Minha doce e amada Bella acreditava que certas coisas estão escritas, aquilo que tem que acontecer, nós querendo ou não, acontece, não adianta chorar ou ficar com raiva de tudo e de todos… — “Ou você aceita, ou você aceita, Edw”. — Esse era o seu lema e de certa forma, ela tinha razão… Contudo, eu sempre lhe disse que faço o meu destino! Se algo não está bom? Luto até o fim para conseguir o que quero! Eu não tenho o porque lutar, sei exatamente o que quero e um relacionamento, amor, paixão, ou seja, lá o que for, não está em minha lista de conquista. Que lista de conquista, Edward? Ouço a voz de Bella em minha mente cobrar-me. Se ela estivesse aqui eu diria-lhe: eu já tenho o que quero, não preciso de mais nada!
— Então estou cego? — Pelo que estou vendo? Sim, você está cego… — Faz uma pausa e passa a mão na cabeça me olhando com divertimento. — Pelo ciúme! — Ciúme? Não seja ridículo… Olhe, já chega de enrolação Felipe, estou esperando você me dizer o que você está fazendo praticamente em cima dela. — Não é óbvio? — Não para mim! — Vou carregar ela até o sofá... — Ela tem duas pernas em perfeito estado e sabe usá-la, acorde-a! — Ela tem medo de altura, eu não acordarei ela para não lhe causar algum trauma, sei lá… Prefiro não arriscar, Edw. Por essa eu não esperava, mas ainda assim eu não quero que ele a carregue. Mas, por quê? Olhe, não sei e nem quero saber! — Entendi! — Digo simplesmente não querendo pensar se estou ou não com ciúmes. — Cara, você quer levar ela até o sofá? É só pedir! — E eu disse que quero, Felipe? Não Ponha palavras em minha boca. — Está estampado em sua cara que você quer me bater. — Não quero te bater… — Então você não vai se importar que
Pode até parecer prepotência, mas é dessa forma que conduzo a minha empresa.Li os e-mails em que ela enviou e em um deles havia um número, ela pedia que eu ligasse com urgência assim que tivesse lido o e-mail.Pensei muito se deveria ou não ligar, mas precisava dá um, basta nisso. Pego meu celular do bolso e disco o número que a senhora Vera Lúcia pediu para ligar. A ligação chamou por três vezes antes de uma mulher atender com a voz aparentemente cansada.— Alô?— Aqui quem está falando é Edward King, estou falando com a senhora Vera Lúcia?— Senhor Edward? Meu Deus! Não acredito que seja o senhor. — A mulher começou a chorar do outro lado da linha e eu não a entendia mais.Ainda que ela estivesse chorando, a felicidade era nítida na voz da senhora. Isso me fez ficar envergonhado por acabar com a felicidade dela.— Por favor, senhora Vera, não quero ser insensível, mas eu pedir à senhora para parar com a insistência, minha secretária não para de mandar recados da senhora, fora os e
— Senhora Vera, farei uma visita ao seu filho na terça-feira pela manhã. Ele ainda está no mesmo presídio? — Perguntei sem desviar os meus olhos da mulher a minha frente, ela também não desviou e ficou travando uma batalha de olhares comigo. Esforçando-me consideravelmente, foquei na resposta da senhora. — Está, sim, senhor! — Uma conversa apenas. — Volto a avisar. Odeio criar expectativas falsas em alguém. Primeiro pretendo estudar o caso, dependendo do que eu achar, se houver algum erro, não hesitarei em aceitar o caso. Se não houver erros na investigação, ainda quero saber a história do rapaz, poucos conseguem esconder a verdade em seus olhares. — Eu entendo! — Ela diz com o tom moderado, mas ainda feliz. — Boa noite! Senhora Vera, voltamos a conversar na terça-feira. — Certo, Senhor Edward. Meu marido Carlos está agradecendo, ainda que o senhor não aceite, somos gratos por disponibilizar um pouco de seu tempo. — Disponha! Na terça após a minha reunião com seu filh
Quero ver aquela mulher do quarto, aquela que não aceita desaforos. — Estou dizendo que você é um mistério. — Pensa que sou idiota? — Seu tom saiu rude. — Que eu saiba, o significado de obtusa ainda continua o mesmo. Nós nem nos conhecemos e o senhor diz que sou rude, estúpida e com uma inteligência… — Eu disse que sua resposta é obtusa, não falei de você. Como você disse: não te conheço! — Ótimo, agora não sei nem interpretar um texto. — Mas… O quê? — Olho para ela confuso, enquanto a mesma sorria para mim. Foi rápido, mas ouve um sorriso. O tiro saiu pela culatra? Acreditei que eu estivesse no comando de nossa conversa, mas pelo que vejo não estou no controle de nada. A minha vontade era beijar essa boca gostosa dela, mas provocar ela está sendo ótimo também. Ninguém deveria ser linda assim, mas não deveria mesmo! Sorriu com irônia para disfarçar meu embaraço, algo que meus próprios pensamentos causaram. Ela disfaz o sorriso e franze as sobrancelhas aparentando pre
— Bea? Bea? — Seu jeito e olhar mudam na hora. — Oi, preto? — O menino senta em seu colo e a abraça com carinho. Fico observando a cena até os rapazes retornar, algo que não demorou muito. — Edw, Paulo está me dizendo que estou falando muito bem o português. — Revirei meus olhos e observei meu corpo de Whisky intocado. — Eu também já te falei isso. — Esclareço fechando a tampa de meu notebook olhando em sua direção. — Você não conta muito, está aprendendo tanto quanto eu. Ah! Idiota! — Estou muito mais adiantando que você, Felipe… Márcia? — Senhor? — Mais pedras de gelo, por favor! __ Sim, senhor Edward. — O senhor é o novo chefe de minha, mana? — Olho para o garoto e ele me fitava com curiosidade. — Sim, sou eu! Edward. — Estendo a minha mão direita para ele, ele desce do colo de Ana Beatriz e se prostra a minha frente — Você é? — Levi… Agradeço! — Emendou com um largo sorriso. Ele parece feliz... Diferente da irmã. — Pelo quê? — Márcia chega e coloca t
— E o senhor? — Ele fitou Felipe. — O que te irrita no senhor Edward? — Felipe me encarou rindo. — O jeito que ele gira o whisky com os cubos de gelo batendo no lado do copo, isso sim, me deixa louco. — Ergo minhas sobrancelhas ao receber vários olhares em minha direção. Naquele momento eu fazia isso, girava meu Whisky e as pedras de gelo faziam um barulho irritante ao bater no copo de vidro. — É só não olhar! — Difícil! Você só faz isso quando não quer beber, então por favor, larga esse copo. — Ele pediu em inglês e todos nos encararam confusos. — Eles estão brigando, Bea? — Não, preto, apenas conversando. — Senhor Edward, o que te irrita no senhor Felipe? — Levi perguntou-me. — Tantas coisas!— Idiota! — Felipe resmungou.— Seja mais…— Claro? — Completei por ele e o mesmo assentiu. — O que me irrita mais em Felipe é o seu jeito de ficar se intrometendo em minha vida… Ele é ótimo nisso, não é Felipe? — Eu não queria, mas acabei deixando um clima bem estranho no ambient