Narradora ✓ Estudos indicam que, desde os tempos mais primitivos, as mulheres exercem um certo poder sobre os homens. Talvez fosse algo instintivo, talvez algo genético, mas o fato é que, em qualquer época, mulheres parecem ter um talento natural para desestabilizar aqueles que tentam entendê-las.Claro, nem todas foram agraciadas com o privilégio de serem cortejadas como as heroínas de romances clássicos. Ainda assim, bastava um olhar ou um gesto para mudar o rumo de muitas batalhas – e vidas. Séculos se passaram, e a essência permaneceu a mesma. Cada mulher, com suas características únicas, tinha o dom de encantar, conquistar ou enlouquecer um homem.E Ava Brown era a prova viva disso.Ela tinha Benjamin Cooper nas mãos. Ele sabia disso, ela sabia disso, e, ao que tudo indicava, todos ao redor também. Ava, sem dúvida, era uma especialista em usar o silêncio como arma. E essa última semana tinha sido o inferno particular de Benjamin, que sentia sua vida virando de cabeça para baixo.
Narradora ✓ Ava suspirou, derrotada. Era impossível lutar contra Benjamin quando ele decidia ser aquele tipo de homem: atencioso, gentil e absurdamente teimoso. Ela balançou a cabeça, caminhando de volta para o sofá enquanto ele desaparecia pelo corredor em direção ao banheiro.Luna e Nébula aproveitaram a deixa, subindo no sofá ao lado dela, quase como se dissessem que também estavam ali para cuidar dela. Ava sorriu, acariciando as cabeças das duas, mas o peso do dia ainda a puxava para baixo, como uma âncora presa a seus pensamentos.Pouco tempo depois, o som da água correndo chegou até ela, seguido pelo perfume sutil do sabonete que Benjamin conhecia tão bem. Ele realmente havia assumido o controle, e, por mais que ela quisesse se irritar com isso, tudo o que sentia era uma estranha sensação de alívio.Quando ele voltou à sala, trazia um ar de missão cumprida.— O banho está pronto. Água na temperatura perfeita. — Ele parou, observando-a com um olhar que misturava carinho e determ
Narradora. √Os primeiros raios de sol invadiram o quarto naquela manhã de sexta-feira. Ava se aconchegou ainda mais contra o peito de Benjamin, que, por sua vez, a puxou para mais perto, como se tentasse se fundir a ela. Ambos pareciam temer que, ao despertar, aquele momento fosse apenas um sonho — ou, no caso de Benjamin, um pesadelo, já que acordar sem Ava era algo que ele preferia nunca enfrentar.Algumas horas se passaram antes de Ava ser despertada por uma série de beijos suaves que Benjamin distribuía em seu rosto. Ela abriu os olhos devagar, encontrando um café da manhã digno de filme, cuidadosamente montado na bandeja. Ele até incluíra uma flor e um verso escrito à mão, como se quisesse provar que o romantismo à moda antiga ainda vivia nele.— Está tentando me mimar de propósito? — ela perguntou, sorrindo enquanto se sentava na cama, ajeitando os cabelos.— Apenas fazendo o mínimo por quem amo. — Benjamin respondeu, divertido, enquanto segurava uma torrada com geleia e a leva
Narradora √ Ava estacionou o carro na garagem da mansão, desligando o motor enquanto lançava um olhar para o banco de trás. Luna e Nébula estavam em pura agitação, os rabos abanando tão rápido que poderiam gerar energia para a casa inteira. Ela riu, já sabendo o motivo. Fazia semanas que as duas não viam Kira, e, se conhecia bem a garota, ela também deveria estar enlouquecendo de saudades.Assim que desceu do carro, Ava abriu a porta traseira, e as duas cadelas praticamente pularam para fora como se fossem foguetes. Luna e Nébula se colocaram ao lado dela, cheias de energia, esperando algum comando como se fossem recrutas em treinamento.— Certo, meninas, vamos causar. — Ava brincou, caminhando para dentro da mansão, com as duas sombras caninas ao seu lado.Mal havia colocado o pé na sala quando um pequeno furacão de cabelos escuros veio correndo em sua direção, agarrando-se às suas pernas com toda força.— Tiiiiiaaaaa! — gritou Kira, com a voz carregada de alegria.— Oi, minha peque
Oiie humanos, tudo bem com vocês ? Passando só para avisar que sim... Nós estamos chegando a reta final do livro. Mas ainda tem muita coisa para acontecer, então, sem mais delongas. Vamos ao capítulo. Boa leitura 😊Ava Brown ✓ A mesa de jantar estava impecavelmente posta, mas o clima era tudo menos agradável. O que deveria ser um jantar em família mais parecia um julgamento silencioso. Escolhi não me sentar próxima a Benjamin, muito menos a Bryan. A tensão no ar era quase palpável, e eu não queria me ver forçada a tomar partido de nada.Optei por me acomodar ao lado de Kira, que, graças aos céus, parecia alheia à atmosfera pesada ao nosso redor. O pequeno goblin tagarelava sem parar, transbordando animação ao falar sobre a escola e os materiais que havia ganhado. Ela descrevia, com detalhes vívidos, o grande unicórnio rosa que o tio Ben lhe comprara no shopping naquela semana.Era impossível não sorrir ao vê-la assim. O sorriso de Kira tinha o poder de iluminar qualquer ambiente,
Ava Brown √ O clima na sala estava tão pesado que dava para cortar com uma faca, mas, sinceramente? Eu estava me divertindo muito mais do que deveria.- Athena iria adorar isso. - digo, sorrindo com uma calma irritante, enquanto tomo um gole de vinho direto da taça de Ben, já que ele parecia ter esquecido de encher a minha. - Eu deveria tê-la convidado para esse circo, se soubesse que você viria, Olivia... ops, Louise. - o sarcasmo escorre de cada palavra. - Teria trazido todo o elenco de palhaços para completar esse espetáculo. Afinal, você decidiu abrir a caixa de Pandora ao voltar para a vida de Bryan depois de tantos anos. Mas me diga, você contou a ele a verdade sobre por que foi embora? Ou preferiu reciclar aquela história patética que tentou me vender no meu escritório?- JÁ CHEGA, AVA! - Bryan explodiu, socando a mesa com tanta força que quase fez os copos saltarem. Seu olhar me fuzilava com puro ódio. - QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA ACUSAR MINHA MÃE, QUANDO VOCÊ MESMA SE DEITOU
"Na busca pelo paraíso nos olhos de um anjo, a condenação de minha alma se tornou um preço justo a pagar."Narradora √O sol já começava a se pôr, tingindo o céu com tons de laranja e rosa, criando uma atmosfera mágica sobre os vastos terrenos da Mansão Cooper. As árvores centenárias balançavam suavemente com a brisa do entardecer, enquanto flores de diversas cores adornavam o caminho que levava ao altar. O som das folhas se misturava ao murmúrio dos convidados, todos em expectativa pelo início da cerimônia.Ava Brown, de pé ao lado de Bryan Cooper, sentia o olhar curioso e avaliador dos presentes. Ela estava deslumbrante em um vestido de renda delicada, que abraçava suas curvas e destacava a tatuagem de fênix em seu ombro. Seus olhos, agora mais escuros graças à mudança de cor do cabelo, estavam fixos no padre, que se preparava para começar o discurso.— Estamos aqui reunidos para celebrar a união de Bryan e Ava — começou o padre, sua voz ecoando suavemente pelo jardim. — Em meio a e
Ava Bronw √ Jogo-me na enorme cama queen, extremamente macia, e sinto meu corpo relaxar em meio aos lençóis caros, mesmo com o tecido pesado e incômodo do vestido. — Até que enfim. — digo, aliviada, por todo aquele teatro ter acabado. Não via a hora de parar de sorrir como uma boba apaixonada. E desde quando tenho tantos parentes? Talvez noventa por cento das pessoas que estavam na festa de casamento, para não dizer todas, eram desconhecidas para mim. Com exceção de meus pais e Catherine, minha prima/irmã, as outras pessoas foram convidadas apenas para fazer volume. Ouço batidas na porta do meu quarto, que logo é aberta, revelando Bryan, que traz consigo duas taças e uma garrafa de espumante. Ele me entrega uma taça, enchendo-a até a borda, e faz o mesmo com a que segurava. — Um brinde, por conseguirmos sustentar essa farsa e aturar tanta gente chata ao mesmo tempo. — diz ele com sarcasmo, deixando a taça de lado e bebendo diretamente do gargalo da garrafa. Se eu pudesse d