Ethan abandonou o escritório de Michele e caminhou em direção à recepção. Ele tinha esperanças de ver Blair na agência, talvez lendo algum relatório ou correndo contra o tempo para terminar algo. Contudo, antes de chegar ao fim do corredor, ele percebeu que a porta à sua direita estava aberta.O homem analisou calmamente a fresta da porta. Dentro do espaço, ele encontrou exatamente o que estava procurando. Banks gostaria de ter mais de um motivo para perder o fôlego, mas a ruiva em seu campo de visão era o único.Blair estava inclinada, procurando os documentos na última prateleira do armário. Suas costas estavam em um declínio perfeito, literalmente a descida para o inferno. O salto adornando seus pés era um detalhe que valorizava suas pernas e sensualizava sua posição. Seu cabelo estava solto, caindo aos lados do rosto e impedindo que ela visse o homem na porta. Também impedia que Ethan visse o rosto dela.Fosse por atração física ou mental, o homem estava perdendo a noção do que er
"Não trata-se do drama. E se eu disser que não o quero mais?"O homem cruzou os braços e sorriu de lado, com uma dose generosa de petulância. Na mente dele, Blair estava cumprindo um mero capricho. No fim, ela acabaria cedendo e fazendo qualquer coisa que ele pedisse. Entretanto, na realidade, o capricho da mulher era manter aquele homem na palma de sua mão, apenas porque podia.- "Olhe para mim e diga que aquele beijo foi suficiente" a voz do homem estava mais rouca.- "Para você estar aqui agora, certamente não foi"Ethan estava próximo, mas não como gostaria. E ao ouvir aquelas palavras, ele não pensou uma segunda vez antes de fechar a distância que mantinham. O homem enlaçou a cintura de Blair com seus braços fortes e a colocou contra as portas do armário.Naquele momento, a armadura dela foi completamente vencida. A eletricidade que os corpos juntos causavam era sentida por ambos; desde o primeiro toque, o primeiro beijo, as primeiras sensações. Ele estava mais atraído do que já
Ethan usou as duas mãos para segurar as pernas de Blair e subir seu corpo. Ela entendeu e recebeu o contato, enlaçando a cintura do homem. O que sentiam estava em nível estratosférico. Ethan voltou a beijar a garganta dela, do lado oposto ao que já havia beijado. Ele usou a língua, deslizando pela pele como se estivesse em sua boca.O tesão era um tipo de conservante que não os deixariam livres. As mãos de Ethan estavam na parte exterior das pernas de Blair, mas ele queria ter todas as partes do corpo da mulher em mãos, ao mesmo tempo. Cada linha de pele era convidativo ao toque de sua língua.O homem desceu os lábios até o decote do vestido, onde a elevação dos seios de Blair começava. E enquanto ela inclinava seu corpo para frente, na esperança fantasiosa de fundir em um só, ele a apertava.Onde estavam era o fator menos significante da equação. Mesmo se o fim do mundo estivesse programado para aquele momento, eles não conseguiriam parar.Ethan continuou usando uma mão de apoio para
- "Hoje daremos um passo adiante" Spencer comentou.O inspetor abriu a bolsa que havia levado consigo, e retirou um pequeno equipamento de dentro dela. Blair observou aquele movimento, estranhando a novidade. Normalmente, aqueles rápidos encontros no estacionamento serviam apenas para que ela entregasse os relatórios.- "O que quer dizer?" ela questionou.- "O jantar de hoje pode ser posto a nosso favor. E eu quero que as operações tenham mais precisão. Então, se você ouvir algo incriminador, preciso saber e ter provas"Spencer mostrou um pequeno gravador para a mulher. Tinha basicamente o tamanho de uma caneta, e Blair não soube como esconderia aquele objeto. Ela franziu as sobrancelhas, e então pegou o aparelho das mãos de Spencer.- "Um gravador?"- "Sim. Se conversarem sobre algo revelador, eu saberei"Naquela noite, Blair sairia com Ethan. Seria só um jantar, a princípio, mas talvez ela tivesse acesso a informações incriminadoras. No momento em que fez o convite, a ruiva não tinh
Ethan sorriu de lado. Toda a ardência que aquela mulher provocava em sua pele estava presente. A malícia em seus olhos estava ali. O comportamento desejoso e necessitado, os gestos significativos também. Toda a química era real, porém estava adormecida pelo clima leve.- "Se você soubesse tudo sobre mim, não seria capaz de estar aqui" por fim, o homem respondeu.- "É tão ruim?"Aquela pergunta não foi inocente. Blair não fez o questionamento porque se interessava pela resposta. Ela perguntou porque sabia que havia um gravador na pequena bolsa em seu colo. Ela perguntou porque sabia que precisaria levar algo útil à Spencer.- "Pensei que já soubesse de tudo" Ethan murmurou, levando a taça aos lábios e bebendo graciosamente.O movimento de sua garganta ao engolir foi notado por Blair. Ela olhou para a garganta do homem, depois desceu o olhar para o peitoral forte. Mesmo sob a camiseta branca e paletó escuro, Blair conseguia imaginar os músculos. A mulher também notou a corrente dourada
Quisesse a mulher ou não, a relação com Ethan jamais poderia ser íntima. Envolver seus corpos seria cabível, talvez até inevitável. Mas os corações deviam ser preservados. Não havia forma segura de se relacionarem, não enquanto ela fosse uma mera infiltrada.- "Fale sobre você. Eu juro que não irei publicar uma matéria sobre os ancestrais do seu gato" Blair pediu.Ethan sorriu antes de responder, e a ruiva pôde jurar que ouviu seu coração reproduzir o som daquela risada. O homem diante de si não era o mesmo que dava entrevistas, que comparecia a eventos e que tinha um pedestal no topo do mundo. Era apenas um humano. Para além da investigação, do peso que estivesse em seus ombros, das responsabilidades que tinha. Apenas um humano.- "Eu não queria abandonar as pistas. Eu sempre digo que precisei escolher, mas a verdade é que não tive outra opção. Nós dançamos no ritmo que quisermos, mas é a vida quem escolhe a música" Ethan respondeu, e foi mais sincero do que qualquer um dos dois espe
A Lamborghini de Banks estava do lado de fora do restaurante, reluzindo contra as luzes da cidade como se fosse uma joia. O manobrista desceu do veículo e entregou as chaves para o verdadeiro dono.- "Obrigada pelo jantar" Blair agradeceu, ainda sentindo o corpo quente de Ethan ao lado do seu, mesmo quando ele se afastou para abrir sua porta.- "O convite foi seu"- "Você pode fingir que gostou" ela rebateu ao entrar no carro.- "Fingir me cansa" foram as últimas palavras de Ethan antes de fechar a porta. E a ruiva poderia jurar que viu um sorriso cruzar o rosto dele.Enquanto o homem circulava o carro, Blair apertou a bolsa de couro claro entre suas mãos. A culpa pesava em seu peito, talvez mais do que em qualquer outra situação. Não que ela tivesse pena de Ethan, mas sentia como se estivesse o traindo. Como se, naquele jantar, ele tivesse sido honesto com uma cobra.O homem adentrou o carro, e então o fez deslizar pela rua com fluidez. Apesar do trânsito comum naquela parte da cidad
Na manhã seguinte, Blair estava no departamento de polícia de Las Vegas. Ela havia entregado o gravador à Steve, e logo após foi dispensada. Ele disse apenas que iria averiguar as informações. E, sendo sincera consigo mesma, a mulher estranhou o comportamento do inspetor. Ele parecia estar mais fechado do que o habitual.- "O que acontece agora?" Blair questionou.- "Steve vai ouvir toda a gravação inúmeras vezes" Colton respondeu, displicente.Ambos andaram lado a lado até o fim do corredor, onde situava-se a sala de treinamento. O local com isolamento acústico estava vazio naquela manhã quando Colton abriu a porta, e então esperou até que a ruiva entrasse.No fundo, aquele homem militarizado não gostava do que estava fazendo. Ensinar Blair a ser uma agente, quando sequer ela havia mencionado que apreciava a profissão, parecia ser errado.- "Hoje é seu dia de sorte. Vamos treinar alguns tiros" ele comentou.Tiro ao alvo era uma atividade que envolvia teste de proficiência e exatidão,