- "Hoje daremos um passo adiante" Spencer comentou.O inspetor abriu a bolsa que havia levado consigo, e retirou um pequeno equipamento de dentro dela. Blair observou aquele movimento, estranhando a novidade. Normalmente, aqueles rápidos encontros no estacionamento serviam apenas para que ela entregasse os relatórios.- "O que quer dizer?" ela questionou.- "O jantar de hoje pode ser posto a nosso favor. E eu quero que as operações tenham mais precisão. Então, se você ouvir algo incriminador, preciso saber e ter provas"Spencer mostrou um pequeno gravador para a mulher. Tinha basicamente o tamanho de uma caneta, e Blair não soube como esconderia aquele objeto. Ela franziu as sobrancelhas, e então pegou o aparelho das mãos de Spencer.- "Um gravador?"- "Sim. Se conversarem sobre algo revelador, eu saberei"Naquela noite, Blair sairia com Ethan. Seria só um jantar, a princípio, mas talvez ela tivesse acesso a informações incriminadoras. No momento em que fez o convite, a ruiva não tinh
Ethan sorriu de lado. Toda a ardência que aquela mulher provocava em sua pele estava presente. A malícia em seus olhos estava ali. O comportamento desejoso e necessitado, os gestos significativos também. Toda a química era real, porém estava adormecida pelo clima leve.- "Se você soubesse tudo sobre mim, não seria capaz de estar aqui" por fim, o homem respondeu.- "É tão ruim?"Aquela pergunta não foi inocente. Blair não fez o questionamento porque se interessava pela resposta. Ela perguntou porque sabia que havia um gravador na pequena bolsa em seu colo. Ela perguntou porque sabia que precisaria levar algo útil à Spencer.- "Pensei que já soubesse de tudo" Ethan murmurou, levando a taça aos lábios e bebendo graciosamente.O movimento de sua garganta ao engolir foi notado por Blair. Ela olhou para a garganta do homem, depois desceu o olhar para o peitoral forte. Mesmo sob a camiseta branca e paletó escuro, Blair conseguia imaginar os músculos. A mulher também notou a corrente dourada
Quisesse a mulher ou não, a relação com Ethan jamais poderia ser íntima. Envolver seus corpos seria cabível, talvez até inevitável. Mas os corações deviam ser preservados. Não havia forma segura de se relacionarem, não enquanto ela fosse uma mera infiltrada.- "Fale sobre você. Eu juro que não irei publicar uma matéria sobre os ancestrais do seu gato" Blair pediu.Ethan sorriu antes de responder, e a ruiva pôde jurar que ouviu seu coração reproduzir o som daquela risada. O homem diante de si não era o mesmo que dava entrevistas, que comparecia a eventos e que tinha um pedestal no topo do mundo. Era apenas um humano. Para além da investigação, do peso que estivesse em seus ombros, das responsabilidades que tinha. Apenas um humano.- "Eu não queria abandonar as pistas. Eu sempre digo que precisei escolher, mas a verdade é que não tive outra opção. Nós dançamos no ritmo que quisermos, mas é a vida quem escolhe a música" Ethan respondeu, e foi mais sincero do que qualquer um dos dois espe
A Lamborghini de Banks estava do lado de fora do restaurante, reluzindo contra as luzes da cidade como se fosse uma joia. O manobrista desceu do veículo e entregou as chaves para o verdadeiro dono.- "Obrigada pelo jantar" Blair agradeceu, ainda sentindo o corpo quente de Ethan ao lado do seu, mesmo quando ele se afastou para abrir sua porta.- "O convite foi seu"- "Você pode fingir que gostou" ela rebateu ao entrar no carro.- "Fingir me cansa" foram as últimas palavras de Ethan antes de fechar a porta. E a ruiva poderia jurar que viu um sorriso cruzar o rosto dele.Enquanto o homem circulava o carro, Blair apertou a bolsa de couro claro entre suas mãos. A culpa pesava em seu peito, talvez mais do que em qualquer outra situação. Não que ela tivesse pena de Ethan, mas sentia como se estivesse o traindo. Como se, naquele jantar, ele tivesse sido honesto com uma cobra.O homem adentrou o carro, e então o fez deslizar pela rua com fluidez. Apesar do trânsito comum naquela parte da cidad
Na manhã seguinte, Blair estava no departamento de polícia de Las Vegas. Ela havia entregado o gravador à Steve, e logo após foi dispensada. Ele disse apenas que iria averiguar as informações. E, sendo sincera consigo mesma, a mulher estranhou o comportamento do inspetor. Ele parecia estar mais fechado do que o habitual.- "O que acontece agora?" Blair questionou.- "Steve vai ouvir toda a gravação inúmeras vezes" Colton respondeu, displicente.Ambos andaram lado a lado até o fim do corredor, onde situava-se a sala de treinamento. O local com isolamento acústico estava vazio naquela manhã quando Colton abriu a porta, e então esperou até que a ruiva entrasse.No fundo, aquele homem militarizado não gostava do que estava fazendo. Ensinar Blair a ser uma agente, quando sequer ela havia mencionado que apreciava a profissão, parecia ser errado.- "Hoje é seu dia de sorte. Vamos treinar alguns tiros" ele comentou.Tiro ao alvo era uma atividade que envolvia teste de proficiência e exatidão,
- "Eu disse que estava carregada" Blair disse, com certa dose de audácia em seu tom.- "Sorte de principiante"- "Posso atirar novamente?"- "Quantas balas você acha que tem?"- "Agora cinco"Colton não respondeu. Talvez, naquele momento, ele estivesse odiando Blair mais do que em qualquer outro. A mulher agia com pura petulância e superioridade, como se não estivesse ali para aprender.- "A primeira coisa que um agente deve ter em mente é a humildade. Nunca pense que você é a melhor" o homem murmurou.Colton caminhou até a demarcação no chão, parou ao lado de Blair, apontou o revólver para o alvo e disparou. Ele disparou seis vezes consecutivas, e todas elas atingiram a parte vermelha do alvo. Desde que fora fuzileiro em algumas missões fora do país, anos antes, o homem era conhecido por ser um ótimo atirador.- "Não se preocupe. Eu não estou tentando roubar seu emprego" Blair ironizou.- "Fale menos e atire mais. Não vamos sair daqui enquanto você não for capaz de se manter em silên
- "Eu não entendi"- "Quero dizer que ele não me fez gozar" Daliah quis gargalhar ao pronunciar aquelas palavras em voz alta, mas manteve a compostura.- "Então você fingiu, ou algo do tipo?"- "Garota, eu não finjo. Eu deixei ele saber que fode mal" As palavras de Daliah fizeram Blair sorrir. Elas compartilhavam o mesmo pensamento.As mulheres seguiram à procura de Michele, conversando eventualmente e comentando sobre alguns convidados. Blair era nova na cidade do pecado, e Daliah estava lhe apresentando algumas pessoas influentes na região, ou na indústria da moda. Elas conseguiam se entender de uma maneira agradável para ambas.Em certo momento, elas deixaram de procurar pro Michele e seguiram para o bar. A parte boa do trabalho que exerciam era a flexibilidade. Elas não precisavam permanecer no tédio, pois sempre poderiam genuinamente se divertir.- "Eu quero uma taça de vinho branco" Daliah pediu ao homem atrás do balcão que separava o barman do restante do cassino.- "Eu quero u
O encontro de olhares aconteceu quando Blair decidiu que estava pronta para encarar Ethan e não divagar no sabor que ele tinha. Os olhos turmalina encontraram o mar de Maldivas, e a tensão sempre presente entre eles pairou no ar.Ethan parecia estar em casa, em um ambiente completamente confortável para ele. Sua postura comandante, porém relaxada, demonstrava que ele não estava longe da sua zona de conforto. Por outro lado, Blair estava totalmente longe do que considerava ser normal.- "Temos espaço para mais uma?" Will olhou para Ethan, depois para as mulheres na mesa. Eram todas jovens, entre os vinte e trinta anos de idade. Todas, também, portadoras de belezas inegavelmente cativantes.- "Sempre temos espaço para mais uma" uma das mulheres, a morena, murmurou, já afastando-se para abrir espaço.- "Bem-vinda, Srta. Collins" a loira, acompanhante de Ethan, sorriu.Pela posturas das mulheres, Blair entendeu do que aquela reunião tratava-se. As mulheres não eram receptivas pelo simples