Fui até a recepção, e a Dandara já havia voltado. Dandara: Quer me explicar o que está acontecendo?— Depois explico Dandara, onde está a Cris?Dandara: Ela vem só as 16:00hrs.— Você pode dar esse dia de folga pra ela?Dandara: Posso, mas porquê? Você vai contar?— Sim, eu preciso contar.Dandara: Meu Deus, ela vai me odiar Dilan. — Eu cuido disso Dandara, eu vou agora na casa dela, e depois eu conto tudo o que está acontecendo pra você.Dandara: Tudo bem.Saí da pousada e fui em direção a casa da Cris, e várias coisas tomaram conta dos meus pensamentos. A revelação que eu iria fazer pra Cris, iria mexer totalmente com a vida dela, e seria algo doloroso, mas daria pra ela uma família de verdade. Tudo bem que uma irmã, é pouco se comparado a uma família inteira, mas ela não estaria mais sozinha. Assim que toquei a campanhia, ela veio atender e perguntou quem era, achei estranho pois ela nunca perguntava isso.— Não seria melhor colocar um olho mágico aqui? Perguntei e ela abriu,
Eu me aproximei dela e me abaixei pra confortá-la.Cris: Eu não entendia porquê eu não conseguia sentir raiva dela, ela estava o tempo todo pertinho de mim, eu bati na cara dela e ela é... ela é...meu Deus, que loucura é essa? Falou aos soluços. — Não tinha como você saber Cris, e a Dandara só falou pra mim sobre o seu pai, depois que contei pra ela sobre o sobrenome da Kyra, ela só quis te ajudar.Cris: A Dandara devia ter me contado assim que soube.— Ela não podia, e nem eu. Foi um pedido da própria Kyra.Cris: A Kyra sabe? E porquê ela quis esconder isso de mim?Eu pensei que só você sabia quando viu o sobrenome na carta.— Não, quando eu vi o sobrenome na carta, falei pra Kyra imediatamente. Ela achou que era só coincidência, mas depois de ler a carta, ela mudou de opinião, mas ela mandou eu ficar quieto até ela descobrir se você era mesmo a irmã dela, mas eu fui mais rápido e falei com a Dandara. Só que pela madrugada a Kyra foi embora, e eu acabei não dizendo pra ela que eu h
KYRA..Com o meu tio viajando e a Lúcia no trabalho, acordei um pouco mais cedo do que o costume.Fui até o quarto da minha vó, e ela ainda estava dormindo. Decidi ir até a cozinha e fazer algo pra comer, mas a Lúcia já tinha deixado a merenda pronta antes de ir pro trabalho. Sentei, e comi enquanto pensava no Dilan.Senti vontade de ligar pra ele, mas desisti, afinal do que adiantaria?Por conta de tudo o que aconteceu, eu não tinha conversado com a minha vó no dia anterior, com certeza ela iria perguntar o motivo de eu ter passado o dia trancada chorando dentro de casa.Eu não queria ter que mentir, ela precisava saber que eu iria casar com o Rafael e ela não iria precisar sair da casinha dela, mas o meu tio insistiu que eu aguardasse ele voltar de viajem, e eu não tinha a mínima ideia de como eu iria esconder aquilo dela.— E se o idiota do Rafael decidir vim aqui?O que eu vou dizer pra minha vó?Os meus pensamentos foram interrompidos pela minha vó, que chegou me olhando de f
DILAN..Meu nome é Dilan Colin, tenho 28 anos e moro em Ilha Bela - SP desde o dia em que nasci. Eu cresci cercado pelo mar, pelo cheiro da brisa salgada e pelo balanço das ondas que parecem dançar ao ritmo dos meus pensamentos. O mar sempre foi o meu refúgio, meu terapeuta silencioso. Basta me sentar diante dele para sentir que todas as respostas que procuro virão com o som das ondas quebrando na areia. Mas há uma pergunta que nem o mar conseguiu responder. Uma lembrança que o tempo jamais apagou. Ela tem um nome. Kyra. Eu era só um menino quando a conheci. Oito anos de inocência e sonhos. Ela tinha a pele morena, os cabelos ondulados, um sorriso encantador e um olhar tão doce que parecia carregar segredos do universo. Nos tornamos inseparáveis. Todos os dias corríamos descalços pela areia, construíamos castelos, mergulhávamos no mar e inventávamos histórias onde éramos os protagonistas de um mundo só nosso.Lembro-me perfeitamente do dia em que fizemos uma promessa. Estáv
KYRA..Eu me chamo Kyra, tenho 27 anos, e sou formada e designe de moda.A vida nunca foi fácil pra mim, desde muito cedo eu tive que aprender a me virar sozinha. Perdi os meus pais muito cedo, eu ainda era um bebê quando meu pai morreu, eu não senti tanto, por não entender o que se passava na época, mas quando perdi minha mãe, foi uma dor irreparável. Eu tinha apenas 10 anos quando ela passou mau, e simplesmente morreu.Eu não tive controle sobre nada, não sabia como agir, não sabia o que seria de mim sem ela.Eu lembro daquele dia com muita dor no coração, e o que aconteceu depois disso, deixou em mim marcas que carrego até hoje.É difícil lembrar de tudo, sem sentir meus olhos marejarados pelas lágrimas. Eu conheci um garoto, e ele se chamava Dilan, e era o meu melhor amigo.Minha mãe trabalhava na praia e eu aproveitava pra brincar com ele.Eu tinha apenas 7 anos quando brincamos pela primeira vez. Ele era carinhoso, atencioso, divertido, e tinha os olhos mais lindos que já
DILAN..Acordei com a minha irmã me chamando. Dadara: Acorda cabeção. Ou você vai pra um quarto, ou se manda pra sua casa, porque já está super tarde.Olhei pro meu relógio de pulso, e vi que já passava das 22:00hrs.— Porquê você não me acordou antes Dandara? Só irei para casa amanhã.Depois de ter ido vender minhas peças na praia, fui pra pousada, deitei na rede e peguei no sono.Eu me lembro que o meu último pensamento, foi a Kyra.Eu não conseguia tirá-la dos meus pensamentos. Eu sempre dormia quando pensava no tipo de vida que teríamos se o destino não tivesse nos separado. Levantei da rede e fui para um dos quartos da pousada. No dia seguinte eu teria que acordar cedo pra comprar material de trabalho, pois eu já estava sem nada para fazer os meus artesanatos.Eu sempre optava por ir bem cedinho, pois eu odiava a correria do centro, e por conta do final de semana, a cidade iria estar repleta de turistas e ônibus chegando por todos os lados.Antes que eu conseguisse pegar n
KYRA..Me despedir da minha vó, foi uma das coisas mais dolorosas que tive que fazer, não que eu já não tenha passado por coisas piores, mas a minha vida é repleta de dores incuráveis. Eu quero que algo de bom aconteça, quero sentir o sabor que é ser feliz por completo. Entrei no ônibus em direção a São Sebastião e ainda terei que pegar a balsa pra chegar em Ilhabela, e eu não tinha como pagar a passagem de avião, pois tinha que economizar, por isso optei por ir de ônibus, eu não sabia nem onde eu ficaria hospedada, pois a casa passou muitos anos sem ninguém cuidando dela e com certeza vai precisar de reparos, então vou precisar achar um lugar barato pra me hospedar. Fechei os meus olhos na intenção de dormir, eu teria longas horas de viagem, e eu dormindo não veria o tempo passar. Passei a viagem toda dormindo, e aproveitava as paradas que o ônibus fazia pra me alimentar, e molhar o rosto.Eu precisava muito de uma cama, minhas costas já estavam bastante doloridas. Depois de m
DILAN..Estava muito claro que eu precisava de pessoas pra trabalhar comigo, eu trabalhando sozinho não rendia muito, só conseguia algumas peças de artesanatos por dia, quando eu deveria ter um grande volume de peças. Eu sempre me virei sozinho, mas estava mais do que na hora de dar o braço a torcer e proucurar ajuda, mas primeiro eu teria que calcular bem os meus gastos e ver quantas pessoas daria pra pagar.Era sempre a mesma coisa, um dia eu fazia a minha produção, e no outro dia saia pra vender e voltava sem nada.Não que isso seja uma coisa ruim, na verdade isso é muito bom, mas dava pra aumentar a produção das peças e lucrar mais.Desde que voltei do centro, eu não coloquei nada no estômago, eu sempre almoçava com o meu pai e a Danda, mas eu estava tão atolado com o trabalho que preferi fazer um lanche com as coisas que achei na geladeira. Depois de comer, peguei o meu celular e vi que tinham 8 ligações da Danda.Eu não retornei, mas peguei as chaves da caminhonete imediatam