DILAN..Já faziam três dias que a Kyra não atendia o celular, e algo me dizia que aconteceu alguma coisa que ela não está querendo me contar.Já era o primeiro dia de trabalho dos novos funcionários, e começar o dia tão desconcentrado, não fazia nada bem pros negócios. Tomei o meu café, e organizei tudo pra recebê-los. Os quartos que passaram a serem chamados de fábrica, estavam bem equipados, e o dia seria de aula.Eu iria ensiná-los a como criar as peças.O problema seria fazer isso sem pensar na Kyra.— O que está acontecendo com você? Era pra você está aqui. Falei pra mim mesmo.A campanhia tocou, e eu fui atendê-los. — Bom dia pessoal, entrem e sigam o caminho das pedras do lado direito. Nesse primeiro dia, os seis iriam trabalhar na criação das peças, como ainda não abrimos a loja, eu lancei a proposta pra quem iria trabalhar na praia e na loja, pra me ajudarem com a criação, pois quanto mais peças, mais rápido a loja iria funcionar. A Dandara e o Lucas fizeram coisas sur
KYRA..Esses três dias, foram um completo inferno, eu acordava, ajudava a minha vó, fazia comida, e tentava esconder a dor que fazia morada na minha alma.Por várias vezes, ela me disse que a empolgação que havia na minha voz, havia sumido, e que eu não tinha mais o mesmo brilho de antes no olhar.Eu não podia falar pra ela sobre o caus que eu estava vivendo, e nem podia perguntar sobre o meu pai.O limite de espera pra eu dar a resposta pro Rafael havia chegado.Durante esses dias, o Dilan havia me ligado várias vezes, e eu fui incapaz de atendê-lo, eu não iria conseguir esconder dele o que eu estava vivendo, e eu precisava pensar no que eu iria fazer, e em qual resposta eu daria pro Rafael.Levantei da cama, consumida pelo medo, pela insegurança e pela incerteza. Nada havia acontecido de diferente nesses três dias, o Rafael não tentou contato, e nada mudou no processo da casa da minha vó, então eu pensei seriamente em dar um não pra ele, e mandar ele ir pro inferno.Mas isso mudo
Cheguei na casa da minha vó e ela e o meu tio estavam na sala, e me viram passar pro meu quarto em prantos.Vó: Kyra, o que houve minha filha?Eu fechei a porta pra evitar que eles entrassem. Minha vó bateu na porta, e o meu tio pediu pra ela me deixar quieta.Eu sabia que ela precisava de uma explicação, pois ela estava preocupada, mas eu não estava no meu melhor estado pra conseguir explicar alguma coisa.Deitei na cama e chorei até não aguentar mais, e acabei dormindo. Quando acordei, já estava no fim do dia.Senti a minha cabeça explodir por conta da enxaqueca. Fui pro banheiro, tomei um banho, peguei o meu celular, e fiquei olhando pra ele, esperando ter coragem pra ligar pro Dilan.Uma coisa era certa, ele precisava saber, eu seria injusta com ele o fazendo acreditar que nós dois iríamos ficar juntos. A minha realidade era outra. E eu precisava aceitar.Quando finalmente a coragem chegou e eu o liguei, senti o meu coração parar por alguns segundos quando ele atendeu, tão pre
DILAN ..Acordei, sentindo o meu coração pesado, a minha mente me levou até a noite anterior, e eu só queria que tivesse sido um sonho ruim.Se eu estivesse trabalhando sozinho, iria tirar o dia de folga, e passaria o tempo inteiro trancado no quarto, mas tendo uma empresa, eu não podia me dar ao luxo de fazer isso.— Eu nunca vou perdoá-la por isso.Falei pra mim mesmo, levantando da cama.Tomei um banho, escovei os dentes, me arrumei e depois fui fazer o café.Senti vontade de chorar, pensando no quanto a Kyra foi covarde comigo, me fazendo acreditar em uma relação, que pelo visto só existia na minha cabeça.Tomei meu café da manhã, e tentei manter a minha cabeça em ordem, pra enfrentar o meu dia, e ter uma boa produção. Meus funcionários chegaram, e já começaram sem pedir a minha ajuda, eles tinham aprendido muitas coisas no primeiro dia, e estavam bastante desenrolados.— A Kyra e eu soubemos escolher muito bem vocês. Parabéns. Falei admirado.Era 10:30 da manhã quando o meu c
Fui até a recepção, e a Dandara já havia voltado. Dandara: Quer me explicar o que está acontecendo?— Depois explico Dandara, onde está a Cris?Dandara: Ela vem só as 16:00hrs.— Você pode dar esse dia de folga pra ela?Dandara: Posso, mas porquê? Você vai contar?— Sim, eu preciso contar.Dandara: Meu Deus, ela vai me odiar Dilan. — Eu cuido disso Dandara, eu vou agora na casa dela, e depois eu conto tudo o que está acontecendo pra você.Dandara: Tudo bem.Saí da pousada e fui em direção a casa da Cris, e várias coisas tomaram conta dos meus pensamentos. A revelação que eu iria fazer pra Cris, iria mexer totalmente com a vida dela, e seria algo doloroso, mas daria pra ela uma família de verdade. Tudo bem que uma irmã, é pouco se comparado a uma família inteira, mas ela não estaria mais sozinha. Assim que toquei a campanhia, ela veio atender e perguntou quem era, achei estranho pois ela nunca perguntava isso.— Não seria melhor colocar um olho mágico aqui? Perguntei e ela abriu,
Eu me aproximei dela e me abaixei pra confortá-la.Cris: Eu não entendia porquê eu não conseguia sentir raiva dela, ela estava o tempo todo pertinho de mim, eu bati na cara dela e ela é... ela é...meu Deus, que loucura é essa? Falou aos soluços. — Não tinha como você saber Cris, e a Dandara só falou pra mim sobre o seu pai, depois que contei pra ela sobre o sobrenome da Kyra, ela só quis te ajudar.Cris: A Dandara devia ter me contado assim que soube.— Ela não podia, e nem eu. Foi um pedido da própria Kyra.Cris: A Kyra sabe? E porquê ela quis esconder isso de mim?Eu pensei que só você sabia quando viu o sobrenome na carta.— Não, quando eu vi o sobrenome na carta, falei pra Kyra imediatamente. Ela achou que era só coincidência, mas depois de ler a carta, ela mudou de opinião, mas ela mandou eu ficar quieto até ela descobrir se você era mesmo a irmã dela, mas eu fui mais rápido e falei com a Dandara. Só que pela madrugada a Kyra foi embora, e eu acabei não dizendo pra ela que eu h
KYRA..Com o meu tio viajando e a Lúcia no trabalho, acordei um pouco mais cedo do que o costume.Fui até o quarto da minha vó, e ela ainda estava dormindo. Decidi ir até a cozinha e fazer algo pra comer, mas a Lúcia já tinha deixado a merenda pronta antes de ir pro trabalho. Sentei, e comi enquanto pensava no Dilan.Senti vontade de ligar pra ele, mas desisti, afinal do que adiantaria?Por conta de tudo o que aconteceu, eu não tinha conversado com a minha vó no dia anterior, com certeza ela iria perguntar o motivo de eu ter passado o dia trancada chorando dentro de casa.Eu não queria ter que mentir, ela precisava saber que eu iria casar com o Rafael e ela não iria precisar sair da casinha dela, mas o meu tio insistiu que eu aguardasse ele voltar de viajem, e eu não tinha a mínima ideia de como eu iria esconder aquilo dela.— E se o idiota do Rafael decidir vim aqui?O que eu vou dizer pra minha vó?Os meus pensamentos foram interrompidos pela minha vó, que chegou me olhando de f
DILAN..Meu nome é Dilan Colin, tenho 28 anos e moro em Ilha Bela - SP desde o dia em que nasci. Eu cresci cercado pelo mar, pelo cheiro da brisa salgada e pelo balanço das ondas que parecem dançar ao ritmo dos meus pensamentos. O mar sempre foi o meu refúgio, meu terapeuta silencioso. Basta me sentar diante dele para sentir que todas as respostas que procuro virão com o som das ondas quebrando na areia. Mas há uma pergunta que nem o mar conseguiu responder. Uma lembrança que o tempo jamais apagou. Ela tem um nome. Kyra. Eu era só um menino quando a conheci. Oito anos de inocência e sonhos. Ela tinha a pele morena, os cabelos ondulados, um sorriso encantador e um olhar tão doce que parecia carregar segredos do universo. Nos tornamos inseparáveis. Todos os dias corríamos descalços pela areia, construíamos castelos, mergulhávamos no mar e inventávamos histórias onde éramos os protagonistas de um mundo só nosso.Lembro-me perfeitamente do dia em que fizemos uma promessa. Estáv