– Shhh... Sou eu, Alec. – A voz dele sussurrou no meu ouvido fazendo meu coração que antes latejava de nervosismo, agora palpitasse de emoções contrárias.Eu não conseguia acreditar, era Alec e ele estava aqui comigo. Sentimentos de alegria, segurança, conforto e acolhimento explodiram em mim. Eu precisava vê-lo e ter certeza de que era verdade e não só minha imaginação desesperada em tê-lo por perto.Alec tirou sua mão sobre meus olhos e virei ficando de frente a ele.Boquiaberta, encarei seus olhos fixos em mim. Aquele verde da sua íris estava lá e não era minha mente pregando peças. Ele colocou seu dedo indicador nos seus lábios fazendo sinal de silêncio, observou aquelas pessoas pela frecha da porta, puxou minha mão e com passos apressados, mas silenciosos saímos daquela sala escura.Ainda caminhando todos os cômodos e olhando com cautela nos esquivamos entre as paredes enquanto corríamos de mãos dadas em direção à saída do Palácio. Corremos para a lateral e adentramos em uma pequ
Ainda surpresos observando aquele castelo feito de cristal negro, vimos que na lateral do castelo havia uma entrada, porém poderia ser arriscado adentrar pela entrada principal, então outra pequena entrada como se fosse uma janela chamou nossa atenção, mas deveríamos escalar.Alec e eu começamos a escalar no castelo com os diamantes pontiagudos cortando nossa carne às vezes. Ele chegou ao topo primeiro e entrou, depois com a metade do corpo para fora, esticou o braço e me puxou para dentro. Assim que me estabilizei senti um cheiro pungente de sangue.Arregalei os olhos em direção ao sangue alguns metros de distância e fiquei com falta de ar, pois eu sabia de quem aquele sangue pertencia.Lúcius.Comecei a caminhar em direção aquele líquido seco, quando Alec segurou meu braço para que eu mantivesse a calma.Juntos, lado a lado, com passos lentos, começamos a caminhar. Havia um pedaço pontiagudo de cristal mais da metade ensanguentada, Alec segurou o cristal e analisou.– Ele foi ferido
Como dois gigantes em combate lutando um contra o outro num espaço pequeno cujo um pouco mais adiante, ao meu lado, havia uma abertura do tamanho de uma parede esperando um vacilo de um dos dois para puxá-los para baixo causando-lhes a morte. Ao vê-los me senti dentro da Guerra da Fúria que acabou com a grandeza da nossa espécie, no qual dois alfas inimigos em comum lutavam loucamente, de um lado Alec com suas roupas tribais, peito descoberto, calça folgada com tiras soltas e botas de couro em desvantagem com a armadura impenetrável do Lúcius, no entanto, Alec era ágil e conseguia se esquivar dos ataques pesados de Lúcius que lutava para matar. O combate parecia mais como uma dança de espada entre os dois que rodopiavam, saltavam perfeitamente e corriam pelas paredes como se não existisse gravidade entre eles, apesar de ter aspecto de uma dança, os golpes pesados que destruíam as paredes de diamante como se fossem papéis e o chocar das duas espadas causando estrondos de aço entre eles
Olhos negros com círculos brilhantes me encaravam.“– Irei te mostrar o que é não sobrar nada.”Aquela voz suave disfarçava a escuridão e o vazio que só eram vistos no fundo dos seus olhos, onde deveria estar sua alma havia um buraco escuro infinito, esse buraco queria me sugar para dentro e me aprisionar para sempre, queria me fazer enlouquecer e esquecer meus sentimentos e princípios.Gritei tentando fugir dele, corri desesperada tentando buscar uma saída, quanto mais eu fugia mais me afundava naquela sensação de vazio, no entanto, quando já estava quase no fundo senti braços em volta do meu corpo me segurando com força que me protegiam da escuridão ao redor, olhei para frente e vi olhos verdes que brilhavam como diamantes, eu sabia a quem pertencia àqueles diamantes.Alec.Ele pulou naquele abismo para me salvar, me protegeu loucamente enquanto girava nossos corpos no ar e deixou que a gravidade o empurrasse para baixo, deixou seu corpo sentir todo o impacto da queda para que eu nã
Ao ver a Karolina caindo daquele abismo, senti como se parte de mim estivesse indo embora também e fiquei com medo, o maior medo que tive durante toda minha existência era saber que eu perderia aquela mulher, que ela morreria e eu nunca mais veria a emoção da paixão escondida em seus olhos vermelhos.Eu precisava salvá-la! Eu tinha que salvá-la! Era minha missão de vida salvar a Karolina, mesmo que para isso o custo seria minha morte. Corri para frente e pulei ao seu encontro me transformando levemente e metade lobo e humano para conseguir alcança-la, e alcancei, a segurei em meus braços e a protegi, eu sabia que poderia morrer naquele momento, mas nada no mundo importava a não ser saber que ela viveria, poderia não ser comigo, talvez ela aceitasse o Calmon, não importa, ela deveria viver e ser feliz.Foi assim que a escuridão me tomou.Dentro daquele lugar escuro uma luz amarelada acendeu, e nela havia uma mulher, alguém que nunca havia visto antes, negra, dos cabelos castanhos escur
Aceitei o beijo delicado do Alec de bom grado, eu precisava daquilo, de sentir seus lábios nos meus, do seu calor, ouvir sua respiração enquanto sua língua penetrava minha boca, era a melhor prova de que ele estava vivo e que não morreria, Alec não morreria, pois me fez essa promessa e ele sempre cumpre suas promessas, ele não morreria, pois eu tenho um livro com magias e não cometerei os mesmos erros que cometi no passado. Meu coração dolorido e angustiado de antes se acalmou como água parada depois de um tsunami, me senti bem, sem receio, sem medo de me entregar a esses sentimentos que não consigo mais controlar, algo dentro de mim começou a acender lentamente, e mesmo achando quase impossível, eu sabia o que era, do que se tratava.Desde aquele momento, desde aquela promessa que Alec me fez, desde aquele beijo que selou sua promessa e que foi aceito por mim, eu notei lá no fundo, surgindo como se fosse uma pequena raiz de um feijãozinho plantado numa imensa terra deserta: O nosso ví
Ao soltar Natanael daquelas correntes fortificadas, senti um misto de emoções vinda do Alec que foi carregado por aquele demônio em forma de mulher que voava, deixei Elena e Natanael para trás e corri farejando o cheiro do Alec, eu sabia que ele estava em perigo, com dor, seus golpes não adiantavam contra aquela coisa de pele podre, mas indestrutível, ela o machucava, torturava, colocava medo nele.As emoções do Alec estavam descontroladas, ao mesmo tempo em que seus sentidos haviam enfraquecidos, ele não ia aguentar muito.Comecei a correr entre aquelas paredes escuras e iguais, por aquele castelo que parecia mais um labirinto, mas precisava alcançá-los.Até que a confusão dele parou, e senti uma leveza em suas emoções, algo pacífico e encorajador, o que estava acontecendo?Foi quando entrei na sala e vi o demônio atacando Alec que permanecia de joelhos somente com sua espada em mãos que revidava o ataque, e, surpreendentemente, aquela mulher pegou fogo quando sua espada encostou-se
Na maior cidade dentro do território humano, chamada Valiska, localizada próxima à fronteira que separa o território dos lobos, estava presente a mais alta patente do clero na principal Basílica, todos reunidos com seus fiéis para escutarem o tão esperado discurso do Papa João César. Aos gritos e palmas de euforia dos fiéis, ele apareceu sentado em uma cadeira de ouro sendo carregado pelos seus escravos em cada lado daquela cadeira pesada enquanto uma escrava mulata de corpo curvilíneo caminhava ao lado da cadeira luxuosa do papa com uma bandeja na mão, oferecendo-lhe frutas. Apesar de todo luxo, euforia e alegria ao seu redor, o papa não estava contente com os acontecimentos dessas semanas e ele precisava da ajuda do seu povo para rever e reparar os absurdos causados por aqueles que antes eram seus aliados, no entanto quebraram o pacto feito há milhares de anos por seus antepassados e se juntaram com o ser amaldiçoado que não tem alma e que carrega a morte para onde quer que vá, o D