Luna Sem muita opção eu caminhei até a árvore onde estava Merlin, com o capuz cobrindo seu rosto e a garrafa de vinho ao seu lado. Se eu dissesse que estava tudo bem estaria mentindo, mais cedo Lancelot estava se insinuando para mim e eu feito uma tonta acreditando, por um fio não me entreguei. Sentei ao lado de Merlin e peguei a garrafa ao seu lado, sorvendo alguns goles do líquido sem pensar duas vezes. Essa era a segunda vez em que eu estava bebendo, a primeira vez ainda foi na presença de minha mãe e foi em comemoração de alguma coisa que aquele velho idiota fez.— Não deveria estar aqui. Está frio e meu sobrinho não quer perto de mim. — Você finge muito bem, poderia jurar que estava dormindo. — Suspirei e mirei o nada, sentindo o frio tomar conta do meu corpo e a raiva tomar conta da minha mente. — Lancelot não se importa comigo. A verdade é que eu acho que minha hora aqui já chegou. Eu preciso resolver algumas pendências que deixei para trás e não vejo porque ficar aqui. — Co
Luna Seus aposentos estavam como se não tivesse nada fora do lugar. O grande espaço no chão, coberto com panos de seda e algodão, era como se fosse um convite para meu corpo que estava tão cansado, mas não esquecerei do que vi ainda a pouco, a pouca vergonha que estava diante dos meus olhos e sem dúvida alguma, eu nunca vou de deitar ali, sem chances. — Coma, você não jantou! — Ordenou em um tom de voz alto e grave enquanto segurava uma bandeja de pedra em mãos.— Obrigada, mas não estou com fome. Preciso ver como Merlin está, não vou dormir aqui dentro com você nem morta. — Me desvencilhei dele já esperança de sair, mas fui impedida de o fazer quando ele se pôs a minha frente, deixando que bandeja caísse em cima do meu pé. — Não vou deixar você sair daqui, Luna. Está sob minhas ordens! — Ele não poderia estar falando sério, ou poderia? — Eu sei que não sou bem-vinda aqui e não sei o motivo pelo qual está tentando me ajudar, mas já deu Lancelot. Você já salvou a minha vida e eu já
Luna Quando estava no lago, senti algo me puxar para baixo e ao tentar sair, minha perna ficou presa em algumas folhagens e galhos que havia perto da pedra que eu estava me apoiando. Após muito sufoco eu consegui sair e não era coisa da minha cabeça, havia realmente uma coisa me puxando para baixo, mas isso não era tempo para pensar nisso agora. Senti a presença de Lancelot, a voz de Merlin e em certos momentos eu poderia jurar que vi Abnerzy. As tropas de Kodo e Pedragon estavam unidas, passando longe do vilarejo e só pude ver porque estava quase no topo de uma árvore. — Eu já não sei o que tenho que fazer para te manter quieta. — A voz grave e ao mesmo tempo suave de Lancelot se fizeram presente. O incrível foi o fato dele ter me encontrado, estava certa de ir embora quando o dia amanhecesse. — Você vai descer aí por vontade própria ou…— Ou o quê? Eu sou uma Senhorita, Lancelot. Não deveria nem mesmo estar aqui. Você ter me salvo foi um erro. — Eu já não estava mais vestida em tr
Luna Um misto de sensações tomavam meu corpo. Permitindo corresponder cada toque de Lancelot sobre meu corpo, uma de suas mãos prenderam um dos meus seios, enquanto a outra segurava em meus cabelos, sugando meus lábios como se estivesse desesperado. O calor que emanava dentre minhas pernas era surreal, uma sensação maravilhosa que me fazia querer tudo que Lancelot tinha a me oferecer. Com as duas mãos enfiadas em seus cabelos, eu o beijava cada segundo com mais vontade. Suas mãos enormes apalparam minhas nádegas e me pendurou em seu colo. Rasgou os panos que cobriam meus seios, esfriando o rosto no meio deles que não eram grandes nem volumosos. Lancelot sugava o bico de um, quando com a outra mais apertava o outro, me fazendo gemer em alguns momentos. — Permita-se ser minha, eu juro que serei teu. — Seus olhos estavam parecendo duas bolsas de fogo. As chamas daquele olhar me deixou em apuros. Era como se me queimasse e eu estivesse gostando daquilo. — Eu sou toda sua. — O beijei
Crowler — Há quanto tempo, Crowler! — Malvim tinha em seus lábios um terrível sorriso, mas jamais abandonaria sua espada, nem mesmo que fosse para entrar em meu clã. — Lhe digo o mesmo, Malvim! — Estendi a mão e ele sentou-se em um dos bancos feitos de madeiras, que o acomodou muito bem enquanto uma das domésticas lhe serviram uma caneca de cerveja. — Espero que tenham lhe recebido bem. — Melhor impossível. — Ele levou a caneca até os lábios e sorveu um gole do líquido que estava gelado por conta do inverno. — Somos homens muito ocupados, suponho que não me chamou até aqui para perguntar se fui bem recebido pelos seus. Vamos ao que nos interessa? — A maldita Feiticeira ainda está viva, isso é um grande problema… — Suspirei com certa raiva, pois a dor da perda me corroía a cada dia mais e mais… — Eu quero que meu filho seja vingado, mas não que seja por suas mãos nojentas. Quero que a traga para mim, em troca poderá pedir qualquer coisa.Conhecíamos bem quais eram os interesses de
Luna Sete dias passaram e eu me sinto melhor. Perdi muitas forças e desta vez demorei a me recuperar. O barulho de chuva me fez levantar da cama correndo, eu estava em um abrigo no meio do nada, literalmente sozinha. Eu não sei onde estava, mas sei que estava protegida. A casinha de madeira tinha muitas goteiras, uma bem em cima do fogo e eu não queria passar frio, por isso arregacei as mangas de um vestido que eu achei dentro de um baú, e subi, determinada a consertar tudo aquilo. À frente havia uma cachoeira, uma bela visão, o pôr do sol se fazia único aqui e eu ainda precisava me recuperar para ter forças contra Malvim e o velho Crowler, malditos. Já havia caído duas árvores próximo da onde eu estava, meu medo era se a tempestade fosse forte e durasse dias. Tenho que fazer fogo e ir atrás de comida ainda, até que eu consiga alguma coisa melhor.Segurava a barra do vestido para não ficar preso em nenhum graveto, enquanto tentava colocar pedaços de panos no telhado, tentando tapar
Merlin— Seu miserável, eu disse que quando colocasse minhas mãos em você não iria ter piedade. — Crowler falava enquanto afrouxava a corda em meu pescoço, após algumas horas de torturas eu estava conseguindo respirar melhor. — Você pode me matar, mas jamais irá ter o que você quer, velho maldito. Abnerzy sumiu, mas eu estava preso no Clã de Kodo e não fazia a mínima ideia de como irei sair daqui. Não consigo mais conjurar nada, não invocar nenhum demônio para que me ajudasse a pelo menos me livrar dessas correntes e sair daqui. — Você apadrinhou a maldita, tem que saber um jeito de encontrá-la e chamá-la até aqui. Se fizer isto, sua liberdade será concedida. Eu só preciso daquela maldita Feiticeira em minhas mãos. — Meu humor não me permitia ficar triste, e nessas horas eu ria da minha própria desgraça. — Você daria seu filho nas mãos de qualquer um? Estamos falando da mesma situação, quase… — Agora que eu não tenho mais o que perder, irei até o fim para conquistar a confiança de
Luna Ao avisar o lago meu corpo gelou, a água era sangue e os animais que daqui bebiam, estavam mortos, assim como uma mulher com seu bebê no colo, também sem vida. — O que aconteceu aqui? — Lancelot parou ao meu lado enquanto farejava o cheiro do lugar. — O mesmo demônio que estava tentando te matar, passou por aqui e não faz muito tempo. Acho que essa foi a segunda e certeira tentativa de Abnerzy. — Mas… — Lembrei do que minha tia me contou e disse: — Eu pensei que a morte só pudesse levar alguém quando essa pessoa estivesse na beira da morte. Lancelot sabia que alguma coisa aconteceu ali, mas ele não sabe o porquê e muito menos o motivo pelo qual aconteceu. Ele não sabe que Abnerzy tentou me matar e que eu poderia vê-la. — Pelo visto o sangue foi drenado, mas ela só quis mesmo a alma de ambos. Há outros lobos que atacam por aqui? — Como você sabe o que era? — A íris dos seus olhos estavam douradas, me olhando como se eu fosse uma presa. — Eu sei que aquilo era um demônio. V