Luna
Ouvi os gritos de Lancelot, mas me limitei a tentar levantar. Minha cabeça estava doendo muito. Meei ficou ao meu lado durante todo o meu processo de "restauração". As dores estão quase insuportáveis. Atingi o meu limite para salvar quem já salvou a minha vida. Mas agora, eu estava querendo fugir para bem longe e poder fazer isso do meu jeito, nunca me curei deitada e em repouso, era no mínimo estranho.— Queria poder expressar minha gratidão por isso. Espero um dia lhe recompensar por cuidar de mim.— Você salvou a vida dele, acha mesmo que ele seria capaz de machucá-la? — Meei era inocente demais, embora se camuflasse tão bem entre eles, isso não iria durar para sempre.— Sim. Não o subestime, ele nem mesmo sabe se controlar ainda. Quando foi que ele se tornou um Alpha?— Há poucos dias. Danira era quem guiava a alcateia e ela veio a falecer, desde então Lancelot teve que tomar a frente. Mas, você o salvou, ele deveria ao menos ter agradecimento a você.— Ele não me deve nada! — Respondi um tanto grossa e me desculpei em seguida. — Olhe, por que as pessoas estão todas se reunindo?— Fique aqui dentro, eu voltarei e lhe digo.Meei saiu deixando a porta fechada. O casebre em que eu estava, era o único lugar onde tinha portas de madeiras nada leve. Era onde os feridos ficavam, o lugar mais protegido para que ninguém morresse.Fiquei de pé e me aproximei da porta para tentar ver o que estava acontecendo, mas sua voz me fez sentar novamente, me dando um leve susto.— Está melhor? — Lancelot senta à minha frente com as pernas abertas e me olha fixamente.— Estou! Obrigada por me ajudar.— Como conseguiu me encontrar sem se ferir? Não teria tempo de chegar lá se você não fosse uma…— Uma pessoa insistente que enquanto não te agradecesse pelo que fez por mim não iria ficar quieta. Sair atrás de você quando o vi sair, então o vi matando todos aqueles homens e quando vi que a área estava limpa eu saí. Seu manusear o arco e flecha muito bem, isso me ajudou a não ser atacada e a atacar o alvo antes que fosse vista. Mais alguma pergunta? — Ele me olhava sério, sem expressão de nada e eu não o sentia mais.— Não está com fome? Você é uma fêmea destemida, depois de tudo como pôde ter se recuperado tão rápido?— Eu não me ferir Lancelot. Apenas me cansei e já estou bem. Estou restaurada novamente. Tenho que lhe agradecer por tudo que tem feito por mim, mas agora eu tenho que ir. Não posso ficar aqui para sempre, preciso voltar para minha cidade e resolver minha vida, Lancelot.Alguma coisa dentro de mim estava errada. Por um momento pensei em voltar atrás e dizer que eu o amo, mas eu nunca acreditei no amor e vi minha mãe ser morta porque confiou sua vida a um homem que a matou, o mesmo que sempre lhe fazia juras de amor e eu era testemunha disso.— Agora não é momento para discutir isso, Luna. Você está sob minha ordens e se eu disser que você só sai daqui quando eu quiser, é porque só sairá daqui quando eu lhe der permissão, me entende? — Ele rosna para mim tentando parecer assustador, mas era no mínimo um homem que estava bagunçado a minha mente de uma forma inexplicável.— Posso comer ao menos? — Afasto meu copo do seu em um pulo e caminho até a porta que permaneceu fechada.— Há minutos atrás disso o contrário. Está apenas tentando me evitar? Eu lhe causei algum mal?— De forma alguma, Lancelot. Apenas suponho que a distância entre nós seja essencial, não quero criar um clima ruim com uma pessoa que tanto me ajudou. Poderíamos fazer um acordo de paz. — Ele sorria como se estivesse zombando de minhas palavras, isso me deixa um tanto irritada. — Tudo bem, se não quer a paz entre nós não vejo porquê ter que permanecer sob suas ordens.— Digamos que, porque você é diferente. Seu cheiro, seus gestos, o jeito de se expressar e a tremenda habilidade de se intrometer na vida alheia é surreal.— Por favor me deixe a sós. Se veio até aqui para me insultar, esperarei você se redimir e me pedir desculpas, pois em momento algum eu lhe ofendi.— Sua mãe não a ensinou a ser forte? Criou uma mulher frágil e sentimental que… — Eu não suportava quem falasse da minha mãe, mas naquele momento eu me senti frágil, sozinha e sem saída. A sensação era de que eu estava sem proteção alguma e aquilo estava me corroendo por dentro. Fechei os olhos e permiti que as lágrimas rolassem, continuando sempre de costas, mas a minha respiração estava ofegante e logo senti suas mãos me tocarem novamente.— Por favor, não faça menção a coisas que não sabe. — Respondi engolindo o choro e me soltando de suas mãos. — Minha mãe morreu para salvar a minha vida e não tem ideia do quão forte eu sou.— Eu tenho sim, por isso que a pedir que fique ao meu lado e seja minha Luna. Prometo que vingarei a morte de sua mãe, assim como honrarei você por toda minha vida.— Está louco? Não nos conhecemos para sermos sinceros. Eu preciso que me deixe ir, será melhor para todos nós. — Pedi por uma última vez, enxugando a lágrima que ainda insistia em cair.— Não te deixarei ir a lugar algum. Não agora. — Seus braços entrelaçaram em meu corpo, puxando meu corpo para cada vez mais próximo do seu. — Eu preciso de você, quero que fique ao meu lado e mostre a mim quem realmente é você. — Suas últimas palavras me fizeram engolir em seco e continuar calada.O silêncio foi quebrado com um dos amigos lhe chamando por uma porta que tinha aos pés da cama onde eu estava deitada. Havia um homem e ao seu lado a morte, até então eu achava que era impossível e proibido este tipo de aproximação, mas…— Quem são eles? — Pergunto antonina sem conseguir olhar para outro lugar sem ser os olhos do homem que segurava um cajado.— Merlin, um feiticeiro que tem todo meu ódio para si.Lancelot— Onde está o vinho? Não vai receber seu tio como deveria ser? — Luna olhava para Merlin como se o conhecesse. Mas, ele não fazia correspondência aos seus olhares, era como se ela não estivesse ali. — A quem veio matar desta vez? — Falo em alto e bom tom, cercando Merlin e o que ele tenha como seu guia. — Apenas dar as boas vindas a sua amiga, soube que… soube que as tropas de Pedragon estavam os perseguindo e vim lhes oferecer a minha ajuda. Sem segundas intenções. — Como você ousa vir aqui e querer me insultar quando me oferece suas magias fajutas, que há muito tempo já não existem mais. Ou vai nos dizer que os rumores são mentiras? — Algumas pessoas gargalhavam enquanto Merlin se servia de um vinho que pertencia a mim. — Eu não sei o que as pessoas andam dizendo, mas se prestasse mais atenção nelas, iria descobrir coisas mais interessantes ainda. Então, quem é a garota? Alguma integrante de Onedusa ou de Kodo? — Não, sou apenas uma camponesa que foi salva por Lancelot
Luna Sem muita opção eu caminhei até a árvore onde estava Merlin, com o capuz cobrindo seu rosto e a garrafa de vinho ao seu lado. Se eu dissesse que estava tudo bem estaria mentindo, mais cedo Lancelot estava se insinuando para mim e eu feito uma tonta acreditando, por um fio não me entreguei. Sentei ao lado de Merlin e peguei a garrafa ao seu lado, sorvendo alguns goles do líquido sem pensar duas vezes. Essa era a segunda vez em que eu estava bebendo, a primeira vez ainda foi na presença de minha mãe e foi em comemoração de alguma coisa que aquele velho idiota fez.— Não deveria estar aqui. Está frio e meu sobrinho não quer perto de mim. — Você finge muito bem, poderia jurar que estava dormindo. — Suspirei e mirei o nada, sentindo o frio tomar conta do meu corpo e a raiva tomar conta da minha mente. — Lancelot não se importa comigo. A verdade é que eu acho que minha hora aqui já chegou. Eu preciso resolver algumas pendências que deixei para trás e não vejo porque ficar aqui. — Co
Luna Seus aposentos estavam como se não tivesse nada fora do lugar. O grande espaço no chão, coberto com panos de seda e algodão, era como se fosse um convite para meu corpo que estava tão cansado, mas não esquecerei do que vi ainda a pouco, a pouca vergonha que estava diante dos meus olhos e sem dúvida alguma, eu nunca vou de deitar ali, sem chances. — Coma, você não jantou! — Ordenou em um tom de voz alto e grave enquanto segurava uma bandeja de pedra em mãos.— Obrigada, mas não estou com fome. Preciso ver como Merlin está, não vou dormir aqui dentro com você nem morta. — Me desvencilhei dele já esperança de sair, mas fui impedida de o fazer quando ele se pôs a minha frente, deixando que bandeja caísse em cima do meu pé. — Não vou deixar você sair daqui, Luna. Está sob minhas ordens! — Ele não poderia estar falando sério, ou poderia? — Eu sei que não sou bem-vinda aqui e não sei o motivo pelo qual está tentando me ajudar, mas já deu Lancelot. Você já salvou a minha vida e eu já
Luna Quando estava no lago, senti algo me puxar para baixo e ao tentar sair, minha perna ficou presa em algumas folhagens e galhos que havia perto da pedra que eu estava me apoiando. Após muito sufoco eu consegui sair e não era coisa da minha cabeça, havia realmente uma coisa me puxando para baixo, mas isso não era tempo para pensar nisso agora. Senti a presença de Lancelot, a voz de Merlin e em certos momentos eu poderia jurar que vi Abnerzy. As tropas de Kodo e Pedragon estavam unidas, passando longe do vilarejo e só pude ver porque estava quase no topo de uma árvore. — Eu já não sei o que tenho que fazer para te manter quieta. — A voz grave e ao mesmo tempo suave de Lancelot se fizeram presente. O incrível foi o fato dele ter me encontrado, estava certa de ir embora quando o dia amanhecesse. — Você vai descer aí por vontade própria ou…— Ou o quê? Eu sou uma Senhorita, Lancelot. Não deveria nem mesmo estar aqui. Você ter me salvo foi um erro. — Eu já não estava mais vestida em tr
Luna Um misto de sensações tomavam meu corpo. Permitindo corresponder cada toque de Lancelot sobre meu corpo, uma de suas mãos prenderam um dos meus seios, enquanto a outra segurava em meus cabelos, sugando meus lábios como se estivesse desesperado. O calor que emanava dentre minhas pernas era surreal, uma sensação maravilhosa que me fazia querer tudo que Lancelot tinha a me oferecer. Com as duas mãos enfiadas em seus cabelos, eu o beijava cada segundo com mais vontade. Suas mãos enormes apalparam minhas nádegas e me pendurou em seu colo. Rasgou os panos que cobriam meus seios, esfriando o rosto no meio deles que não eram grandes nem volumosos. Lancelot sugava o bico de um, quando com a outra mais apertava o outro, me fazendo gemer em alguns momentos. — Permita-se ser minha, eu juro que serei teu. — Seus olhos estavam parecendo duas bolsas de fogo. As chamas daquele olhar me deixou em apuros. Era como se me queimasse e eu estivesse gostando daquilo. — Eu sou toda sua. — O beijei
Crowler — Há quanto tempo, Crowler! — Malvim tinha em seus lábios um terrível sorriso, mas jamais abandonaria sua espada, nem mesmo que fosse para entrar em meu clã. — Lhe digo o mesmo, Malvim! — Estendi a mão e ele sentou-se em um dos bancos feitos de madeiras, que o acomodou muito bem enquanto uma das domésticas lhe serviram uma caneca de cerveja. — Espero que tenham lhe recebido bem. — Melhor impossível. — Ele levou a caneca até os lábios e sorveu um gole do líquido que estava gelado por conta do inverno. — Somos homens muito ocupados, suponho que não me chamou até aqui para perguntar se fui bem recebido pelos seus. Vamos ao que nos interessa? — A maldita Feiticeira ainda está viva, isso é um grande problema… — Suspirei com certa raiva, pois a dor da perda me corroía a cada dia mais e mais… — Eu quero que meu filho seja vingado, mas não que seja por suas mãos nojentas. Quero que a traga para mim, em troca poderá pedir qualquer coisa.Conhecíamos bem quais eram os interesses de
Luna Sete dias passaram e eu me sinto melhor. Perdi muitas forças e desta vez demorei a me recuperar. O barulho de chuva me fez levantar da cama correndo, eu estava em um abrigo no meio do nada, literalmente sozinha. Eu não sei onde estava, mas sei que estava protegida. A casinha de madeira tinha muitas goteiras, uma bem em cima do fogo e eu não queria passar frio, por isso arregacei as mangas de um vestido que eu achei dentro de um baú, e subi, determinada a consertar tudo aquilo. À frente havia uma cachoeira, uma bela visão, o pôr do sol se fazia único aqui e eu ainda precisava me recuperar para ter forças contra Malvim e o velho Crowler, malditos. Já havia caído duas árvores próximo da onde eu estava, meu medo era se a tempestade fosse forte e durasse dias. Tenho que fazer fogo e ir atrás de comida ainda, até que eu consiga alguma coisa melhor.Segurava a barra do vestido para não ficar preso em nenhum graveto, enquanto tentava colocar pedaços de panos no telhado, tentando tapar
Merlin— Seu miserável, eu disse que quando colocasse minhas mãos em você não iria ter piedade. — Crowler falava enquanto afrouxava a corda em meu pescoço, após algumas horas de torturas eu estava conseguindo respirar melhor. — Você pode me matar, mas jamais irá ter o que você quer, velho maldito. Abnerzy sumiu, mas eu estava preso no Clã de Kodo e não fazia a mínima ideia de como irei sair daqui. Não consigo mais conjurar nada, não invocar nenhum demônio para que me ajudasse a pelo menos me livrar dessas correntes e sair daqui. — Você apadrinhou a maldita, tem que saber um jeito de encontrá-la e chamá-la até aqui. Se fizer isto, sua liberdade será concedida. Eu só preciso daquela maldita Feiticeira em minhas mãos. — Meu humor não me permitia ficar triste, e nessas horas eu ria da minha própria desgraça. — Você daria seu filho nas mãos de qualquer um? Estamos falando da mesma situação, quase… — Agora que eu não tenho mais o que perder, irei até o fim para conquistar a confiança de