Merlin — A traição é imperdoável, Abnerzy. — Resmunguei ao perceber sua presença, mesmo que ela se mantivesse distante de mim. — Não sou eu quem está o traindo, Merlin. Seu sobrinho deveria pensar antes de agir, agora as coisas não tomarão bons rumos. — De fato, Lancelot não pensava muito antes de agir e isso poderia colocar sua vida em risco. Mas, o que Abnerzy está a dizer, não me parece que as coisas possam ser boas daqui pra frente. — Haverá tempos de perseguições, Merlin, iguais aos que já vivenciamos em alguns séculos de nossas vidas. — Se há traição, o traído tem que ser exposto! — Todos os lugares tem traidores, assim como em todos os lugares também há pessoas honestas. — Se desta vez você estiver do lado oposto, será o seu fim, Abnerzy. — Caminhei em direção ao lado oposto, e embora não estivesse a vendo, podia sentir que ela estava ao meu lado. — Seu sobrinho foi até o Crowler e fechou acordo com ele, em troca do que ele pedir, ele dará a cabeça de Luna. Enquanto isso, D
Luna Diante a mesa de mármore estava o Xamã com seu livro de mil páginas (como se ele fosse ler algo do que estava escrito). Ao seu lado estava Lancelot, com feições rígidas e um semblante calmo, como quem tinha acabado de aprontar alguma coisa, porém me mantive calma e por dentro desejava que tudo aquilo acabasse logo. A sensação de pessoas me olhando me fazia com que eu me sentisse mal, como se estivesse me vigiando o tempo inteiro. — Perdão! — Pediu ele ao perceber que Dalila estava entre as pessoas, com uma cara de paisagem, destilando ódio apenas no olhar. — Não há do que se perdoar, deveria ter me ouvido ao menos uma vez, agora é tarde. — Sorri sem graça e me coloquei ao seu lado. Merlin segurou as flores e sentou-se onde estavam todos os outros. — A união da carne é algo esplêndido, podendo moldar dois corpos em um só, interligando pensamentos, desejos e até mesmo a vida. A vida os presenteou um com o outro, é nítido que o fio do destino pertence a vocês dois. O futuro de v
Merlin Tudo que estava acontecendo tinha um dedo de minha culpa. Pedragon estava me vigiando, eu não podia ajudar em muita coisa, afinal, eu não tenho mais magia e preciso encontrar uma forma de recuperá-la o mais rápido possível. Minha filha estava grávida do homem que ela escolheu para viver seu futuro, fico feliz por isso, ela fez uma boa escolha, diferente de sua mãe. Enquanto Luna se preparava para atacar, Lancelot e os demais já estavam todos posicionados e prontos para atacar. Lancelot parecia ter dobrado de tamanho, seu lobo era enorme e imagino que uma só mordida faça muito estrago.— Pai, pode me ajudar com as flechas? Só preciso colocar veneno em mais duas e estou pronta. Não quero gastar muita energia, ainda não. Preciso reunir forças para acabar com Crowler, aquele velho maldito ainda vai me pagar por todo o mal que ele fez a minha mãe e a mim. — Ela me chamou de pai? Se eu estava feliz, os deuses não sabe o quanto estou disposto a dar a vida por minha filha, caso seja
Meses depois… CrowlerA felicidade de Luna estava me incomodando, Malvim estava querendo ir contra meus planos para executar os seus e eu já não posso mais esperar, não tenho mais tanto tempo para esperar. Meu filho não pode ser esquecido por todos, parece que com o nascimento desse bastardo, todos os anciões se comoveram com o seu nascimento. Uma pena que a felicidade não dura muito, ela sempre vem antes de alguma tragédia. — Meu senhor, seu banho está pronto. — Ao menos uma alma sabia fazer as coisas como deveriam ser. Olhando bem para a mulher que sempre cuidou de mim, percebi também que eu levei muito tempo da minha vida sozinho e agora, estava na hora de arranjar uma esposa para mim. Seus seios fartos chacoalharam quando ela se agachava e subia. — Está precisando de algo mais, senhor? — Sua voz doce e meiga me deixavam duro, mas por muito tempo ocultei isso e já era maior que hora de expor minhas reais vontade com ela. — Entre aqui e banhe-se comigo. — Esperta, bonita e sem
Luna — Minha senhora, trago notícias sobre o paradeiro do Sr. Crowler. — Por muito tempo esperei por essa notícia, Lancelot não pode imaginar que o fim está mais próximo do que ele imagina. — Vamos, conte-me tudo que sabe. Vamos para o jardim, assim irá parecer que você está regando as flores comigo. — Olívia é minha dama de companhia, antes não tinha, mas Lancelot fez questão em me fazer rainha com tudo que uma rainha tem direito.— Ele está no leste, há poucos quilômetros daqui. Vasculhei a cabana onde ele dormiu na última noite e encontrei isto. — Ela me entregou um boneco que era semelhante a mim, de fato, velho iria fazer voodoo para tentar me minupar. — Em menos de três dias eles devem atacar a vila. Não quero que a vossa alteza se machuque. — Vai ficar tudo bem, Olívia e por favor, pare de me chamar de vossa alteza ou senhora, eu sempre vou ser somente a Luna. Quando a isso, é segredo nosso. Ao cair da noite, quero que me leve uma capa vermelha e algumas velas. Leve também u
Luna O meu sangue parecia estar fervendo e eu senti que Merlin, meu pai, estava me dando um sinal com seus raios. Observei Lancelot se distanciar com Hendrius, juntos em uma caçada que hoje terá sucesso. Deixei os cabelos soltos e ordenei que voltassem para casa. Abnerzy sussurrava em meu ouvido o que estava por vir, a desgraça estava se aproximando e Crowler estava confiante de sua vitória, mas dessa vez não… — J'invoque le septième fils de la légion de Crowler pour m'aider à fusionner deux âmes en une seule. Je crie aux sept vents, je m'agenouille devant les anciens et je dis : aujourd'hui, c'est tout ou rien! — Luna… — Era a inconfundível voz do sétimo, um demônio capaz de destruir qualquer coisa que cruzasse o seu caminho, aliado de Abnerzy e mesmo sendo descendente da família Crowler, ainda sim era contra a mesma. — Lembro da última vez que nos vimos, você era apenas uma garotinha que ainda tinha medo do escuro. No que posso ajudá-la, minha querida? — Quero um favor, um único
LéiaSou grata aos deuses por me concederem a honra de ver a imagem deles, em forma humana e perfeita. O vestido de seda branco tocava o chão, deixando-o sujo de terra. Andava com minha filha nos braços e quando estava indo até o salão, onde estava Ulisses Crowler, meu esposo. — Com licença senhora Crowler, está na hora do banho de Sol da Srta. Crowler. — A governa falava de forma gentil, ela era uma das poucas pessoas boas que existia nesta família. Andei mais um pouco e encontrei meu esposo no jardim, ele tocava Charamela e era encantador. Havia uma mesa posta ao seu lado, com muitas coisas e eu senti que as coisas não estavam indo tão bem quando eu pensei. — És como a visão dos deuses para mim. Sente-se comigo, fiz tudo isso especialmente para a minha bela esposa. — Ele era gentil, posso afirmar até que o mais gentil dos seus irmãos. — Quando teve tempo para isso? Achei que iria tocar algumas das belas músicas que sabes para mim. — Sentei em seu colo, passei meus braços em volt
20 anos depois… Luna Meu pai me olhava pela janela enquanto eu passeava no jardim, eu queria fugir dos seus olhares e adentrar a floresta, mas minha mãe havia me proibido, assim como meu avô, o temido Sr. Crowler. Sendo a única filha mulher da família Crowler, eu não podia desfrutar de muitas coisas, meus pretendentes eram muitos, mas eu afastava todos eles e meu avô já estava desconfiando que eu possuía magia em minha mãos.— Luna… — A voz que eu sempre ouvia estava novamente me chamando, mas desta vez ela tinha forma. A forma de um ser sem rosto, com uma capa dourada e cabelos ruivos, estava dentro da floresta, mas meu pai ainda estava me olhando. — Não, eu não posso. — Repetia inúmera vezes para mim mesmo enquanto a voz incessantemente me chamava. — Pare de me perseguir, eu não tenho nada a lhes oferecer. — Falei dando as costas, mas ao olhar para janela já não vi mais o meu pai e sim o ser que há poucos segundos estava na minha frente. O sol estava se pondo e eu adoraria fica