Luna A noite estava fria, os anciãos haviam acabado de chegar. Eu sempre presenciei de forma oculta, minha mãe me levava às escondidas junto a minha tia. Mas, nunca pensei que pudesse ficar ainda mais incrível. Alguns me olhavam como se eu fosse uma ameaça ali, e outros me cumprimentavam com um largo sorriso no rosto. Estava sentada ao lado de Lancelot, era o dia do Juramento entre ele e a aceitação por defender toda a alcateia por todo o restante de sua vida, dando a mesma se for preciso. E ele estava ali, determinado a isso. — Está linda, espero que me dê um minuto antes de dormir. Eu tenho algo para te dizer. — Coloquei minha mão em cima da sua e ele sorriu, me olhando com o olhar mais puro que eu já senti. — Por que não me diz o que pensa no momento em que pensa? Pouparia nosso tempo e teria resposta imediata. Aliás, obrigada pelo convite, eu nunca tinha visto algo tão belo. — Quero te pedir que não vá embora, não agora, espere mais um tempo até que… — Ele gaguejou antes de fa
LancelotCoisas que eu jamais pensei em aceitar, esta noite estava mudando de ideia e prestes a jurar lealdade aos anciãos por toda minha vida, e nem mesmo em minha norte eu estaria sozinho. Luna conversava com Merlin felizarda, deixando alguns sorrisos escaparem vez ou outra. É incrível como consegue parecer tão sábia e tão velha de conhecimentos, mas tinha tão pouca idade e ainda sim, me deixava louco. As duas estavam trocando de lugares, o momento mais esperado por todos estava, menos por mim. — Pedimos silêncio para a benção que está por vir. — O tilintar da taça de um um deles, fez com que todos que estavam ali presentes, prestassem atenção no que estava por vir. Luna estava tão atenta ao momento assim como os demais também estavam. Antes que as coisas pudessem dar início, estendi minha mão em sua direção, ela hesitou por alguns segundos, até que eu tomei coragem e fiz o que ela me disse: agir sempre no momento em que pensar. — Venha, dê-me o prazer de sua companhia ao meu l
Luna Não irei me submeter ao baixo nível. Minha mãe era Léia, eu sou sua primogênita e não estou disposta a me curvar a ninguém. Vi Dalila aproximando-se de Lancelot enquanto eu dançava com Klaus, sua esposa e Merlin. Tentei ignorar aquilo que estava tão diante disso meus olhos e que tanto me feriu por dentro. Peguei uma caneca de vinho e sentei distante, consumida pelo cansaço e exaustão, não demorou para que Merlin fizesse o mesmo e sentasse ao meu lado. — Ainda está pensando em ir? — Nunca disse o contrário. Mas… será que as coisas poderiam mudar mesmo? Eu não entendo esse ódio absurdo que ele tem por nossa raça, o que há de errado com nós? — Não há nada de errado com você ou com nossa raça, minha Luna. A ignorância deles é que estão nos tornando terríveis aos seus olhos, quando somos a única raça que deveria governar. Temos bom coração, curamos e matamos, dependendo da posição em que estiver nosso ódio e além disso, ainda trazendo a vida aqueles que se foram de forma indolor.
Lancelot— Seja bem-vindo à nova era. Estamos felizes com sua chegada, apenas espero que a Feiticeira não nos cause problemas ou você terá que honrar seu nome. — Eu jurei dar minha vida pela dela, não o contrário. Não a mataria nem que fosse para a salvação de todos, por favor, entenda isso. — Deixei minha indignação a mostra, lhe dando as costas para ir até a minha feiticeira. — Dê-me licença. Me despedi de alguns que ali ainda estavam e fui para meus aposentos. Essa seria nossa última noite dormindo aqui, terei o prazer de levar os meus para morar em um lugar melhor e mais digno. Luna vai gostar, espero que ela goste. — Luna?... — O silêncio maldito ali estava e ela nãi respondeu, então decidi entrar sem ocasiões e comecei a procurá-la. Ela não estava na cama, então eu saí e ao vê-la parada em frente a porta, completamente nua. — Luna… — Já estávamos próximos o suficiente. Puxei seu corpo contra o meu, sentindo meus dedos percorrer seu copo pequeno, quente e macio. — Vamos, Lanc
Luna Abenrzy deveria estar furiosa pela minha demora, mas que culpa eu tinha se o desejo falava mais alto que a razão? E depois, eu estava com Lancelot, que mal poderia me acontecer quando estivesse com ele? Seu sono pesado me ajudou bastante. O vento forte que soprava lá fora balançava as árvores, atiçando os pássaros a cantarem alto e voarem para longe. Os que dormiam bêbados, não me viram ou ouviram meus passos, mas havia uma pessoa muito bem acordada que também me conhecia bem. — Luna… — Meei segurou minha mão com um olhar amedrontado. — Por favor, entre e fique onde estava. Ao lado de seu homem você está segura. Eles ainda estão… — Antes mesmo que ela terminasse sua frase, uma flecha ultrapassou sua cabeça, varando de um lado para o outro. — Não… — O nó que se formou em minha garganta não permitia que nenhum som saísse. O choque tomou meu corpo de forma rápida, que nem eu mesmo pude pensar no que fazer naquele momento. Corri novamente para dentro do quarto onde Lancelot est
Luna O vento gélido estava fazendo-me tremer de frio. Passaram-se três dias e nenhuma notícia ou ajuda vinda de nenhum dos lados. Me via fraca pela falta de comida e água, foi então que decidi sair daquela caverna e ir atrás de algo para comer e beber. Lá fora não havia barulho de nada, nem de água, nem de vento e nem mesmo de pássaros. Era um tremendo vazio naquela floresta. Andei um pouco e comecei a sentir meu corpo fraquejar, como se estivesse algo errado comigo, até que uma dor pontiaguda se fez presente em minha barriga, fazendo-me cair de joelhos e segurar o grito que em minha garganta já havia se formado. Com o corpo fraco eu insisti em dar mais alguns passos, mesmo com aquela dor insuportável eu estava determinada a encontrar Merlin e descobrir tudo sobre o meu passado, ou apenas o necessário. — Filha de Odin. — A mesma voz que antes me fazia ter medo, estava ali e nela vi a esperança e a salvação. — Vejo que em teu ventre carrega uma cria, fruto de um… — Não. Eu não est
LancelotDespertei em outro mundo, procurei por Luna e não a vi em lugar algum. Onde eu estava e o que estava acontecendo? — Luna… — Gritava seu nome sem cansar, até que meu corpo foi desprendido e finalmente eu pude levantar de onde estava preso, mas sem correntes e… o que estava acontecendo afinal? Ao abrir a porta meus olhos se depararam com algo jamais visto. Havia uma imensidão de águas vermelhas em minha frente, que ao atravessar a porta e molhar meus pés a água que antes vermelha, mudou-se para uma grana verde, coberta pela nevasca que havia então começado. Não havia árvores, montanhas ou vestígios de vida ali. Apenas uma vasta imensidão de gramados e a neve que em pouco tempo iria cobrir tudo. — Se me escutas, peço-lhes que a protejam. — Supliquei olhando para os céus que estavam escuros e barulhentos. Os trovões e rajadas de ventos estavam batalhando entre si para ver quem seria o dono do lugar. De repente, senti meu corpo fraquejar e uma luz azul se fez presente, como s
Luna O balançar da carroça estava me dando náuseas, embora não pudesse reclamar já que uma alma caridosa me ajudou. Com traços de realeza, ele esboçava luxúria e bravura em sua voz, em seu gestos… — Chegamos! — Sua voz em um tom de sussurro soou muito próximo ao meu ouvido. Estava deitada, já havia perdido a noção do tempo e do que estava acontecendo. Meu corpo inteiro estava sofrendo com o frio, a fome e a falta de Lancelot. Não necessariamente dele, mas de sua energia vital, que, mesmo de longe conseguia me manter se pé de forte, talvez, também não era pra tanto. Tentei levantar, apoiando as duas mãos na carroça, mas fui impedida de o fazer quando o homem me segurou em seus braços, me tirando com cuidado e levando meu corpo para dentro de uma casa de pedras, onde tinha uma fogueira acesa e uma cama mal arrumada. — Está de noite e frio. Você precisa se aquecer e comer, desse jeito não terá forças nem mesmo para correr dos lobos se for preciso. — A luz do fogo clareou o lugar no