Luna O balançar da carroça estava me dando náuseas, embora não pudesse reclamar já que uma alma caridosa me ajudou. Com traços de realeza, ele esboçava luxúria e bravura em sua voz, em seu gestos… — Chegamos! — Sua voz em um tom de sussurro soou muito próximo ao meu ouvido. Estava deitada, já havia perdido a noção do tempo e do que estava acontecendo. Meu corpo inteiro estava sofrendo com o frio, a fome e a falta de Lancelot. Não necessariamente dele, mas de sua energia vital, que, mesmo de longe conseguia me manter se pé de forte, talvez, também não era pra tanto. Tentei levantar, apoiando as duas mãos na carroça, mas fui impedida de o fazer quando o homem me segurou em seus braços, me tirando com cuidado e levando meu corpo para dentro de uma casa de pedras, onde tinha uma fogueira acesa e uma cama mal arrumada. — Está de noite e frio. Você precisa se aquecer e comer, desse jeito não terá forças nem mesmo para correr dos lobos se for preciso. — A luz do fogo clareou o lugar no
Lancelot— Seus pensamentos ainda irão te levar à loucura. — A senhora estava hospedada e até que seu mau humor não durou por muito tempo. As crianças juntaram-se umas às outras, Meei lhe contou sobre sua vida aqui e a convenceu a ficar pelo tempo que for necessário, mas ainda sim eu sentia o vazio dentro de mim. — Vamos a caçada hoje? — Klaus perguntou puxando Meei pela cintura e lhe abraçando. — Não temos porque gastar energia agora, não estamos precisando de nada e eu preciso resolver algumas coisas, para isso, preciso que fique responsável enquanto eu estiver longe. Antes de partir reunir todos que ali estavam para uma breve conversa, estavam todos seguros, assim eu estaria mais tranquilo. Crowler havia me enviado uma carta propondo um encontro, não vejo o que tenho a perder, não agora que tenho um reinado para governar. Determinado eu sair, bati a porta e estava indo de encontro ao perigo e não temia a isso, seria mais uma pista que terei sobre Luna. O frio estava congelante
LunaO cheiro estava bom, a cozinha não era grande, mas dava pra se virar dentro do possível, e era isso que eu estava fazendo. Já fora com certeza uma fogueira ajudaria bastante a defumar a carne, mas não posso arriscar que me vejam. Jason seguia dormindo, como se a bebida lhe tivesse causado um desmaio. Estava com uma vontade enorme de tomar banho, mas com medo dele acordar e me ver despida, dane-se, olhar não arranca o pedaço. Após colocar os legumes para cozinhar, deu um jeito de colocar um lençol para tapar a sua visão (caso ele acordasse) e não me visse nua. Nunca imaginei que um banho poderia mudar a vida de alguém, foi o que aconteceu comigo no exato momento. Mergulhei nas águas já sujas pelo sabão que usei em meu corpo, e vi minha vida passar diante dos meus olhos. Vi o dia em que comemoraram o meu nascimento, o dia em fiz um ano, o dia em que minha mãe confessou alguma coisa a minha tia enquanto não parava de chorar e a mais terrível lembrança, vi toda a cena em que minha m
Lancelot— Pelos deuses, o que é isso!? — O lago de sangue que estava à minha frente, atiçou meus instintos, mas fortemente eu resisti e queria ir além, saber o que havia acontecido ali e o que era todo aquele sangue derramado. Não havia corpos arredores, apenas o cheiro do sangue podre e rastros de algum animal que eu nunca vi antes. De repente o céu escureceu, dando lugar para a escuridão e a chuva que estava prestes a cair. Algumas horas de caminhada e nenhum sinal de Luna. Seu cheiro não estava por nenhuma das trilhas da qual eu passei, mas como ela passou sem conseguir deixar nenhum rastro? Pouco antes de começar a chover pude ouvir alguns sons, não eram de humanos nem de animal, mas alguma coisa que parecia chorar em um tom aterrorizante e que eu nunca havia presenciado antes. — Wszystko, co jest zepsute, oczyść teraz. Porządek wymaga postępu i zgniłych dusz. Dlatego za karę jesteś skazany na wieczne życie w palącym cierpieniu, gdzie była ciemność, mrok i ruiny. Ciesz się sw
Luna O gosto amargo em minha boca era consequência do enjôo que estava se fazendo presente. Não havia barulho de absolutamente nada além dos meus passos, o barulho que faziam quando pisava nas folhas secas. Ultimamente estava tudo estranho. Desde a morte da minha mãe, as coisas começaram a mudar de forma surreal. Desde que conheci Lancelot, não tive tempo para raciocinar tudo que estava acontecendo, mas agora tudo está muito diferente. Assustador. A neblina estava baixando, então era possível ver algumas coisas à minha frente, e tudo estava em um cenário aterrorizador. As árvores estavam com respingos de sangue em volta, assim como as filhas estavam banhadas em sangue, e estava fresco. Não havia nenhum corpo ali, nem de animal, nem humano, nem nada… tentei continuar, mas ao perceber que ali haviam rastros, meu coração errou as batidas, como é possível? Esses rastros são de Abnerzy. Corri para o lado oposto dos rastros e parei na beirada de um penhasco, onde fiquei muito perto de ca
LancelotOs dias se passaram em Defty, mas agora com fartura que antes não tínhamos, as coisas estão fluindo melhor e sem tantas dificuldades como antes era. As crianças estavam saudáveis, as coisas tranquilas. Mas, a mãe de Meei foi embora com os seus e sem nos dar notícias antes de partir, ou algum aviso prévio. Assim como Klaus também estava desanimado por sua partida, embora ela o odiasse, ele ama sua filha. — Podemos conversar sobre o assunto? — Perguntei baixo, mas alto o suficiente para que Klaus ouvisse e concordasse. — Já não tenho mais esperança, Lancelot. Sinto que ela se foi para sempre. Eu já não tenho pelo que seguir, eu… — Coloquei minha mãe em seu ombro e olhei sério. — Ela não morreu, isso eu posso garantir a você. — Ele me olhou sem entender muita coisa e então eu teria que me explicar sobre essa certeza. Klaus e eu fomos criados juntos, Danira sempre nos criou como se fôssemos irmãos. Os pais de Klaus foram executados pelas tropas de Malvim, mas vingados pela m
Lancelot— Vamos, vai ter o festival das flores, perto de Onedusa. Poderá unir o útil ao agradável. Poderá conversar com Jason durante a festa, assim não ficará entediado. — Klaus ganhava me convencer, após ter bebido a tarde inteira, não desacreditando um minuto de que sua amada voltaria para ele. O festival das flores é algo que acontece a cada três luas cheias. As pessoas se vestem de todas as cores, as mulheres colocam flores sobre seus cabelos e os homens ramos de arruda em sua roupa. O vinho é a melhor parte, é lei sair embriagado da festa, com exceção mulheres grávidas, crianças e senhoras. Era algo bonito e vivaz, mas eu não estava com tanta vontade de ver pessoas felizes demais. — Leve-os com você se quiser, irão ficar felizes. Não estou no clima para festas, Klaus. Sinto que minha fêmea está perturbada com alguma coisa. Sinto um incômodo em meu peito. — Por isso mesmo temos que ir, irmão. Luna é imprevisível, de repente ela pode aparecer por lá. Quem sabe minha fêmea tamb
Luna Era ele! Ele estava ali, não somente ele como Jason também estava, e Jason era o anfitrião de tudo ali. Ele não poderia me ver com Lancelot, com certeza as coisas iriam ficar estranhas, conheço Lancelot e seus pensamentos seriam os mais cruéis possíveis. Lucy se divertia logo a frente, e como se as coisas não pudessem piorar, ali também estava Merlin na companhia da sua fiel alma imortal.— Boa noite, senhorita, será que posso sentar ao seu lado? — Abenrzy perguntou de forma irônica. Vamos lá… estou metida em toda essa loucura por culpa dela. Agora as coisas estão se encaixando! Merlin não havia desaparecido coisa nenhuma, foi tudo uma armação para que eu fugisse para longe de Lancelot, quando poderíamos ter resolvidos a metade da metade dos nossos problemas. Poderia usar isso ao meu favor, ninguém além de mim sabe que eu sou sua primogênita, descendente de sua linhagem e mais perigosa do que qualquer pessoa possa imaginar. — Claro, sintam-se à vontade. — Coloquei meu corpo m