Luna Abenrzy deveria estar furiosa pela minha demora, mas que culpa eu tinha se o desejo falava mais alto que a razão? E depois, eu estava com Lancelot, que mal poderia me acontecer quando estivesse com ele? Seu sono pesado me ajudou bastante. O vento forte que soprava lá fora balançava as árvores, atiçando os pássaros a cantarem alto e voarem para longe. Os que dormiam bêbados, não me viram ou ouviram meus passos, mas havia uma pessoa muito bem acordada que também me conhecia bem. — Luna… — Meei segurou minha mão com um olhar amedrontado. — Por favor, entre e fique onde estava. Ao lado de seu homem você está segura. Eles ainda estão… — Antes mesmo que ela terminasse sua frase, uma flecha ultrapassou sua cabeça, varando de um lado para o outro. — Não… — O nó que se formou em minha garganta não permitia que nenhum som saísse. O choque tomou meu corpo de forma rápida, que nem eu mesmo pude pensar no que fazer naquele momento. Corri novamente para dentro do quarto onde Lancelot est
Luna O vento gélido estava fazendo-me tremer de frio. Passaram-se três dias e nenhuma notícia ou ajuda vinda de nenhum dos lados. Me via fraca pela falta de comida e água, foi então que decidi sair daquela caverna e ir atrás de algo para comer e beber. Lá fora não havia barulho de nada, nem de água, nem de vento e nem mesmo de pássaros. Era um tremendo vazio naquela floresta. Andei um pouco e comecei a sentir meu corpo fraquejar, como se estivesse algo errado comigo, até que uma dor pontiaguda se fez presente em minha barriga, fazendo-me cair de joelhos e segurar o grito que em minha garganta já havia se formado. Com o corpo fraco eu insisti em dar mais alguns passos, mesmo com aquela dor insuportável eu estava determinada a encontrar Merlin e descobrir tudo sobre o meu passado, ou apenas o necessário. — Filha de Odin. — A mesma voz que antes me fazia ter medo, estava ali e nela vi a esperança e a salvação. — Vejo que em teu ventre carrega uma cria, fruto de um… — Não. Eu não est
LancelotDespertei em outro mundo, procurei por Luna e não a vi em lugar algum. Onde eu estava e o que estava acontecendo? — Luna… — Gritava seu nome sem cansar, até que meu corpo foi desprendido e finalmente eu pude levantar de onde estava preso, mas sem correntes e… o que estava acontecendo afinal? Ao abrir a porta meus olhos se depararam com algo jamais visto. Havia uma imensidão de águas vermelhas em minha frente, que ao atravessar a porta e molhar meus pés a água que antes vermelha, mudou-se para uma grana verde, coberta pela nevasca que havia então começado. Não havia árvores, montanhas ou vestígios de vida ali. Apenas uma vasta imensidão de gramados e a neve que em pouco tempo iria cobrir tudo. — Se me escutas, peço-lhes que a protejam. — Supliquei olhando para os céus que estavam escuros e barulhentos. Os trovões e rajadas de ventos estavam batalhando entre si para ver quem seria o dono do lugar. De repente, senti meu corpo fraquejar e uma luz azul se fez presente, como s
Luna O balançar da carroça estava me dando náuseas, embora não pudesse reclamar já que uma alma caridosa me ajudou. Com traços de realeza, ele esboçava luxúria e bravura em sua voz, em seu gestos… — Chegamos! — Sua voz em um tom de sussurro soou muito próximo ao meu ouvido. Estava deitada, já havia perdido a noção do tempo e do que estava acontecendo. Meu corpo inteiro estava sofrendo com o frio, a fome e a falta de Lancelot. Não necessariamente dele, mas de sua energia vital, que, mesmo de longe conseguia me manter se pé de forte, talvez, também não era pra tanto. Tentei levantar, apoiando as duas mãos na carroça, mas fui impedida de o fazer quando o homem me segurou em seus braços, me tirando com cuidado e levando meu corpo para dentro de uma casa de pedras, onde tinha uma fogueira acesa e uma cama mal arrumada. — Está de noite e frio. Você precisa se aquecer e comer, desse jeito não terá forças nem mesmo para correr dos lobos se for preciso. — A luz do fogo clareou o lugar no
Lancelot— Seus pensamentos ainda irão te levar à loucura. — A senhora estava hospedada e até que seu mau humor não durou por muito tempo. As crianças juntaram-se umas às outras, Meei lhe contou sobre sua vida aqui e a convenceu a ficar pelo tempo que for necessário, mas ainda sim eu sentia o vazio dentro de mim. — Vamos a caçada hoje? — Klaus perguntou puxando Meei pela cintura e lhe abraçando. — Não temos porque gastar energia agora, não estamos precisando de nada e eu preciso resolver algumas coisas, para isso, preciso que fique responsável enquanto eu estiver longe. Antes de partir reunir todos que ali estavam para uma breve conversa, estavam todos seguros, assim eu estaria mais tranquilo. Crowler havia me enviado uma carta propondo um encontro, não vejo o que tenho a perder, não agora que tenho um reinado para governar. Determinado eu sair, bati a porta e estava indo de encontro ao perigo e não temia a isso, seria mais uma pista que terei sobre Luna. O frio estava congelante
LunaO cheiro estava bom, a cozinha não era grande, mas dava pra se virar dentro do possível, e era isso que eu estava fazendo. Já fora com certeza uma fogueira ajudaria bastante a defumar a carne, mas não posso arriscar que me vejam. Jason seguia dormindo, como se a bebida lhe tivesse causado um desmaio. Estava com uma vontade enorme de tomar banho, mas com medo dele acordar e me ver despida, dane-se, olhar não arranca o pedaço. Após colocar os legumes para cozinhar, deu um jeito de colocar um lençol para tapar a sua visão (caso ele acordasse) e não me visse nua. Nunca imaginei que um banho poderia mudar a vida de alguém, foi o que aconteceu comigo no exato momento. Mergulhei nas águas já sujas pelo sabão que usei em meu corpo, e vi minha vida passar diante dos meus olhos. Vi o dia em que comemoraram o meu nascimento, o dia em fiz um ano, o dia em que minha mãe confessou alguma coisa a minha tia enquanto não parava de chorar e a mais terrível lembrança, vi toda a cena em que minha m
Lancelot— Pelos deuses, o que é isso!? — O lago de sangue que estava à minha frente, atiçou meus instintos, mas fortemente eu resisti e queria ir além, saber o que havia acontecido ali e o que era todo aquele sangue derramado. Não havia corpos arredores, apenas o cheiro do sangue podre e rastros de algum animal que eu nunca vi antes. De repente o céu escureceu, dando lugar para a escuridão e a chuva que estava prestes a cair. Algumas horas de caminhada e nenhum sinal de Luna. Seu cheiro não estava por nenhuma das trilhas da qual eu passei, mas como ela passou sem conseguir deixar nenhum rastro? Pouco antes de começar a chover pude ouvir alguns sons, não eram de humanos nem de animal, mas alguma coisa que parecia chorar em um tom aterrorizante e que eu nunca havia presenciado antes. — Wszystko, co jest zepsute, oczyść teraz. Porządek wymaga postępu i zgniłych dusz. Dlatego za karę jesteś skazany na wieczne życie w palącym cierpieniu, gdzie była ciemność, mrok i ruiny. Ciesz się sw
Luna O gosto amargo em minha boca era consequência do enjôo que estava se fazendo presente. Não havia barulho de absolutamente nada além dos meus passos, o barulho que faziam quando pisava nas folhas secas. Ultimamente estava tudo estranho. Desde a morte da minha mãe, as coisas começaram a mudar de forma surreal. Desde que conheci Lancelot, não tive tempo para raciocinar tudo que estava acontecendo, mas agora tudo está muito diferente. Assustador. A neblina estava baixando, então era possível ver algumas coisas à minha frente, e tudo estava em um cenário aterrorizador. As árvores estavam com respingos de sangue em volta, assim como as filhas estavam banhadas em sangue, e estava fresco. Não havia nenhum corpo ali, nem de animal, nem humano, nem nada… tentei continuar, mas ao perceber que ali haviam rastros, meu coração errou as batidas, como é possível? Esses rastros são de Abnerzy. Corri para o lado oposto dos rastros e parei na beirada de um penhasco, onde fiquei muito perto de ca