Luna, ainda intrigada com o comportamento estranho de Myson, resolveu quebrar o silêncio mais uma vez.— Você parece tenso, Myson. Quer que eu pegue algo para você beber? — perguntou, com um sorriso leve e um olhar preocupado.Myson, lutando para manter a compostura, balançou a cabeça rapidamente.— Não, Luna, eu estou bem. Na verdade, deixe-me pegar algo para nós dois. — Ele tentou soar descontraído, embora sua voz ainda carregasse uma ponta de tensão. — O que você gostaria?Luna pensou por um momento e então respondeu:— Um suco de qualquer coisa... mas com uma pequena dose de gin, se puder.Myson assentiu com um sorriso contido, aproveitando a oportunidade para se afastar e recuperar o controle.— Claro, volto já.Ele deu um passo para trás e se virou, saindo da varanda com passos rápidos, mas elegantes. Cada movimento era meticulosamente calculado para evitar que sua tensão ficasse evidente.Ao entrar no salão novamente, Myson respirou fundo, aliviado por estar longe do aroma into
O interior da cabana era simples, mas acolhedor. Uma lamparina iluminava suavemente o ambiente, criando um brilho suave nas paredes de madeira. A cama, pequena e bem forrada, convidava ao descanso, enquanto o criado-mudo improvisado e a mesinha simples com alguns livros espalhados indicavam que ali era o refúgio de alguém que gostava de estudar ou simplesmente se esconder do mundo.— É aqui que eu me escondo quando quero fugir dos problemas. Ou até mesmo estudar. — Darius disse, com um tom tranquilo.— É um lugar acolhedor e lindo. Mas, por que me trouxe aqui? — Luna perguntou, curiosa, seus olhos ainda explorando cada canto da cabana.De repente, Luna colocou as mãos na boca e arregalou os olhos, com um tom de brincadeira, mas com um brilho de surpresa.— Não me diga que você é um serial killer? — Ela falou, a voz carregada de um tom de humor, mas com uma leve tensão que se formou no ar.Darius ficou sem reação por um momento, claramente surpreso e um pouco desconcertado.— O quê...
Na parede cavernosa daquele lugar escuro, algo estava gravado. O desenho era estranho, confuso, como se tivesse sido feito por mãos que não compreendiam totalmente o que estavam criando. As linhas eram tortuosas e pareciam se entrelaçar de forma quase caótica, mas havia algo profundamente familiar naquelas formas para Luna, algo que a fazia estremecer sem saber o motivo.O desenho parecia retratar figuras místicas, talvez antigas entidades ou símbolos que ela não compreendia. Ao centro, uma grande figura de olhos penetrantes, envolta por linhas espiraladas que pareciam se mover, sempre se aproximando dela. Era um símbolo enigmático, quase tribal, mas ao mesmo tempo com uma aura de algo desconhecido. Quando Luna fixou os olhos nele, uma dor súbita e insuportável explodiu em sua cabeça, como se mil agulhas perfurassem sua mente.Ela gemeu baixinho e suas mãos se apertaram contra as têmporas. A dor era tão forte que a fez se curvar, como se fosse incapaz de suportar aquele peso mental qu
Darius andou mais um pouco e, com cuidado, afastou uma cortina de folhas e plantas que caíam, revelando uma entrada discreta e cercada pela vegetação. Luna, intrigada, inclinou a cabeça ao ouvir um som familiar.— Isso é uma cachoeira? — ela perguntou, tentando enxergar além da cortina verde.— Veja você mesma! — Darius respondeu, dando um passo para o lado e indicando que ela poderia passar à frente.Ao atravessar a cortina de folhas, Luna ficou sem fôlego. O cenário diante dela era absolutamente deslumbrante. Era como entrar em um mundo diferente, um pedaço de paraíso escondido.O lugar era envolto por uma imponente montanha rochosa que parecia proteger aquele refúgio natural. Árvores altas formavam uma espécie de cúpula verde, com galhos que se entrelaçavam em harmonia, criando sombras dançantes sob a luz suave da lua. O céu acima era uma tapeçaria de estrelas, com a lua brilhando no centro, iluminando as águas cristalinas que refletiam seu brilho prateado.A cachoeira era o ponto
Luna estava sentada à beira da fonte, olhando as estrelas refletidas na água, quando uma voz a chamou.— Até que enfim te achei! — Ravena surgiu na saída da mansão, cruzando os braços. — Mas… Por que está descalça?Luna olhou para os próprios pés e deu um sorriso envergonhado.— Não sei. Acho que deixei minha sandália em algum lugar por aí...Ravena balançou a cabeça, meio divertida, meio exasperada.— Você tem sorte de não ter pisado em nada perigoso. Vamos, seu pai está à sua procura.Luna suspirou profundamente, passando a mão pelos cabelos úmidos do sereno.— Por favor, não me diga que ele quer me apresentar a mais convidados...Ravena sorriu, um tanto cúmplice.— Não, nada disso. Ele só quer que você se despeça. Os convidados estão partindo.Luna se levantou com um suspiro de alívio.— Ah, menos mal. Não estava pronta para outro desfile de formalidades.— Bem, da próxima vez, tente não sumir no meio de uma festa importante — Ravena comentou enquanto caminhavam juntas pelo jardim
Na manhã seguinte, as três garotas estavam sentadas na ampla mesa de jantar, vestindo os uniformes impecáveis da escola enquanto tomavam o café da manhã. Conversavam animadamente sobre os eventos da noite anterior, rindo de pequenas lembranças da festa.Eliezer desceu as escadas com passos firmes, saudando-as com um caloroso "bom dia".— Bom dia, meninas. Dormiram bem? — ele perguntou, enquanto Ravena finalizava de arrumar seu café na mesa.— Muito bem, obrigado, senhor Eliezer! — respondeu Âmbar, educadamente.Genevieve assentiu. — A cama da Luna é maravilhosa!Eliezer sorriu enquanto se aproximava de Luna, beijando o topo de sua cabeça com carinho.— Espero que aproveitem o dia.As meninas terminaram de tomar o café e, em seguida, levantaram-se, prontas para sair.— Peçam que o motorista leve vocês. — Eliezer sugeriu enquanto se acomodava à mesa.Luna balançou a cabeça com um sorriso.— Não precisa, pai. Âmbar trouxe o carro, vamos com ela.Eliezer assentiu, olhando para Âmbar.— Pe
Luna, ainda com os olhos marejados e a voz tremendo, contou para as amigas tudo o que acontecera na noite anterior. Ela descreveu o momento em que estava com Darius, como tudo parecia tão perfeito, como ele a tocou e disse que sentia algo especial por ela, até o momento que ele a afastou, explicando que não podia mais ir adiante. E, claro, o uivo do lobo que interrompeu tudo.As meninas ficaram completamente boquiabertas, em choque com tudo o que Luna havia revelado.— Você tentou beijar ele? — Genevieve perguntou, incrédula. Seus olhos estavam arregalados, e uma mistura de surpresa e admiração tomava conta de seu rosto. — Corajosa! Geralmente, são eles que tentam beijar primeiro.Luna forçou um sorriso, mas seu semblante continuava triste. Ela havia acreditado, por um momento, que havia algo mais ali, algo real. Não queria acreditar que sua percepção estivesse errada, mas não conseguia ignorar a sensação de vazio crescente dentro de si.— Eu achei que havia uma conexão... Algo mais d
No dia seguinte, Luna seguiu direto para a diretoria. Antes, precisou pedir ao pai que assinasse uma autorização para ela mudar de sala. Com a autorização em mãos, Luna entregou o documento à diretora e solicitou a mudança.A diretora perguntou o motivo, mas Luna apenas respondeu que eram questões pessoais.Assim que saiu da sala da diretora, foi abordada por três garotas. Taynara estava à frente, liderando o grupo, enquanto Jasmim e Felicia a acompanhavam de braços cruzados e expressões de deboche. Luna já conhecia Felicia de longe; era a mesma que havia colocado a bolsa no assento para impedir Luna de se sentar no primeiro dia de aula.Quanto a Taynara, Luna teve o desprazer de conhecer no dia anterior.— Ei, quero falar com você! — disse Taynara, com um tom autoritário.Luna tentou evitar o confronto.— Desculpa, estou atrasada...Mesmo querendo ir embora, toda vez que os olhos de Luna encontravam os de Taynara, sentia algo estranho, como se houvesse uma conexão inexplicável entre