Luna chegou à mansão e entrou correndo, subindo as escadas apressada. Ela precisava de um tempo sozinha, queria chorar sem ninguém por perto.— Boa tarde, Srta. Luna, gostaria de saber se… — Ravena começou a falar, mas Luna passou direto, sem dar atenção, e bateu a porta do quarto ao entrar.Ravena franziu a testa, estranhando o comportamento da menina. Algo estava errado. Decidiu subir as escadas com calma e, ao se aproximar da porta do quarto, ouviu os soluços abafados de Luna.Ravena parou diante da porta fechada, ouvindo os soluços abafados de Luna. Seu coração apertou — algo estava muito errado. Respirando fundo, ergueu a mão e bateu levemente.— Srta. Luna… está tudo bem?O silêncio se estendeu por alguns segundos, interrompido apenas pela respiração entrecortada da jovem. Então, a resposta veio fraca, quase um sussurro:— Vá embora, Ravena… por favor.Mas Ravena não era do tipo que desistia fácil, muito menos quando via alguém que gostava sofrer. Ignorar aquela dor não era uma
Luna sentia seu coração martelar no peito enquanto seus olhos permaneciam fixos na figura de Darius, que a observava da floresta. A noite ao redor parecia mais densa, o vento soprava sussurrando segredos que ela não conseguia decifrar.Ele estava chamando por ela novamente. Não com palavras, mas com o olhar, com a presença.Ela deveria ignorá-lo. Deveria cumprir a promessa que fez a Ravena.Mas algo dentro dela gritava, um desejo intenso que lutava contra sua razão.Seu corpo agia por instinto. Ela sabia que não podia arriscar ser vista passando pelo corredor ou descendo as escadas da mansão. Então, sem hesitar, caminhou até o parapeito da varanda e agarrou a escada lateral, descendo com cuidado.Cada degrau parecia ecoar dentro dela.Assim que seus pés tocaram o chão, a respiração de Luna estava descompassada. Ela olhou para a floresta, para Darius, que ainda estava ali, esperando.E, sem pensar duas vezes, seguiu em sua direção.Luna o envolveu em um abraço apertado, e Darius hesito
O vestido fino de Luna, outrora encharcado pela água da cachoeira, tornava-se completamente transparente, moldando-se ao seu corpo e revelando a delicadeza de seus seios. Darius prendeu a respiração ao vê-la assim, tão bela e vulnerável sob o luar. Ele deslizou um dedo suave sobre sua face, traçando o contorno de sua bochecha até os lábios entreabertos, onde deslizou o dedo, puxando seu lábio inferior para baixo, fazendo o desejo entre ambos aumentar. Os olhos dele estavam tomados por uma intensa luxúria, quase reverente, nunca imaginou que pudesse desejar tanto alguém assim. Luna sentiu o calor que emanava de Darius, uma temperatura anormal, como se o próprio fogo corresse em suas veias, parecia estar febril. Mas, ao invés de se assustar, aquilo apenas atiçou ainda mais sua curiosidade e desejo, e seus olhos brilharam, suas pupilas dilataram, sua intimidade pulsou dolorosamente, já imaginando como seria a sensação de tê-lo dentro dela. Ela não queria pensar em regras, promessas ou
Luna nem percebeu quando pegou no sono. O calor do corpo de Darius, a respiração tranquila e o aconchego da cabana a embalaram, fazendo-a esquecer do tempo.Mas, de repente, despertou sobressaltada. Seu coração disparou ao perceber que a lua ainda brilhava alta no céu, mas já era tarde demais. Precisava voltar antes que os serviçais acordassem, especialmente Ravena.Atordoada, levantou-se apressada, os cabelos desgrenhados e a mente ainda presa nos vestígios da noite intensa que tivera.Darius se mexeu na cama, a voz rouca pelo sono.— O que houve?— Está tarde... preciso ir embora — ela sussurrou, tentando colocar os sapatos.Ele se sentou, passando as mãos pelo rosto antes de encará-la.— Eu te acompanho.Saíram juntos da cabana, o silêncio da floresta os envolvendo. A única trilha que seguiam era iluminada pela luz prateada da lua.Darius olhou para ela e sorriu.— Suba nas minhas costas. Assim chegaremos mais rápido.Luna hesitou, mas sabia que seria mais seguro. Então, com um imp
Luna mal teve tempo de reagir.Enquanto Jasmim e Felicia distraíam Luna no refeitório, Taynara aproveitou o intervalo da aula para confrontar Darius. Encontrou-o encostado em uma árvore no pátio, de braços cruzados, olhando para o horizonte como se estivesse imerso em seus próprios pensamentos. Mas sua tranquilidade acabou no instante em que ela se aproximou.— Eu sei o que você fez, Darius. Ouvi tudo.Ele franziu o cenho, tentando manter a compostura.— Não sei do que você está falando.Taynara bufou, cruzando os braços.— Não adianta negar. Você e Luna... Eu sei o que aconteceu entre vocês.Darius engoliu em seco. Seus olhos desviaram dos dela por um instante.— Eu... — tentou justificar, mas as palavras ficaram presas na garganta.— Eu sempre quis que a sua primeira vez fosse comigo, e não com qualquer uma! — Taynara cuspiu as palavras com rancor, seu olhar faiscando de indignação.Darius suspirou, passando a mão pelos cabelos.— Eu tentei... tentei resistir. Mas não consegui. Foi
Um grito feroz rasgou o silêncio da clareira:— TAYNARA, NÃO!O coração de Luna quase saltou do peito. Ela fechou os olhos, esperando o impacto do ataque, mas, em vez disso, sentiu um deslocamento de ar e ouviu um rugido ensurdecedor.Antes que Taynara pudesse tocá-la, Darius surgiu em um salto ágil e imponente. No meio do ar, seu corpo começou a se expandir de forma violenta. Os músculos se alongaram, as roupas rasgaram e um brilho prateado envolveu sua pele. Ossos estalaram num som grotesco, moldando sua nova forma, e em questão de segundos, onde antes havia um homem, agora havia um enorme lobo de pelos cinza-claro mesclados com branco.Com um rugido ameaçador, ele investiu contra sua noiva, interceptando-a no último segundo. Taynara foi forçada a recuar, rosnando em frustração, seus olhos brilhando em puro ódio.Sua voz ecoou na mente de Darius, carregada de tensão:— Essa garota não é humana. Senti uma energia poderosa vinda dela!Darius ignorou suas palavras, as garras cravadas n
Luna estava sentada na cama, envolta em um roupão felpudo, segurando a xícara de chá com as mãos trêmulas. O calor do líquido mal parecia alcançar o frio que se instalara dentro dela depois de tudo que presenciara. Seu coração ainda batia acelerado, e sua mente insistia em reviver cada detalhe daquela cena surreal.O silêncio no quarto era quase sufocante até que Luna, incapaz de conter as perguntas que lhe queimavam a garganta, rompeu-o com a voz vacilante:— O que tem nessa cidade? O que foi aquilo que eu vi? — Seus olhos, arregalados e confusos, procuravam respostas enquanto observava Ravena recolhendo algumas roupas espalhadas pelo quarto.Ravena parou por um instante, apertando os lábios com hesitação. Ela sabia que esse momento chegaria, mas desejava que fosse de outra forma. Uma parte dela queria proteger Luna da verdade, poupá-la da escuridão que rondava aquela cidade. Mas a outra, mais racional, entendia que o que Luna testemunhara era impossível de esquecer. Ela descobriria
Naquela noite, Luna se debruçava sobre seu diário, registrando cada detalhe do que havia vivido e descoberto. As palavras fluíam com intensidade, misturando confusão, medo e uma emoção nova que crescia dentro dela. Sem perceber, sua mão deslizou pelo papel, esboçando um lobo com traços precisos, como se aquela imagem já estivesse gravada em sua mente. Ao terminar, ela escreveu, quase sem pensar: "Agora me apaixonei por um lobo." Suspirando, fechou o diário e o guardou na gaveta do criado-mudo. Sentindo a mente inquieta, caminhou até a varanda. O céu estava escuro, coberto por nuvens espessas, e o vento frio anunciava a chuva que se aproximava. Seus olhos buscaram algo na direção da floresta, como se esperassem encontrar uma resposta ali, mas tudo o que viu foi a densa escuridão entre as árvores. Permaneceu ali por mais alguns instantes, deixando o vento soprar contra seu rosto, antes de decidir voltar para o quarto. Deitou-se, puxando as cobertas sobre o corpo. Assim que fechou