Herlon, ainda tremendo de fúria e frustração, girou lentamente em direção a seus três prisioneiros. Seus olhos, uma mistura de vermelho e preto, brilhavam com uma intensidade maligna. A sala parecia diminuir à medida que ele avançava, sua presença dominando o espaço.“Valesca,” ele chamou, sua voz tenebrosa ressoando como um eco sinistro. “Aproxime-se.”Valesca estremeceu, sabendo muito bem o que a esperava. Ela olhou para Hércules e Severus, buscando algum tipo de consolo, mas sabia que não havia escapatória. A obediência era sua única opção; recusar-se resultaria em algo muito pior. Com passos hesitantes, ela se aproximou de Herlon, a cabeça baixa, as lágrimas silenciosas escorrendo pelo rosto. Ela sabia que seria uma sessão de tortura onde ele a possuía com violência, um ritual que ela suportava com o desespero de quem não tem outra escolha.Severus e Hércules assistiam impotentes. Eles sabiam que não podiam fazer nada para ajudá-la. Herlon era pura escuridão e maldade, uma força c
No escritório, Edgar observava Luke andar de um lado para o outro, claramente perturbado. A tensão era palpável. Edgar, em sua postura calma habitual, quebrava o silêncio com uma voz grave que carregava não só autoridade, mas uma urgência que raramente era ouvida em sua fala."Luke," começou Edgar, "quando os nossos estudiosos vampiros estavam investigando o que poderia libertar Herlon, eles esbarraram em uma antiga lenda dos lobos. Fala-se de uma tal Lyra, uma loba vermelha que nasceu de pais normais durante a lua de sangue."Luke parou abruptamente, virando-se para encarar Edgar. Seu olhar era intenso, e ele absorvia cada palavra. Edgar notou a mudança imediata na postura de Luke e continuou."Segundo a lenda, quando Lyra perdeu o controle de seus poderes, ela não apenas destruiu toda a sua vila e aqueles que amava, mas a liberação de seu poder na Terra foi tão devastadora que se diz ter criado vulcões e até o próprio Grand Canyon é tido como resultado da fúria dela," explicou Edgar
Nas profundezas escuras e opressivas do castelo de Luminária, Herlon mantinha o celular em suas mãos, um brilho maligno em seus olhos. Severus, Hércules e Valesca observavam, suas esperanças renovadas e seus temores amplificados. Eles sabiam que a chave para sua possível salvação estava naquela pequena peça de tecnologia, mas Herlon, em sua curiosidade perversa, não tinha intenção de deixá-lo de lado.Herlon, fascinado pelo dispositivo que não compreendia totalmente, virou-se para Valesca, um sorriso cruel brincando em seus lábios. "O que mais os humanos inventaram durante meu sono?" ele perguntou, sua voz grave e carregada de desprezo.Valesca, tremendo de medo, sabia que precisava responder. "Eles inventaram muitas coisas... carros, aviões, televisão," ela gaguejou, tentando manter a voz firme.Herlon riu desdenhosamente. "Humanos imbecis," murmurou, segurando o celular com mais firmeza. "Eles sempre tentam encontrar formas de se sentir importantes." Com um movimento abrupto, ele fe
Após sua conversa com Edgar, Luke sentia um peso enorme sobre seus ombros enquanto caminhava de volta para a cabana na floresta. Ele esperava encontrar Hellen lá, mas ao chegar, o silêncio e a ausência dela tornavam o ambiente ainda mais sombrio e solitário. Respirando fundo, ele tentou manter a calma e recorreu ao link dos companheiros, uma conexão profunda e íntima que eles compartilhavam."Hellen, por favor, volte. Precisamos conversar," Luke transmitiu através do link, injetando tanto cuidado e suavidade quanto possível em suas palavras. Ele sabia que poderia seguir seu cheiro, mas não queria forçá-la a nada. Depois do tumulto naquela noite, tudo que ele desejava era que ela voltasse por vontade própria, mostrando respeito pelo espaço e tempo dela.Enquanto isso, ainda na forma de loba, Hellen tocava o focinho no de seu pai, Santos, em uma despedida silenciosa. A loba dentro dela sabia que não podia continuar fugindo do confronto inevitável com Luke. Com um suspiro profundo que sa
O dia amanheceu longe da Itália, mas o clima pesado e a aglomeração das trevas se faziam sentir até mesmo em Forks. A cidade, normalmente pacífica e oculta dos olhos dos humanos, agora estava imersa em uma sensação de perigo iminente que pairava sobre todos os seus habitantes sobrenaturais.Vanessa acordou satisfeita, recordando com um sorriso seus atos recentes. Ela sentia que estava conseguindo o que queria, pouco a pouco. O que Vanessa não sabia era que estava sendo vigiada de perto por Igor, um lobo de aparência misteriosa, mas extremamente fiel a Santos. Santos havia instruído Igor a ficar de olho em Vanessa e descobrir o que ela estava tramando.Igor, com sua postura sempre atenta e movimentos silenciosos, acompanhou cada passo de Vanessa desde que ela saiu de casa naquela manhã. Ele viu quando ela caminhou em direção à floresta, e notou como todos que passavam por ela a cumprimentavam. Vanessa realmente havia conquistado a confiança de muitos em Forks, mas Igor sabia que havia
Assim que a noite caiu, Vanessa se preparou para sua missão secreta. Esperou pacientemente até que as luzes da casa se apagassem e todos parecessem adormecidos. Em silêncio, abriu a janela de seu quarto e, com um salto ágil, aterrissou suavemente no chão lá fora. Tinha sorte de Igor não estar seguindo-a naquela noite; ele estava ocupado reportando a Santos o andamento de sua investigação.Escondida pelas sombras da noite, Vanessa caminhou silenciosamente em direção à floresta. Cada passo era calculado, evitando galhos secos e folhas que pudessem revelar sua presença. O luar filtrava-se através das copas das árvores, lançando um brilho prateado no caminho.Na sede da matilha de Santos, Igor estava reportando suas descobertas:"Ela está escondendo alguma coisa," disse Igor, com uma expressão séria. "Age o tempo todo como se estivesse com medo de ser seguida. E eu não sei porquê, mas acho que boa coisa não é."Santos, pensativo, esfregou o queixo. "Fique de olho nela e, se perceber que e
Horas mais tarde, Vanessa finalmente ligou o celular, sentindo uma ansiedade crescente enquanto esperava que o dispositivo inicializasse. Quando a tela piscou e finalmente acendeu, ela viu uma nova mensagem de seu pai. Suas mãos tremiam ao abrir a mensagem e ler: "Não solte Herlon ou todos morreremos."Ela leu e releu a mensagem umas três vezes, tentando processar o que estava escrito. Exasperada, Vanessa levantou-se da cama e começou a andar de um lado para o outro. "O que ele quer dizer com 'todos morreremos'?" murmurou para si mesma. A ideia de seu pai ter enlouquecido passou pela sua mente. Será que ele estava realmente sugerindo que eles não deveriam soltar Herlon, o mesmo Herlon que eles haviam passado a vida inteira ajudando as trevas a libertar?Vanessa sentia-se dividida. Por um lado, sua lealdade às trevas e ao plano que haviam seguido por tanto tempo; por outro, o apelo desesperado de seu pai. Como ela, Vanessa, poderia impedir a libertação de Herlon se cada servo das treva
Hellen não conseguia dormir, sabendo que Luke estava do lado de fora da cabana. Em sua mente, Sally, sua loba, não cessava de expressar preocupação com a desunião entre eles, insistindo que esse não era o momento para conflitos, que Hellen precisava se manter próxima a Luke. As horas avançavam lentamente, e a madrugada já se aprofundava quando ela finalmente decidiu agir.Silenciosamente, ela deslizou para fora da cama, o chão frio sob seus pés descalços mal registrado por sua mente preocupada. A porta da cabana rangeu levemente ao ser aberta, e o ar fresco da noite acariciou seu rosto, trazendo o cheiro da floresta e do musgo úmido. Lá fora, sob o manto estrelado e a luz prateada da lua, estava Luke, ainda em sua forma de lobo, deitado próximo à entrada.Hellen hesitou por um momento, observando a imensa forma escura do lobo preto. A solidão e o silêncio entre eles pareciam uma barreira quase tangível, um abismo que tinha se formado em uma noite tumultuada de argumentos e mal-entendi