Horas mais tarde, Vanessa finalmente ligou o celular, sentindo uma ansiedade crescente enquanto esperava que o dispositivo inicializasse. Quando a tela piscou e finalmente acendeu, ela viu uma nova mensagem de seu pai. Suas mãos tremiam ao abrir a mensagem e ler: "Não solte Herlon ou todos morreremos."Ela leu e releu a mensagem umas três vezes, tentando processar o que estava escrito. Exasperada, Vanessa levantou-se da cama e começou a andar de um lado para o outro. "O que ele quer dizer com 'todos morreremos'?" murmurou para si mesma. A ideia de seu pai ter enlouquecido passou pela sua mente. Será que ele estava realmente sugerindo que eles não deveriam soltar Herlon, o mesmo Herlon que eles haviam passado a vida inteira ajudando as trevas a libertar?Vanessa sentia-se dividida. Por um lado, sua lealdade às trevas e ao plano que haviam seguido por tanto tempo; por outro, o apelo desesperado de seu pai. Como ela, Vanessa, poderia impedir a libertação de Herlon se cada servo das treva
Hellen não conseguia dormir, sabendo que Luke estava do lado de fora da cabana. Em sua mente, Sally, sua loba, não cessava de expressar preocupação com a desunião entre eles, insistindo que esse não era o momento para conflitos, que Hellen precisava se manter próxima a Luke. As horas avançavam lentamente, e a madrugada já se aprofundava quando ela finalmente decidiu agir.Silenciosamente, ela deslizou para fora da cama, o chão frio sob seus pés descalços mal registrado por sua mente preocupada. A porta da cabana rangeu levemente ao ser aberta, e o ar fresco da noite acariciou seu rosto, trazendo o cheiro da floresta e do musgo úmido. Lá fora, sob o manto estrelado e a luz prateada da lua, estava Luke, ainda em sua forma de lobo, deitado próximo à entrada.Hellen hesitou por um momento, observando a imensa forma escura do lobo preto. A solidão e o silêncio entre eles pareciam uma barreira quase tangível, um abismo que tinha se formado em uma noite tumultuada de argumentos e mal-entendi
Na manhã seguinte, Hellen acordou com a sensação reconfortante de Luke abraçando-a, seus braços firmes ao redor dela como uma promessa de proteção. O primeiro raio de sol filtrava-se pela janela, jogando um feixe de luz sobre o cobertor que os cobria. Um suspiro escapou dos lábios de Hellen enquanto ela se acomodava mais perto de Luke, sussurrando com relutância:"Precisamos mesmo nos mudar?"Luke, ainda meio adormecido, começou a traçar desenhos aleatórios na barriga de Hellen com a ponta dos dedos, o gesto leve provocando um arrepio agradável nela:"Sim, amor, precisamos," ele murmurou em resposta, sua voz baixa e um pouco rouca pela manhã. "E preciso que me prometa que vai se controlar."Hellen ficou um pouco tensa ao ouvir isso, seu corpo endurecendo ligeiramente sob o toque de Luke:"Tá, eu prometo que não vou atacar a Vanessa," ela disse, tentando manter o tom leve, mas Luke sacudiu a cabeça."Amor, não se trata só disso," ele disse, parando os desenhos e segurando o rosto de He
Lucios era um vampiro à moda antiga. Avesso aos tempos modernos, ele se destacava em um mundo que cada vez mais se distanciava de suas raízes ancestrais. Ele não tinha nascido vampiro; quatrocentos anos atrás, uma vampira mudou seu destino para sempre.Naquela época, Lucios era apenas um jovem de vinte e poucos anos que trabalhava na pequena mercearia de seu pai, no interior de Londres. Era uma vida simples e previsível, mas ele se sentia satisfeito com a rotina e a estabilidade que ela proporcionava. A cidade estava em pleno desenvolvimento, e os ares de mudança eram constantes, mas Lucios mantinha-se alheio às novidades, preferindo o conforto do conhecido.Certo dia, uma mulher extraordinariamente bela entrou na mercearia. Ela se chamava Morgana e exalava uma aura de mistério e sedução. Suas roupas estavam muito à frente de seu tempo, e seu comportamento era audacioso para os padrões da época. Desde o momento em que seus olhos se encontraram, Lucios sentiu-se enfeitiçado. Morgana ra
Liana havia passado por horrores inimagináveis nas mãos de Severus. Semanas de tortura, espancamentos e ritos macabros em busca de um poder que ela não possuía. Severus a havia usado, tentando forçar uma explosão de poder que simplesmente não existia dentro dela. Por pouco, Liana não foi morta nas suas tentativas insanas. Lucios sentia um ódio profundo por Severus, um desejo de vingança que ardia em sua alma imortal.Porém, Severus estava inacessível. Ele havia se retirado para a cela mágica para libertar Herlon, e embora já fizessem dias que ele tivesse entrado, não havia sinal de que o monstruoso Herlon fosse liberto. Isso perturbava Lucios, que se perguntava quanto tempo mais aquela ameaça ficaria pendente sobre todos.Morgana. O pensamento dela trouxe uma mistura de sentimentos para Lucios. Após transformá-lo e moldá-lo nas sombras, Morgana conheceu seu verdadeiro companheiro de alma, outro vampiro, e o abandonou. Foi nesse período sombrio que Lucios conheceu Edgar, o rei vampiro.
Na sede da Aliança, o clima estava carregado de tensão. Luke, Diego e Beto encaravam Vanessa, que mais uma vez fazia seu teatro, desmanchando-se em lágrimas. Diego, sentado à mesa, massageava as têmporas, visivelmente exasperado. Ele nunca havia gostado de Vanessa, e agora que Luke tinha sua companheira, ele esperava que pudessem se livrar da híbrida. Porém, dadas as circunstâncias, eles precisavam mantê-la por perto.Beto, como sempre, estava visivelmente desconfortável. Ele evitava olhar diretamente para Vanessa, mantendo-se num canto do ambiente, os braços cruzados sobre o peito em uma postura defensiva. Diego pensava que Beto devia gostar ainda menos dela do que ele. Algo sobre Vanessa sempre parecia incomodar profundamente Beto, e isso estava se tornando mais evidente a cada encontro.O silêncio na sala era quase palpável, quebrado apenas pelo som suave das lágrimas de Vanessa. Luke, tentando manter a compostura, finalmente quebrou o silêncio. "Vanessa, se acalme e nos diga por q
Luke subiu as escadas em direção ao quarto, sentindo um peso no coração enquanto pensava em Hellen. Queria checar se ela precisava de ajuda, se estava confortável e segura. Deixou Diego e Beto sozinhos na sala, onde a tensão ainda pairava no ar, carregada pela recente presença de Vanessa. Diego observou atentamente seu amigo enquanto ele se afastava. A reação de Beto à presença de Vanessa havia sido extremamente exagerada, algo que não passou despercebido.Diego, com os olhos atentos e a mente cheia de perguntas, se preparava para falar, mas antes que pudesse, Beto se levantou abruptamente:"Vou até a fronteira sul checar como estão as coisas," disse ele, com uma urgência na voz. Não esperou por resposta ou comentários, afastando-se rapidamente e sentindo o olhar inquisitivo de Diego em suas costas.Do lado de fora, Beto respirou fundo, sentindo a brisa noturna acariciar seu rosto. Ele precisava se afastar, precisava de espaço para pensar e se recompor. Sem hesitação, deu início ao pr
Naquela noite, o salão de festas do castelo estava iluminado com uma esplêndida mistura de velas e lanternas, refletindo a opulência que a comemoração merecia. Havia uma atmosfera vibrante de celebração no ar, marcada pela expectativa de um jantar especial em homenagem ao retorno de Beto ao reino. Luke e Diego haviam planejado um evento grandioso, e os preparativos estavam em plena ebulição.Beto, ansioso e excitado, se aproximava do salão com um misto de emoções conflitantes. O cheiro que o envolvia era inconfundível — o mesmo aroma celestial que o havia atraído no passado. Seu coração acelerava a cada passo, e ele não podia ignorar a sensação de que algo estava prestes a mudar drasticamente.Ao entrar no salão, Beto foi recebido com um caloroso abraço de Diego. O Beta estava visivelmente emocionado, e a sensação de ter seus amigos de volta era reconfortante. No entanto, algo estava estranho. Luke, que estava ao fundo conversando com alguns convidados, tinha um aroma familiar que inc