Quando os primeiros raios de sol bateram contra a janela do quarto de onde Vincent dormia, Arianna foi a primeira a abrir os olhos sorrindo. O corpo nu do homem ao seu lado com os braços envolta de sua cintura segurando fazia seu coração pular dentro do peito e os olhos brilhar.
- Bom dia meu amor - ela sussurrou ao beijar seu largo peitoral, o que fez Vincent resmungar um pouco e apertar mais as mãos ao redor dela.
Do outro lado da casa Antony estava saindo do closet vestido com seu terno cinza escuro, camisa social e cabelos bem penteados, afinal de contas era uma segunda-feira comum para todos na casa. Belinda se encontrava deitada na cama fingindo dormir enquanto sua mente repassava todos os momentos de ontem a noite e as palavras duras de Antony.
- Minha secretária vai te ligar passando os detalhes. Sei que não está dormindo e por favor não faça disto um show de horrores. Até o casamento seremos marido e mulher, depois disso é cada um para seu canto. - Antony falou calmamente ao caminhar até a escrivaninha onde estava seu relógio o colocando em seu pulso. Belinda não conseguiu fingir a tristeza e quando sentou-se na cama olhou a figura alegre de Arianna que entrava agora em quarto.
- Bom dia Papai! Vince vai junto com você para a empresa ou com Tio Oliver? Ah, bom dia Mãe.- Arianna sorriu encarando seu pai esperando por uma resposta.
Antony riu ao depositar um beijo na testa da filha e alisou sua bochecha com o polegar.
- Nós três vamos juntos, aliás vou pedir para arrumar sua sala no andar da presidência. O que acha de começar a tomar ciência dos negócios da família? - O mesmo perguntou ao encarar a filha ainda sorridente que vestia apenas uma camiseta social que havia pego de Vincent e mais parecia um vestido.
- Posso te responder na hora do almoço? - Arianna sorriu ao ver que o mais velho concordava. Ela saiu do quarto indo até o de Aurora que ainda dormia e depois se dirigiu até o seu onde precisava tomar banho.
Todos os homens da família já haviam saído, a casa agora era completamente das mulheres. Aurora após acordar com cócegas de sua mãe brincava no jardim correndo ao redor das estátuas de marfim em formato de anjo. Arianna estava sentada no mini jardim de veraneio na entrada de onde Aurora corria rindo e se divertindo.
- Eles crescem tão rápido! Aproveita bastante minha querida.- A voz de Melissa rompia a pequena bolha onde estava a mãe de primeira viagem que não segurou a risada.
- Tia senta aqui e me conte… você e mamãe, qual o babado? - A morena perguntava com um sorriso travesso nos lábios enquanto bebia tranquilamente o chá de sua xícara.
- Digamos que Belinda e eu não temos o mesmo pensamento. Meu irmão é tolo de achar que um dia ela poderia se apaixonar por ele… Sei que é sua mãe, mas ela ama primeiramente o dinheiro querida.- Melissa pegava uma torrada que estava na mesa passando geleia de morango enquanto falava.
O clima na casa era agradável, Melissa se divertia contando sobre quando sua mãe era viva e a forma como ela implicava com Belinda o que fazia Arianna rir um pouco. Um momento de tia e sobrinha a tempos que ela não sorria assim tão abertamente. Depois das histórias a morena iria fazer uma visita na empresa e responder a pergunta de seu pai.
(...)
Um edifício de quase cinquenta andares todo espelhado e com várias pessoas entrando e saindo, no alto do mesmo um heliporto com uma singela placa prateada mostrando as iniciais dos Morello e dos Bradley. Quando Richard sonhou em expandir e até realizar algumas junções dos negócios da família era naquele prédio que ele sonhava.
- Não precisa me esperar, pode voltar para a Mansão caso minha mãe ou tia Melissa precise.- Arianna soava calmamente enquanto ajeitava suas vestes para sair do carro. O motorista acenou positivamente para a mesma e logo que ela desceu saiu com o carro. A passos tranquilos e lentos Arianna entrava no edifício, os cabelos soltos e caídos sobre o ombro escondiam um pouco de sua blusa branca simples e sem desenhos ou decotes, apenas para constatar com a bolsa de ombro dourada e a calça jeans tinha a barra oculta por conta da bota cano alto e um óculos de sol escondia seu olhar de admiração sobre como tudo estava tão belo.
O elevador quando chegou estava vazio, apertando o numero do andar onde iria ela deixou o corpo recostar no pequeno apoio que havia atrás de si na parede do elevador. Chegando no décimo andar duas garotas entraram no elevador sorrindo e conversando, o assunto não tinha chamado a atenção dela até ouvir o nome de Vincent.
- Ofélia quer dizer então que agora você subiu na vida? - A garota de saia preta e blusa cinza disse rindo enquanto a que deveria ser Ofélia não escondia o sorriso enorme nos lábios.
- Não diria subir, afinal Vincent ainda não me nota como quero. Mas posso dizer que visitar vocês aqui no décimo vai ser difícil pois agora estou na cobertura junto com os chefes. - A voz de Ofélia deixou Arianna mais curiosa o possível, e nenhuma das duas se importavam com a presença de uma terceira pessoa no elevador.
– Sério, ele viajou por um ano e você ainda continua com essa paixão de adolescente? Aposto que em uma dessas viagens ele deve ter conhecido alguém. – Amiga dela alfinetou o que gerou um tapa no braço da menina que reclamou.
– Sério? Você sendo minha melhor amiga aqui Kate deveria torcer por mim. Vincent Bradley é o solteiro mais cobiçado da empresa, e diferente das mulheres que ele deve conhecer, o farei notar por meu trabalho e comprometimento. – Ofélia ajeitava as roupas, somente agora Arianna prestava atenção na garota de cabelos loiros cumpridos, onde usava uma roupa decotada demais e a saia estava mais curtas que os demais.
– Claro, claro… até porque se não notar a sua eficiência ele vai notar pelo decote não é mesmo? – As duas começaram a rir quando a porta do elevador se abriu indicando que haviam chegado ao andar correto. Arianna deixou as duas seguirem na frente enquanto ia caminhando atrás digerindo o que tinha escutado.
O famoso andar da diretoria e presidência, ninguém era chamado até aquele andar todos que trabalhavam no edifício não passavam do andar quadragésimo sendo os outros dez andares para cima somente para os membros da diretoria, a presidência e seus assistentes e secretários. Uma imensa porta de vidro dividia o corredor mostrando onde estavam as salas de Antony, Oliver, Vincent e uma sala que estava sendo esvaziada. Arianna parou por alguns segundos na frente desta porta olhando como os funcionários tiravam todos os arquivos da sala e logo depois vinham outros para decorar a sala.
– Ofélia é ali que vai ficar?! A sala é literalmente do lado da sala de Vincent Bradley. Você é muito sortuda! – Kate falou enquanto a amiga dava pulinhos de animação.
Com toda a elegância do mundo, Arianna passou pelas garotas com um rosto sério sem mostrar emoções, pediu licença e abriu a porta de vidro e entrou. As duas garotas que estavam paradas resolveram correr um pouco para saber quem era aquela mulher que chegava.
– Com licença, a senhora tem horário marcado?! – Ofélia se adiantou a perguntar enquanto cruzava o caminho de Arianna que agora olhava divertidamente para a mesma.
– Não tenho horário marcado e não preciso marcar. – Arianna respondeu polidamente.
– Sinto muito, mas sem horário marcado não pode entrar. Os senhores Bradley e Morello só atendem com horário marcado – Ofélia agora cruzava o braço e olhava seriamente a figura de Arianna. Em outros tempos a filha de Antony faria um escândalo e mostraria a todos quem mandava ali, como uma garota mimada.
Estava na cara que a pessoa a sua frente não a conhecia, do contrário elas não perderiam seu tempo barrando de entrar. Antes que ela pudesse falar algo a voz de Vincent ecoou pelo corredor juntamente com a voz de Antony e isso a fez sorrir.
– Meu amor! Não sabia que viria! – Vincent foi o primeiro a falar quando viu a figura de Arianna parada com Ofélia a sua frente, o sorriso dele era automático e quando sua secretária escutou meu amor seus ombros caíram.
– Resolvi visitar meu noivo no trabalho e ver como está a decoração da minha sala. Mas sua secretária estava me informando que sem hora marcada não posso ficar. – Arianna respondeu ao olhar Vincent que agora tinha uma carranca no rosto olhando fixamente para Ofélia.
– Desde quando a dona da empresa precisa marcar hora? – Antony agora falava ao se colocar ao lado de Arianna depositando um beijo em sua testa.
– Oi papai. Podemos conversar depois? – Arianna agora retirava o óculos escuro e olhava para o homem ali, Ofélia sentia-se uma intrusa naquele momento, recuando alguns passos até ficar ao lado de Kate que mantinha o olhar baixo.
– Claro, tenho uma reunião agora com alguns fornecedores. Vincent te coloca a par de tudo e depois conversamos. – Antony beijou novamente a testa da filha e continuou caminhando até a porta de vidro sendo seguido por Kate que iria anotar as informações da reunião.
– Arianna esta é minha secretária Ofélia. E aqui à sua frente Ofélia está é minha noiva Arianna Morello, filha de Antony como já sabe. – Vincent fez as apresentações e passou a mão pela cintura da morena a puxando em direção a sua sala.
Ofélia ficou ali parada por alguns minutos olhando o casal se distanciar, dentro de si reverbera um sentimento de inveja, humilhação e raiva, algo nada bom para se nutrir. Seu chefe nem mesmo tinha voltado de viagem e já estava noivo, e a sala que ela presumiu ser sua, na verdade era para a herdeira da família.
A sala de Vincent era bastante espaçosa havia uma mesa de frente para a janela com uma belíssima vista para o central park, no canto esquerdo um sofá em formato de L de frente para a porta que ficava fechada, e no canto direito onde havia uma enorme estante de livros um espaço tinha sido aberto para no formato de uma porta.
– Vou quebrar aquela parede e ligar os nossos escritórios. O que acha? – Ele perguntou ao abraçar a cintura da mulher que sorria olhando a tudo à sua volta.
– Acho que primeiro deveria contratar outra secretaria. Porque não usa a mesma do meu pai? A senhora Stevens? – Arianna perguntou se virando boa braços dele e o encarando.
– Ofélia trabalha comigo há muito tempo, e a Senhora Stevens já é secretária do tio Antony, Richard e meu pai. – Vincent falou sem entender o porquê dessa mudança agora.
– É eu sei… e faz bastante tempo que ela nutre uma paixão por você. Não quero nem sonhar em ter outra mulher mais jovem perto de você. E sim, isso é tóxico mas não posso evitar…– Arianna fez um biquinho enquanto falava o que resultou em uma risada nasalada de Vincent que logo selou os lábios da mulher.
– Não sabia disso. Irei providenciar a mudança de secretaria, afinal também não suportaria nenhum homem mais jovem e bonito perto de você. Mas sabe que só tenho olhos para você não é? - Vincent segurou o rosto dela com as mãos enquanto a beijava tranquilamente. O momento deles foi interrompido por Ofélia que abriu a porta e estancou no lugar ao ver a cena do beijo.
– Me desculpe por atrapalhar, mas o Senhor Oliver pediu que fosse até a sala dele. Tem alguns designs de jóias que voltaram. – Ofélia não escondia a insatisfação na sua voz.
– Bata antes de abrir a porta, aliás Ofélia junte os papéis urgente e minha agenda do resto do ano, preciso rever algumas coisas. – Vincent pediu e voltou seu olhar para Arianna que agora estava séria. A secretária pediu desculpas novamente e fechou a porta.
– Eu amo ver você com ciúmes, mas entendi o que quis dizer. Irei providenciar a mudança o quanto antes. Agora minha designer favorita, vamos? – Vincent segurou as mãos dela com ternura e saiu em direção a sala de Oliver que tinha vários papéis em cima da mesa, cada qual com os desenhos que foram reprovados.
Em todos da família Morello o que havia no coração deles era arrependimento por deixar o casamento de Arianna com Tom Lucchese acontecer. Vincent se arrependia por não se rebelar contra o avô e impedir o casamento, Antony sentiu o amargo gosto de saber que um homem como Tom teve a coragem de bater e machucar sua filha, Melissa e Oliver sentiam o arrependimento de se calarem e deixarem que Richard comandasse tanto a vida do filho adotivo quanto a vida de Arianna. Talvez as únicas pessoas que ainda não sentiam um arrependimento grande ou forte o suficiente eram Belinda e Richard; embora a maneira como a relação de Arianna e Belinda caminhava mostrava que claramente a mulher sentia algo, pois sua filha que antes admirava a mãe desde os penteados até as roupas chiques agora mal notava a sua existência.
Cada qual com suas ocupações até que a hora do almoço finalmente chegou, não era preciso muito para ver o quão feliz eles estavam com a presença de Arianna ali trabalhando e se inteirando dos assuntos da empresa.
– Vai almoçar em casa? – Vincent perguntou ao entrar na sala olhando a figura de Arianna encostada na mesa com os cabelos antes soltos e agora presos em um coque mal feito, o lápis nos lábios mostrava que a mesma estava bem distante dali.
– Ah, desculpe! Estava tão distraída aqui olhando esses desenhos… Qual foi a pergunta? – O sorriso nos lábios dela foi algo involuntário, sem dúvidas ela gostava de analisar os desenhos fossem das jóias ou dos resorts.
– Vem, vamos comer. – Vincent esticou o braço em sua direção o que a fez dar pulinhos até alcançá-lo.
– Ofélia, não voltaremos após o almoço. Passe toda e qualquer informação para a Senhora Stevens. – Vincent falou tranquilamente enquanto caminhava de mãos dadas com Arianna até o elevador.
– Mas senhor! Tem uma reunião com os empresários do Brasil às 14h… – Ofélia parou de falar quando o olhar reprovador de Vincent se voltou em sua direção.
– Passe a minha agenda para a Senhora Stevens, ela saberá o que fazer. E após o seu almoço, ajude o administrativo do décimo andar. – Foram as únicas palavras que saíram dos lábios dele antes de entrar no elevador com a morena, as portas se fecharam deixando uma Ofélia decepcionada para trás.
Desde o anúncio do noivado de Arianna seu ex marido Tom Lucchese andava para cima e para baixo em seu apartamento traçando planos e meios de não deixar isso acontecer, sem o conhecimento de sua família ele havia contratado pessoas para seguir a ex mulher e ficarem de olho na filha que até então não havia deixado a mansão Morello. Tom Ignazio Lucchese, filho de Emília e Tomás Lucchese. O único homem herdeiro de uma fortuna duvidosa, sua família nem sempre teve riquezas, os Lucchese são de origem humilde. Ignazio o pai de Tomás era contador de uma família italiana bastante influente cansado de ver sua esposa grávida trabalhando como lavadeira das mulheres da alta sociedade e sofrendo constantes humilhação, o mesmo passou a desviar parte dos valores dessa família para uma conta secreta e com isso ele iniciou a construção do que seria hoje o império Lucchese. Quando foi descoberto o que ele fazia tratou de armar uma fuga para outro país, na época em que chegou a Nova York as gangues do
O grande dia havia chegado! O mês passou de forma tranquila com dois ou três confrontos entre Belinda e Arianna sobre a forma como queria a cerimônia. Belinda queria uma festa extravagante com bastante pessoas e a mídia fazendo a cobertura de tudo e já Arianna queria algo simples, amigos e familiares no máximo com a festa no próprio jardim. Quem ficou responsável pelo desempate foi Richard, que optou pela ideia da neta. A mansão estava em festa e várias pessoas haviam sido contratadas para trabalhar no buffet e como manobristas. Aos poucos os convidados se ajeitavam na sala de jantar, que teve uma alteração para parecer um verdadeiro salão de festa. Ninguém conseguia sonhar com a forma como tudo estava espaçoso na casa e no andar de cima Arianna andava de um lado para o outro um pouco nervosa. – Oras querida, se acalme ou vai criar um buraco no chão! – Melissa falava divertidamente enquanto olhava o próprio reflexo no espelho. Faziam exatamente duas semanas que Vincent tinha viajad
A cerimônia havia arrancado lágrimas tanto de Arianna quanto de sua tia Melissa, sua mãe que estava sentada em lugar mais afastado agora na festa olhava com desdém os noivos dançarem sorrindo e trocando selinhos, de fato, aquele era o dia mais feliz da vida de Arianna. – Posso dançar com a noiva? – Antony perguntou após estender as mãos na direção da filha, o que fez Vincent sorrir e concordar. – Vou buscar a pimentinha pra dançar. – sutilmente Vincent beijou a testa de sua esposa e saiu caminhando em direção ao som da famosa risada de Aurora que estava nos braços de Melissa e Oliver tentando fugir das cócegas. Arianna sorriu de forma genuína e pela primeira vez seu pai tinha certeza que ela estava feliz. Casada com o homem que amava, tinha uma filha maravilhosa então naquele momento nada poderia impedi-la de sorrir. A dança era tranquila, uma valsa de pai e filha, a bolha deles. Não se sabe quando tudo começou a dar errado, som de tiros tiraram todos de suas bolhas, Arianna que
Do outro lado da cidade, em um barracão abandonado estava a figura de Tom Lucchese sentado em uma cadeira com rodinhas, nos dedos um cigarro aceso enquanto seu olhar era distante. A sua frente estava uma fileira de seis homens parados com as mãos para trás. O celular tocava no seu bolso, porém quando ele olhava o visor e via o nome de sua mãe o mesmo desligava. – Quero a certeza de que ele está morto. – Tom falou friamente após tragar o cigarro e soltar a fumaça para o alto. – Os jornais indicam que houve um óbito, e nossa informante do buffet disse que a recém casada está trancada no andar de cima aos prantos. – Um homem de blusa cinza falou e tais palavras fizeram os lábios de Tom se abrir em um sorriso. – Certo amanhã apareço para prestar minhas homenagens e recuperar minha esposa e filha. – Tom tragou uma última vez o cigarro e se levantou caminhando para a porta onde seu carro estava estacionado. – Desapareçam da cidade pelo menos até a poeira baixar. E sumam com a informant
Já fazia cerca de meia hora que Tom estava parado na frente dos portões da mansão Morello onde ninguém permitiu sua entrada, ele se recusava a acreditar que sua filha havia morrido e queria ter certeza. Após esmurrar o volante com toda força que tinha ao encostar a cabeça para trás, pode ouvir dois seguranças que estavam parados em frente ao portão dizer que a família estava no hospital e que em breve voltariam. O som do motor do carro pareceu deixar todos surdos quando ele arrancou em alta velocidade, iria rodar todos os hospitais da cidade até encontrar Arianna. Talvez por sorte ou azar o primeiro hospital que parou já se deparou com a figura de Belinda abraçada ao marido Antony logo na entrada e dois seguranças atrás. Ele não poderia chamar a atenção, fechando os vidros fumê do carro ele estacionou no final da rua e voltou a pé, as mãos dentro do bolso um boné na cabeça e óculos escuro. Tom passou pela porta da frente sem nem ao menos ser reconhecido, a verdade é que todos estavam
O sorriso se manteve nos lábios de Arianna até descer as escadas e avistar a silhueta de Emília que estava em pé olhando a coleção de vasos ming de sua falecida Avó enquanto Tomás estava sentado em uma poltrona, trajando elegantemente um terno azul marinho com gravata vermelha. A julgar pela aparência de ambos, eles tinham por volta de seus cinquenta anos, os que se tornaram dez anos mais novos que os pais de Ariana. - Em que posso ajudá-los? Acredito que não temos nenhum assunto em comum. – Arianna falou enquanto cruzava os braços na altura da cintura e ficava olhando a expressão cansada de Emília. A mais velha até tentou sorrir mas não obteve grande êxito e com isso sentou-se na poltrona ao lado, Arianna permaneceu em pé enquanto Tomás se levantava limpando a garganta e estendendo a mão para cumprimenta-la. – Faz tempo minha cara, queria saber como tens passado. – Tomás tinha a voz tranquila e suave, a morena por sua vez arqueou as sobrancelhas enquanto ignorava a mão esticada
A mídia se referia ao casamento de Vincent e Arianna como casamento sangrento, já havia se passado um mês desde o ocorrido e todos ainda tocavam no assunto sempre corpos baleados surgiam pelo país. Vincent estava se recuperando em casa agora, o mesmo ficava recluso dentro do quarto a única pessoa que ele recebia era sua esposa que depois do luto pela morte da filha estava começando a fase de aceitação. A segurança da casa havia sido reforçada, e nesse mês que os dois ficaram reclusos na mansão nenhuma notícia de Tom havia sido ouvida. Desde aquele dia no hospital o ex marido de Arianna desapareceu do mapa, boatos eram ouvidos que ele havia voltado para Itália o seio familiar, outros boatos eram que ele tinha enlouquecido e se trancado em seu apartamento onde apenas sua mãe entrava, ninguém sabia ao certo qual era o verdadeiro, porém todos tinham algo em comum: Tom Lucchese ficará louco ao saber da morte da filha no casamento da ex, e mais louco ainda ao ser proibido de participar do
– Você está grávida de quase três meses. – Essas palavras fizeram Arianna congelar olhando para o médico que a examinava na cama após um desmaio. Uma semana depois da visita de Emília e Tomás, a morena se recusava a se alimentar e sentia constantes enjoos. Quando passou mal naquela manhã todos logo trataram de chamar um médico, afinal o luto por Aurora ainda era presente e ouvir aquelas palavras do homem vestido de branco a sua frente a deixou em choque. Vincent sorriu e beijou a testa da esposa repetidamente, Antony e Belinda olhavam com um sorriso nos lábios para Arianna. Os únicos que não estavam presentes na casa naquele momento eram Melissa e Oliver, mas seriam notificados o quanto antes, afinal era motivo de festa. Com a notícia de que em breve um novo bebê chegaria à família, vários preparativos foram feitos. Mais seguranças foram contratados, a mansão parecia uma fortaleza. Arianna andava pela casa com os olhos longe porém com a mão apoiada na barriga, se lembrando de moment