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07 - O terror b**e a porta.

A cerimônia havia arrancado lágrimas tanto de Arianna quanto de sua tia Melissa, sua mãe que estava sentada em lugar mais afastado agora na festa olhava com desdém os noivos dançarem sorrindo e trocando selinhos,  de fato, aquele era o dia mais feliz da vida de Arianna. 

– Posso dançar com a noiva? – Antony perguntou após estender as mãos na direção da filha, o que fez Vincent sorrir e concordar. 

– Vou buscar a pimentinha pra dançar. – sutilmente Vincent beijou a testa de sua esposa e saiu caminhando em direção ao som da famosa risada de Aurora que estava nos braços de Melissa e Oliver tentando fugir das cócegas. 

Arianna sorriu de forma genuína e pela primeira vez seu pai tinha certeza que ela estava feliz. Casada com o homem que amava, tinha uma filha maravilhosa então naquele momento nada poderia impedi-la de sorrir. A dança era tranquila, uma valsa de pai e filha, a bolha deles. 

Não se sabe quando tudo começou a dar errado, som de tiros tiraram todos de suas bolhas, Arianna que era protegida por seu pai buscava freneticamente pela figura de Vincent e Aurora, que segundos atrás tinham passado correndo por eles pelo jardim. Gritos e mais gritos, Richard devido a idade avançada estava sendo guiado para dentro da mansão, dois de seus seguranças haviam sido atingidos e da mesma forma que começou tudo parou. Os convidados caíram no chão com ferimentos superficiais, Oliver estava sujo de sangue porém não era dele, Melissa estava em seus braços desmaiada no tumulto ela foi empurrada e bateu a cabeça contra a estátua do anjo que tinha perto da fonte.   Belinda estava caída sobre o gramado desmaiada, uma bala havia acertado seu ombro. 

Um aperto começava a tomar conta do coração da jovem Morello, segurando a barra de seu vestido ao ver que seu pai estava  bem saiu correndo em busca de sua filha e marido, próximo a entrada do jardim estava o corpo de Vincent caído no chão com Aurora em seus braços, o grito que até então estava preso na garganta de Arianna saiu da forma mais dolorosa possível pois as balas haviam acertado Vincent que estava caído desacordado e Aurora que ainda estava com a expressão de medo no rosto, seus olhos abertos mostrava claramente que a pequena menina já não estava mais entre os vivos. Não se sabe por quanto tempo ela ficou ali parada em choque olhando o corpo dos dois, as lágrimas rolavam por sua face. 

– Chame os paramédicos! – A voz de Antony soou atrás de sua filha ainda no chão, ele tentava controlar o desespero na própria voz. Quem não estava ferido ajudava os que estavam e quando todos viram o desespero de Arianna que se ajoelhou próximo ao corpo de Aurora e a segurou em meio aos prantos, o sangue da filha agora manchava o vestido de noiva, sem muita força para levantar ela desmaiou ali mesmo sob o corpo da filha ao lado de Vincent.

– Quero saber quem foi o responsável? – Oliver Bradley rosnou ao ver sua sobrinha Arianna desmaiada, seu filho adotivo baleado e Aurora morta. A figura de Richard olhava a cena da porta de entrada do jardim por onde os convidados passavam, o velho havia conseguido sair ileso sem nenhum arranhão. O sentimento que reverberou dentro de si era a raiva, sua família havia sido atacada no que deveria ser o dia mais feliz de sua neta isto ele não iria aceitar e muito menos perdoar. 

(....)

 Todos os feridos estavam sendo tratados, os jornalistas tentavam a todo custo saber mais sobre aquele ataque enquanto a polícia investigava o que o Patriarca da família já sabia. 

Deitada em sua cama Arianna havia acordado pedindo para tudo ser um pesadelo, porém ao ver seu vestido e as marcas de sangue que nele estavam sua ficha havia caído, sentando na cama ela olhou para a porta ignorando suas vestes saiu do quarto em uma marcha lenta se apoiando pelas paredes e decidida até onde estava seu pai, tio e avô. 

– Quem? – Ela perguntou ao abrir as portas, sua filha estava morta e aquilo estava doendo mas ela não iria chorar, pelo menos não agora. Os três homens olharam assustados em direção a porta quando a morena ainda vestida de noiva passou em seu olhar não havia nada além de fúria e ódio. Seu marido ela não sabia se estava  vivo, o que deveria ter sido seu conto de fadas tinha virado um filme de terror, então ela precisava saber que era o culpado. 

– Filha... Ainda não temos certeza...mas parece que.... – Antony foi interrompido pela voz fraca porém seria de Richard.

– Tom Lucchese. – Naquele momento um brilho desconhecido passou pelos olhos dela e tudo que ela fez foi olhar para a expressão de Oliver que estava caída. 

– Vincent onde está? – Arianna perguntou com medo da resposta. 

– Ele tentou proteger Aurora e a mesma bala que matou ela, perfurou seu pulmão... Nesse momento ele está no hospital lutando pela vida na mesa de cirurgia, Melissa está com ele. – Fora Oliver quem contou o que fez com que o rosto de Arianna caísse um pouco, a imagem de sua filha sem vida caída na grama com medo a fez derramar as lágrimas que foram secas pelos dedos de seu pai. 

– Vão para o hospital, não deixem Vincent sozinho. Ele vai… Tom vai tentar de novo… – Ela não terminou de falar. Será que Tom sabia o estrago que ele havia feito? Em seu ciúmes doentio ele foi o mandante que ceifou a vida da própria filha. 

Arianna saiu aos prantos do escritório, sua ficha estava caindo aos poucos, diferente de suas lágrimas que caiam em cascatas por seu rosto. 

– Vá você e Oliver para o Hospital. Mandarei meus homens vigiarem a mansão e o hospital, pode deixar que cuidarei da segurança de Arianna. – Richard soltou as palavras enquanto discava os números no celular e olhava para Antony que sumia no corredor seguido de Oliver. 

No andar de cima a escuridão parecia engolir cada vez mais Arianna que agora estava caída no chão do quarto onde Aurora dormia, olhando sua mala recém desfeita da Grécia, os brinquedos e o senhor urso que está a estava em cima da estante ao lado do retrato delas. Arianna se lembra desse dia, fora um dia de extremo calor e as duas decidiram nadar na praia privativa da casa na Grécia, Vincent estava junto e foi ele quem tirou a foto após Aurora comemorar com jeitinho delicado que tinha aprendido a nadar.  Olhando aquela foto ela chorou mais ainda, não tinha mais lágrimas para sair e ainda sim estava chorando. 

No hospital Vincent lutava pela vida pois uma das balas havia perfurado seu pulmão, a cirurgia era de urgência e Melissa estava aflita do lado de fora enquanto não tinha notícias de seu filho. Como a bala no ombro de Belinda fora algo de raspão ela já estava liberada e sentada no corredor olhando a inquietação da cunhada. 

– Ele vai ficar bem, todos irão. – Nunca havia saído palavras confortáveis dos lábios de Belinda e talvez isso tenha assustado um pouco a filha mais nova de Richard. 

A cirurgia durou cerca de quatro horas e quando o médico surgiu para conversar Melissa estava uma verdadeira pilha de nervos. 

– O senhor Bradley está fora de perigo, conseguimos a tempo reparar os danos causados. Não irá ficar sequela, mas precisamos aguardar. – O médico falou com o semblante bastante cansado e por fim tanto Oliver e Melissa respiraram aliviados. 

Antony apertou as mãos de Belinda e se levantou logo em seguida, sua mente estava em sua filha que sofria a morte de Aurora. 

– Bom Mel e Oliver vocês cuidam do Vincent aqui, eu vou pra casa cuidar de Arianna. – Nesse momento Melissa olhou assustada para o irmão que havia entendido que a mesma ainda não sabia. 

– Aurora não sobreviveu. Ela estava no colo de Vincent. – Ali a tia Melissa desabou, caindo de joelhos com os olhos cheios de água, segurando os soluços  que vinham a sua garganta.  Aquele dia com toda certeza deveria ser o mais feliz do mundo para toda a família entretanto o terror estava se alastrando sob a família Morello. 

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