A viagem foi calma, a morena sentou-se toda imponente na poltrona dentro do jatinho ao lado da janela enquanto olhava para o sofá ao lado sua pequena filha distraída com papel e giz de cera. Com pouco mais de duas horas de voo Aurora adormeceu e a Arianna sorriu admirando como a mesma tinha os traços de seu pai.
(....)
- Finalmente, vocês chegaram! - Melissa caminhou em direção a morena que entrava agora na mansão com Aurora segurando seus dedos e caminhando ao seu lado. Seu pai Antony estava sentado em uma poltrona com um jornal e apenas sorriu ao ver a figura da filha.
- Tia Mel... Olá Pai. - Arianna cumprimentou e logo seus olhos se voltaram para a figura de Vincent descendo as escadas usando uma calça de moletom cinza e uma camiseta regata branca com um sorriso nos lábios.
- Tito Vin! - Aurora gritou ao soltar os dedos de sua mãe e correr em direção ao homem que se ajoelhou no chão com os braços abertos prontos para recebê-la.
- Minha pimentinha! Que saudades. - ao ouvir o apelido recebido por ele, Aurora riu de forma tão gostosa e se jogou no abraço, enchendo o rosto do tio de beijos babados.
- Dá pra acreditar nisso? - Oliver Bradley descia as escadas logo atrás rindo da cena. - Eu sou o tio dela e não recebo um abraço assim... Poxa pequena, isso tira-me a credibilidade de tio mais legal. - o homem fingia uma ofensa aí depositar um beijo na testa de Aurora e depois caminhar em direção a Arianna onde a abraçou.
- Sabe que nem comigo tem essa festa né? E olha que sou o avô... - Antony disse rindo enquanto era seguido pelo canto dos olhos por Arianna que o via caminhar até sair da sala em direção ao escritório nos fundos da mansão.
Vincent ainda com Aurora nos braços caminhou até onde estava Arianna na frente de seus pais e depositou um selinho em seus lábios, o que fez a morena se assustar e olhar assustada para Melissa e Oliver.
- Tudo bem querida. Vincent já nos contou tudo, e nunca fomos contra a relação de vocês sabe disso.... Agora, seu avô e Belinda serão mais duros em aceitar isso. - Melissa respondeu enquanto abraçava o marido pela cintura. Oliver sussurrou algo em seu ouvido que a fez ficar corada e logo saiu a puxando escada acima.
- Achei que íamos contar a eles juntos... - Arianna se voltou para Vincent. Aurora estava com os dedos gordinhos em volta dos fios de cabelo do homem e mantinha os olhos brilhando ao olhar sua mãe e seu tio.
- Apenas estou louco pra cuidar da minha família e da mulher que amo, oficialmente. - Vincent falou ao passar o braço pela cintura de Arianna e seguir em direção a sala de visita.
- E sabe muito bem que dona Melissa ama, literalmente ela ama se meter na vida do filho dela e sou péssimo em esconder minha felicidade quando minha mulher me faz feliz! - A morena sorriu ao beijar as pernas gorduchas de Aurora e selar os lábios de Vincent que rendeu um gritinho dos lábios da criança ao ver isso.
- Tito Vin agora vai ser Tatai de Rora? - Quando a pergunta escapou dos lábios de Aurora, tanto Vincent quanto Arianna ficaram parados no lugar, talvez estivesse indo rápido demais?
- Você gostaria disso pimentinha? G Vincent perguntou olhando fixamente para a criança que agora brincava com os dedos olhando para os mesmos.
- Responda meu amor, não vamos ficar tristes com você.- Arianna passou a mão nas bochechas da criança que por alguns segundos olhou para sua mãe e depois para Vincent. Como se estivesse criando uma tensão, a pequena apenas balançou a cabeça positivamente e começou a rir enquanto abraçava o pescoço do mais velho que respirou aliviado.
- Então vamos ser uma grande família! - O homem finalmente falou ao puxar com a mão vaga a figura de Arianna que sorria olhando a interação de Aurora e ele.
(...)
Deixando Aurora com seus tios e Vincent, agora a morena seguia pelo imenso corredor em direção ao escritório onde seu pai havia se trancado desde sua chegada, logo mais o jantar seria servido.
- Podemos conversar? - Arianna perguntou ao abrir a porta sem cerimônias, Antony estava sentado de costas para a porta apoiado na mesa olhando o que agora seria o pôr do sol. Dês a separação entre Arianna e Tom, seu pai havia se afastado um pouco, quer dizer, ele ainda via neta e mandava presentes porém sua relação com a filha estava distante, talvez por ser culpado de deixar que tal casamento ocorresse.
- Está tudo bem com Aurora? Precisa de alguma coisa? - Ele perguntou friamente, Arianna não era boba e sabia muito bem o que estava acontecendo e por isso entrou trancando a porta logo atrás.
- Certo, a sua neta está bem agora a sua filha está aqui querendo conversar, Será que pode não dar uma de Dona Belinda e falar comigo? - Ela sentou-se no sofá ao canto do escritório olhando fixamente a figura de seu pai se virar.
- Que hora para citar sua mãe não acha? - Antony sorriu.
- Só queria dizer que Vincent e eu estamos juntos e pretendo me casar com ele. - Direta e rápida, assim era a nova Arianna Morello.
- Se casar? Bom, isso já deveria ter acontecido há tempos, não é mesmo? Sabe filha, eu fui um covarde… Deveria ter enfrentado sua mãe e seu avô, impedido o casamento com Tom Lucchese… Me perdoe, filha. - Antony caminhava até o sofá onde a filha se encontrava, Arianna o olhou por alguns minutos e depois sorriu.
- Se você tivesse enfrentado eles hoje eu não seria essa pessoa, Aurora não teria nascido, Belinda e Richard apenas forjaram as coisas que me levaram a ser quem sou, posso até culpá-los mas no fundo também sou grata. - A morena respondeu enquanto sorria, sentados ali naquele sofá pai e filha conversavam recuperando o tempo perdido.
Do lado de fora Aurora se divertia com Melissa, Oliver e Vincent, brincando de pega pega e sua risada preenchia toda a casa e chegava até os ouvidos de Richard Morello que estava em sua suíte sentado na poltrona de frente para a janela. Como sempre seu mau humor estava presente, e nem mesmo a risada de uma criança conseguia mudar isso.
Belinda por outro lado estava voltando do shopping com várias sacolas e quando escutou a risada de sua neta já abriu um sorriso nos lábios, por mais que a mulher fosse uma boa avó ela estava longe de ter abandonado os hábitos antigos. Assim como havia metido seu dedo na educação e casamento da filha, ela faria a mesma coisa com a neta, bastava apenas que Aurora tivesse idade o suficiente e a família da vez era os milionários Jonhson cuja primogênita havia tido um filho este completava sete anos no final do ano.
"O jantar está servido" Amélia a governanta mais velha da casa anunciava do corredor com um sino em mãos. De dentro do escritório Arianna e Antony riam enquanto caminhavam para fora até a sala de jantar.
- Tinha me esquecido desse hábito de Amélia. - Vincent falou ao sentar na mesa olhando os demais que chegavam. A mesa estava posta, os pratos todos alinhados. Antony sentava-se do lado esquerdo ao seu lado havia o lugar vago de Belinda que estava ao telefone na sala principal, Arianna deveria se sentar ao lado da mãe, porém seu lugar estava vazio. Do lado esquerdo considerado o lado da matriarca, estava Melissa, seguida de Oliver e Vincent que ao seu lado agora repousava Arianna que sorria olhando a filha sentar ao seu lado.
Richard desceu as escadas com sua pose toda imperativa um verdadeiro rei por assim dizer. Belinda entrou na sala de jantar logo em seguida olhando com certo desprezo a posição de sua filha, enviando beijos para sua neta, ela sentou-se ao lado de Antony aguardando as palavras de Richard.
- Boa noite a todos. Vincent como foi a viagem? - Richard soltava as palavras de forma calma e polida, Arianna não prestava atenção em nada que o velho falava.
- Foi boa, na verdade bastante proveitosa. Tenho algumas novidades…- Vincent falava tranquilamente porém o som da campainha o interrompia de forma brusca, pois ninguém estava esperando por visitas.
- Olha só parece que cheguei na melhor hora! - Tom Lucchese entrava pela sala de jantar olhando todos os presentes, sua presença ali causou certo temor em Arianna que logo fuzilou a mãe com os olhos.
- Seja bem vindo querido! Sente-se aqui, afinal é um jantar em família.- Belinda respondia com um sorriso de orelha a orelha enquanto apontava para a cadeira ao seu lado. Todos na mesa estavam perplexos, Richard apenas acenou com a cabeça enquanto Tom depositava um beijo na testa de Aurora com seu olhar fixo em Arianna que parecia tensa.
- Bom, Vincent pode terminar de contar qual é a novidade? - Richard perguntou como se nada estranho tivesse acontecido. Vincent olhou para Arianna por breves segundos e quando a mesma abriu o sorriso de sempre ele resolveu prosseguir.
- Irei me casar. - Vincent foi breve, Melissa estava eufórica e batendo palmas. Belinda tentava esconder o espanto enquanto Antony olhava de Arianna para Vincent.
- Posso saber quem é a felizarda? A conheço? - Tom perguntou com certo sarcasmo.
- Na verdade, mamãe e papai já sabem quem são. Eles foram os primeiros para quem contei e apresentei, sendo assim minha noiva e futura esposa é Arianna Morello. - Vincent soltou as palavras de forma rápida, Tom engasgou com o vinho que tomava enquanto Belinda olhava espantada e furiosa. O clima ficou tenso na mesa, ninguém se atrevia a olhar para Richard que mantinha a expressão serena. O silêncio que se instaurou no ambiente foi cortado pelas palmas de Aurora que a tudo ouvia em silêncio comendo.
- Rora vai ter dois tatais! - A criança batia as palmas, o que resultou um sorriso escapando dos lábios de Arianna que logo sumiu com o estrondo das mãos de Tom sobre a mesa assustando a todos.
- VOCÊ NÃO VAI SE CASAR COM ELE! - Tom gritou o que fez com os olhos de Aurora se enchessem de lágrimas, a pequena tinha se assustado.
- Amélia leve minha filha por favor para cima. Mamãe já sobe para lhe contar uma história. - Arianna gentilmente se colocou de pé olhando a filha que seguia a governanta em silêncio, assim que a figura miúda desapareceu pela porta o olhar dela mudou. Toda a calma e gentileza que antes habitava aquele olhar se esvaiu.
- Quem você pensa que é, pra chegar aqui se meter no jantar de família e ainda por cima querer mandar em minha vida? - Arianna perguntou rispidamente enquanto sentava ao lado de Vincent agora segurando suas mãos em cima da mesa, a refeição pela metade mostrava que ninguém mais iria terminar.
- Arianna, isso são modos de tratar seu marido? Tom é da família. - Belinda repreende a filha que apenas olhou com raiva para a mãe.
- Tom Ignazio Lucchese é meu ex-marido, se você não consegue enfiar isso em sua cabeça fútil sugiro que vá se tratar. Não viemos buscar a aprovação de vocês, eu particularmente voltei porque o velho ali pediu. Sinceramente achei que fosse para o velório dele e não é. - Arianna soltou as palavras e nesse momento Richard se colocou de pé, calando qualquer ruído. Belinda estava pronta para retrucar quando o homem se levantou.
- Minha neta tem razão, embora uma vez você tenha se casado com ela, hoje não é nada mais dela Tom. Então sugiro que vá embora, isto é assunto de família. E quanto a você, minha cara Belinda… está ainda é minha casa, por isso todo e qualquer convidado deve antes passar por minha aprovação. - As palavras de Richard surtiram um efeito de surpresa em todos ali, pela primeira vez em toda a vida de seus netos o patriarca estava indo em defesa de um deles.
Tom Lucchese se colocou de pé a ponto de falar mais algumas palavras, porém se conteve até chegar na porta para sair da sala de jantar.
- Veremos se terá um casamento ou funeral. - Tom disse saindo logo em seguida.
- Voltando ao assunto principal da noite. Vincent sabe bem o que implica esta escolha? Você é meu neto adotivo, Arianna minha herdeira direta sendo assim… Vai ser capaz de cuidar da família quando eu me for? - Richard perguntava olhando para o neto que até outro dia era apenas uma criança deslumbrada com a família rica que o tinha adotado.
- Não é segredo que sempre amei Arianna, até quando o senhor a obrigou a se casar, isso não acabou com meu sentimento… Ela viveu o inferno com aquele homem e ainda sim está aqui disposta a me amar. Não vou abrir mão dela mais.- Vincent soou tão sério que Antony se colocou de pé e caminhou até onde estava sentado.
- Sendo assim tem a minha benção! - Antony estendeu a mão para o homem que sem exitar a apertou sendo puxado para um abraço apertado. Arianna acabou rindo com aquilo.
- Parece que teremos um casamento então. - Richard soltou ao sentar-se voltando a beber de seu vinho tranquilamente. Belinda estava insatisfeita com aquilo e pelo jeito dessa vez não teria o apoio de Richard.
- Arianna quero conversar com você, depois vá para meu escritório. - Richard se levantou da mesa sob o olhar lascivo de Belinda e o olhar de curiosidade de Arianna.
Ao que parece a paz estava para ser selada naquela casa.
O caminho até o andar de cima onde ficava localizado o escritório de Richard pareceu uma eternidade, com passos receosos Arianna caminhava em silêncio a mansão aos poucos se iluminava com as luzes indicando que o jantar já tinha terminado e agora a noite chegava de vez. Antes mesmo que seus dedos finos batessem contra a madeira da porta a mesma se abriu revelando a figura de Amélia que saiu com um singelo sorriso nos lábios ao ver Arianna. - Pode entrar, ele te espera.- A mais velha falou e saiu em direção ao quarto de Aurora que estava em silêncio até o momento. - Então… Aqui estou, pode falar. - Arianna entrou mas não chegou a fechar a porta, estava parada ao lado dela com os braços cruzados. A figura de Richard parado olhando pela janela o jardim que se iluminava com os postes de luzes mostrava fragilidade, mas a morena não iria se deixar acreditar nisso. Seu avô era muitas coisas, menos frágil. - Da última vez que nos vimos, você estava gritando maldições e ofensas. Nunca tive
Quando os primeiros raios de sol bateram contra a janela do quarto de onde Vincent dormia, Arianna foi a primeira a abrir os olhos sorrindo. O corpo nu do homem ao seu lado com os braços envolta de sua cintura segurando fazia seu coração pular dentro do peito e os olhos brilhar. - Bom dia meu amor - ela sussurrou ao beijar seu largo peitoral, o que fez Vincent resmungar um pouco e apertar mais as mãos ao redor dela. Do outro lado da casa Antony estava saindo do closet vestido com seu terno cinza escuro, camisa social e cabelos bem penteados, afinal de contas era uma segunda-feira comum para todos na casa. Belinda se encontrava deitada na cama fingindo dormir enquanto sua mente repassava todos os momentos de ontem a noite e as palavras duras de Antony. - Minha secretária vai te ligar passando os detalhes. Sei que não está dormindo e por favor não faça disto um show de horrores. Até o casamento seremos marido e mulher, depois disso é cada um para seu canto. - Antony falou calmamente
Desde o anúncio do noivado de Arianna seu ex marido Tom Lucchese andava para cima e para baixo em seu apartamento traçando planos e meios de não deixar isso acontecer, sem o conhecimento de sua família ele havia contratado pessoas para seguir a ex mulher e ficarem de olho na filha que até então não havia deixado a mansão Morello. Tom Ignazio Lucchese, filho de Emília e Tomás Lucchese. O único homem herdeiro de uma fortuna duvidosa, sua família nem sempre teve riquezas, os Lucchese são de origem humilde. Ignazio o pai de Tomás era contador de uma família italiana bastante influente cansado de ver sua esposa grávida trabalhando como lavadeira das mulheres da alta sociedade e sofrendo constantes humilhação, o mesmo passou a desviar parte dos valores dessa família para uma conta secreta e com isso ele iniciou a construção do que seria hoje o império Lucchese. Quando foi descoberto o que ele fazia tratou de armar uma fuga para outro país, na época em que chegou a Nova York as gangues do
O grande dia havia chegado! O mês passou de forma tranquila com dois ou três confrontos entre Belinda e Arianna sobre a forma como queria a cerimônia. Belinda queria uma festa extravagante com bastante pessoas e a mídia fazendo a cobertura de tudo e já Arianna queria algo simples, amigos e familiares no máximo com a festa no próprio jardim. Quem ficou responsável pelo desempate foi Richard, que optou pela ideia da neta. A mansão estava em festa e várias pessoas haviam sido contratadas para trabalhar no buffet e como manobristas. Aos poucos os convidados se ajeitavam na sala de jantar, que teve uma alteração para parecer um verdadeiro salão de festa. Ninguém conseguia sonhar com a forma como tudo estava espaçoso na casa e no andar de cima Arianna andava de um lado para o outro um pouco nervosa. – Oras querida, se acalme ou vai criar um buraco no chão! – Melissa falava divertidamente enquanto olhava o próprio reflexo no espelho. Faziam exatamente duas semanas que Vincent tinha viajad
A cerimônia havia arrancado lágrimas tanto de Arianna quanto de sua tia Melissa, sua mãe que estava sentada em lugar mais afastado agora na festa olhava com desdém os noivos dançarem sorrindo e trocando selinhos, de fato, aquele era o dia mais feliz da vida de Arianna. – Posso dançar com a noiva? – Antony perguntou após estender as mãos na direção da filha, o que fez Vincent sorrir e concordar. – Vou buscar a pimentinha pra dançar. – sutilmente Vincent beijou a testa de sua esposa e saiu caminhando em direção ao som da famosa risada de Aurora que estava nos braços de Melissa e Oliver tentando fugir das cócegas. Arianna sorriu de forma genuína e pela primeira vez seu pai tinha certeza que ela estava feliz. Casada com o homem que amava, tinha uma filha maravilhosa então naquele momento nada poderia impedi-la de sorrir. A dança era tranquila, uma valsa de pai e filha, a bolha deles. Não se sabe quando tudo começou a dar errado, som de tiros tiraram todos de suas bolhas, Arianna que
Do outro lado da cidade, em um barracão abandonado estava a figura de Tom Lucchese sentado em uma cadeira com rodinhas, nos dedos um cigarro aceso enquanto seu olhar era distante. A sua frente estava uma fileira de seis homens parados com as mãos para trás. O celular tocava no seu bolso, porém quando ele olhava o visor e via o nome de sua mãe o mesmo desligava. – Quero a certeza de que ele está morto. – Tom falou friamente após tragar o cigarro e soltar a fumaça para o alto. – Os jornais indicam que houve um óbito, e nossa informante do buffet disse que a recém casada está trancada no andar de cima aos prantos. – Um homem de blusa cinza falou e tais palavras fizeram os lábios de Tom se abrir em um sorriso. – Certo amanhã apareço para prestar minhas homenagens e recuperar minha esposa e filha. – Tom tragou uma última vez o cigarro e se levantou caminhando para a porta onde seu carro estava estacionado. – Desapareçam da cidade pelo menos até a poeira baixar. E sumam com a informant
Já fazia cerca de meia hora que Tom estava parado na frente dos portões da mansão Morello onde ninguém permitiu sua entrada, ele se recusava a acreditar que sua filha havia morrido e queria ter certeza. Após esmurrar o volante com toda força que tinha ao encostar a cabeça para trás, pode ouvir dois seguranças que estavam parados em frente ao portão dizer que a família estava no hospital e que em breve voltariam. O som do motor do carro pareceu deixar todos surdos quando ele arrancou em alta velocidade, iria rodar todos os hospitais da cidade até encontrar Arianna. Talvez por sorte ou azar o primeiro hospital que parou já se deparou com a figura de Belinda abraçada ao marido Antony logo na entrada e dois seguranças atrás. Ele não poderia chamar a atenção, fechando os vidros fumê do carro ele estacionou no final da rua e voltou a pé, as mãos dentro do bolso um boné na cabeça e óculos escuro. Tom passou pela porta da frente sem nem ao menos ser reconhecido, a verdade é que todos estavam
O sorriso se manteve nos lábios de Arianna até descer as escadas e avistar a silhueta de Emília que estava em pé olhando a coleção de vasos ming de sua falecida Avó enquanto Tomás estava sentado em uma poltrona, trajando elegantemente um terno azul marinho com gravata vermelha. A julgar pela aparência de ambos, eles tinham por volta de seus cinquenta anos, os que se tornaram dez anos mais novos que os pais de Ariana. - Em que posso ajudá-los? Acredito que não temos nenhum assunto em comum. – Arianna falou enquanto cruzava os braços na altura da cintura e ficava olhando a expressão cansada de Emília. A mais velha até tentou sorrir mas não obteve grande êxito e com isso sentou-se na poltrona ao lado, Arianna permaneceu em pé enquanto Tomás se levantava limpando a garganta e estendendo a mão para cumprimenta-la. – Faz tempo minha cara, queria saber como tens passado. – Tomás tinha a voz tranquila e suave, a morena por sua vez arqueou as sobrancelhas enquanto ignorava a mão esticada