Depois de dias de inquietação e desconfiança, Lorelai finalmente convenceu a família a deixá-la voltar a trabalhar na mercearia. Após algumas negativas, Helena acabou a libertando de sua redoma, permitindo que a garota voltasse à sociedade sem vigias até para ir ao banheiro. Lorelai retomou a trabalhar com afinco rapidamente, na verdade seu vigor era tanto que chegou a assustar Miguel, que estava contente com sua volta, já que o trabalho era pesado sem ela; Lorelai se sentiu extremamente bem ao saber que era útil para o garoto. A jovem Sentia-se mais normal entre os clientes e o trabalho cotidiano, tentando recuperar um pouco da rotina que tanto lhe fazia falta. Em uma tarde de pouco movimento, enquanto Lorelai atendia no balcão com um sorriso simpatico, um homem loiro entrou na mercearia. Lorelai sentiu o coração acelerar ao reconhecê-lo, mas ele agiu como se nunca a tivesse visto antes; já ela não conseguiu fingir normalidade por sequer um segundo. Ele ignorou completament
Lorelai sentou-se na cadeira de couro, seus olhos fixos nos de Lúcifer. A sala estava imersa em uma luz suave, quase etérea, que contrastava com a tensão entre eles. Damian permaneceu em silêncio, observando a cena com um olhar atento. Lúcifer se inclinou para a frente, apoiando os cotovelos nos joelhos e entrelaçando os dedos. — Lorelai, preciso que você entenda algo muito importante — começou ele, sua voz calma e controlada. — Eu venho observando você há alguns anos. Lorelai franziu a testa, surpresa e confusa. — Observando? Por quê? — perguntou ela, tentando processar a informação. Lúcifer fez uma pausa, escolhendo cuidadosamente as palavras. — Você morava na área da floresta que pertence à minha alcateia. Nós temos uma forte conexão com nosso território e mantemos um olho vigilante sobre qualquer coisa que ocorra nele. Ela sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Nunca havia imaginado que estivesse sendo vigiada todo esse tempo. — Então, você sabia sobre mim desde
Com o passar do tempo, a vigilância constante sobre Lorelai foi relaxando, permitindo-lhe retomar algumas de suas rotinas normais. A sensação de liberdade voltou a fazer parte de sua vida, e com isso, ela voltou a treinar com Josh na clareira. Desde sua transformação, Lorelai notava mudanças significativas em seu corpo. Seus reflexos estavam mais rápidos, sua força era impressionante e, em muitas ocasiões, superava a de Josh. A clareira, iluminada pela luz suave do sol filtrada pelas árvores, tornava-se um campo de batalha onde Lorelai podia explorar suas novas habilidades. Num fim de tarde, após uma luta intensa onde Lorelai saiu vitoriosa, ambos se sentaram na grama, ofegantes. Josh, suado e sorridente, olhou para ela com admiração. — Você está ficando incrivelmente forte — disse ele, passando a mão pelo cabelo molhado de suor. Lorelai sorriu, mas havia algo que ela precisava saber. Respirou fundo, tentando encontrar a maneira certa de fazer a pergunta que estava em sua me
Lorelai estava sentada na beira da cama, o diário de Helena guardado em segurança debaixo de seu colchão. A cada dia que passava, a necessidade de respostas crescia, e seu desejo de confrontar Helena se intensificava. Mas, por mais que quisesse agir, sabia que precisava ser cautelosa. Naquela noite, enquanto a lua crescente brilhava através da janela, Lorelai não conseguiu dormir. Ela se levantou e caminhou pelo quarto, seus pensamentos voltando repetidamente a Damian e Lúcifer. E então, como se o destino tivesse ouvido seus pensamentos, Damian apareceu novamente. Desta vez, Lorelai não se assustou. Ela o aguardava em pensamento, preparada para mais uma visita ao lado de Lúcifer. — Você está pronta para mais respostas? — perguntou Damian, com seu sorriso brincalhão. Lorelai assentiu, resoluta. — Sim, estou. Vamos. Damian a levou novamente em sua moto, e a viagem até a cidade foi silenciosa, mas cheia de expectativa. Chegaram ao prédio luxuoso, e Damian a conduziu até a s
O sol estava prestes a se pôr quando Lorelai recebeu uma carta com um selo elegante e desconhecido. Ela abriu o envelope com cautela, seu coração palpitando com a antecipação do desconhecido. Dentro, encontrou uma carta de aceitação de uma instituição de ensino para a qual ela nunca havia se inscrito. A carta parabenizava-a por sua bolsa integral e informava que ela deveria se mudar para as instalações do campus no início do semestre letivo.Lorelai releu a carta várias vezes, tentando entender como isso havia acontecido. Logo percebeu que isso deveria fazer parte das instruções que Lúcifer havia mencionado. Ele estava movendo as peças do tabuleiro de seu grande plano, e ela era uma delas.No jantar, Lorelai anunciou a notícia, tentando esconder sua surpresa e fingindo felicidade pela oportunidade. A reação de Helena, no entanto, foi imediata e intensa.— Você não pode sair desta casa — disse Helena, sua voz carregada de autoridade e irritação. — Você faz parte desta alcateia, e sua l
Como imaginava, a jovem se fez ser encontrada por Damian na cidade e antes de partir para seu novo destino na instituição, Lorelai conseguiu fazer uma visita a Lúcifer. Ela precisava desabafar sobre sua preocupação com Josh, que ficara sozinho na alcateia de Helena. Sentada em frente a Lúcifer, Lorelai expressou seus temores.— Deixei uma carta para Josh, contando apenas o essencial. Estou preocupada com ele, ainda mais agora que estou partindo — confessou, sua voz tremendo levemente.Lúcifer ouviu atentamente, seu rosto impassível.— Seja paciente, Lorelai. Josh é mais forte do que você imagina, e ele encontrará seu próprio caminho. Agora, você precisa focar em seu novo começo — aconselhou Lúcifer, tentando transmitir uma calma que Lorelai lutava para sentir.Apesar das palavras de Lúcifer, Lorelai seguiu angustiada para o aeroporto, com sua bagagem contendo não apenas roupas, mas também as esperanças e medos de uma nova vida. O voo para a cidade onde a instituição se localizava foi
Lorelai se encontrava perdida em sua nova vida acadêmica; já não bastasse a novidade de estar numa metrópole, ainda havia as instalações; não era qualquer um que poderia dizer morar em uma estrutura imponente que mais parecia um castelo medieval do que um campus universitário. Seus primeiros dias foram um turbilhão de novidades e revelações, iniciando com uma semana de integração onde aulas formais davam lugar a encontros com veteranos e atividades de socialização.Os corredores de pedra ecoavam com o burburinho de novos alunos e veteranos. Lorelai rapidamente notou que a instituição era separada por uma espécie de sistema tribal, cada grupo com suas características e costumes únicos. Ela foi prontamente inserida na tribo de Elara, uma decisão que parecia ter sido tomada muito antes de sua chegada, como se seu destino já estivesse entrelaçado com o da veterana de cabelos azulados.Os instintos de Lorelai, já aguçados por sua natureza lupina, tornaram-se mais inquietantes no campus. El
As aulas na instituição sobrenatural começaram com uma intensidade que Lorelai não esperava. Logo no primeiro dia, ela foi lançada em um turbilhão de conhecimento que desafiava tudo o que sabia sobre o mundo e suas histórias ocultas.A primeira aula do dia era de História Sobrenatural, e o professor, um vampiro de aspecto nobre chamado Dr. Alaric, possuía uma presença que dominava a sala. Com sua pele pálida contrastando com os olhos intensamente escuros e cabelos prateados meticulosamente penteados para trás, ele parecia o epitome da erudição vampírica.— Bem-vindos à História Sobrenatural, onde iremos desvendar os véus que cobrem nossas verdadeiras origens e influências no mundo — começou ele, sua voz suave ecoando pela sala. — Hoje, começaremos com a história dos vampiros, uma das mais antigas e mal compreendidas entre todas as espécies sobrenaturais.Dr. Alaric prosseguiu, caminhando lentamente entre as fileiras de alunos atentos.— Os vampiros, ao contrário das lendas populares,