Molly — Molly, respira, pelo amor de Deus — Elena pediu, tentando me segurar no mesmo lugar, mas eu não conseguia mais controlar meus movimentos. Parada na área de desembarque do aeroporto, sentia cada parte do meu corpo tremer de nervosismo pelo simples pensamento de que depois de quase três meses, Luke estava vindo para casa. Foram três meses sem ver sua cara bonita e ouvir sua voz de perto, sem poder abraçá-lo ou beijá-lo. E a perspectiva de que ele estava a poucos minutos de aterrissar em Londres e de, finalmente, matarmos a saudade que estava nos castigando nos últimos tempos me deixava ainda mais ansiosa. Além de Luke e Zach, Ashley, meus pais e Haley também estavam vindo com os dois, para assistirem à minha última noite de apresentação no recital. Seria uma noite incrível, o fechamento de um ciclo e o início de outro: eu me tornaria a assistente da senhora Walker nas aulas dos novos alunos do próximo semestre. — Molly, você vai fazer um buraco no chão! — minha amiga reclam
Molly — Oi — foi tudo o que conseguimos falar, antes que eu ficasse na ponta dos pés, para finalmente poder beijar Luke com carinho. Com os olhos fechados e o coração ainda desesperado, senti um das mãos de Luke soltando minha cintura e se prendendo em minha nuca, causando um arrepio clandestino. Por alguns segundos, me esqueci de todas aquelas pessoas à nossa volta, até que escutei meu pai falar: — É como se não estivéssemos aqui! — Eu sei, querido! Eu a carreguei por nove meses, damos todo nosso carinho e amor durante os últimos vinte e três anos, mas ela está mais interessada em se agarrar ao namorado — minha mãe completou, e eu tive que parar de beijar Luke para rir. — Meu Deus, eu me esqueci o quanto vocês são dramáticos! — falei, indo abraçar os dois, que riam. Abracei minha irmã, minha amiga — que não se soltou de Zach nem para me abraçar — e Zach, que disse estar feliz em me ver. — Meninos, depois terminamos de cumprimentar vocês. Há algumas pessoas esperando ali — cont
Luke Já estava me acostumando a estar um avião a maior parte do tempo. Fazer aquelas viagens era legal, mas ainda as achava muito solitárias, mesmo estando cercado por todas as pessoas de nossa equipe. Porém, dessa vez, eu não me sentia tão sozinho, não com minha namorada dormindo pacificamente na poltrona ao meu lado. Desde nosso encontro, três dias antes, ainda em Londres, eu não consegui me separar dela por um segundo sequer, e tive certeza de que Molly também não queria, já que ela me chamou para acompanhá-la em todos os lugares que tinha de ir, e eu fiz o mesmo. Almoçar com sua família, almoçar com minha família — minha irmã, Poppy e Archie, no caso, já que minha mãe não parecia mais ter interesse em saber de minha vida —, idas até o teatro em que Molly estava se apresentando, e ela me acompanhando até a gravadora... Tudo era muito rápido, já que nossa viagem estava próxima. Talvez o melhor momento de todo esse nosso “grude” aconteceu quando eu e Zach precisamos dar uma entr
MollyO sol brilhava com força no céu, esquentando cada pedaço da minha pele que não estivesse coberta, o que era a maioria, já que eu usava apenas um maiô.Nossas férias estavam incríveis, e eu agradecia mentalmente o fato de que na semana seguinte, nossa última na Califórnia, Ashley e eu assistiríamos dois shows dos meninos no Canadá, antes do meu retorno à Londres.A casa em que estávamos hospedados em Los Angeles era enorme, com uma fachada branca e cerca baixa que eu amava e uma piscina gigantesca nos fundos. E era em frente a ela que eu estava, acompanhada de minha amiga, já que os meninos tinham saído para comprar nosso almoço, naquele que seria o único dia em que ficaríamos em casa.— Amiga, me passa o protetor, por favor? — Ash pediu, me fazendo levantar. Quando me aproximei de onde ela estava deitada, notei algo de diferente em seu colar. — Obrigada, Mo. O que foi?Ela me encarava de modo engraçado enquanto meus dedos iam direto para o colar em seu pescoço — aquele que ela n
Luke Estávamos completando sete meses em turnê e, mesmo estando cansado, me sentia cada vez mais vivo e mais feliz. E com mais saudades de casa do que poderia aguentar. Depois das férias em LA e dos dois shows no Canadá, Molly voltou para Londres um pouco mais animada, já que Ashley estava indo junto para a cidade. Com a decisão de Isla de viajar por um tempo, ela resolveu que não precisava mais de um quarto só seu. Assim, pediu que tirassem suas coisas de um dos quartos e colocassem no que pertencera à sua falecida amiga, deixando com que o outro dormitório ficasse para Ashley. As ligações agora eram mais longas, já que com as duas do outro lado da linha rindo e me fazendo ir até o quarto de Zach, para que pudéssemos conversar todos juntos, acabávamos permanecendo mais tempo conversando. Não posso negar que estava amando isso, principalmente ver como Molly andava mais animada com a presença da amiga. A turnê também estava sendo incrível, todos os lugares que estávamos conhecendo
Molly Eu estava mais do que animada para aquele momento, e tinha certeza que cada um dos meus colegas de classe conseguia notar, já que eu estava totalmente distraída durante nossa última aula do dia. Mas quem poderia me culpar? Eu não me encontrava com Luke há seis meses, por consequência, passamos seu aniversário de vinte e sete anos longe um do outro, além do nosso primeiro ano de namoro; ou seja, a saudade estava me matando. Ashley estava na mesma que eu, seu nível de ansiedade pelo reencontro com Zach era quase palpável. Não havia passado um dia, desde que dezembro iniciou, que ela não houvesse dito o quanto estava ansiosa pelo momento do desembarque do namorado. Falando nela, a garota estava se adaptando à Londres e à sua nova faculdade, o que já era esperado. Todavia, o surpreendente foi ela e Erin ficarem tão amigas, dado o histórico com Zach. — Pelo amor de Deus, Mo, você acha mesmo que eu deixaria de ser amiga de uma garota incrível como Erin apenas por um dia ter rolad
Molly Acordei com a cama fria, já que o lado em que meu namorado deveria ocupar estava vazio. Vesti o primeiro agasalho que encontrei e segui para o banheiro. Depois fui até a cozinha, encontrando um bem agasalhado Luke em frente ao fogão. — Tinha me esquecido o quanto é bom te ver cozinhando, principalmente agora que Ash mora aqui e mais queima a comida, do que propriamente a cozinha — soltei, parando ao seu lado e escutando sua risada, antes de beijar sua bochecha. — Bom dia. — Bom dia, Molly Parker. — Luke se virou totalmente em minha direção e me beijou de maneira carinhosa, após desligar o fogão. — Então, qual é a programação para hoje? — perguntou, enquanto terminava de servir waffles em dois pratos. — Eu não pensei em nada ainda, apenas em ficar aqui e ter um tempo só nosso, afinal, o senhor está bem famoso agora — respondi em tom de brincadeira, mas a expressão que Luke me ofereceu não foi nada animada, me deixando preocupada. — Ei, está tudo bem? — Tudo sim — ele sorriu,
Luke Eu fui fraco. Não havia outra alternativa além daquela. Eu fui fraco por não ter contado para Molly o pedido sujo de meu empresário. Deveria ter a alertado desde o instante em que ele foi feito. Porém o medo de lhe causar alguma chateação, me fez guardar o que sentia, ao me submeter ao pedido vergonhoso de Anthony. Então arrumei todas as desculpas possíveis para não falar: contaria quando descobríssemos como quebrar o contrato. Quando isso não se tornou uma realidade antes de chegarmos em Londres, resolvi que contaria assim colocasse meus pés em casa. Depois adiando para quando acordássemos, mas ao vê-la sorrindo com animação ao me encontrar na cozinha, deixei para depois do show. Porém o que eu não contava era vê-la ali, na porta, com os olhos arregalados e cheios de uma raiva crescente enquanto observava a cena deplorável que eu aceitei participar para não prejudicar minha carreira e a de Zach. E acabei prejudicando meu namoro. Assim que dei um passo em sua direção, Molly