Luke — Vamos, Luke. Não seja assim, me ajuda, vai! — Molly reclamou pela segunda vez, sentada em meu colo e me beijando de maneira carinhosa, numa clara tentativa de me convencer em ajudá-la a ensaiar alguns passos para uma de suas aulas. — Molly, você já me viu dançar? Parece que eu estou tentando fugir de alguém com uma máquina de choque! Não é nada bonito — falei, provocando uma risada gostosa em minha namorada, que se levantou e seguiu para a cozinha. Sorri com tal pensamento; se um dia eu havia acreditado que estar em um relacionamento não era para mim, eu e Molly estávamos muito bem. Minhas férias tinham finalmente chegado, e estávamos aproveitando cada segundo do inverno juntos, já que o ritmo das aulas dela diminuíram. Além disso, as festas de fim de ano se aproximavam mais e mais. Falando nelas, eu estava com um convite para fazer a Molly, mas não conseguia: passar o natal comigo e com minha família na casa da minha mãe, daqui a duas semanas. Mamãe havia me pedido descul
Molly Estiquei minha blusa pela terceira vez, ainda parada em frente ao espelho, tentando controlar minha respiração. Eu não sou de ligar muito para o que visto, afinal roupas não eram importantes, mas não conseguia afastar o medo de estar malvestida ou cometer alguma gafe. Fazer o quê? Eu estava apavorada por conhecer Abigail. Luke também não parecia muito tranquilo em reencontrar a mãe, mas não pelo mesmo motivo que eu. Aliás, o dele era um pouco mais complicado, ainda mais se tratando de como ela reagia a certas coisas. — E aí, meninas? — perguntei, girando e voltando a encarar a tela do computador, onde minha amiga e minha irmã me analisavam com expressões dignas de pessoas que entendiam de moda. — Como estou? Eu me aproveitei que nossas famílias estavam juntas para o natal, já que eram bons amigos e estavam dividindo uma casa belíssima na Itália, para obter ajuda das duas ao mesmo tempo. — Pelo amor de Deus, Molly Parker, você tem coragem de sair de casa usando isso? — minh
MollyA casa em que Luke havia crescido era simplesmente linda, principalmente com toda aquela decoração de natal, que dava ainda mais destaque para a fachada branca.Quanto mais nos aproximávamos da entrada, mais eu sentia as mãos geladas. Entretanto eu tentava não demonstrar. Luke precisava de todo o meu apoio no momento em que fosse dizer para sua mãe o que tinha na cabeça.— Pronta para conhecer Abigail Thomas? — perguntou, com a voz tremendo um pouco, o que me fez o encarar.— Eu estou, mas e quanto a você? — indaguei, o observando fazer uma careta. — Tem certeza que quer contar isso para ela hoje?— Tenho, Molly. Se não contar agora, ela vai descobrir sozinha, e vai ser pior ainda — respondeu, e eu apenas assenti, enquanto ele respirava fundo. — Vamos entrar.Entrelacei minha mão livre na sua, e seguimos assim até a porta, que não demorou a ser aberta por uma animada e festiva Jessica. Antes que eu pudesse desejar feliz natal, ela me apertou em um abraço. Cumprimentei Archie e a
Luke Não havia sido uma semana muito fácil para mim. Depois do que houve no natal, eu coloquei a maioria dos sentimentos desagradáveis para fora, no papel. As horas que não estava com Molly ou Jessica, eu e Zach passávamos escrevendo as letras para nosso primeiro EP, que seria nossa introdução ao meio, segundo Noah. Minha irmã e minha namorada estavam sendo meus pontos de apoio nesse momento, já que estavam sempre ao meu lado, mesmo tendo passado apenas três dias desde o ocorrido. Elas nunca me deixavam esquecer que aquilo era o que eu queria fazer e ninguém poderia me odiar, por amar ser músico. Acho que não recebia tanto carinho e apoio de alguém dessa maneira desde quando meu pai ainda era vivo, e a cada momento em que minha irmã ou Molly me viam cabisbaixo por lembrar das duras palavras de minha mãe, vinham me dar apoio. Eu sentia necessidade de agradecer aos céus por ainda ter essas duas mulheres incríveis em minha vida. Talvez sem elas, eu tivesse desistido da música naquela
AshleyChequei meu celular pela quinta vez, ansiosa para que a última hora de voo passasse logo e eu finalmente pudesse reencontrar minha amiga que eu não via há longos oito meses. Também estava louca para finalmente visitar Londres depois de tantos anos escutando Molly falando sobre a cidade sem parar.Também desejava descansar um pouco, já que manter as melhores notas da sala não era uma tarefa fácil: precisava dedicar horas a fio de meu dia aos estudos e abrir mão de fazer muitas coisas que amo; mas valia a pena.A cada dia que passava, eu me sentia mais certa de que tinha feito a escolha certa, todavia sentia falta de poder sair com mais frequência, como ocorria antes. Deus, eu era a rainha das baladas no ensino médio, era praticamente parte da mobília de uma delas; acabei virando sócia aos dezoito anos, um dos melhores presentes de aniversário que meu irmão me deu.Mas quando comecei meu primeiro curso — já que para entrar na escola de direito, eu precisaria ser bacharel em algo,
Molly Março finalmente estava terminando e levando o frio com ele. O início do novo ano estava sendo tranquilo, cada dia que passava eu me integrava mais às aulas, fazendo novas amizades. Minha caça a um trabalho havia finalmente acabado. Com a saída de Luke do café, Erin ficou com uma vaga para garçonete e, sabendo de minha constante busca por um trabalho, resolveu me dar uma chance. Eu estava mais do que agradecida por ter conseguido, já que finalmente estava dando um pouco de folga para o bolso de meus pais, depois de quase vinte e três anos de gastos. Falando em Luke, ele e Zach estavam enfiados em estúdio, trabalhando no primeiro álbum e tentando lidar com o número de fãs que cresceu de maneira maravilhosa desde o lançamento do primeiro single. Eu não poderia estar mais orgulhosa dos dois como estava naquele momento. Para mim, era incrível ver como as coisas finalmente estavam dando certo para eles... E como pareciam estar dando certo para Ashley e Zach também. Confesso que
Luke Abri os olhos, começando a notar as coisas aos poucos. Como, por exemplo, meus braços em volta da cintura de Molly e sua respiração tranquila na altura do meu pescoço, já que ela ainda estava em um sono profundo. Tal imagem me fez sorrir. Andava mais preso dentro de um estúdio do que em qualquer outro lugar, então poder ter um momento assim ao lado dela era incrível. Tentando não a acordar, soltei sua cintura, indo em direção ao banheiro. Em seguida, deixei o quarto da maneira mais silenciosa que pude. Cheguei na sala e encontrei a pequena surpresa que fiz para Molly ainda do jeito que deixamos na noite anterior, inclusive com nossas roupas espalhadas pelo caminho, o que fez meu sorriso aumentar. Era uma surpresa simples, mas era o mínimo que eu poderia fazer para essa mulher incrível, que me dava todo o seu apoio em relação a tudo da minha carreira. Fui em direção à cozinha, pensando em como o início desse novo ano estava completamente diferente de como eu havia começado o ú
Zach Olhei o horário no relógio mais uma vez, mas parecia que não andava. Deveria ser minha ansiedade, que estava me deixando maluco, porém o que eu poderia fazer? Foram quase três meses de conversas à distância com Ashley, depois de nosso encontro durante o ano-novo. Um encontro que, confesso, mexeu comigo até o ultimo fio de cabelo que eu possuía em minha cabeça. Eu estava certo de que nunca encontraria alguém fosse me deixar tão interessado em tentar novamente, depois do que aconteceu entre mim e Erin. Todavia, no instante em que me reencontrei com aquela americana de língua atrevida, foi difícil evitar que tudo acontecesse. Ainda bem que foi impossível evitar. Eu me sentia vivo de uma maneira que nunca imaginei que seria possível, e isso era visível a todos à minha volta. Olhei para trás, onde Luke e Molly estavam conversando, e sorri, notando como a vida de meu amigo havia mudado desde o dia em que a conheceu. Eu estava levemente animado com a ideia de que isso poderia acont