CAPÍTULO 11

Aurora...

Quando chegamos em casa, já era quase duas da tarde. O táxi teve um problema no caminho, mas o tempo de espera foi suficiente para contar à minha amiga o que ela já sabia sobre o adormecer da minha loba. Ela disse que conseguiria uma forma de me ajudar, o que foi gentil, porém, ninguém poderia fazer nada por mim. Já sei como fazer isso; só preciso encontrar meu companheiro. Até lá, só posso usar meus dons de bruxa e algumas vantagens da loba. Essa é minha realidade no momento.

____ Aurora, enquanto estive em sua casa na alcatéia, observei umas coisas. -  Disse Vanessa, chegando na cozinha onde eu estava preparando algo para comermos.

____ Que coisas?. -  Questionei, observando-a secar os cabelos com uma toalha, suas mãos fazendo movimentos frenéticos.

Cortava algumas batatas sobre a tábua, o barulho da faca as  dilacerando ecoava por toda a cozinha.

Virei de costas para pegar alguns temperos especiais dentro do armário.

____ Fiquei observando aquelas fotos nos corredores e vi um garotinho... Quem é ele?

Ao ouvir, parei imediatamente o que estava fazendo.

____ É meu irmão.-  Virei-me, apoiando-me no grande balcão de mármore escuro.

A vi arregalar os olhos em surpresa.

____ Seu irmão?

Fiz que sim.

____ Você nunca me disse que tinha um irmão.

____ Não é um assunto que eu goste de falar, evito o máximo que posso.

____ Por essa sua cara, deve ter uma história dolorida por trás disso. - ela ficou pensativa por um momento- O que aconteceu com ele?

Suspirei.

____ Ele foi sequestrado.

Vanessa ficou boquiaberta.

____ Como aconteceu? - Ela perguntou depois de sair de seu transe.

Fiquei em silêncio, formulando as palavras, as lembranças daquele dia me faziam ficar muda às vezes.

____ Meu pai recebeu uns amigos para um jantar há alguns anos atrás, nessa noite houve um ataque de caçadores, e somente minha casa foi o alvo. Ouvimos disparos e, quando fomos procurar por Vicente, ele não estava em lugar nenhum. Meu pai vasculhou por todo lugar, mas até hoje não tivemos nenhum sinal dele. Meu pai e Lucinda acham que ele já está morto há muito tempo.

____ Pelos deuses! Eu... eu sinto muito mesmo.

Fiquei muda outra vez.

____ Quem sabe um dia vocês se encontrem e sua família volte a ser como era antes. - Ela me abraçou.

____ Quem sabe- já não havia muitas esperanças dentro de mim, por mais que eu demonstrasse o contrário- mas é bem difícil, afinal foram caçadores que o levaram.

____ A esperança é a última que morre- ela me olhou- mas é melhor não falarmos desse assunto agora.

Franzi o cenho.

____ Por que?

____ Porque vamos ficar de plantão hoje. O hospital está com alguns de nós feridos.

____ Houve outra guerra?- Uma aflição tomava conta de mim.

____ Parece que sim.

____ Tem algo errado. - Comecei a andar de um lado para o outro.

____ Isso com certeza- a vi sentar sobre o balcão- mas, de que está desconfiada?

____ Nunca fomos atacados vezes seguidas. Acho que o assassino veio dar sua cartada final.

____ Acha que ele está perto de conseguir o que quer?

____ Tudo indica. Ninguém passaria séculos matando à toa, não teria ele algo melhor para fazer?

____ Talvez essa seja a coisa melhor que ele tenha para fazer.

____ Não! Algo me diz que dessa vez ele irá se revelar de uma vez por todas.

Ficamos em silêncio, uma olhando para a outra.

____ Vem coisa muito ruim por aí, irmãzinha, pode apostar.

____ Só tenho medo do estrago desta vez.

____ De qualquer forma, é melhor não pensarmos nisso... pelo menos agora.

____ Tem razão. Vou terminar o que estava fazendo.- Volto a cortar as batatas que estavam pela metade sobre a tábua.

____ É, e eu vou me vestir. - Disse ela, olhando para o roupão que cobria seu corpo.

Não respondi.

____ O cheiro da comida está divino.

Sorrio.

____ Obrigada.

____ Termine logo e vá descansar um pouco, nosso plantão será intenso e sem chances de folgas.-  Ela diz.

Encarei suas costas enquanto ela subia as escadas.

...

____ Nossa, minha barriga está muito cheia.

____ Eu disse para não exagerar.

____ Aquele nhoque italiano estava delicioso.

_____ Concordo, mas olha você pagando as consequências de sua gula agora.

Rimos juntas.

____ Acelera esse carro, Aurora.- E lá estava a bipolaridade da garota dando as caras. Em um minuto ela está sorrindo e no outro está brigando.

Reviro os olhos.

____ Não. O sinal está vermelho, por acaso quer que eu bata nos carros que estão logo ali na frente?

Ela bufou e fez que não.

____ Odeio trânsito e odeio não dirigir. Deveríamos ter vindo no meu carro.

____ Seria uma boa ideia - olho pra ela - SE você não tivesse destruído ele quando deu uma de louca.

____ Aquilo foi épico, híbrida.

____ Com certeza! E o estrago também.

____ Nem me lembre.-  Ela sorriu.

Volto a olhar para frente.

____ Tem alguma coisa errada ali. Digo.

____ O que tem de errado?

_____ Já faz meia hora que estamos paradas aqui e ninguém se movimentou.

____ Isso é estranho? Aurora, estamos...

Um barulho um pouco mais à frente chamou nossa atenção.

____ Que foi isso?

____ Uma batida.-  Disse eu colocando a cabeça para fora do carro.

____ Humanos?

Farejo o ar.

____ Não, são lobos.

____ É melhor irmos até lá, lobos são muito descontrolados e nossas identidades podem estar em jogo.

____ Tem razão.

Descemos e passamos a correr entre os outros carros parados ali.

____ Presta atenção quando dirigir, seu babaca!

____ Você é o irresponsável aqui, seu idiota!

Ouço a discussão de longe. As pessoas já começavam a rodear os dois, vi alguns celulares sendo erguidos para gravar a cena.

"Humanos não perdem tempo."

____ O que está acontecendo aqui?

Eu e Vanessa ficamos entre os dois que já estavam a ponto de se transformarem.

____ Esse imbecil parece que não enxerga.

____ Não foi eu que atravessei o sinal vermelho feito um maluco.

____ Já chega!- Diz Vanessa.

____ Por acaso, vocês querem que todos os humanos descubram quem somos? - Sussurrei para os dois.

Ao me ouvirem, parece que suas fichas caíram, e só então perceberam que aquelas pessoas eram inimigas.

__ Ah, gata, fala mais alto, é que o áudio pode ficar ruim na gravação. - Disse um dos curiosos.

Olhei para ele e discretamente usei magia para fazer o celular que ele segurava cair dentro de uma poça de água que havia ali.

__ Ah, droga! - Ele se abaixou para pegar o aparelho que possivelmente não funcionaria mais.

Voltei minha atenção para o problema e disse:

__ Escutem aqui, vão embora e tomem mais cuidado por onde andarem.

Os dois foram embora de cabeça baixa, possivelmente pensando na culpa que poderiam carregar caso nossas verdadeiras identidades fossem expostas.

Estava tão distraída que só percebi que estava no meio da avenida quando os carros começaram a buzinar impacientemente para que eu saísse da frente. Subi na calçada ao lado da avenida, vi Vanessa acenar para mim do outro lado. Com um sinal, ela disse para nos encontrarmos no carro.

Concordei com a cabeça e me virei para andar até lá, mas acabei esbarrando em alguém vestido com roupas negras e capuz cobrindo todo o rosto, que se mantinha abaixado.

__ Desculpe, eu não vi você. - Digo.

__ Cuidado! O assassino está a alguns passos de você. - A pessoa sussurrou para que só eu ouvisse e logo entrou em um beco escuro sem olhar para trás.

Fiquei sem saber o que fazer, olhei para todos os lados tentando encontrar algum olhar estranho. Parecia que todos estavam concentrados em suas próprias vidas, mas conseguia sentir que alguém me observava no meio de todas aquelas pessoas.

"Estaria eu ficando louca e paranoica?"

Resolvi não pagar para ver e corri em direção ao meu carro.

...

__ Aurora, o que aconteceu?

Vanessa acompanhava quase correndo meus passos pelos corredores do hospital. Olhava para todo lado me certificando de que não estava sendo vigiada ali também.

__ Aurora. Quem você está procurando?

Suas perguntas vinham com mais insistência.

__ Quieta, Vanessa.

Entrei na minha sala e a puxei também; em seguida, olhei dos dois lados do corredor para ter certeza de que ninguém estava ali, um humano mais especificamente. Quando me dei conta de que o lugar estava estranhamente quieto demais, tranquei a porta e me virei para minha amiga, que estava quase terminando de roer as unhas.

__ E então? Vai falar agora o que tanto...

__ Vanessa? - Segurei em seus ombros - O assassino estava perto de nós.

Sua expressão de curiosidade mudou para séria e surpresa.

__ Como sabe? Ele falou com você?

__ Não. Alguém me alertou.

__ Quem? Um daqueles dois?

__ Não. Eu não sei quem era; não deu para ver o rosto.

___ Tem certeza disso?

___ Absoluta.

____ Aurora, se essa pessoa te alertou assim do nada, então é porque sabe que você é o alvo da vez.- Ela estava desesperada e andava de um lado para o outro - Por favor, me promete que vai tomar cuidado a todo momento?

__ Ei! - Parei ela - Vai ficar tudo bem.

Ela fez que não várias vezes com a cabeça e começou a chorar.

__ Não está tudo bem, nunca esteve. Estou cansada de viver fugindo.

__ Vanessa, olhe pra mim - Segurei seu rosto - não acredito que seja eu que ele queira.

__ Não mesmo, mas tem a ver com você, priminha.

Olhamos juntas para a porta da enfermaria, onde um homem alto de longos cabelos brancos e olhos vermelhos nos encarava de braços cruzados.

__ Harry? O que faz aqui? - Perguntei.

__ Quem é ele, Aurora? - Vanessa deu um passo para trás.

__ Um primo inconveniente.

__ Ele é...

__ Um bruxo, amor - ele se pronunciou com seu sarcasmo de sempre - e tenha calma, eu não mordo... só se você pedir. - Ele lançou uma piscadela.

__ O que quer, Harry?

__ Estou atrás dos seus irmãos, nosso clã quer acolhê-los depois da morte da titia Cristal. - Ele mexia na jaqueta de couro e falava indiferente.

Ergui uma sobrancelha, e por um momento achei que cairia no chão.

__ Irmãos? Eu não tenho...

__ Da parte do seu pai tem o garoto sequestrado e agora da parte da sua mãe também. Não sabia?

__ Está brincando comigo? - Fechei a cara.

Ele sorriu abafado.

__ É claro que não sabe. Onde sua mãe andou nos últimos dois anos?

__ Não faço ideia.

__ Quando foi a última vez que a viu?

__ No velório dela.

__ Essa família está cada vez pior. - Harry falava comigo, mas não parava de secar Vanessa de cima abaixo.

__ Essa é mais uma de suas brincadeiras?- Perguntei com impaciência - Se for, é melhor que...

__ Calma aí, bonitinha- Ele me jogou um beijo - não é brincadeira. Nosso clã mandou recolher os gêmeos que sua mãe teve pouco antes de ser assassinada.

__ Gêmeos? Isso é impossível.

__ É mesmo, Aurora? - Harry brincava com uma seringa.

Pensei sobre a ótima reputação da minha mãe e revirei os olhos.

__ Não, não é impossível.

__ E então? Onde eles estão?

__ Eu não faço ideia. - Meu coração se apertou.

__ Como não sabe? Procurei por eles na vila do pai deles e me disseram que a mulher que estava responsável por eles seguiu viagem para a alcatéia do seu pai para entregá-los a você.

As lembranças da mulher com os dois bebês durante a guerra com os caçadores surgiram em minha mente como se alguém as tivesse jogado de propósito.

__ Isso aconteceu? - Harry se aproximou.

__ Sim. - Falei tão baixo que, se não fosse nossa ótima audição, ele não teria ouvido.

__ Ótimo, facilitou minha vida. Onde eles estão?

__ No hospital da alcatéia.

__ O quê? Droga! - Ele sussurrou.

Todo o sarcasmo dele foi embora. Agora, diante de mim, havia um Harry totalmente diferente do Harry sarcástico que chegou aqui.

Deixei as lágrimas de desespero, mágoa e dor caírem.

__ Não tenho tempo para sentimentalismo agora, Aurora. Se me der licença, eu tenho que ir até a alcatéia do seu pai.

Com rapidez, ele foi até a porta.

__ Espere.

Ele parou, mas não se virou.

__ São meus irmãos, é meu dever cuidar deles já que minha mãe está morta, isso faz parte de nossa lei.

__ Não pode, Aurora.

__ E por que não?

__ Porque você teria o mesmo destino de sua mãe e... do pai deles.

__ O pai deles está morto?

__ Sim.

__ Quem era ele?

Ele não falou nada por um breve momento.

__ É melhor que você não saiba, ainda. Só fique sabendo que os bebês são peças fundamentais para o assassino e quem estiver no caminho dele vai morrer, por isso a segurança de todos depende desses bebês estarem no clã dos Havelle.

Ele foi embora sem dizer mais nada.

____ Não pode ser. - Sentei no chão com as mãos na cabeça.

__ Ei - Vanessa se abaixou ao meu lado - Vai ficar tudo bem, só siga o que ele falou, entregue os bebês para o clã e você e eles ficarão a salvo.

__ Eu posso defendê-los.

__ Não, Aurora, você não pode. Se pudesse, por que a família que tanto rejeitou sua mãe se preocuparia com a segurança dos gêmeos e a sua?

__ Eu não sei. A única coisa que sei agora é que detesto minha mãe, a cada dia ela me surpreende mais com uma nova mentira.

__ Agora não é hora pra isso, Aurora, você precisa esfriar a cabeça antes de tomar qualquer decisão.

Fiquei calada.

__ Vou chamar um táxi pra você ir descansar em casa, nesse estado você não conseguirá dirigir.

__ Não posso ir. Tenho que trabalhar.

__ Eu fico no seu lugar.

__ Vanessa, eu...

__ Você vai pra casa descansar e ponto.

Como vi que não tinha o que fazer, permaneci quieta.

__ Eu vou deixar meu sangue em um frasco pra ajudar nos casos mais delicados.

Vanessa ficou pensativa. Pensei que ela me pararia, mas pensou muito além antes de rejeitar minha ideia.

__ Tudo bem - Ela se virou para pegar um frasco - aqui está.

Peguei o frasco de sua mão, coloquei as presas para fora e mordi meu pulso.

__ Achei que não poderia usar os dons de loba.

__ Só não posso me transformar na loba em si, mas a visão, audição e o olfato permanecem além da transformação parcial.

__ Entendi. Terminou aí?

___ Sim. - Entreguei o frasco.

...

Já fazia um tempo que eu encarava o nada, Vanessa, por outro lado, permaneceu quieta, respeitando meu momento delicado.

Ouvi quando seu celular vibrou.

__ Seu táxi chegou - Ela disse olhando para o celular - acompanho você até a saída.

__ Tudo bem.

(...)

__ Obrigada. - Disse para o motorista quando ele parou em frente ao prédio.

__ Por nada, senhorita. - Disse ele se retirando em seguida.

Respirei fundo.

...

"Como minha mãe foi capaz de esconder algo tão sério de mim?"

Encarava meu reflexo no espelho do banheiro, enquanto terminava de cobrir meu corpo com uma fina camisola preta.

"Está explicado o porquê dela ter evitado ao máximo me encontrar nesses últimos anos."

Sai do banheiro rezando para chegar depressa em meu quarto.

Estava exausta.

"Eu só queria entender o porquê dela ter agido assim, será que me via como inimiga? Ou será que tem algo a mais que eu não sei ainda?"

"É provável que seja as duas coisas."

Caminhava pelo corredor escuro enquanto os pensamentos vagavam por minha cabeça.

"Minha mãe é uma caixinha de surpresas desagradáveis."

Fechei os olhos por um breve momento quando cheguei na sala iluminada apenas pela luz fraca e alaranjada dos abajures.

A brisa fria que atravessava a janela batia em meu rosto. Senti meu corpo febril se anestesiar com a sensação.

"Espera um pouco."

Parei com apenas um dos pés no primeiro degrau da escada.

"Não deixamos a janela aberta quando saímos."

Engoli em seco quando senti uma movimentação. Olhei de canto de olho e vi que havia alguém ali, além de mim, sentado na poltrona com os olhos atentos em minha direção.

Me virei rápido para ver quem era e conheci de imediato aquela figura de casaco de couro e chapéu. Seus olhos intensos e amarelados se destacavam em meio aquela escuridão onde a luz dos abajures não chegava.

"Lucian."

__ O que está fazendo aqui? - Não me atrevi a ir até ele, porém quase tive um desmaio quando o mesmo se moveu e se levantou.

Ele caminhava lentamente, como um verdadeiro predador. Quando ele se aproximou, vi claramente seus trajes negros, seu longo casaco estava aberto me dando visão de seu peitoral forte. Ele caminhou mais um pouco até ficar em uma distância quase inexistente de mim, o homem era muito alto e... bem forte também.

Ele olhou pra baixo para poder me encarar melhor.

__ Onde você estava?

Sua voz grave e autoritária me dava calafrios.

__ O que isso importa a você? - E lá estava eu desafiando a fera.

Seus olhos ficaram mais amarelos que o normal.

__ Responda. - Sua voz era firme no que dizia, não grosseiro, apenas autoritário.

Suspirei. Seus olhos acompanhavam o subir e descer de meus seios quase despidos pela transparência da roupa que eu usava.

__ Estava trabalhando.

Ele continuou a me olhar, e tive a impressão de que ele se segurava para não avançar em mim.

__ Como você se atreve a ir embora sem minha autorização?

"Como?"

__ Não preciso de sua autorização para nada, senhor. - Tentei tratá-lo com formalidade, embora a situação em que eu me encontrava não exigisse isso.

Me virei, mas ele me puxou e me ergueu rapidamente. Enrosquei minhas pernas em sua cintura, tinha mais medo de cair do que dele. De repente, o chão ficou muito distante.

Ele me encostou na parede e adentrou os dedos em meu cabelo, puxando-o levemente.

__ Acho que não fui tão claro com você, mas vou repetir para não deixar nenhuma dúvida - sua voz era tão grave e sensual - você é MINHA! Tudo o que fizer, eu vou saber. Portanto, tome cuidado com quem você deixa chegar perto, pois não garanto que esse ser estará respirando no dia seguinte.

"É cada lobo que me aparece."

__ Está me ameaçando?

__ É só um aviso. - Ele encostou o nariz em meu pescoço. Minha camisola desceu, deixando a superfície dos meus seios à mostra; quando ele percebeu, ficou encarando hipnotizado.

__ Você é louco?

__ Por você eu sou.

__ Eu nem o conheço.

__ Mas eu conheço você, já sei de cada detalhe da sua vida.

Em um rápido movimento, escapei de seus braços e corri em direção às escadas.

...

Estava prestes a chegar em meu quarto quando aquele lobisomem segurou em minha cintura e me puxou com força, fazendo nossos corpos se chocarem.

__ Entenda uma coisa de uma vez por todas - sua voz estava ofegante - por mais que tente fugir de mim, nunca vai conseguir.

__ Por que não? - Desafiei.

__ Porque você me pertence.

__ Está louco? Você já tem sua companheira.

__ Eu quero você.

__ Mas eu não sou sua companheira, estou destinada a outra pessoa.

Ele soltou um alto rosnado e me pegou no colo, depois chutou a porta do quarto e me jogou na cama, ficando por cima de mim em seguida.

__ Não me deixe com ciúmes, pois posso não me controlar. - Ele segurou meu queixo com sua enorme mão e rasgou minha camisola.

__ Pare com isso. - Rosnei.

Ele pareceu surpreso com o que fiz.

Ele suspirou, tentando se conter, e disse:

__ Me perdoe, eu não sei o que está acontecendo comigo, mas você me atrai de uma maneira inexplicável, como se já fosse minha há muito tempo. - Ele olhou fixamente em meus olhos.

"Esses olhos."

"Me encantam."

Ele beijou minha testa e acariciou meu cabelo.

__ Eu queria fazê-la minha agora mesmo, mas vou deixar que você me queira do mesmo modo que quero você - ele sussurrou em meu ouvido e se levantou - não ouse tentar fugir, pois vou atrás de você até no fim do mundo.

Com um olhar cheio de promessas, ele se foi, me deixando sozinha com milhares de coisas confusas dentro de mim.

"Por que ele desperta sentimentos que nem eu mesma sabia que tinha?"

"Lucian, quem é você de verdade?"

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