Era noite quando finalmente chegamos à alcatéia Lua Negra, a alcatéia do supremo. Os guardas fizeram inúmeras perguntas para nos permitir passar. Eles enviaram um dos lobos para a casa de Lucian, alertando-o sobre os dois visitantes que estavam a caminho.Oscar estava dirigindo, ambos em silêncio, mergulhados em nossos próprios pensamentos. Espiei pela janela do carro e admirei o céu escuro adornado pela vasta quantidade de estrelas que faziam ziguezague entre si.As ruas eram iluminadas por luminárias no topo dos postes, com belas casas por toda parte. A alcatéia era muito bonita e bem cuidada, mas eu não tinha cabeça nem disposição para observá-la melhor. Encostei as costas no banco do carro e fechei os olhos, rezando para que tudo o que estava acontecendo fosse apenas um pesadelo.— Falta pouco para chegarmos — disse Oscar, rompendo meus pensamentos.Abri os olhos, virando a cabeça levemente para lhe lançar um sorriso sem muita vontade para não ser indelicada.— Mais à frente, há um
___ Não vou me sujeitar aos seus jogos, falei, irritada.Contei ao meu supremo tudo como tinha acontecido, desde a hora do sequestro até o meu despertar do coma cinco dias depois. No entanto, o que pensei que ficaria a meu favor, ocorreu exatamente ao contrário. Lucian rosnava, fazendo o chão tremer, ao ouvir que fui atrás dos humanos. Ele queria ir lá fora ter uma "palavrinha" com meu amigo, mas, claro, não permiti.— Não é um jogo. -ele me puxou pela cintura e encostou seu rosto no meu- Será que não entende que, quando se trata da tua segurança, eu vou mover céus e terra por você?— Botando lobos para me vigiar?— Para protegê-la. - Ele insistiu, ordenando que eu levasse um exército inteiro até a floresta comigo. Ele queria ficar sabendo de cada passo que eu desse.Bufei.— Já está decidido, Aurora. Você só irá nessa floresta se levar consigo seguranças." Tem sorte de ser o supremo."" Lobisomem folgado."— Eu sei me defender. - Desafiei.Ele se virou, encarou o teto e repetiu pela
Já era por volta das três horas da manhã, e eu ainda não conseguira dormir. Me virava de um lado para o outro na cama, tentando achar uma posição confortável, mas sabia que meu problema era interno. Tantas coisas me afligiam que eu não sabia como canalizar toda aquela pressão.Tudo parecia pesar sobre meus ombros: o sequestro da minha amiga, meus irmãos na mira de um psicopata, outro sequestrado, as mentiras da minha mãe, o medo do que vou enfrentar daqui pra frente e ele... Lucian! Não tenho ideia de como vou conseguir passar por tudo isso. Algo dentro de mim grita que virão muitas surpresas, a questão é: serei capaz de passar por tudo isso? Se bem que não tenho muita escolha; é enfrentar ou esperar para morrer.____ Já vi que não terá jeito de me fazer dormir hoje, mesmo querendo muito. - Sentei-me na cama e encostei meu rosto nos joelhos.Sem querer, minha visão bateu em uma jarra com água em cima de uma mesa no quarto, e percebi que estava com sede, muita sede. Levantei da cama, e
Caminhava pelos corredores escuros do moderno palácio de Lucian; a noite passada não foi nada gentil, além da insônia, o lycan não saía da minha cabeça."Será que Lucian tem conhecimento de que há um aqui em suas terras?""Provavelmente sim."" A menos que ele seja surdo."Não suportei ficar mais um segundo na cama. Desejava ir à floresta o mais rápido possível, pois quanto antes eu fosse até lá, mais rápido iria embora daqui.___ Aurora.Ouvi Oscar me chamar; olhei para trás, e ele já estava na minha cola. Senti alívio ao ver que ele estava bem e que suas habilidades de vampiro haviam voltado por completo.— Oi.—Bom dia, tenho uma novidade.- Ele pegou meu braço e me puxou para um canto.— Parece bem importante.Ele estava eufórico, e eu vi uma pequena faísca de felicidade saindo de seus olhos cor de avelã.— É muito importante.- Ele olhou para mim e engoliu seco antes de começar a falar- Uns amigos vampiros conseguiram pegar um humano que é braço direito dos membros do governo; ele
Estávamos descendo as escadas quando um dos homens que sempre acompanha Lucian apareceu.— Algum problema, Felipe? — Perguntou Lucian ao homem parado à nossa frente. O que eu imaginava ser um de seus betas não sabia se falava comigo ou respondia à pergunta que lhe foi feita.— O vampiro Oscar está esperando por você no escritório junto com Romeu, que já se adiantou em encaminhar o tal plano que ele tem para discutir. — Ele optou por falar primeiro com nosso supremo, que já o olhava com impaciência por sua indecisão.— É urgente?— Ele disse que...— É sim. — O interrompo, pois já sabia o que Oscar queria, assim como parte do plano.— Como sabe? — Lucian me olhou confuso.— Já falei com ele hoje.— Ele foi no seu quarto?Sua pergunta foi tão rápida que precisei puxar o ar para respondê-lo.— Não, encontrei com ele no corredor e sugiro que o ouça.Ele suspirou.— Já estou indo lá. — Ele voltou a falar com Felipe — Me faça o favor de levar Aurora para comer alguma coisa e certifique-se de
Romeu dirigia-se à frente do palácio, onde ficavam os portões principais, e eu o acompanhava. No entanto, distraía-me no caminho, deslumbrada pela beleza do lugar que não tive a oportunidade de apreciar quando cheguei. Um extenso caminho conduzia aos portões, com um grande jardim meticulosamente cuidado dos dois lados. Lírios brancos e rosas vermelhas ocupavam boa parte, formando um enorme buquê.Encontrávamos frequentemente empregados indo e vindo do palácio, vestidos com trajes de linho branco, movendo-se em sincronia como se ensaiados. Em suas mãos, transportavam cestas contendo roupas, frutas e flores em jarros, enquanto outros carregavam ervas e hortaliças.Ao passar pelo magnífico jardim, deparávamos com uma espécie de garagem dividida por um grande portão prateado, que estava aberto. Ao fechar-se, formava a imagem de grandes cavalos reluzentes. No entanto, algo mais chamou minha atenção um pouco mais adiante.- Aquilo é...- Carruagens? Sim. - Romeu interrompeu-me, notando meu f
— Tem certeza de que é aqui? - Perguntou Romeu, olhando em volta da densa floresta.— Sim.Eu me concentrava em preparar a bússola, enquanto Romeu observava atentamente todos os meus movimentos. Seus braços estavam cruzados envolta do peito.Coloquei as presas para fora e mordi meu pulso. O sangue que escorria, deixei que caísse sobre a bússola, fazendo-a destravar causando um barulho irritante. A pequena flecha que tinha em sua superfície começou a rodar sem parar, até que por fim, ela me deu uma direção. Senti um alívio no peito, pois temia que isso não desse certo.— O que fica naquela direção? - Perguntei ao homem, que estava boquiaberto com a rapidez do objeto.— Fica a região das montanhas... ninguém nunca vai até lá.— Então, muito em breve, terá uma visitante.— Você pretende ir até lá?— Eu não tenho escolha, Romeu. - Olhava para a direção que a flecha apontava.Voltei a olhá-lo.— Por que você? - Seu olhar era pesaroso.— Porque tudo que está acontecendo é culpa da minha mãe,
Quando Lídia chegou, imediatamente busquei uma das fotos que tenho com Vanessa.— Essa aqui, estava lá também? — Mostro a foto ao humano.Ele observa por um tempo, através de seus óculos de grau tortos e embaçados.— Não, essa não estava lá.De repente, a frustração me atingiu como um balde de água fria.— Tem certeza? Olhe bem. - No fundo, ainda mantinha a esperança de que ela estivesse por perto.— Eu tenho absoluta certeza.Passo os dedos pelos cabelos e respiro fundo, tentando conter as lágrimas.— Aurora, chega. - Lucian volta a se aproximar de mim.— Não, eu dou conta.Ele se afasta um pouco.— Ícaro, tudo isso que você falou diante de todos nós, é verdade?Escondo habilmente as mãos nas minhas costas, evitando que ele perceba a magia que estou realizando.— Sim, senhora, é tudo verdade. - Ele diz com a voz um pouco trêmula, mas me encara profundamente. Sinceramente, eu estava querendo muito acreditar em suas palavras.Mostro minhas mãos, que agora refletiam uma luz azul.— O que