Lídia...A alcatéia inteira aguardava os supremos com ansiedade; todos lançavam olhares de ódio a Isabel. Tive que criar uma barreira de magia; caso contrário, ela não estaria viva quando Lucian e Aurora chegassem. Eles ficaram para trás para dar algumas ordens no palácio, mas viriam assim que concluíssem.Sentei-me em um dos bancos da praça, exausta, assim como os outros que aguardavam ansiosos pelo desfecho da situação. Abner e Natália juntaram-se a mim; ambos pareciam esgotados.— O que vocês acham que Aurora e Lucian vão fazer com essa Isabel? — perguntou Abner, enquanto passava as mãos pelos chifres.— Torturar. — respondeu Natália, esparramada no banco onde estávamos sentados.— Torturar, desmembrar e matar. — Disse, mexendo nos meus cachos que caíam sobre os olhos.— Credo. — exclamou Abner. — Ainda bem que não sou eu no lugar dela.— Tenho o mesmo pensamento. — concordou Natália.Rimos descontraídos.— Lídiaaaaaa.Ouvi a voz de Felipe e, ao me virar, o vi correndo em minha dire
Cinco meses depois.Se passaram cinco meses desde que nossas vidas voltaram ao normal. Os seres sobrenaturais não mais se misturavam com os humanos; uma barreira mágica separava os dois mundos. Pelos noticiários, soubemos que Leonard e sua gangue foram considerados loucos. A existência de mutantes, de acordo com psicólogos humanos entrevistados pelo jornal local, era uma invenção criada pela mente de um psicopata para encobrir seus crimes.Essa notícia foi benéfica para nós, já que nossa existência permaneceria algo fantasioso para a humanidade remanescente lá fora. Eles estavam tentando se multiplicar, pois durante o governo de Leonard, ele afirmava que as crianças morriam de uma doença contagiosa ao nascer. No entanto, a verdade era diferente. Após a morte daquele criminoso, as crianças que nasciam não mais morriam, levando a polícia a concluir que Leonard era a "doença" que as matava. Entre os humanos, ele e sua equipe ficaram conhecidos como os piores e mais cruéis psicopatas da hi
Lídia...Estávamos todos reunidos, ansiosos pela chegada de Aurora, que estava emocionada tanto pelo casamento quanto pela ausência da amiga neste dia. Após ajudá-la a se preparar, vim para cá na companhia de Lucinda, Jasmine e Penélope. Os outros já estavam em suas posições; o local estava deslumbrante. Confesso que a escolha do lugar me surpreendeu, mas não poderia ter sido mais perfeito. Foi aqui que a história desses dois começou, e é aqui que oficializarão essa união.Lucian, vestido com um terno escuro, já estava no altar que eu e Jasmine criamos. Ao lado dele, Romeu e Felipe tentavam acalmá-lo. Não consigo dizer quem estava mais emocionado, se era ele, Aurora ou o pai dela.— Vamos? — Natália aparece ao meu lado, usando um longo vestido rosa, assim como eu e as demais. Os homens estavam elegantes em ternos escuros, à semelhança de Lucian.Concordo com um aceno.— Sim.Caminhamos em direção à passarela. Como madrinhas de Aurora, deveríamos estar lá quando ela chegasse....— Será
01 ano depois.Lídia...Um ano se passou desde a morte de Aurora e do bebê que ela esperava. Seu corpo não havia sido encontrado, o que aumentava o desespero de Lucian. Os dias no palácio transcorriam tristes; era como se uma nuvem escura tivesse se estabelecido permanentemente entre nós. Ninguém era o mesmo desde aquele dia trágico. Vez ou outra, eu me deparava com alguém chorando, e comigo não era diferente. Aurora fazia muita falta. Ao caminhar pelos corredores do palácio, era como se estivesse andando descalço sobre estilhaços de vidro. As risadas dela e de Lucian ecoavam em minha cabeça como uma lembrança saudosa e dolorida.Lucian se isolou, fazendo do álcool sua companhia. Ele não se alimenta adequadamente, não consegue dormir e raramente troca alguma palavra conosco. O Lucian que conhecíamos não existe mais; é como se tivesse morrido junto à esposa naquele dia. Agora, ele é alguém consumido pela dor e pela raiva. Suas pupilas vivem dilatadas, e ao olhar para ele, tenho a impres
__Tem certeza de que deseja estar presente na cerimônia do Supremo? - Perguntou Vanessa com os olhos fixos na estrada.Me chamo Aurora Havelle, sou uma híbrida de loba e bruxa. Recentemente, perdi minha mãe, vítima do misterioso assassino que nos atormenta há séculos. Está sendo muito difícil encarar essa nova realidade. Embora nunca fôssemos muito próximas, raramente conversávamos sem discutir, e isso não me impede de sentir a dor de sua perda.Sou recém-formada em medicina, para ser mais precisa, devo dizer que sou veterinária. Desde que minha mãe morreu, tenho tido sonhos esquisitos com uma mulher dando à luz a um bebê. Nunca consigo ver seu rosto, pois sempre aparece borrado. Ao seu lado, há sempre outras duas mulheres e um homem que suponho ser o pai da criança, mas esses também aparecem com os rostos borrados. O mais incrível é que sinto que conheço todos.Estou a caminho da alcateia do Alfa Eric, ele é meu pai. Nos damos muito bem, apesar de nos termos distanciado quando resolvi
Lucian...Ser o supremo Alfa nunca foi uma tarefa fácil, principalmente lidando com um bando de lobos rebeldes. Desde a morte dos meus pais, herdei o papel de supremo de meu pai. Passei todo esse tempo na mais profunda solidão, na esperança de encontrar minha companheira de alma, acreditando que com ela ao meu lado tudo pudesse ser diferente.Que grande e tolo engano.Me decepcionei profundamente ao encontrar Isabel. Não consigo amá-la como deveria, muito menos suportar a presença dela. Como se isso não bastasse, ela organizou uma cerimônia na alcateia do Alfa Eric, sem minha autorização, para se apresentar como suprema luna. Isso jamais aconteceria se dependesse de mim, mas, como já foi anunciado para todo o meu povo, devo cumprir com a infeliz obrigação de apresentá-la.__Que cara é essa? - Perguntou Romeu, um dos meus betas.__Essa é a expressão de quem não está a fim de festa. - Respondi com cara fechada, meu estado normal.Convivo com meus dois betas, Romeu e Felipe, Lídia, a brux
Aurora...Depois da noite de ontem, não consegui dormir pensando no que meu pai havia falado durante o jantar. Ele me disse que havia colocado o corpo de minha mãe no mausoléu de nossa família e que não descansaria até encontrar o responsável por sua morte. Fiquei emocionada com essa informação, passei a manhã inteira refletindo sobre isso. Meus pais nunca se deram bem, principalmente depois que meu pai casou com Lucinda.Marquei com ele de irmos até o mausoléu durante a tarde. Logo depois do almoço, meu pai teve que receber algumas pessoas em seu escritório e, pelo visto, o assunto era sério; as expressões de seu rosto o entregavam.Subi para o meu quarto na expectativa de descansar um pouco, mas não deu muito certo. E agora cá estou eu em plena três da tarde, curtindo a brisa na varanda de meu quarto, esperando a hora de sair chegar. Confesso que, desde o enterro da minha mãe, jamais tive coragem de ir visitar seu túmulo no lugar onde ela estava enterrada antes, talvez por remorso de
Lucian...Não sei por que apenas o toque de Isabel me enfurece; odeio sua mania de controle. Deixei-a sozinha e fui abraçar Alma antes de me trancar no escritório. Passo a maior parte do tempo sozinho, refletindo sobre minha medíocre vida.Há muito tempo não venho aqui; apenas envio um de meus betas e, às vezes, Alma vem se certificar de que tudo está em ordem. Mas agora me vi obrigado a comparecer na m*****a cerimônia que minha amada companheira organizou às minhas costas.Bufei.Caminhei até a mesa onde havia algumas bebidas, peguei uma garrafa transparente com o líquido dourado e o despejei sobre o cálice que segurava. Me aproximei da porta de vidro da varanda e passei a encarar o nada.Suspirei, fechando os olhos.O rosto da bela dama veio em meus pensamentos, fazendo-me acalmar."Quem será você?"Algo dentro de mim se interessa muito em saber quem ela é. Devo estar maluco; como posso ter interesse na vida de uma mulher que nunca vi antes? Eu não sei, mas não vou descansar até desc